Ao concluir em 17 dias o inquérito, dando por esclarecido o assassinato do secretário municipal da saúde, Eliseu Santos, a polícia civil de Porto Alegre mereceu rasgados elogios da imprensa local, principalmente do jornal Zero Hora, que chegou a qualificar o trabalho policial como “a mais técnica” das investigações já feitas no Estado. Agora quatro promotores refizeram as investigações e concluíram que, ao contrário da convicção policial, o crime não foi latrocínio. Foi uma execução, morte encomendada. Mesmo que ao final de tudo não se chegue ao cabal esclarecimento do caso, já que são muitos os interesses em jogo, só os elementos que os promotores agregaram ao processo já deixa a polícia de saia justa. E também a imprensa, porque engoliu sem matigar a versão policial, apesar das muitas evidências em contrário. Em troca de informações pretensamente “privilegiadas” da fonte policial, a imprensa não questionou sequer o esdrúxulo “segredo de Justiça” para o caso. Deixou completamente de lado as ameaças de morte a Eliseu, que foram mencionadas formalmente na Câmara de Vereadores e registradas na polícia federal. Não deu bola à proposta de I na Câmara e, ao deixar de lado todas essas evidências, praticamente enterrou qualquer possibilidade de investigar as denúncias gravíssimas envolvendo servidores públicos e prestadores de serviços ao poder público municipal. 59v25