Em lua-de-mel com os fãs 1j1l52

Por Bruno Cobalchini Mattos 6g2z3r

Marcelo Camelo vive um bom momento de sua carreira. ados dois anos desde o anúncio do recesso dos Los Hemanos, o ex-guitarrista, compositor e vocalista da banda sobreviveu bem à separação: seu primeiro álbum solo, Sou, teve boa recepção por parte do público. Em Porto Alegre, o show de lançamento estava lotado. Era outubro, e o disco estava nas lojas havia pouco mais de um mês, mas todos na plateia já sabiam as letras de cor. Camelo foi acompanhado no concerto pela banda paulista Hurtmold, um dos grupos mais interessantes da cena independente nacional – e que excursiona com ele desde o ano ado. Marcelo Camelo volta a se apresentar em Porto Alegre no próximo dia 19, no Teatro do Bourbon Country. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre musicalidade, seu projeto paralelo, Ivete Sangalo e as verdadeiras influências.

Já – ado quase um ano desde o lançamento de Sou, como você avalia o convívio com o Hurtmold? Que influência eles tiveram na maneira como você faz e percebe música?
Camelo – Eu já conhecia a banda bem, os discos. Nosso convívio tem sido ótimo. Eles são muito parecidos e muito diferentes de mim então tem assunto que não acaba mais. Eles são minha porta de entrada pra São Paulo, que é uma cidade totalmente nova pra mim. Procuro vivê-la com a ajuda dos olhos deles. Então são meus anfitriões, meus amigos novos. Conheço os pais deles, os amigos mais próximos, as mulheres. Conheço a turma deles e isso me influencia como ser humano. É assim se dando que a gente consegue receber mesmo as coisas importantes. As influências verdadeiras. As coisas que transformam nosso olhar sobre as outras coisas.

Já – No disco você trabalhou com um grande número de músicos convidados. De certa forma, isso acabou dando ao álbum um ar de encontro de amigos. Como você faz para reproduzir isso ao vivo, sem as participações especiais?

Camelo – Eu não tento reproduzir o disco no palco. Arranjei tudo novamente com os Hurtmold pra gente montar um show. Acho que as músicas já existem pra mim em formato solitário, já que eu as faço sozinho, então não tenho muito pudor em transformá-las naquilo que eu quiser naquele momento.

Já – Na época em que saiu o disco, um amigo meu dizia que Menina Bordada parecia música da Ivete Sangalo. E é interessante, porque agora você apareceu no DVD dela. Pode ter rolado essa influência?
Camelo – A Ivete sempre foi uma influência pra mim, desde a banda Eva. Eu acho que os baianos foram quem melhor transformaram um imaginário brasileiro em cultura de massa. Mas pra quem está de longe uma marchinha só lembra o Chico Buarque, uma batida africana só lembra a Ivete, um forró o Gonzagão.

Já – Saudade e eando são músicas que têm gravações alternativas no disco, tocadas no piano por Clara Sverner. Por que deixar as duas versões de cada uma no trabalho final? Você acha que a mudança de contexto deu um novo sentido para as melodias?

Camelo – Não. Não sei se há sentido numa melodia. Mas eu gosto das duas versões então coloquei as duas.

Já – Conversa de Botas Batidas, música da época do Los Hermanos, é um diálogo que você imaginou a partir de uma notícia de jornal. E agora, em Sou, você utilizou sons incidentais como, por exemplo, uma máquina de lavar roupa. O que significa para você trabalhar com elementos da vida cotidiana?
Camelo – Minha música é cada vez mais orgânica, pelo menos até este disco foi assim. Meio naturalista, realista, que nem as fotos de divulgação. Quando vou no apartamento em que fiz estas músicas eu lembro do porquê delas. É quase como se elas existissem a partir daquele determinado lugar. Estes sons que habitam o disco estão nas músicas também, são músicas.

