Desde o dia 3 de agosto, um perito nomeado pela Justiça controla as contas da Já Porto Alegre Editores, empresa que edita o jornal JÁ há 24 anos na capital gaúcha. O objetivo é bloquear 20% da receita bruta da empresa para garantir o pagamento de uma indenização de R$ 54 mil à viúva Julieta Diniz Vargas Rigotto, mãe do ex-governador Germano Rigotto. O jornal foi condenado em uma ação por “dano moral” movida em 2001, quando publicou uma reportagem sobre os fatos que culminaram com a morte de Lindomar Rigotto, irmão do ex-governador. Lindomar, aos 47 anos, foi assassinado em Capão da Canoa, no litoral gaúcho, em fevereiro de 1999. A reportagem, premiada pela Associação Riograndense de Imprensa naquele ano, foi alvo de duas ações da viúva Rigotto: uma contra o autor, Elmar Bones, por calúnia, difamação e injúria à memória dos mortos; outra contra a editora do jornal, indenizatória, por dano moral. A primeira teve sentença da juíza da 9ª. Vara Criminal, Isabel de Borba Lucas, que absolveu o jornalista de todas as acusações, em setembro de 2002. “A meu sentir não se afastou da linha narrativa e teve por finalidade o interesse público, não agindo com dolo, a intenção de ofender à honra do falecido Lindomar Vargas Rigotto”, registrou a juíza. E completou: “Em nenhum momento o autor tem por intenção ofender o falecido Lindomar Rigotto. Os fatos constantes da matéria não se configuram calúnia, difamação ou injúria, porque o autor somente narra situações com base em documentos e depoimentos”. Duas tentativas de reformar a sentença foram feitas junto ao Tribunal de Justiça, que negou provimento aos recursos. “Na reportagem incriminada, há pouca opinião e muita narrativa e informação, inexistindo qualquer palavra, expressão, frase ou mesmo insinuação de conteúdo ofensivo à honra do falecido”, disse o Procurador Ubaldo Alexandre Licks Flores em seu parecer ao Tribunal de Justiça. Três desembargadores – Aramis Nassif, Luís Gonzaga da Silva Moura e Amilton Bueno de Carvalho – ratificaram absolvição do jornalista. “Impossível retirar da inicial os elementos constitutivos da imputação contra a honra alegada pela querelante, como a imputação de fato determinado e ofensivo à sua reputação que não fosse de conhecimento e interesses públicos…”, escreveu o relator Aramis Nassif. A segunda ação, exigindo indenização por dano moral, embora tivesse como alvo a mesma reportagem, teve decisão contrária. Em primeira instância, a editora foi absolvida. Mas a decisão foi revertida no Tribunal e o resultado final foi a condenação da empresa. Sem condições de arcar com a indenização, a editora ofereceu seu estoque de livros à penhora, o que não foi aceito. O juiz decretou então o bloqueio parcial da receita como maneira de garantir o pagamento. O valor da indenização, inicialmente R$ 17 mil reais, hoje alcança R$ 54 mil reais. A Já Editores ainda mantém uma ação rescisória, que anularia todo o processo, aguardando decisão no STF. Enquanto isso terá que cumprir a determinação judicial. 3z101w
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ARI e Sindicado condenam agressões a jornalistas 6lw6l
NOTA OFICIAL
A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) repudiam a atitude da Brigada Militar no trato com a Imprensa. Várias equipes de reportagens tiveram seu trabalho cerceado na manhã dessa quinta-feira, durante o episódio ocorrido em frente ao número 806, da Rua Araruama, Vila Jardim, residência da governadora Yeda Crusius. No entendimento destas entidades, a ação dos policiais que retiraram e isolaram os profissionais durante o manifesto promovido pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul nos remete aos anos de chumbo, quando jornalistas eram proibidos de exercerem seu trabalho.
Entendemos que vivemos em um estado democrático de direito e que nenhuma autoridade pode tentar calar a imprensa. Lembramos ainda que episódios como este tem se tornado rotineiro no Estado, em especial na cobertura dos movimentos sociais. O Sindicato e a ARI esclarecem ainda que muitos profissionais, apesar de não estarem vinculados aos veículos da grande mídia, integram a categoria profissional e também não podem ser impedidos de exercerem suas atividades, seja como free-lance, ou assessor de imprensa.
