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Agricultura quer decisão sobre plantios florestais 2t3o24
Chegaram à imprensa as pretensões do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, de levar para sua pasta as decisões sobre setor de florestas plantadas, que hoje competem ao Ministério do Meio Ambiente.
Rossi ainda não levou a questão à presidenta Dilma Rousseff, segundo o jornal Valor Econômico.
Ele não é o primeiro a querer essa mudança.
A disputa pelas florestas plantadas se explica pelo volume de investimentos, nacionais e estrangeiros – mais de R$ 14 bilhões para plantio de florestas e aquisição de terras até 2014.
Pesam, também, as discussões ambientais, sobretudo as questões vinculadas à reforma do Código Florestal Brasileiro.
O ministro argumenta que a transferência de ministério “reduziria as amarras burocráticas e daria mais visibilidade ao setor”.
E tem todo o apoio da Associação Brasileira das Empresas Florestais (Abraf), que inclui Votorantim, Gerdau, Veracel, Ripasa, Suzano, Duratex, Acesita, Stora Enso e Klabin, etc.
Hoje, segundo a Abraf, são necessárias 32 licenças e registros diferentes do plantio ao corte das árvores.
O setor diz que o Meio Ambiente tem excessivo enfoque na preservação da Amazônia. “Mais vibração e menos cobranças do governo”, é o que reclama o diretor-executivo da Abraf, César Augusto dos Reis.( com Ambienteja)
Nova onda em Capão e adjacências 2hq32
(Geraldo Hasse) A classe média alta fecha-se em condomínios murados no litoral norte. Quem trafega pela Estrada do Mar na região de Capão da Canoa e Xangri-La, encontra na paisagem notórios sinais de identificação ideológica com ricos balneários custeados por dólares (nos EUA) e petrodólares (Abu Dhabi). São condomínios murados com casas prontas ou em construção no estilo de Jurerê Internacional (norte de Florianópolis), que buscou inspiração em Beverly Hills (California) e Miami (Florida).
São mansões sem muros nem grades nas quais é moda, quase regra, o paisagismo com palmáceas. Quem não encontra tamareira, planta butiazeiro nativo. Quem não tem para o butiá, vai de coqueiro gerivá. O culto à flora exótica é atestado pelo plantio sistemático do pinus norte-americano na restinga e até no meio das dunas. O pinus substituiu as casuarinas australianas, usadas antigamente na arborização urbana.
Apenas em Capão da Canoa e Xangri-Lá, balneários que se situam no miolo mais concorrido do litoral norte do Rio Grande do Sul, existem 25 condomínios fechados. Alguns se situam na beira do mar, mas a maioria fica em áreas de restinga ou junto a lagoas de pequeno ou médio porte. Em Tramandaí há um condomínio gigantesco junto à Lagoa da Custódia cujo diferencial é uma rica mata nativa.
Em nenhum desses empreendimentos os terrenos custam menos de R$ 80 mil. No Enseada de Xangri-Lá, dois lotes totalizando 1150 metros quadrados estão em oferta por R$ 750 mil. As casas, com um padrão médio de quatro quartos, são oferecidas por valores de R$ 800 mil a R$ 2,5 milhões.
Em todos os condomínios há portões com guardas armados, piscinas, sauna, canchas de tênis e outras novidades, muitas delas anunciadas em jargão originário da Flórida. Yes, aqui churrasqueira também é conhecida por gourmeteira. E mais, os condôminos podem desfrutar de service pay per use, jogar paddle, dispor de lan house com garage band, além de contar com espaço-kid junto ao play ground. Claro que todos têm fitness center et le scambeau. Um dos condomínios oferece um bosque de seis hectares onde existe um caminhódromo de dois mil metros. Outro tem um campo de golfe. Dois ou três têm marinas. Há um clima de Abu Dhabi por ali.
Em Capão da Canoa, junto a um dos principais condomínios construídos nos últimos anos, desenvolveu-se um ajuntamento de moradias populares no lado continental da Estrada do Mar. Essa rodovia, construída em 1989/90 sem licenciamento ambiental, foi o estopim da devastação da restinga do litoral norte do Rio Grande do Sul.