Já – Que escritores você mais gosta? Como eles influenciam as letras que você compõe?
Camelo –
Eu gosto muito mais da língua falada do que da escrita. Minha atração sempre foi pelo som. A escrita também tem som, mas é como se a fala já fosse o próprio som. Me interessa mais. Um discurso tem musicalidade e geralmente ela dá muito mais razão a quem fala do que o próprio significado das palavras. Tente assistir a uma discussão em uma língua que você não conhece e é muito fácil, na maioria das vezes, escolher quem tem a razão. Gosto da música que tem na fala do dublador do Gene Hackman. Gosto de ouvir o Mano Brown falando, o Robert Anton Wilson, gosto da música da fala do Chico Anysio, que faz profissionalmente isso. Quem tem uma música boa na fala é o garoto que apresenta o programa de video game do Multishow, uma entonação diferente que eu acho carismática. Nando Reis fala muito bonito. O texto das crianças é muito simples e poético também, muitas vezes. Tem um exemplo que eu acho clássico de argumentação que é de uma menina alemã. Ela falou sobre pichação: “o pessoal acha que pichação deixa a cidade suja mas eu não acho. Eu acho que ela fica bonita”. Porra, vai contra argumentar que eu quero ver! É que nem aquela do Cesare Pavesi que diz que poema é quando um idiota olha pro mar e diz que parece azeite. Ah, de escritor tem o Shakespeare que falado em inglês é demais de bonito. Esse cara era muito musical. Eu tenho um amigo também chamado Caíto Manier que escreve praquele programa Larica Total, que tem o texto mais impressionantemente musical que já ouvi. Ele é de Niteroi, mesma terra do De Leve, um rapper que também tem essa espécie de musicalidade estranha, travada e rítmica ou suave e doce, esses caras fazem o que querem com os sentidos. Eles entendem de dinâmica e têm compreensão avançada do som na língua. Esses caras são mestres da escrita pra mim. O Caíto é demais.

Já – Conte um pouco da história dos Imprevisíveis (projeto paralelo lançado através do MySpace).
Camelo –
Não tem muita história. Eu sempre faço estas conversas musicais quando estou em casa com os amigos. Se deixar um instrumento na mão de cada um, alguma coisa que sai som, uma hora acaba virando aquilo que é uma improvisação a partir do som usando instrumentos musicais. É tipo uma conversa que acontece mesmo. Uma comunicação não- verbal que pode ser executada mesmo por quem não treina um instrumento há anos. É só tentar. Deixa um instrumento na mão de cada um e uma hora nego para de falar e começa a tocar um com o outro. É uma transformação grandiosa esse momento. O mecanismo é muito parecido com o da fala então vira uma espécie de conversa. Dá pra entender a função e a origem da língua e da música e de tudo, é demais.

Já – No show que você fez em Porto Alegre no ano ado o pessoal da produção subiu no palco para tocar tambores em Copacabana. Como surgiu essa participação, e como isso mexe na maneira com que a banda e a equipe se relacionam ao longo da turnê?
Camelo –
Eles na verdade já estão ali o show inteiro, ajudando a gente mas sem tocar. O Paulinho, que é roadie, é da bateria da Gaviões e colocou pilha de tocar na música. Arrumou um repique pro Guto que é diretor de palco, o Heroi que também é roadie não quis ficar de fora e trouxe o cavaco. Somos todos amigos de profissão, num barco que depende de todos nós pra funcionar direito. Nos entendemos bem.

Já – Quais as suas perspectivas pro show do dia 19?
Camelo –
Acho que vai ser muito maneiro. O primeiro show foi muito bom, um dos meus preferidos da turnê. A casa é muito boa e nós agora estamos tocando muito melhor do que quando estivemos aí, então acho que vai ser ótimo.

Já – Em Vida Doce, você diz que caminha no tempo que bem entender. Nesse momento da carreira, em que tempo você quer caminhar?
Camelo –
Agora eu vou lançar o DVD que gravamos em Salvador e começar a pensar no disco novo. Pra mais tarde fica o que vier.

