Até o dia 26 de março, a maternidade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre estará em reformas. Será feita uma limpeza nos dutos de ar condicionado do Centro Obstétrico e da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN), além de reformas nas instalações da UTIN, com a individualização dos leitos para isolamento. Gestantes devem procurar outros hospitais neste período. 3y3p18
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Clínicas projeta expansão de 70% 633a1w
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre apresentou seu plano de expansão que prevê aumento de 70% da área construída até 2016. Com recursos no valor de R$210 milhões, as obras das novas unidades de atendimento devem começar em setembro de 2012.
Durante cerimônia no auditório do hospital, foi anunciada ainda a reabertura do antigo hospital da Ulbra, agora chamado unidade Álvaro Alvim, que a a ser gerenciada pelo HA. O Álvaro Alvim ampliará a oferta de leitos para pacientes do SUS, com uma área destinada ao tratamento de dependentes químicos e outra de apoio à emergência do Clínicas.
O presidente do HA, Amarílio Vieira de Macedo Neto, disse que a expansão é fruto de
um plano diretor que vem sendo discutido desde 2006. O estudo visa à modernização de todo sistema de gestão e atendimento do hospital, que em 2011 completou 40 anos.
Ao lado do presidente do Clínicas, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e o secretário Municipal da Saúde, Carlos Henrique Casartelli, também divulgaram a ampliação de convênio com a instituição para atendimento do Sistema Único de Saúde SUS. O acordo prevê aumento de 5%, em relação a 2010, da oferta mensal de serviços médico-hospitalares e ambulatoriais prestados pelo hospital.
Para o prefeito José Fortunati, o mais importante é que Porto Alegre começa, gradativamente, a recuperar leitos perdidos em função do fechamento recente de unidades hospitalares. “Estamos revertendo essa tendência, permitindo que em muito pouco tempo, no máximo dois anos, Porto Alegre não somente recupere a sua capacidade anterior, mas amplie o número de leitos”.
Fortunati lembrou ainda da parceria na reabertura da Unidade Hospitalar Álvaro Alvim, que deverá ser inaugurada oficialmente em março de 2012, e da gerência do HA na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Azenha, que iniciará a construção no início do ano que vem.
Já o Secretário Casartelli destacou o aumento de consultas e o incremento dos leitos de UTI. Serã
o 20 mil exames mensais a mais para o SUS, além do aumento no número de consultas.
Sobre a emergência, constantemente lotada, o presidente do Clínicas, destacou que a nova área que abrigara o setor não terá aumento de vagas. “O que é necessário é uma política de reestruturação do sistema de saúde, onde as pessoas em a procurar os hospitais em reias casos de necessidade” disse Macedo Neto; que lembrou do convênio para operar a nova Unidade de Pronto Atendimento a ser construída no bairro Azenha.
Fortunati disse que as Upas, podem ser o começo para resolver a questão das emergências. O prefeito também relatou os avanços na negociação pra construção da UPA no atual estacionamento ocupado pelo Palácio da Polícia. Ele disse que o governo estadual e a policial civil já concordaram na cessão do terreno.
Leitos disponíveis arão de 1000
O projeto de expansão do HA prevê a construção de quatro novos prédios, uma usina de geração de energia, além de uma unidade de tecnologia da informação – tudo até 2016. O maior empreendimento será o anexo 1, que vai abrigar a UTI, a nova emergência, 24 leitos de hemodinâmica e 30 novas salas de cirurgia “Os recursos para ampliação dos anexos 1 e 2, de R$ 160 milhões, já estão no plano plurianual”, informa o presidente do HA.
Uma das novidades é a ampliação do número de leitos de UTI. Serão 29 novas vagas, totalizando 87 unidades disponíveis. No total, os leitos oferecidos pelo hospital arão dos atuais 698 para cerca de 1050. O número de funcionários deverá manter a atual proporção de 5.5 pessoas por leito. O que s
ignifica contração de cerca de dois mil novas pessoas.
O investimento também terá o objetivo de fomentar atividades de ensino e pesquisa. “Formamos muita gente aqui. Para o professor se sentir à vontade, precisamos ter aproximação do cunho acadêmico com o cunho social. É isso que estamos conseguindo desenvolver”, analisou o presidente do hospital.