Depois de andar por ali em maio de 2006 com alunos da Biologia da UFRGS, o professor Paulo Brack encaminhou uma carta-denúncia ao Ministério Público Estadual.
Em quatro páginas ele relatou diversas infrações ambientais como o arrancamento de figueiras (árvore imune ao corte por lei estadual de 1992), a construção de aterros e o desmanche da paisagem. Brack não é o único biólogo preocupado com a destruição da biodiversidade nos raros ecossistemas da costa Sul.
Há anos o biólogo Marcelo Duarte Freire, especialista em anfíbios, procura vestígios do sapo flamenguinho (Melanophryniscus dorsalis), cujo apelido vem de suas listras rubro-negras. O pequeno sapo tem apenas dois centímetros de comprimento e é considerado ameaçado de extinção desde 1933, quando foi descrito por Mertens, que o encontrou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Atualmente só se vê o flamenguinho em fotos de compêndios de biologia. Junto com outras espécies animais e vegetais, o sapinho rubro-negro é vítima da ocupação indiscriminada do litoral sulino. Outro alvo da preocupação dos biólogos é o tuco-tuco, que vive nas dunas, mas não há um levantamento sistemático dos danos ambientais praticados pela população humana no litoral.
Lenta nas primeiras décadas do século XX, a corrida imobiliária para as praias intensificou-se com a abertura de estradas, especialmente a BR-101, depois da II Guerra Mundial. Se antes o maior sonho era ter uma casa de frente para o mar – em consequência disso, praias como Capão da Canoa estão pontilhadas de edifícios –, agora o processo de ocupação se desloca para áreas interiores de campos, banhados, dunas e lagoas, até há pouco tempo desprezadas até por seus proprietários originais, herdeiros de sesmarias coloniais.
Num olhar de fora, é difícil compreender por que tanta gente investe na mudança da paisagem e na construção de novas formas de habitação, mas é evidente a preocupação dos construtores em oferecer conforto, segurança e privacidade aos novos proprietários dessas áreas emergentes e praticamente inabitadas. Aparentemente, a maioria não foi construída para morar, mas como investimento.
NA OUTRA MARGEM DO GUAÍBA… 85m1m
O engenheiro Hermes Vargas postou em seu blog http://hidroviasinteriores.blog spot.com/ informações sobre o projeto “Ponta da Figueira Marina”, do consórcio Merlick-Sens, nas margens do Guaiba no Saco de Santa Cruz. São informações importantes, que não estão disponíveis na mídia convencional.
”O projeto de empreendimento imobiliário da Melnick/Sens está localizado no município de Eldorado do Sul, na Estrada do Conde, e visa a implantação de um condomínio de luxo numa área de 73,83 hectares nas margens do Rio Guaíba (Saco de Santa Cruz). Além da abertura das margens, com desvio das águas do Rio Guaíba para o interior do condomínio, onde serão abertos diversos canais artificiais, o empreendimento implica a abertura de um extenso canal de navegação privado no Saco de Santa Cruz”.
Campanha na internet pode mudar projeto da Fase 4g44u
Foi adiada para a sexta-feira, 16 de abril, a votação do projeto de descentralização dos serviços da Fase (Fundação de Atendimento Socio-educativo) na Comissão de Constituição e Justiça, da Assembléia.
O projeto, que já tem parecer favorável do relator, seria votado na manhã desta terça, 6, mas um dos integrantes da comissão, Ciro Simoni (PDT), pediu vistas ao processo.
O projeto, oriundo da Secretaria de Justiça, prevê a construção de nove unidades menores em diferentes pontos da região metropolitana, para descentralizar o atendimento hoje centralizado na avenida Padre Cacique, onde a Fase mantém cerca de quinhentos menores infratores.
A polêmica em torno do projeto vem crescendo porque o caminho proposto pelo governo para construir as nove unidades descentralizadas prevê uma permuta pelo terreno onde hoje está a Fase.
É um terreno de quase 74 hectares, numa das zonas mais nobres da capital, na Orla do Guaiba, parcialmente coberto por mata nativa.
Pelo projeto, o terreno seria, mediante licitação, transferido para uma empresa privada, que se encarregaria, em troca, de construir as nove unidades.
Denúncias na internet começaram a se avolumar no início de março, quando surgiu a informação de que o governo do Estado proibira a divulgação de um estudo da Fundação Zoobotânica, com um inventário ambiental da área.