Banda Pública leva principal prêmio no Açorianos 1g81n


O 18º Prêmio Açorianos de Música foi entregue aos melhores artistas e obras de 2008 ontem, 28, no Theatro São Pedro, que esteve lotado. A banda Pública, de Porto Alegre, recebeu o principal prêmio, de disco do ano, com o álbum Como Num Filme sem Fim. Outros grandes vencedores da noite foram os cds My Baby Just Cares for Me (Delicatessen) e A Máfia dos Meninos (Nego Prego), que levaram os prêmios nos gêneros blues/jazz e rap.
Bebeto Alves foi o destaque da cerimônia, sendo homenageado pelo conjunto de sua obra. Suas canções foram interpretadas por Luciana Pestana e Serginho Moah. Bebeto levou o troféu de melhor compositor de MPB, pelo cd Devoragem. Os outros prêmios dessa categoria ficaram com o cd A Mulher de Oslo, de Vanessa Langoni, também melhor produção musical. Houve menções honrosas para a banda Chimarruts, para o professor e músico Eloy Fritsch e para o instrumentista Daniel Wolff.
CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DO 18º PRÊMIO AÇORIANOS:
PREMIAÇÃODisco do ano: Como Num Filme Sem Um Fim (Pública)
Revelação: Leandro Maia – Palavreio
Disco Infantil: Opereta Pé de Pilão – Kiko Ferraz e Cláudio Levitan
Espetáculo: Beatles Magical Classical Tour – Orquestra de Câmara da ULBRA
DVD: Da Guedes Acústico – Da Guedes
Gênero Pop/RockCompositor: Pedro Metz – Como Num Filme Sem Um Fim (Banda Pública)
Intérprete: Wander Wildner – La canción Inesperada
Instrumentista: Jimi Joe – La Canción Inesperada (Wander Wildner)
Disco: Como Num Filme Sem Um Fim – Banda Pública
Gênero MPBCompositor: Bebeto Alves – Devoragem
Intérprete: Vanessa Longoni – A Mulher de Oslo
Instrumentista: Ângelo Primon – A Mulher de Oslo (Vanessa Longoni)
Disco: A mulher de Oslo – Vanessa Longoni
Gênero RegionalCompositor: Luiz Carlos Borges – Itinerário de Rosa
Intérprete: Vanessa de Maria – Perfume Del Sur
Instrumentista: Felipe Álvares -Buenas e M”espalho
Disco: Buenas e M”espalho – Ângelo Franco, Cristiano Quevedo, Érion Péricles e Shana Muller
Gênero InstrumentalCompositor: Marcelo Caminha – Influência
Inérprete: Rodrigo Nassif – Rodrigo Nassif
Instrumentista: Marcello Caminha – Influência
Disco: Pampa y Piano – Bethy Krieger
Gênero EruditoCompositor: Fernando Mattos – Convergências (Rodrigo Andrade Silveira)
Intérprete: Ângela Diehl – Canto Brasileiro
Instrumentista: Rodrigo Andrade Silveira -Convergências
Disco: Convergências – Rodrigo Andrade Silveira
Gênero RapCompositor: Nego Prego – A Máfia dos Meninos
Intérprete: Nego Prego – A Máfia dos Meninos
Instrumentista: DJ Madruga – A Máfia dos Meninos
Disco: A Máfia dos Meninos – Nego Prego
Gênero Blues/JazzCompositor: Carlos Badia e Roberto Callage – My Baby Just Cares For Me (Delicatessen)
Intérprete: Ana Kuger – My Baby Just Cares For Me (Delicatessen)
Instrumentista: Carlos Badia – My Baby Just Cares For Me
Disco: My Baby Just Cares For Me (Delicatessen)
Prêmios TécnicosProjeto Gráfico: André Coelho – Influência (Marcelo Caminha)
Arranjador: Luiz Carlos Borges e Leandro Rodrigues – Itinerário de Rosa (Luiz Carlos Borges)
Produtor Executivo: Yanto Laitano – Convergências (Rodrigo Andrade Silveira)
Produtor Musical: Arthur de Faria – A mulher de Oslo (Vanessa Longoni)
Fonte: Prefeitura de Porto Alegre