Este tipo de ocorrência fere a todos os profissionais em exercício no Rio Grande do Sul, pois tem o objetivo de cercear a liberdade de informar. As entidades cobram providências do Comando da Brigada Militar para que não se repitam mais atos como esse contra profissionais que estão a serviço da sociedade e da qualidade de informação. Num momento em que se debate a liberdade de expressão, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndende de Imprensa querem que os jornalistas tenham o direito da liberdade profissional.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS
Associação Riograndense de Imprensa
Levy diz que não retoma Gazeta Mercantil 244f3p
“A Gazeta Mercantil vai ser retomada pelo empresário Luiz Fernando Levy”. Essa é a manchete que circula nos bastidores da imprensa em São Paulo há dois dias, sem confirmação.
Nelson Tanure, atual proprietário, que há cinco anos comprou o jornal de Levy, enfrenta dificuldades no projeto e quer devolvê-lo, segundo essas versões. Há até uma data para a mudança: 1º. de junho.
Nós conversamos com Levy, por telefone, sexta-feira à noite. Eis um resumo do que ele disse:
“Infelizmente está acontecendo, mas é bem complicado. O Tanure quer devolver, mas é uma coisa unilateral, por enquanto. No fundo a gente não desliga da Gazeta, mas pra mim é definitivo: a hipótese da minha participação não existe. É uma decisão pessoal, familiar. Não vou ter ações de uma empresa de comunicação!”
Prossegue Levy:
“Algum tipo de solução vai ter que ter. Nada comigo. Evidentemente há esse espírito de renascer, eu estou disposto a contribuir. Mas tem que ver o que vai ser, não pode ser pior do que já foi. Minha participação? Pode ser num conselho editorial, num projeto sério. Mas sem envolvimento financeiro”.
Acompanhe nosso noticiário sobre o assunto.
Hipólito da Costa recebia subsídio do rei de Portugal 3tcr
O advogado e diplomata Hipólito José da Costa, festejado como o pioneiro da imprensa brasileira por ter mantido em circulação entre 1808 e 1822 o jornal Correio Braziliense, impresso em Londres, manteve com o rei D. João VI um acordo pelo qual amaciava as críticas a Portugal em troca de um subsídio financeiro.
Formado em Coimbra em 1798 e preso em Lisboa em 1803 por ser maçom, Hipólito refugiou-se na Inglaterra onde, para manter seu jornal circulando, deu aulas e fez traduções antes de inaugurar o popular jabaculê, a graxa, o chuncho – práticas que definem a promiscuidade entre a imprensa e o poder.
A revelação está na página 136 do livro 1808, de Laurentino Gomes, premiado com o Jabuti como o melhor livro-reportagem de 2008. A fonte de Gomes é o historiador americano Roderick J. Barman, que estudou as origens do nacionalismo brasileiro. Pelo acordo, a partir de 1812, Hipólito recebia uma pensão anual do monarca português instalado no Rio de Janeiro. O acerto foi intermediado pelo embaixador português em Londres, Domingos de Sousa Coutinho, irmão do ministro da Fazenda, Rodrigo de Sousa Coutinho, Conde de Linhares.
Quando o Correio parou de circular, Hipólito ou a trabalhar para o governo brasileiro em Londres, mas pouco aproveitou a sinecura, pois morreu em 1823, aos 49 anos. Nascido em Colônia do Sacramento (desde 1777 pertencente ao Uruguai), viveu em Rio Grande e no Rio de Janeiro, estudou em Portugal e viajou em missões oficiais aos Estados Unidos e à Inglaterra. O pai dele era alferes e seu nome completo era Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça.
Informação de baixa qualidade também intoxica 644n2g
Talvez nunca como agora tenhamos precisado tanto de uma imprensa lúcida e capaz de nos dizer o que está realmente acontecendo.
Talvez nunca como agora temos uma imprensa caolha, que não consegue discernir mais do que sombras e fatos embaralhados.
Basta acompanhar o noticiário ralo e repetitivo para perceber que a dita imprensa está mesmo é preocupada em não desagradar os seus anunciantes. Para o distinto público leitor algum afago e muito marquetchin!.
Na hora do vamos ver, ou seja de relatar o que acontece, não tem ninguém em casa. Não estou me referindo a denúncias, a escândalos sobre falcatruas isoladas que toda hora espoucam por aí. Isso é a isca que o ladrão joga para enganar o cão de guarda.
Falo da cobertura cotidiana, dos fatos e dos processos que conformam a realidade social – as decisões nas empresas, nos parlamentos, na burocracia, nos negócios, no governo, nas entidades de classe, nas associações de bairro.