“O terreno conta com diversas espécies protegidas, tem nascentes, é um verdadeiro patrimônio ambiental, que o governo vem sumariamente proibindo os funcionários de divulgar”, escreveu em seu blog a jornalista Cris Rodrigues.
“Há que se considerar que é a área mais procurada em POA pelos empreendimentos imobiliários atualmente. Fica na rota da Copa do Mundo de 2014, na frente do Beira-Rio, no caminho pra Zona Sul, perto do BarraShoppingSul, de frente para o Guaíba. É difícil encontrar características mais cobiçadas em um terreno”, diz a jornalista.
A partir daí a campanha envolveu associações comunitárias e entidades ambientalistas. Constatou-se inclusive que o índice construtivo naquela região ou de 1,0 para 1,9, na recente reforma do Plano Diretor, o que permite praticamente dobrar o volume a ser construído no terreno em questão.
Esta semana, o material que circula na internet chegou ao Palácio Piratini.
Entre as denúncias está a de que a principal candidata ao terreno é a empresa Maiojama, dos controladores da RBS, que já contaria com a boa vontade do governo.
Na edição desta terça-feira, o jornal Zero Hora, que tem defendido o projeto, registrou que a “Nova Fase é alvo de desconfiança”. A matéria cita um manifesto “de entidades” com s entregue aos deputados.
No início da tarde, uma extensa matéria na edição on line de ZH (reproduzida na edição impressa do dia seguinte) apresentava entrevistas com diversos “especialistas” defendendo o projeto e pedindo urgência na sua aprovação.
Depois de ar pela Comissão de Constituição e Justiça, o projeto poderá ter seu mérito discutido em outras comissões ou ir para votação em plenário. Até agora não surgiu questionamento à descentralização dos serviços da Fase. As críticas todas se referem à permuta do terreno.
Campanha reduz uso do saco plástico em supermercado d5x5i
O Walmart Brasil lançou nesta quinta, 12, o programa “Cliente Consciente Merece Desconto” em São Paulo.
O programa começa em 3 lojas ( Osasco, Tamboré e Morumbi), como um projeto-piloto. Em 60 dias atinge todas as unidades do Walmart no país 60 dias.
A Walmart tem hoje 436 lojas em 18 estados brasileiros, além do Distrito Federal.
O “Cliente Consciente Merece Desconto” já funciona nas lojas do Nordeste e Sul do País.
Pioneiro no País, o programa devolve ao consumidor o valor de custo da sacola não utilizada na compra.
Lançado há pouco mais de um ano em Salvador e Recife e funcionando hoje nas mais de 300 lojas das regiões Nordeste e Sul, o programa já evitou que 16,6 milhões de sacolas plásticas fossem parar no meio ambiente e concedeu R$498.000,00 em descontos para os clientes das lojas.
Além do desconto, também em 2 meses todas as lojas terão um caixa preferencial para quem não usa os sacos plásticos.
O caixa, que já existe na loja ecoeficiente do Morumbi, em São Paulo, é mais um incentivo para que os consumidores se engajem nas causas de preservação ambiental.
“Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos até agora. Junto a outras iniciativas, como a nossa sacola retornável e o apoio à campanha Saco é um Saco, já reduzimos o uso de sacolas em nossas lojas em 10% desde 2007, que representa 138,9 milhões de sacolinhas a menos no meio ambiente” diz Marcos Ambrosano, vice-presidente executivo do Walmart Brasil.
O projeto de sacolas visa dar um incentivo concreto para engajar os consumidores na causa do consumo consciente e do meio ambiente.
“Resolvemos dar um o além da conscientização, buscando acelerar essa mudança de hábito e a redução do uso da sacola plástica”, completa Ambrosano.
O desconto será calculado diretamente nos caixas das lojas.
Será dado R$ 0,03 de desconto por cada sacola plástica não utilizada (valor que corresponde ao custo unitário de cada sacola) ou cinco itens adquiridos (quantidade média de produtos embalados em uma sacola, segundo estudo do Instituto Akatu).
Ou seja: numa compra de 200 itens, o cliente ganhará R$ 1,20. E caso o cliente leve para casa menos de cinco itens, também recebe o desconto referente a uma sacola.