Neste ano, foram realizadas 28.927 internações e procedimentos cirúrgicos e 2,3 milhões de consultas e exames no HA.
Álvaro Alvim recebe pacientes a partir de janeiro
A Unidade Álvaro Alvim do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, antigo Hospital Luterano da Ulbra, deverá receber os primeiros pacientes ainda em janeiro. No começo, atenderá prioritariamente dependentes químicos. Estão previstos 20 leitos para este tipo de atendimento. Estima-se a realização de
270 internações por mês e mais de 10 mil consultas por ano.
A partir de março serão disponibilizados, ainda, 32 leitos clínicos de apoio à emergência do HA. Em uma próxima fase, serão abertos mais 32 leitos para álcool e drogas e outros 66 leitos clínicos, com destinação ainda em estudo.
A estrutura estava fechada desde abril de 2009, devido à crise financeira da Ulbra. No início de 2011, ou a fazer parte do patrimônio do Hospital de Clínicas. Para reabertura, foi necessária uma reforma geral do hospital, segundo Vicente Neto, praticamente só a carcaça do prédio foi aproveitada, todo o resto ou por uma reconstrução.
No final de 2013, com a reforma concluída, o Álvaro Alvim terá 150 leitos e contará com cerca de 600 funcionários.
Um exemplo para o Brasil
Aos 40 anos, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre não é apenas uma referência como hospital escola para o Brasil.
Ele é também um exemplo de superação, que precisou vencer décadas de descrença e desinteresse.
Em 1931, os jornais já anunciavam a construção de um grande hospital de ensino ligado à Faculdade de Medicina. Até a pedra fundamental foi lançada em 1943.
Mas a obra só foi começar quase dez anos depois. Quando estava com a estrutura de concreto erguida, foi novamente paralisada por falta de verbas.
E assim ficou, ao relento, por mais de uma década. Foi apelidado “o esqueleto” pela população.
Depois, avançou um pouco mais, ganhou paredes e parou de novo. Tornou-se o “elefante branco”. Uma comissão interna chegou a sugerir que o prédio fosse vendido.
Só em 1972, quando muita gente já não acreditava, o hospital começou a funcionar, precariamente.
Hoje, com seus 15 andares e seus 140 mil metros de área construída, tornou-se um dos maiores do continente sulamericano, com mais de 1.500 médicos num total de quase seis mil funcionários.
É um caso exemplar, vai ser o modelo na reforma dos 45 hospitais ligados às universidades federais, que o governo está planejando.
Superlotação persiste na Emergência do Clínicas 5kz6g
O quadro de superlotação da Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre vem se mantendo constante nos últimos dias, sem que haja redução no número de pacientes em atendimento. Na manhã desta quarta-feira (14), há 140 adultos atendidos em um local que oferece, em condições ideais, 49 vagas. Além disso, há sempre uma grande quantidade de pessoas aguardando atendimento.
Devido à grande demanda, além das vagas normais, a Emergência acaba recebendo pacientes também em macas, cadeiras de rodas e cadeiras comuns.
Mesmo estas “vagas extras” têm se encontrado permanentemente ocupadas. No momento, estão sendo usados, no limite máximo, todos os recursos materiais e humanos disponíveis, para atender a uma demanda que chega quase ao triplo da capacidade do setor.
Diante desse quadro, a istração do Hospital solicita a colaboração da população de Porto Alegre e da Região Metropolitana, no sentido de que, em casos mais simples, evite dirigir-se à instituição, procurando os pronto-atendimentos ou postos de saúde de suas cidades.
A Emergência não está fechada; no entanto, novos pacientes que chegam à instituição am por um controle de risco e, devido às dificuldades existentes, é dada prioridade aos casos mais graves, com risco de morte.
Banco de Cordão Umbilical e Placentário do Clínicas disponibiliza dados para registro nacional 2ph5j
Pacientes que precisam de transplante de células-tronco, como portadores de leucemia ou anemias graves, agora podem contar com um reforço no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre enviou no fim do mês de agosto os dados das primeiras bolsas armazenadas em seu Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, inaugurado no final de 2010, para a Rede BrasilCord, formada por 11 bancos públicos de sangue de cordão.