Banda Belle grava clipe em Porto Alegre 4z3e2y

A banda gaúcha Belle desponta no cenário pop paulista. Ela é formada pela estudante de Educação Física Adrielle, o estudante de Design Yukito, o produtor de eventos Pablo, e o Rafael. Eles gravaram um primeiro clipe neste fim de semana, em Porto Alegre.
Foi com letras emotivas e fortes, riffs atuais de guitarra, um som moderno com toques eletrônicos, cantado pela voz afinada e o coração adolescente da vocalista Adri, que a Belle preparou seu primeiro cd: Histórias. Este é o nome também de umas das faixas do disco, onde Adri fala de amor, principal temática da banda.
Das baladas, às músicas mais pesadas, com levadas de hardcore e muita energia, Histórias mostra toda formação eclética dos integrantes da banda.
Produzido por Nigéria (ex integrante da Belle), o cd traz onze faixas, das quais quatro estão disponibilizadas no myspace da banda (www.myspace.com/bandabelle). Segundo o baterista Rafael, Nigéria inseriu elementos eletrônicos e sintetizadores no som, que deram o toque final ao trabalho. “Sempre o visitávamos para saber como as músicas estavam ficando, e sempre tínhamos uma surpresa, ou uma linha de guitarra mais forte, ou uma batida eletrônica dando preenchimento. Acreditamos que isso deu muita personalidade ao som”.
O primeiro videoclipe já foi gravado e está prestes a ser lançado, e será de umas das faixas mais populares e queridas pelos fãs: “Incerteza”. Sucesso garantido pela melodia fácil e o arranjo com levada de hardcore, que tem tudo para ser um hit.
Na estrada há sete meses, a Belle já abriu alguns importantes shows internacionais. Destaque para os três shows do Millencolin, o show do The Donnas, Face to Face, Story of the Year, Less Than Jake e Anberlin, que ocorreram desde outubro, logo depois que a banda começou a gravar seu primeiro cd. Desde então a banda não parou mais de tocar, e os shows continuam a todo vapor.
E é com espírito de companheirismo, com uma enorme vontade de vencer e de viver fazendo o que se gosta, que a Belle aparece no novo cenário musical do Brasil.
Clique aqui e escute “Nada Vai Mudar”, a música de trabalho da banda Belle.

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Por Shana Torres
Grito Rock é um festival de bandas independentes agitado em 45 cidades do Brasil que, no dia 27 de fevereiro, aconteceu na praia de Imbé, no litoral dos pampas. Lá, dez bandas pré-selecionadas tiveram a oportunidade de mostrar seu trabalho e vivenciar o espírito roqueiro do dono do Pub Joe’s Rock: Jorge Luis Zinner, mais conhecido como Joe.
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Desde que nasceu Joe era um adepto do Rock N’Roll e tinha o sonho de criar uma casa noturna voltada a esse estilo musical. Há cinco anos, surgiu a idéia de abrir um bar no litoral que tivesse espaço para bandas se apresentarem. Inicialmente, foi construído um espaço pequeno que, naquela época, não era muito maior que o atual palco da casa. ada meia década, o pub ou a ter estrutura para abrigar mais de duas mil pessoas.
O dono da casa disse que procura conhecer o som das bandas, para selecionar quais têm condições de tocar lá. O critério principal para Joe é que a banda tenha “a alma rock”. O empresário defende que o espírito de um roqueiro vai além da dispensa do tratamento de celebridade que é exigido por algumas bandas com nome na praça.
“Ninguém aqui é melhor do que o outro ou tem tratamento privilegiado. Tem que ser humilde, simples, falar com o pessoal, dar autógrafos, essas coisas. Já chegaram aqui me pedindo toalhas brancas dobradas pro lado direito e eu disse: “Pô cara, tu esqueceu que eu te via bêbado pela noite? E agora tu vens me pedir isso?”, conta Joe.
Situações como esta poderiam ocorrer com grandes bandas de circuito nacional, mas com os nove grupos independentes que tocaram no festival a falta de humildade e o estrelismo não estiveram presentes. Para Marcelo Fruet, produtor musical e vocalista da banda Fruet & os Cozinheiros, o mainstream ainda está muito atrelado a cena musical, e este é justamente o diferencial do Grito Rock: “O Grito é pra ser mais independente, não o que está no mainstream. Eu sou a favor da popularização, mas ela não deve ser a primeira intenção de uma banda”.
O mainstream de que Fruet fala é sobre necessidade que muitas bandas do cenário pop têm de fazer música vendável. Como ele mesmo destaca, existe uma ambigüidade na propagação de bandas que não contam com um selo ou produtora na gravação de discos: “Na verdade, de independente elas não têm nada. Elas dependem de todo mundo, da divulgação, de quererem contratar shows, de leis de incentivo e etc.”, afirma Marcelo Fruet.
Todas as bandas que participaram do Grito Rock se auto-divulgam e algumas até fazem a gravação de seus álbuns em casa, como a banda Fapo e Humanóides, cujo CD foi gravado ao vivo, em um estúdio caseiro “de forma romântica”, como define Fapo, o vocalista.
Berrando em alto e bom som
O grito inicial foi dado por volta da meia noite com a banda The Transmission, com influências do The Cure e Sonic Youth. Foi formada em 2003, por Giana Cognato (guitarra e vocais), Steffano Fell (guitarra e vocais), Carol Pinedo (contrabaixo elétrico) e Leticia Rodrigues (bateria). A banda alterna vocais masculinos e femininos, tem guitarras com frases bem trabalhadas e uma abordagem instrumental interessante. Em 2005, The Transmission lançou seu primeiro EP – CD que levava o nome da banda e contava com as melancólicas “Sometimes” e “Take off”. No momento, a banda se concentra na mixagem de seu próximo trabalho, com nome provisório de “Transmission 2”. Seu lançamento é estimado para fevereiro de 2009.
Na seqüência, a banda de New Metal Audioterapia, formada por Rodrigo Borba (vocais), Henrique Armiche (guitarras), Tiago Pazzin (contrabaixo elétrico) e Ody (bateria), apresentou canções de apelo político e social. O vocalista Rodrigo Borba, com postura semelhante ao Falcão, do grupo O Rappa, e com um perfil musical influenciado pela banda Sepultura, conta, rindo, que já foram chamados de psicopatas por um telespectador de um programa de TV. No entanto, ele não considera o sentido negativo da expressão e diz que queriam mesmo que o público reconhecesse sua “atitude epilética”.
Na continuação, o grupo Laranja Freak veio com seu toque cítrico. Bem-humorado e sem muita frescura, o vocalista Ricardo Farfisa sincronizou o vocal e a harmonia de um órgão elétrico em canções com fortes influências da cena roqueira da década de 60, como Beatles e Jovem Guarda, hardrock e elementos da psicodelia. A banda produz letras inteligentes e mostram-se perspicazes em seus arranjos.
Composta por Ricardo Farfisa (vocais, teclados e violões), Evandro Martins (contrabaixo elétrico), Miro Rasolini (bateria), Grazi Rodrigues (vocais) e Alexandre Abreu (guitarras) a Laranja Freak existe desde 1997. Já tocou em diversos estados, gravou dois EP’s, um CD e participou de quatro coletâneas. A banda prepara-se para o lançamento de seu novo álbum, pelo selo Baratos Afins, que trabalha com nomes de peso como Rita Lee, Ratos de Porão, Mutantes, Jorge Maultner, Lanny Gordin e Tom Zé.