Para ganhar o desconto, o cliente pode utilizar qualquer tipo de sacola retornável (tecido, lona, papelão ou plástico durável), caixa de papelão ou carrinho de feira.
Caso não tenha nenhum desses produtos, o consumidor poderá adquirir sacolas retornáveis nas lojas. Feitas em algodão cru, elas am até 35 quilos e custam R$ 2,50, um dos menores preços do mercado. (Assessoria de imprensa)
Otimismo retorna ao setor florestal 355r53
Uma sequência de fatos que tem continuidade nos próximos dias sinaliza para uma rápida recuperação do dito setor florestal – que abrange desde o plantio de árvores até a fabricação de papel, ando pela indústria de móveis, etc.
Este ramo foi, na sua ponta industrial, um dos mais atingidos pela quebra financeira internacional, que derrubou o consumo e os preços, inviabilizando muitos novos projetos que se embalavam na euforia pré-crise
No Brasil houve consequências mais graves, decorrentes de aplicações de risco. A crise dos derivativos levou de roldão a maior empresa brasileira – a Aracruz – e deixou avariada a outra gigante nacional a V, do grupo Votorantim.
No Rio Grande do Sul, onde três projetos constavam desde 2004 na lista dos maiores investimentos projetados para o Estado, foi um susto.
A Aracruz suspendeu a expansão da fábrica em Guaiba, onde pretendia quadruplicar a produção de celulose. A V também colocou em fogo brando seu projeto na zona Sul e a Stora Enso, premida por problemas adicionais decorrentes das zonas de fronteira, migrou seus planos para o Uruguai.
De repente,um bolo de 4,5 bilhões de dólares se esfarelou.
Além dos investimentos em terras, em plantios, em fomento, que foram suspensos, a nova situação semeou a insegurança entre milhares de proprietários que haviam aderido
à silvicultura e esperavam bons lucros com a venda garantida de suas florestas para as fábricas de celulose.
O novo quadro começou a se definir na segunda metade do ano ado quando a V absorveu os ativos da Aracruz, criando a Fibria e logo em seguida, em dezembro, decidiu vender a fábrica de Guaiba para o grupo chileno MC.
O preço que os chilenos pagaram (R$ 1,4 bilhões) já indica o interesse no projeto de expansão. Mas, por contrato, a CMPC só pretende ampliar a produção depois de 2015, mas isso pode mudar se o mercado esquentar.
Agora, surgem sinais de que isso já está ocorrendo. O principal deles é o preço da celulose no mercado internacional, que está superando os 800 dólares a tonelada, acima dos níveis que estava antes da crise.
“Quem plantou ou está plantando, não vai perder, vai ganhar”, prevê o agrônomo Floriano Isolan, silvicultor e consultor de projetos nessa área.
Boticário financia pesquisa sobre fauna do pampa tea
O bioma é mais rico e heterogênio do que se imagina
O Pampa é o bioma brasileiro que mais demorou para receber a atenção de ambientalistas e conservacionistas. Sua paisagem de campo esconde a devastação sofrida pelo ambiente que, mesmo devastado, continua sendo campo.
Por este motivo, a rica diversidade presente no bioma ainda é pouco estudada e conhecida. Muitas de suas espécies ainda não foram descobertas ou descritas pela literatura científica.
Um projeto desenvolvido pelo departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, vai pesquisar a riqueza e distribuição de anfíbios e répteis presentes no Pampa.
“O bioma não é tão pobre nem tão homogêneo como se imaginava. Há uma diversidade escondida na região e muitas espécies ainda são desconhecidas. Queremos identificar quais as áreas de maior riqueza”, afirma o biólogo e coordenador do projeto, Márcio Borges Martins.
A diversidade de répteis e anfíbios nos Pampas é muito grande. “Elas são pouco estudadas e existem muitas espécies novas, que precisam ser descritas, além de não conhecermos a distribuição destas espécies no bioma”, explica o pesquisador.
Os dados levantados pelo projeto vão permitir ainda a identificação de áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação.
Atualmente, menos de 0,5% do bioma está inserido em unidades de conservação de proteção integral e as áreas com remanescentes são pequenas e fragmentadas.