As bolsas de sangue de cordão armazenadas no hospital ficam disponíveis para ser encaminhadas a qualquer centro transplantador do país, quando houver compatibilidade com algum paciente que necessite transplante.
O banco do Clínicas é o primeiro da fase de expansão da rede a enviar os dados, que são disponibilizados no Registro Nacional de Sangue de Cordão Umbilical (Renacord).
Para a chefe da Unidade de Criobiologia do Banco de Cordão Umbilical e Placentário do Clínicas, Liane Röhsig, as vantagens da utilização do sangue de cordão umbilical e placentário na realização de transplantes “são a rapidez, pois não há necessidade de localizar o doador, e a compatibilidade, que é menos restritiva”.
As unidades de sangue de cordão umbilical e placentário do banco do HA são coletadas dos bebês e mães atendidos no Centro Obstétrico do hospital. Depois de coletado, o sangue é processado e armazenado em um sistema de nitrogênio líquido a -196º C, com capacidade inicial para 3.600 cordões.
Pesquisa do Clínicas repercute nos EUA 6t5p4c
O dia 4 de maio de 2011 vai entrar para a história da medicina no Rio Grande do Sul: pela primeira vez uma equipe de pesquisadores do Estado consegue publicar um trabalho científico no Journal of the American Medical Association, a mais importante publicação médica dos Estados Unidos.
A pesquisa dos gaúchos, sobre a eficácia dos exercícios físicos no tratamento da diabetes 2, mereceu ainda um editorial da mesma revista, dizendo que seus resultados podem influenciar até na política de saúde pública americana.
Segundo o editorial, os resultados do trabalho são tão significativos, que o governo americano deveria custear os gastos com a atividade física controlada, como parte do tratamento da doença.
Seis pesquisadores participaram do trabalho, que analisou mais de 4 mil estudos sobre os efeitos da atividade física regular no tratamento do portadores da chamada “diabates da maturidade”: Beatriz Schaan, Jorge Luiz Gross, Mirela Azevedo, Caroline Kramer, Daniel Umpierre e Jorge Pinto Ribeiro.
A principal constatação é de que a atividade física controlada e acompanhada de uma dieta pode dar os mesmos efeitos do remédio no controle da diabetes, sem os riscos dos efeitos colaterais associados aos medicamentos, como obesidade e hipoglicemia.
Com emergência superlotada, Clínicas faz triagem 2i463e
Cento e sessenta pacientes, em sua maioria doentes graves, sendo atendidos em um espaço que deveria abrigar apenas 49 pessoas.
É este quadro de superlotação que a Emergência de Adultos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HA) enfrentou na tarde desta segunda-feira, 28 de março.
Além de seus 49 leitos, a Emergência de Adultos normalmente recebe pacientes também em macas, cadeiras de rodas e cadeiras comuns.
Mesmo estas vagas extras têm se encontrado permanentemente ocupadas e, em situações como a atual, outras acomodações provisórias são instaladas em corredores e consultórios.
No momento, estão sendo usados, no limite máximo, todos os recursos materiais e humanos disponíveis, para atender a uma demanda três vezes superior à capacidade da Emergência.
Não há espaço para acomodação de mais pacientes e os que estão aguardando liberação de leito nas unidades de internação têm espera prolongada.
Diante desse quadro, a istração do Hospital solicita a colaboração da população de Porto Alegre e da Região Metropolitana, no sentido de que, em casos mais simples, evite dirigir-se à instituição, procurando os pronto-atendimentos ou postos de saúde de suas cidades.
A Emergência NÃO está fechada; no entanto, novos pacientes que chegam à instituição am por uma triagem e, devido às dificuldades existentes, é dada prioridade aos casos mais graves.
O QUE A EMERGÊNCIA ATENDE
Dor no peito / infarto.
Derrame cerebral.
Dor abdominal com febre.
Hemorragia digestiva.
Falta de ar aguda.
Neoplasias (pacientes com câncer atendidos no HA que sofrem intercorrências).
Perda de consciência.
