Fibria é o nome da empresa resultante da incorporação da Aracruz pela V, que já nasce como líder no mercado mundial de celulose, com receita líquida anual estimada em R$ 6 bilhões. A companhia, que será apresentada nesta terça-feira aos investidores, tem capacidade para produzir 6 milhões de toneladas de celulose e papel por ano. Os projetos de expansão, já anunciados nos últimos anos e suspensos por conta da crise internacional, deverão ser executados “de acordo com as condições de mercado”, segundo material de apresentação. Quando concluídos, esses projetos deverão agregar mais 6,7 milhões de toneladas à capacidade de produção da nova empresa. A presidência da Fibria ficará a cargo de Carlos Aguiar, executivo originário da Aracruz. José Luciano Penido, executivo da V, assume a presidência do Conselho de istração. A Fibria mantém em R$ 4,5 bilhões previsão inicial de sinergias a serem geradas pela fusão da Aracruz com a V. “Os negócios de papel seguem na estratégia, porque ele mitiga o risco em mercados cíclicos, como o de celulose”, afirmou o diretor da área de papel, estratégia e suprimento, Marcelo Castelli. Em evento para o lançamento da marca e do nome Fibria, o diretor comercial da companhia, João Felipe Carsalade, disse que alguns mercados na Europa têm mostrado sinais de melhora mais consistente da demanda, mas ainda insuficientes para se falar em novo reajuste de preços. “Vamos esperar o final do verão no Hemisfério Norte para ter mais clareza sobre os movimentos futuros”, comentou. No ano, as produtoras de celulose já anunciaram quatro aumentos de preço. “Os ajustes de preços têm buscado recuperar a paridade das moedas”, explicou. A dívida líquida da empresa, que será reestruturada segundo seus executivos, estava em R$ 13,4 bilhões ao final do segundo trimestre. De acordo com o diretor de Tesouraria e Relações com Investidores da Fibria, Marcos Grodetzky, a empresa está empenhada em perseguir a classificação grau de investimento junto às agências de rating, nota que Aracruz e V perderam com a piora de seus indicadores financeiros. “Temos um leque de alternativas para melhorar nossos indicadores. Em breve a empresa dará claramente demonstrações disso para o mercado”, afirmou Grodetzky, sem dar detalhes. (fonte: Invertia) 35582p
Tag: empresas 1b2372
Empresa gaúcha desenvolve blindado para polícia do Rio 1q283r
Empresa gaúcha desenvolve blindado para polícia do Rio
Em conjunto com o Centro de Tecnologia do Exército (CTEx), a montadora nacional Agrale desenvolveu o chassi de um novo veículo blindado para as polícias do Rio de Janeiro.
Diferente do já conhecido veículo de combate usado pelo BOPE para operações em áreas perigosas, a nova Viatura Especial de Patrulhamento (Vespa) é compacta e será utilizada em vias e bairros com riscos de ataque a policiais.
Capaz de ar tiros de fuzil, o blindado compacto apelidado de “caveirinha”, em alusão ao anterior chamado de “caveirão”, utiliza um chassi Agrale modelo MA 6.0, especialmente desenvolvido para a aplicação.
Com capacidade para transportar cinco policiais na frente e até seis presos na parte traseira, o veículo é mais estreito, leve e ágil, e permite manobras e incursões em locais de difícil o e o patrulhamento ostensivo nas vias expressas do Rio de Janeiro.
Equipada com motor eletrônico MWM-International 4.07 TCE de 140 cv de potência a 3.500 rpm, a viatura blindada atinge velocidade máxima de 130 km/h. O pneu também é blindado, com um gel especial que impede o seu vazamento mesmo alvejado por tiros. Conta ainda com direção hidráulica ZF Servocom 8090, eixos Dana e Meritor, e caixa de câmbio Eaton FS 2305 C. A maioria das peças é nacional, o que garante baixo custo operacional e de manutenção.