“Até recentemente, pouca atenção era dispensada para a conservação das formações de campo, se comparada às florestas tropicais. Apenas recentemente se iniciaram alguns esforços para a conservação do bioma”, comenta Martins.
O projeto contempla a região norte do bioma Pampa, incluindo a porção sul do Rio Grande do Sul e entendendo-se ao Uruguai.
Eucalipto é realidade no pampa, mas falta informação 6f33g
A pesquisa envolveu alunos dos cursos de Engenharia Florestal, Ciências Biológicas, Gestão Ambiental e Biotecnologia, da Universidade Federal do Pampa, Campus de São Gabriel – região onde se implantaram nos últimos anos grandes plantios comerciais de Eucalipto para produção de celulose.
Foi aplicada pelo professor de engenharia florestal Ítalo Filippi em turmas de primeiro ano, com ingresso em 2009.
A principal conclusão: o nível de informação sobre o assunto é muito baixo, mesmo entre estudantes que se voltam para áreas que se relacionam diretamente com ele.
Mais da metade dos entrevistados disse que se informa sobre o assunto “com os amigos”, outra metade citou a televisão como fonte de informação.
A maioria (51,40%) se situa entre total e parcialmente a favor; 26,86% entre parcial e totalmente contra e 21,74% indiferentes
Nas expressões usadas para justificar posições contra ou a favor predominam os chavões, que são repetidos sem entendimento.
A pesquisa é parcial e, segundo o próprio autor, um indicativo apenas de uma situação preocupante. Vale a pena ler o artigo que o autor da pesquisa publicou:
Plantio comercial de Eucalyptus spp na região
do pampa: posicionamento de estudantes
Italo Filippi Teixeira | Engenheiro Florestal | Universidade Federal do Pampa – Campus São Gabriel
A Metade Sul do Rio Grande do Sul tem experimentado uma transformação da sua matriz produtiva nesta primeira década do século XXI.
Esse fato foi gerado a partir dos investimentos de três grandes empresas nessa região como parte de uma visão global da base florestal sobre o cultivo do Eucalyptus spp na América do Sul.
Isso tem gerado discussões “acaloradas” sobre essa espécie, motivada por vários aspectos, em que a questão técnica é sobrepujada muitas vezes por “chavões” ou lugares-comuns.
Dessa forma, há um impedimento de maior aprofundamento, deixando a opinião pública com falsos esclarecimentos sobre esta fase que está ando a Metade Sul do Rio Grande do Sul e o próprio cultivo dessa espécie no Bioma Pampa, assim como a sua interferência.
Diante desse fato, foi realizada uma pesquisa de opinião com cinco questões abrangentes sobre a posição dos alunos dos cursos de Engenharia Florestal, Ciências Biológicas (bacharelado e licenciatura), Gestão Ambiental e Biotecnologia, ingressantes no ano de 2009 na Universidade Federal do Pampa, Campus de São Gabriel, em relação aos plantios comerciais de Eucalyptus spp na Metade Sul do RS.
Como resultado do primeiro questionamento, que tratou sobre a posição favorável ou não sobre os plantios, obteve-se 51,40% entre total e parcialmente a favor; 26,86% entre parcial e totalmente contra e 21,74% indiferentes.
A segunda pergunta buscava saber através de qual meio de comunicação o pesquisado obteve informações sobre a cultura do gênero Eucalyptus.
Em função da possibilidade de assinalar mais de um item, obteve-se como as respostas mais frequentes a televisão, 53,17%; e amigos ou conhecidos, 54,64%.
Existem expressões utilizadas pela população referentes ao plantio em grande escala do eucalipto.
Cabe ressaltar que principalmente as expressões “Deserto Verde”, “Eucalipto não se come” e “O Eucalipto seca as fontes d’água” são as mais citadas e foram utilizadas na pergunta três sobre a veracidade das mesmas.
O resultado apontou como 37,71% não tendo conhecimento claro sobre esse assunto e 35,32% citando como mito.
