1964: o fator Meneghetti 146c3

Meneghetti colocou o Rio Grande do Sul na contramão do projeto desenvolvimentista, que concentrou os investimentos no centro-sul (rio-são paulo-minas). A maior obra arrolada nas realizações de seu primeiro governo foi a construção da ponte sobre o Guaíba, iniciada no governo anterior e feita com recursos federais. Não conseguiu fazer seu sucessor e teve que ar o cargo a Leonel Brizola, que derrotou o coronel Peracchi Barcellos, ex-comandante da Brigada Militar, por mais de 100 mil votos. Mas Meneguetti voltou e foi eleito governador em 1962, num momento igualmente conturbado e que desembocaria no golpe de 1964. Com Meneghetti, eleito pela aliança anti-trabalhista (PSD/UDN/PL), o Rio Grande do Sul se alinhou aos governadores de Minas, Rio e São Paulo que estavam na conspiração contra João Goulart. Um ponto decisivo para o sucesso do golpe, que esvaziou as chances de resistência, foi o comando da Brigada Militar. Com o comando da Brigada, em 1961, Brizola montou a base militar da Legalidade. Em 1964, Brizola era deputado federal. A Brigada obedece ao governador. E o governador era Meneghetti, que na manhã do primeiro de abril se mandou para o Fundo onde se “aquartelou” no regimento da Brigada. Enquanto isso, em Porto Alegre a Brigada Militar estava nas ruas dispersando a população para impedir a adesão popular à resistência. A Brigada era a mesma. Mudara o governador. Ildo Meneghetti entrou na política aos 52 anos e em apenas sete anos chegou ao Piratini. Foi o primeiro filho de italianos a ser governador em 1954. Na contramão Na eleição ocorrida três meses da comoção causada pelo suicídio de Vargas, ele derrotou Alberto Pasqualini, o grande teórico do trabalhismo. Já havia derrotado Leonel Brizola na eleição para prefeito de Porto Alegre quatro ano antes. Filho de um alfaiate do vêneto, que veio da Itália nas primeiras levas de migrantes, Menehghetti nasceu em Porto Alegre. Se elegeu vereador em 1947,com os votos dos torcedores do Inter do qual era dirigente e foi, depois, patrono. Na oposição a Juscelino Kubistchek, eleito presidente, com João Goulart de vice, Meneghetti colocou o Rio Grande do Sul na contramão do projeto desenvolvimentista, que concentrou os investimentos no centro-sul (rio são paulo minas). A maior obra arrolada nas realizações de Meneghetti nesse primeiro governo foi a construção da ponte sobre o Guaiba, iniciada no governo anterior e feita com recursos federais. Brizola vence Meneghetti não conseguiu fazer seu sucessor e teve que ar o cargo a Leonel Brizola que derrotou o coronel Peracchi Barcellos, ex-comandante da Brigada Militar, por mais de 100 mil votos. Mas voltou e foi eleito governador em 1962, num momento igualmente conturbado e que desembocaria no golpe de 1964. Com Meneghetti, eleito pela aliança anti-trabalhista (PSD/UDN/PL), o Rio Grande do Sul se alinhou aos governadores de Minas, Rio e São Paulo que estavam na conspiração contra João Goulart. Um ponto decisivo, que esvaziou as chances de resistência, foi o comando da Brigada Militar. Com o comando da Brigada, em 1961, Brizola montou a base militar da Legalidade. Em 1964, Brizola era deputado federal. A Brigada obedece ao governador. E o governador era Meneghetti que na manhã do primeiro de abril se mandou para o Fundo onde se “aquartelou” no regimento da Brigada. Enquanto isso em Porto Alegre a Brigada Militar estava nas ruas dispersando a população para impedir a adesão popular à resistência. A Brigada era a mesma. Mudara o governador. 4g4s45

O golpe avança sem resistência 3u4ck

Na manhã de 1 de abril, os jornais trazem a notícia: há um golpe em andamento. Mas não se sabe direito o que está acontecendo. As aulas, que já haviam começado, são suspensas. Os bancos, que abririam às dez horas, fazem feriado forçado. As ruas se enchem de soldados. Brizola fala no rádio, pede aos sargentos que “prendam os gorilas que querem dar o golpe”.
O novo comandante do III Exército, que chegara a Porto Alegre de madrugada, para organizar a resistência, desde cedo tenta requisitar a Brigada Militar, a força estadual que fora decisiva na reação ao golpe em 1961. O comandante da Brigada diz que só cumpre ordens do governador.
O governador Ildo Meneghetti, alinhado com o golpe, decide sair de Porto Alegre. Deixa o palácio Piratini pelos fundos e segue num fusca verde. Quem dirige é o proprietário do carro, o capitão Jesus Linares Guimarães, ajudante de ordens da Casa Militar. Sairam antes do meio dia com destino a o Fundo.
Apoiando a “Revolução”
Antes de partir deixou folhas em branco assinadas. Uma delas seria usada para responder ao comandante do III Exército, que estava requisitando a Brigada Militar, para ficar sob o comando federal . O secretário do Interior, Mario Mondino, datilografou na folha assinada por Meneghetti uma resposta evasiva e não cumpriu a ordem.
No fim da tarde, o governador chegava ao 2º Batalhão de Caçadores da Brigada Militar em o Fundo. Requisitou a rádio local e divulgou notas incitando o povo a “apoiar a revolução”.
Em Porto Alegre, no mesmo horário, os brizolistas faziam um comício na frente da prefeitura, chamando o povo para a resistência. Os discursos são furiosos, pedem paredón para os golpistas. Brizola segue pedindo aos cabos e sargentos que “tomem os quartéis a unha”. Mas não reuniram mais do que três mil pessoas. O feriado bancário, a suspensão das aulas e a truculência da polícia reprimindo qualquer aglomeração, esvaziaram o centro bem cedo.
Além disso, havia a expectativa da chegada de João Goulart, o presidente que voara do Rio para Brasilia e era esperado em Porto Alegre no início da noite (acabou chegando às 3h15 da madrugada).
Um momento de tensão ocorreu no final do comício, quando chegou a informação de que o Palácio Piratini estava abandonado. Com o governador em o Fundo, apenas os guardas na portaria e alguns secretários estavam lá. Um grupo decidiu tomar o prédio e saíram pela rua da Praia. Com um megafone, o prefeito Sereno Chaise começou a gritar que era precipitação, que não podia ser assim… e o grupo se dispersou antes de chegar à Ladeira.
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