Alteração de sinais vitais (pressão excessivamente alta ou baixa, batimentos cardíacos alterados…).
O QUE A EMERGÊNCIA NÃO ATENDE
Oftalmologia (problemas nos olhos).
Otorrinolaringologia (dor de ouvido, dor de garganta).
Psiquiatria (transtornos mentais, sofrimento psíquico, depressão, risco de suicídio, surtos).
Traumato-ortopedia (tiros e facadas, fraturas e entorses, acidentes de trânsito…).
Intoxicações (alcoolismo, drogadição, ingestão excessiva de medicamentos, consumo produtos de limpeza).
Picadas de animais peçonhentos.
Acidentes em geral.
Constipação.
Dor de dente.
Dores musculares.
Dores crônicas (aquela que a pessoa tem há mais de seis meses).
Gripe se resfriados sem complicações.
Além disto, na Emergência:
– não são aplicadas vacinas;
– não são fornecidos atestados ou receitas;
– não são marcadas consultas com especialistas a partir de encaminhamentos de postos de saúde;
– não é atendido o paciente que faltou a uma consulta no ambulatório do HA e quer suprir esta falta.
Metade das consultas do Clínicas são de pacientes do interior 4xg6d
Por Demétrio Rocha Pereira
No ano ado, mais da metade dos pacientes que aram pelo ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre vieram do interior e do anel metropolitano. Foram 248.220 consultas – um número que excede em quase dois mil a quantia referente aos atendimentos a porto-alegrenses. Esses índices vêm aumentando a cada ano pela prática da ambulancioterapia – termo criado para designar o transporte de pacientes do interior para os grandes centros.
O fenômeno não é exclusividade de um ou outro hospital. Em 2006, a Capital recebia, apenas do Vale do Taquari, cerca de 250 pacientes por dia, que eram distribuídos pelos diversos estabelecimentos hospitalares da cidade. Na época, críticas já apareciam, denunciando os gastos com ambulâncias, o transtorno para os pacientes e o abarrotamento dos hospitais. Sem frear ante as repreensões, a política das ambulâncias chega a 2009 fazendo parte da rotina de ainda mais pessoas.
Reclamações e dribles
Manhã no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Ambulâncias, vans, Kombis e microônibus se revezam na entrada principal, povoando os corredores externos do prédio com pessoas das mais diversas procedências. Esteio, Capivari do Sul, São Pedro da Serra, Camaquã. Dez minutos de observação é o bastante para que sejam catalogados os brasões de municípios gaúchos de todos os cantos, gravados na lataria dos automóveis. É a ambulancioterapia acontecendo.
Mara Regina, 41 anos, e o filho, Henrique dos Santos Machado, 20 anos, contemplam o pátio ensolarado à frente da entrada do ambulatório. Uma vez por mês, eles saem cedo de Capão da Canoa, rumo à Capital. Chegaram às 6h30min, serão atendidos às 13h e voltarão às 21h, com uma consulta devidamente marcada para o próximo mês.
Toda essa espera é o tempo necessário para que todos os ageiros da van da Prefeitura de Capão da Canoa sejam atendidos nos seus respectivos hospitais e horários. O veículo chega antes do primeiro compromisso médico e só regressa ao município de origem após o último paciente ter sido liberado. “Não pode ir embora enquanto tiver alguém faltando”, explica Mara.
É diferente com quem vem na van de Parobé. De acordo com três parobenses que aguardavam a hora de entrar no ambulatório, o carro segue seu rumo se o ageiro não estiver esperando para ir embora na entrada do hospital. Os veículos saem do município três vezes por semana e voltam menos cheios se alguma visita ao médico se estender mais do que devia.
Não é a única reclamação. Acompanhando a esposa, um morador da cidade afirma que Parobé tem carência de médicos qualificados: “A nossa sorte é conhecermos pessoas na Secretaria de Saúde”. O contato garante que a esposa seja favorecida na marcação de consultas e atendida mais rapidamente, um raro drible na costumeira demora que o processo costuma impor aos pacientes do SUS.