Quando solicitado, na pergunta quatro, que aquilatasse os possíveis prejuízos da implantação da silvicultura na Metade Sul do Rio Grande do Sul como muito, pouco, nenhum ou indiferentes, os pesquisados responderam: a concentração de terra (36,7%), desmatamento de áreas nativas (32,40%), concentração de capital e renda (36,5%), contribuem muito pouco com impostos para municípios da região (25,36%), perda de biodiversidade (32,86%), danifica o solo de forma irreparável (31,76%) e gera vazios populacionais (30,63%) eram, dentre os mencionados no instrumento, os que consideravam prejuízos muito grandes.
De forma semelhante, a questão cinco abordou os potenciais benefícios da implantação da silvicultura e qualificou os valores de muito a indiferente segundo itens abordados, e os resultados foram que a maioria identificou como benefício a geração de emprego e renda (40,16%), proteção de mananciais (52,44%), absorvem grande quantidade de CO2 da atmosfera, diminuindo a poluição e o calor e combate o efeito estufa (36,5%). Destacam-se, na questão cinco, itens como infiltrar água no solo e recuperação de solos por ações como queimadas regulares e uso inadequado, qualificados como nenhum benefício por 26,54% e 27%, respectivamente.
A pesquisa de opinião pública levada a efeito junto aos estudantes da Unipampa – Campus São Gabriel não é conclusiva, porém é um demonstrativo da falta de difusão das informações técnicas sobre o assunto. Muitos desses estudantes são oriundos de cidades ligadas às regiões de implantação dos projetos de silvicultura e acabam replicando o conhecimento obtido de forma empírica sobre o tema.
Embora tenha gerado surpresa àqueles que ainda não tenham se posicionado sobre o assunto apesar de campanhas prós e contras, já se observa um percentual significativo que avalia os “chavões” como apenas mera repetição sem nenhum significado científico. Os itens concentração de terra, renda e gerar vazios populacionais já são uma realidade de muito tempo nesta região, onde o sistema de grandes extensões de terra mais conhecidos como latifúndios é uma prática secular, e os empreendimentos não estarão ampliando essa situação. Desmatamento de áreas nativas e perda de biodiversidade são resultados patentes de desconhecimento sobre o tema, pois onde ocorre a implantação de povoamentos, pelo menos no setor da silvicultura, não pode haver a supressão de qualquer forma de espécies nativas, incluindo até mesmo gramíneas. Esse resultado sinaliza a necessidade premente das universidades, institutos e empresas de ampliar conhecimentos dessa parcela significativa da população, incluindo análise dos conteúdos desenvolvidos nos diferentes componentes curriculares de graduações, palestras, cursos, seminários e resultados de pesquisas específicas no Bioma Pampa, focalizando os benefícios e os potenciais impactos que essa cultura, em grande escala, pode proporcionar. Essas atividades são desenvolvidas por diferentes profissionais, incluindo principalmente os da área florestal, favorecendo reflexões, posicionamentos e ações desses futuros profissionais assim como da população em geral, no que tange ao cultivo do eucalipto para fins comerciais.
Só em 2030 Guaiba estará livre de esgoto 3ci6
A previsão é do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE) e consta de um folder distribuido pela prefeitura, sobre o Programa Integrado SocioaAmbiental.
O programa é um conjunto de obras que vai ampliar o tratamento do esgoto em Porto Alegre. Hoje 73% do esgoto vai direto para o Guaiba.
Em 2012, segundo a prefeitura, quando o Socioambiental estiver concluído, o volume de esgoto lançado sem tratamento no lago estará reduzido para 23%.
Para zerar o lançamento de esgoto bruto no manancial onde a cidade tira a água para beber, o DMAE quer prazo até 2030.
O material que a prefeitura está distribuindo resulta de uma pesquisa entre jornalistas, onde foi constatada a necessidade de “ampliar informações” sobre o Programa Socioambiental.
Junto com o folder, um dossiê “contrapondo manifestações que geraram informações distorcidas no processo da licitação do PISA”.
Em quatro página, o texto procura responder às acusações e denúncias que circularam na imprensa sobre favorecimento de empresas na disputa pelas obras.
As obras do programa iniciaram em dezembro de 2007 e muitas já estão em fase de conclusão, como é o caso das redes da Restinga, Ponta Grossa e Cavalhada e a estação de bombeamento da Ponta da Cadeia.
O Socioambiental conta com recursos do BID, da Caixa Federal e da prefeitura de Porto Alegre, num total de R$ 586,7 milhões.