Líder no segmento de chassis leves, a Agrale produz chassis especialmente desenvolvidos para carros-fortes desde o final de 2006. “Esse tipo de aplicação demanda especificações técnicas diferentes das convencionais para garantir a máxima segurança”, declara Flavio Crosa, diretor de Vendas e Marketing da Agrale. Os modelos permitem blindagem NIJ III (nível máximo permitido no Brasil) e blindagem de nível NIJ IV, exigência de alguns mercados internacionais. Antes, a maioria dos carros-fortes no Brasil era montada sobre chassis de caminhão, que tinham que sofrer adaptações, pois não possuíam estrutura completamente adequada para receber a carroceria blindada.
A Viatura Especial de Patrulhamento será testada nas ruas do Rio de Janeiro durante dois meses, para que seja avaliada pelos policiais. O veículo estará à disposição da Secretaria de Estado de Segurança caso haja interesse em produzir outras unidades.
Acionostas da Aracruz decidem processar diretor que especulou com derivativos 27571j
Em assembléia geral extraordinária, na segunda-feira, 24 de novembro, os acionistas que controlam 96,5% do capital votante da Aracruz Celulose decidiram responsabilizar o diretor financeiro Isac Zagury pelos prejuízos que a empresa sofreu nas “operações com derivativos, acima dos limites previstos na Política Financeira”.
A istração da empresa irá agora avaliar com advogados especializados a forma adequada para a proposição da ação.
A Aracruz foi uma das empresas brasileiras que mais perdeu com a crise financeira que fez desabar as bolsas desde setembro. Estimou-se entre R$ 900 milhões e R$ 2 bilhões os prejuízos da empresa nas operações com derivativos.
O abalo no caixa – numa hora em que o crédito ficou – obrigou a empresa a suspender seus investimentos no Rio Grande do Sul. Inclusive a ampliação de sua fábrica em Guaíba, um projeto que previa US$ 2,5 bilhões de investimentos no Estado até 2011.
As perdas financeiras embaralharam também as negociações com o Grupo Votorantim, que pretendia assumir o controle da Aracruz. A Votorantim foi outro grupo brasileiro que teve perdas na casa dos bilhões com o tombo das bolsas.
(Da redação, com Aracruz Notícias, 321)
Uma empresa para cada 24 habitantes em 2015 5ad4r
Setor de serviços vai concentrar o maior número de negócios nos grandes centros
O país pode chegar a 2015 com uma empresa para cada 24 habitantes. Isso representa um universo de quase 9 milhões de pequenos negócios em 2015, para uma população em torno de 210 milhões de pessoas. Este é um dos dados apontados pela pesquisa Cenários para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado de São Paulo 2009/2015, realizada pelo Observatório das MPEs do Sebrae-SP.
A pesquisa, que mapeou as principais tendências econômicas nacionais e mundiais, faz um recorte do impacto do desenvolvimento econômico brasileiro neste cenário global e aponta as oportunidades e caminhos para os pequenos negócios em 2015.
O estudo identificou um aumento expressivo na relação empresas x habitantes, evoluindo de uma empresa a cada 42 habitantes, em 2000, para uma a cada 24, em 2015, aproximando o Brasil dos índices europeus registrados em 2000, quando Alemanha, França, Reino Unido e Itália apresentavam, respectivamente, 23, 24, 23 e 14 habitantes por empresa. A projeção é que, em 2015, o universo de MPEs e dos atuais 5 milhões para 8,8 milhões, e que mais da metade destes negócios (4,8 milhões) esteja concentrada no setor de comércio (55%), em todo o país, seguido pelos serviços (34%) e indústria (11%).
Para o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, o crescimento da relação empresas por habitantes no país pode ser atribuído em sua maior parte à estabilidade econômica originária do Plano Real, ao aumento da confiabilidade institucional, ao crescimento econômico e à consolidação do ambiente democrático. “Quando há crescimento econômico aliado a um ambiente institucional estável, há maior sensação de previsibilidade, o planejamento se torna menos difícil e o empreendedor se sente mais confiante em investir. O resultado é o aumento do número de empresas no país”, avalia Tortorella, que destaca ainda a sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas no final de 2006 (Lei Complementar 123/06), como um dos marcos que contribuem para a melhora do ambiente institucional e de investimentos no país.