Cotas divididas entre os municípios estabelecem um limite mensal de marcações. Para se esquivar do processo, uma das estratégias é ir diretamente a um posto de saúde da capital e apresentar um endereço de Porto Alegre – geralmente o de parentes ou demais conhecidos. Evidentemente, essa prática contempla tanto a quem necessita de tratamento especializado quanto a quem, simplesmente, prefere consultar com os médicos da capital.
Diante disso, não é de se irar que o número consultas de pessoas vindas de outras cidades do estado ultrae o previsto pela Central de Marcações da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre. Em 2008, a Central disponibilizou três milhões de consultas, dentre as quais 15% (450 mil) foram destinados a vagas do interior – o ambulatório do Clínicas, sozinho, absorveu quase a metade desse número.
“Aqui é bom”
Na mesma proporção que surgem as críticas aos sistemas de saúde de suas respectivas cidades, na fala dos entrevistados aparecem os elogios ao atendimento dos hospitais porto-alegrenses. Perguntada sobre a situação da saúde em Capão da Canoa, Mara Regina ri: “Lá, só se for pra tratar dor de barriga. Aqui é bom”.
Quem tem ainda menos a reclamar são os enfermos de Erechim, único município gaúcho que conta com um albergue particular dentro de Porto Alegre. Estabelecimentos como esse abrigam doentes, idosos, marginalizados e viajantes em busca de estadia barata na capital gaúcha. Mas, diferente dos demais albergues da cidade – muitos patrocinados por deputados –, o de Erechim hospeda apenas moradores da “Capital da Amizade”, que chegam semanalmente a Porto Alegre.
A vantagem também vem a calhar para motoristas como Rogério Moresco, de 32 anos: “Para nós é bom. O trajeto se resume ao transporte entre o albergue e os hospitais”. O motorista se prepara para sair. O paciente já voltou, ocupou o primeiro assento atrás de Moresco e agora espera a arrancada do automóvel. Certamente, o eio será mais curto do que os 362 km que teve de vencer de Erechim até aqui.
Tânia Gross, de 36 anos, viajou menos. Foram pouco mais de 100 km de Marques de Souza – da microrregião de Lajeado e Estrela – até Porto Alegre. A van, cheia, trouxe o filho de Tânia, que dorme no colo da mãe, em um dos bancos do pátio do HA. O menino estava em um ônibus que bateu. Veio conferir se está tudo em ordem. Percebendo uma presença estranha, ele levanta e olha para os lados, curioso, só para se certificar de que já pode deitar de novo. Parece bem.
Perto dali, encostado em um pilar, está Sadi Santos Souza, completando os seus 53 anos de vida. Morador de Glorinha, Sadi tem vindo há “uns três ou quatro anos” ao HA para tratar de um câncer na garganta. A luta contra a doença é algo que o desgaste da aparência não deixa duvidar. Dessa vez, ele não veio com a ambulância municipal: “Hoje vim de ônibus. A consulta é só às 12h30min, e a ambulância sai de lá às seis e meia, sete horas da manhã”, justifica. E acrescenta: “O carro sai todo dia de lá, quase sempre cheio”.
Antes de precisar cuidar da garganta, Sadi ou por uma cirurgia no fígado, também no Hospital de Clínicas. A cicatriz herdada da operação é uma marca que ele não faz cerimônia para mostrar ali mesmo, no lugar de onde observa ir ando aos poucos o aniversário que não pretende comemorar: “Não tem como. O dinheiro vai todo para os remédios”.
Ambulâncias enfileiradas fazem parte do cotidiano da Sarmento Leite. No trecho em que a rua a ao lado da Santa Casa e se encontra com a Avenida Independência, veículos estacionam diariamente. Caminhando pela calçada, é possível perceber motoristas que dormem à espera dos ageiros e ageiros que se esticam sobre leitos de ambulância à espera do atendimento.
Entre os condutores que ali se encontram, estão Ricardo Barbosa, 36 anos, e William Renato, 35 anos. Ambos vieram de Santa Catarina, e conversam à frente da Sprinter da Prefeitura de Balneário Camboriu, dirigida por Ricardo. Ele trouxe um menino que realizou um transplante de fígado na Santa Casa, e agora precisa de acompanhamento médico. Segundo o motorista, as secretarias de saúde de seu estado costumam enviar para Porto Alegre apenas os casos mais graves. “São situações em que ficamos mais tensos. Além da distância, tem a urgência para o atendimento”, observa.
