Gabriel Sobé Quando a I dos Presídios vistoriou o presídio Central de Porto Alegre, eleito o pior do Brasil, o fotógrafo Luiz Alves acompanhou a visita. Em 49 anos de vida e 22 anos de fotografia “nada havia chocado tanto”. Ele selecionou algumas fotos especialmente para o Jornal JÁ. Luiz Alves diz que mudou sua maneira de ver a questão dos presidiários. “Pensava: o cara ta preso tem mais é que se lascar”. Hoje pensa diferente. Viu que jovens que cometeram pequenos delitos são jogados no meio de criminosos irrecuperáveis ou ficam na mão das gangues. “Um quilo de feijão lá é dez reais” -“Essas coisas levam o presidiário a sair mais revoltado lá de dentro”. -“Essas pessoas não pensam em se reabilitar por lá, pois não tem tempo. A grande preocupação deles lá é sobreviver” conta. “Se houvesse uma preocupação com o que acontece lá dentro isso não aconteceria. Quem manda lá são as facções, e não os guardas”. “Um presidiário custa ao cofre do governo cerca de 1.500 reais, e o trabalhador, o guarda da prisão recebe míseros 600 reais em alguns estados. Se for assim, esta situação nunca vai mudar”. “Alguns deles vêem estas produções dos americanos, com celas limpinhas e os bandidos mandando e sendo os maiorais, e quando chegam nas cadeias nacionais, a realidade é bem diferente”. Um quilo de feijão ou arroz, chega a custar três vezes o que custaria no comércio fora da cadeia. ão de comida sendo preparada para os presos. Junto com as roupas que secam no varal, os presos se aglomeram nas janelas. (Fotos: Luiz Alves- SEFOT/CD) 6r401s