Crescimento dos Serviços
O Estudo aponta também os setores que devem ter maior índice de crescimento nos próximos anos. No comércio, os destaques são para os segmentos de materiais e equipamentos para escritórios e informática (crescimento de 12,5% a/a no número de MPEs), comércio de autopeças (7,7% a/a) e quitandas, avícolas e sacolões (7,1% a/a). No setor de serviços lideram: informática (12% a/a), transporte terrestre e atividades auxiliares de intermediação financeira empatadas, com 8,4% a/a. Na indústria, o destaque é para o ramo de fabricação de máquinas e equipamentos (7,5% a/a), edição e gráfica (5,6% a/a) e confecção de artigos do vestuário (5,0% a/a), este, um dos setores que historicamente vem puxando o bom desempenho da indústria nos pequenos negócios.
Mas esta tendência muda nos grandes centros, como na região metropolitana de São Paulo, onde o setor de serviços deve ultraar o comércio, em 2015, com 717 mil novas empresas (47%), contra 665 mil estabelecimentos comerciais (44%) e 134 mil na indústria (9%). Os segmentos de serviços que puxam este crescimento são os de aluguel de veículos, máquinas e equipamentos (15,5% a/a) e informática (14,8% a/a). As perspectivas também são positivas, porém mais comedidas para os serviços de alimentação e alojamento que registraram crescimento de 18% em 2000, e a projeção é de 12% em 2010.
Oportunidades
Além de destacar uma retomada do crescimento mundial a partir de 2010, com índice de 4,9% ao ano de variação projetada para o produto mundial (ritmo mais forte dos últimos 40 anos), o estudo também apontou segmentos que representam oportunidades para empreender, a partir de novas tendências na economia e na sociedade. São elas: educação on-line, lojas especializadas para população com mais de 60 anos, negócios voltados à preocupação com a saúde como cursos, lojas e atividades e centros de lazer e brinquedos, atendendo a forte emancipação do consumo das crianças.
Responsabilidade social e eco-soluções também são setores em relevância com créditos de carbono, comércio justo, reciclagem, construções e brindes ecológicos, assim como produtos e serviços voltados para busca espiritual e mística (retiros, livros) e para estética e aparência (cirurgias plásticas e serviços).
As oportunidades de negócio seguem a tendência de mudança de consumo da população. Os indicadores sociais do estudo ratificam o aumento da classe C e queda das classes D e E.
A redução das desigualdades e a melhora dos indicadores sociais apontam para uma maior escolaridade e aumento na renda das pessoas. Além disso, a pesquisa registra também um aumento da expectativa de vida e da idade média dos brasileiros (pessoas com mais de 40 e mais de 60 anos empreendendo). Para atender a estas demandas, os negócios voltados para pessoas que moram sozinhas e que am mais tempo em casa tendem a estar aquecidos, como lojas e sistemas de segurança, serviços de leva-e-traz, entrega em domicílio, serviços para idosos, necessidades na área de saúde e artigos que proporcionem mais comodidade no lar.
Perfil do Empreendedor
O estudo apontou também uma mudança significativa no perfil deste empreendedor nos próximos anos. Ele terá mais escolaridade, maior expectativa de vida e aumento na renda média de pelo menos 12% em termos reais.
Os homens continuarão sendo a maioria dos empreendedores, apesar do forte avanço das mulheres, que representavam 32% em 2007 e deverão ser 36% dos empreendedores brasileiros em 2015. No estado de São Paulo este número deve chegar a 40%.
As previsões indicam ainda uma elevação no tempo de estudo nos dois tipos de empreendedores. De 6,2 anos em 2006 para 7,7 anos entre os que trabalham por conta própria, e de 9,7 anos para 10,7 anos para os empregadores, no mesmo período.
Internet e Informação
As fontes de informação do empreendedor também devem mudar. Ele utilizará de forma mais intensiva a internet, computadores e celulares. Hoje, a principal fonte de informação dos empresários de pequenos negócios ainda é o contador (87%), seguido pelas pessoas ou empresários do mesmo ramo (72%) e a internet (62%). Mas a expectativa de utilização da internet para busca de informações deve crescer ainda mais nos próximos anos com aumento do número de computadores e das redes de o de alta velocidade.
“Negócio entre V e Aracruz não altera projetos de celulose” 2q4930
Elmar Bones
O presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, disse nesta quarta-feira que as negociações com a Votorantim não devem influir nos três grandes projetos de silvicultura e celulose programados para o Rio Grande do Sul e que totalizam investimentos de US$ 4,5 bilhões.