Mas há casos que escapam à regra. William comenta que é comum a vinda de pessoas que se mudaram para Santa Catarina, mas que desejam continuar consultando com os mesmos médicos que visitavam quando moravam no Rio Grande do Sul. A conversa é interrompida pelo forte ruído do motor de um ônibus da Prefeitura de Camaquã. Perto, na entrada do Hospital Santa Clara, uma família de Novo Hamburgo, que veio de carro, se impressiona com a quantidade de camionetes e minivans que vão deixando à porta do prédio os seus ageiros.
Emergências
O Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre não está na rota da balbúrdia das ambulâncias. A atuação do HPS está focada nos casos emergenciais. Em 2008, dos mais de 190 mil atendimentos do HPS, pouco mais de 22 mil foi a porção correspondente aos pacientes de fora da cidade. No mesmo ano, a Emergência do HA registrou mais de 55 mil atendimentos, dentre os quais cerca de um terço é a fração referente a pacientes do interior e da região metropolitana – uma parcela consideravelmente menor do que a observada nas estatísticas ambulatoriais.
Mas a maior emergência parece ser outra. Segundo uma pesquisa realizada em 2006, a ambulancioterapia sugaria aproximadamente R$ 130 mil mensais dos cofres públicos dos municípios do Vale do Taquari. Algumas secretarias de saúde da região têm estudado medidas para evitar a ambulancioterapia, como a consolidação de convênios com hospitais e clínicas da região. Até mesmo o pagamento de atendimentos particulares para os pacientes parece ser preferível ao transtorno das ambulâncias. Tudo para que essas populações possam também dizer: “aqui é bom”.
Emergência do Hospital de Clínicas fecha por 9 dias 4n6a18
A Emergência Pediátrica do Hospital de Clínicas vai ganhar uma nova área, sendo retirada do local onde funcionava até então – junto à Emergência de Adultos –, para oferecer mais privacidade e tranqüilidade a crianças de até 14 anos de idade. O serviço vai permanecer com oito leitos, mas a área aprimorada possibilitará reorganização do fluxo de atendimento, desde a triagem até a internação. Além disso, está sendo organizada uma nova equipe de enfermagem exclusiva para o acompanhamento dos pacientes pediátricos. Com a mudança, a ala de adultos também será beneficiada, ganhando mais espaço para melhorar a acomodação de pacientes e a circulação de profissionais na Sala de Procedimentos (onde são atendidos os casos de resolução mais simples e rápida) e da Unidade Vascular (dedicada a pacientes com problemas cardiovasculares). Além disto, serão instalados, no local, mais quatro sanitários e chuveiros para utilização pelos pacientes.
A implantação da nova Emergência Pediátrica está em fase de finalização, para receber os pacientes em breve. Com a transferência, as obras para realização das melhorias na ala de adultos começarão imediatamente. O Clínicas vai aproveitar para, ao mesmo tempo, realizar a limpeza periódica dos dutos de ar-condicionado, exigência da Portaria 3.523 do Ministério da Saúde para garantir a segurança das condições ambientais da Emergência. Como este conjunto de atividades vai gerar poluição sonora e ambiental e exigir o total desligamento do sistema de ar condicionado, nenhum paciente poderá permanecer no local durante os dez dias previstos para a realização dos trabalhos.
Por isto, a Emergência do Hospital de Clínicas estará fechada de 29 de setembro, segunda-feira, a 8 de outubro, quarta-feira. Os pacientes que se encontram atualmente em atendimento começam a ser transferidos, esta semana, para unidades de internação do próprio Clínicas e a leitos do Centro de Tratamento Intensivo da instituição destinados a atendimentos de urgência. No período da obra, não haverá novos atendimentos na Emergência, nem mesmo as consultas de pronto atendimento oferecidas pelo setor. Apenas os pacientes que chegarem em situação de emergência serão atendidos no box de urgência e encaminhados para o Centro de Tratamento Intensivo ou unidades de internação.