Aí, a profundidade é tal que uma formiguinha atravessa com a água pela canela, como dizia Nelson Rodrigues. O noticiário em mosaico, cada vez mais sucinto e impreciso, é servido de modo a nos deixar a sensação de uma realidade caótica, incompreensível, que é para nos convencer a desistir de pensar. Tem é que fazer tudo o que seu mestre mandar.
Claro que não há uma mente maligna maquinando isso. Há um processo feito de omissões e conveniências, cujo resultado, entre outros, são redações obedientes e burocráticas, em que a falta de criatividade se confirma pelas exceções.
Nem toda a mídia é ruim, nem tudo na mídia é ruim. Mas essa sensação que ela pretende ar, de que dá conta de tudo, é falsa. Não temos informações em excesso, como parece. Temos falta, “carência alimentar”, de informação qualificada, que escape ao mexerico diversionista. É uma informação em escala industrial, homogeneizada, manipulada, que entoxica.
É como se tivéssemos que comer hamburguer todo o dia.
Jornal Agora confirma negociações com RBS t1i5e
O jornal Agora, de Rio Grande, publicou na capa da edição de ontem uma longa nota da direção tentando desmentir a notícia veiculada no jornal JÁ sobre a venda do diário de 33 anos para o grupo RBS.
Embora afirme que “tudo isso não a de pura especulação” a nota acaba confirmando as negociações ao relatar uma visita do diretor de Operações da RBS, Christiano Nygaard, na semana ada.
A visita de Nygaard foi precedida de um contato do gerente da RBS em Rio Grande, “em nome da direção maior” que manifestou interesse “em visitar nossas instalações e conversar sobre a possibilidade de alguma parceria”.
Com o diretor geral, segundo a nota, foram tratados “assuntos relativos às expectativas do mercado informativo e publicitário de Rio Grande” e “foi notado o interesse de uma futura conversa sobre uma parceria ou mesmo aquisição do periódico, o que nos encheu de satisfação pelo reconhecimento do trabalho aqui efetuado”.
Obviamente, o “interesse em visitar as instalações” e a “conversa sobre parceria” são eufemismos. Informações colhidas junto a fontes não oficiais, indicam que o Agora é o próximo alvo da RBS, na sua política de criar uma rede de jornais regionais, e que o negócio já está dimensionado.
O interesse decorre das mudanças econômicas que estão começando na Zona Sul, com os empreendimentos em silvicultura, a retomada da exploração do carvão e, principalmente, os pesados investimentos do governo federal e de empresas privadas em torno do porto de Rio Grande.
O que não se confirma até o momento é a conclusão e o valor do negócio. De acordo com nossas fontes, seriam R$ 6 milhões.
Segundo o site Coletiva, a RBS está negociando também a aquisição do Diário de Manhã, de Criciúma, com o qual completará a sua presença nos principais pólos econômicos de Santa Catarina, uma vez que já tem o principal jornal em Florianópolis, Blumenau e ville.
O Editor sem Rosto 5rg6n
Autor: Elmar Bones
“Rossetti – escreveu Garibaldi em suas Memórias – era o mais italiano de todos italianos, isto é, o mais generoso e pródigo dos homens e com tais vícios não se faz fortuna, antes caminha-se para a ruína. Foi o que aconteceu com Rossetti.”
2ª ed., 2005, 104 páginas, 14 x 21 cm, 166 gr
ISBN 85-87270-14-1
R$ 20,00
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Manchetes que não Foram Escritas 6d6d5q
Autor: P.C. de Lester
A coluna Manchetes que não foram escritas, publicada pelo jornal JÁ, tem registrado pequenos exemplos que retratam o todo da grande crise pela qual a a imprensa brasileira, em especial os jornais. Este livro reúne alguns dos textos que revelam o universo da grande mídia, os interesses e os critérios (ou a falta deles) que determinam o que é ou não notícia e como ela será reportada ao público leitor.
2004, 112 páginas, 14 X 21 cm, 188 gr
ISBN 85-87270-04-4
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Golpe Mata Jornal 185z3y
Autor: Jefferson Barros
O que última hora introduziu de novo foi oc aráter popular de seu alinhamento político, que definia seu estilo editorial na escolha e no tratamento dos assuntos reportados. Esta era a grande novidade, que só encontrou sua perfeião estilística e seu público real (socialmente real) na Legalidade.
1999, 160 páginas
14 x 21 cm, 236 gr
ISBN:85-87270-01-x
R$ 20,00
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E nas boas livrarias!