“Quem decide essas coisas é o mercado”, afirmou Aguiar. “Se forem mantidas as tendências atuais, os três projetos irão em frente, se o mercado mudar nos próximos dois ou três anos, eles podem ser revistos”.
Até o momento, apesar da desaceleração da economia chinesa e da crise americana, o mercado mundial de celulose se mantém aquecido, com demanda crescente e, portanto, com espaço para aumentos de produção. “Há lugar para todos os projetos em andamento no Brasil”, disse o executivo.
Quanto ao negócio entre as duas gigantes da celulose nacional, o que ocorreu até agora, segundo Aguiar, foi uma proposta do grupo Votorantim para comprar as ações da Aracruz que pertencem ao grupo Lorentzen.
Erling Lorentzen, empresário norueguês, hoje com mais de 80 anos, é um dos fundadores da Aracruz e tem 28% do capital da empresa, pelos quais a Votorantim Celulose e Papel (V) ofereceu R$ 2,7 bilhões.
A proposta foi aceita, mas a conclusão do negócio depende da anuência do outro sócio controlador, o Banco Safra, que também tem 28% do capital da Aracruz e pelo contrato de acionistas tem preferência na compra das ações.
Segundo Aguiar, o banco pode simplesmente manter sua posição atual e deixar que a V, que já tem 28% das ações da Aracruz, se torne controladora. Mas pode também o Safra exercer o direito de preferência e se tornar o controlador da empresa.
Pode ainda ocorrer um acordo entre o Safra e a Votorantim para fundir Aracruz e V, dividindo ambos o controle. Não é descartável, ainda, segundo Aguiar, a hipótese de o Safra preferir vender também a sua parte na Aracruz para a V, que ficaria sozinha no negócio.
O Safra têm até o dia 4 de novembro para se manifestar.
Pólo de celulose pode ficar pela metade 51685o
Aracruz já constrói nova unidade em Guaiba
Elmar Bones
Desde 2003, quando três dos maiores grupos do setor – Aracruz, V e Stora Enso – apresentaram seus projetos, o Rio Grande do Sul vive na expectativa de US$ 4,5 bilhões de investimentos que seriam necessários para construir as três fábricas de celulose e plantar cerca de 300 mil hectares de eucalipto, para garantir a matéria prima.
Até agora, o único que avançou de acordo com as previsões foi o projeto da Aracruz, que partiu da antiga Riocell em Guaíba e já iniciou a construção, no mesmo sítio, de uma nova unidade que vai elevar sua produção de 450 mil toneladas/ano para 1,25 milhão de toneladas ano. A previsão é de que entra em produção em 2011.
A V por enquanto limitou-se a comprar terras e a produzir mudas para o plantio dos eucaliptos. Já tem cerca de 100 mil hectares adquiridos, boa parte já plantados, mas a fábrica ainda não tem projeto preciso. Nem o local está definido. Sabe-se que será na Zona Sul, provavelmente em Rio Grande.
No meio, comenta-se que a real prioridade da V é a unidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, onde adquiriu um projeto que era da International Paper.
Com o controle da Aracruz, a V ganha automáticamente uma grande fábrica no Rio Grande do Sul, cujas obras já estão em andamento. Haverá espaço para outra fábrica do mesmo grupo no Estado?
Quanto à Stora Enso, ainda não conseguiu vencer a etapa da compra de terras. Já comprou 46 mil hectares, mas não conseguiu regularizar pois são terras em área de fronteira, sob uma legislação especial, com restrições à propriedade de estrangeiros.
Começou o plantio de eucaliptos, mas não chegou aos 20 mil hectares plantados e teve que suspender em virtude das dificuldades com o licenciamento e com a legalização das terras compradas.
Uma fonte ligada à empresa diz que a disposição é deslindar a situação até o final deste ano. Caso contrário, o projeto pode ficar comprometido. Além das questões ambientais, que geram críticas fortes, as denúncias de compra ilegal de terras tem repercutido internacionalmente, gerando inclusive protestos na Finlândia, sede da empresa.
Setor fica na mão de dois gigantes
A concentração de empresas no setor de celulose/papel é uma tendência mundial, assim como já ocorreu na Petroquímica, onde Braskem e Quattor engoliram os concorrentes e aram a dividir o mercado nacional.
A competição internacional exige escala e por conta disso há um movimento de incorporações e fusões que, no caso brasileiro, se define em torno de dois grupos: o grupo Suzano que abriu mão de suas posições na petroquímica para concentrar investimentos na celulose; e agora a Votorantim, que com o controle da Aracruz, torna-se a maior do setor no país, uma das maiores do mundo.
Ao comprar as ações dos herdeiros de Erling Lorentzen, empresário norueguês, um dos fundadores da empresa, a V fica com 56% do capital votante da Aracruz e a a responder por uma produção total de 4,6 milhões de toneladas de celulose por ano.
Somados os investimentos, incluindo os plantios florestais no Rio Grande do Sul e a implantação de duas fábricas no Estado, o grupo será o maior do país, ultraando a Suzano Celulose, mesmo com as duas novas unidades anunciadas no Piauí e Maranhão.
Mercado já esperava o anúncio *Por Carlos Matsubara
O anúncio de que a V pretende comprar 28% do capital votante da Aracruz pertencentes à Arapar, holding da família Lorentzen, não chegou a causar surpresa no meio. O negócio já era comentado nos bastidores há algum tempo.
Em abril, quando caiu o poder de veto do BNDES para venda a estrangeiros, começaram as conversas de uma possível absorção da Aracruz Celulose por um dos seus sócios. A Suzano também aparecia como uma das prováveis compradoras da Aracruz.
A V já integrava o bloco de controle da Aracruz, com 28% das ações ordinárias e investiu R$ 2,71 bilhões para comprar a parte da família Lorentz. O desfecho, porém, ainda depende da Arainvest Participações, do Grupo Safra, que também integra o bloco de controle da Aracruz com 28% das ações ordinárias.
E é por esta posição que a V aguarda para se pronunciar, segundo afirmou a assessoria de imprensa.
Empresa nasceu à sombra dos incentivos fiscais
A Aracruz, que nasceu Aracruz Florestal, foi uma das primeiras empresas nascidas à sombra os incentivos fiscais para reflorestamento, criados depois de 1964. O Tesouro Nacional abria mão de uma parcela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas para criar negócios diretamente gerados pela iniciativa privada.
As primeiras quotas da Aracruz Florestal foram subscritas por dirigentes de grandes empresas: Walter Moreira Sales (Unibanco), Fernando Portela (Banco Boa Vista), Oscar Americano Filho (CBPO, construtora), Otavio Lacombe (Construtora Paranapanema) Olivar Fontenelle (Casa Slooper) e Erling Lorentzen (Norsul, navegação).
Boa parte do capital inicial foi aplicada na compra de cerca de 7 mil hectares de terras no município de Aracruz, no Espírito Santo. As terras pertenciam à Companhia de Ferro e Aço de Vitória (Cofavi) que nunca havia conseguido explorar convenientemente os eucaliptos ali plantados muitos anos antes, para produzir carvão vegetal.
O armador Erling Lorentzen aderiu à Aracruz Florestal não apenas para se tornar sócio de um empreendimento sem riscos, mas porque viu ali a grande oportunidade para um emigrante vindo da Noruega.
Além de navios, o dono da Norsul, tinha canais direto de o às fontes de tecnologia nos países escandinavos, a vanguarda mundial da industria de transformação da madeira. Em 1978, saiu a primeira carga de celulose da Aracruz. Com uma produção anual de 400 mil toneladas, era a maior indústria de celulose do Brasil e uma das maiores do mundo, desenvolvendo avançada tecnologia para produção de eucalipto para celulose.
Era um projeto tripartite, envolvendo capital estrangeiro, capitais nacionais e dinheiro público. Como outros grandes projetos implantados pelos governos militares no período 1964/81, a Aracruz teve inspiração, incentivo e apoio da União. O BNDES entrou com 42% do capital do empreendimento, no qual mantém até hoje uma participação de 12,5%. (Do livro Eucalipto:Histórias de Um Migrante Vegetal, Geraldo Hasse, JÁ Editores.