O rock da década de 70 esteve bem representado com Fapo e Os Humanóides que exploraram cada particularidade do Indie Rock com forte pegada de Blues e sonoridade própria, oriunda de instrumentos exóticos. A banda formada por Fapo (vocais, violões, guitarras, weissenborn, ukelele, harmônica e bandolim), um recifense que mora há seis anos na capital gaúcha, Ricardo Ourique (contrabaixo elétrico), Adriano Rocha (bateria) e Fernando Degar (guitarras) recebe influências desde Neil Young até Alceu Valença. A banda tem cinco anos de estrada e gravou um CD com a participação de Marcelo Gross da Cachorro Grande.
“Misture todos os ingredientes da cozinha” deve ser a ordem principal no entendimento da saborosa refeição que Fruet e os Cozinheiros apresentaram ao público na noite de sexta. Eles são influenciados por diferentes estilos como Jazz, Rock e MPB. As canções criam um clima intimista, com letras que falam de filosofia e amor. A banda já foi comparada a George Benson, ícone do jazz, em Los Angeles, onde tocaram em 2008. O currículo de Fruet inclui trilhas sonoras para cinema e programas de televisão, além da participação com os Cozinheiros no festival SXSW 2008 (South by South West), um dos mais aclamados pela mídia, que ocorre em Austin, no Texas.

A próxima banda desviou do tom. A Draco utilizou-se de uma esfera agressiva, imitando o rock pesado de Black Sabatah e Metallica e utilizando um visual Kiss style. A banda é composta por Leo James (vocalista e guitarrista), Dani Wilk (guitarras e vocais), Beto Pompeo (contrabaixo elétrico) e Vinicius Rym (bateria).
Alcaphones, a banda que veio a seguir, tem ótimas letras, presença de palco, hits, interação com o público e um visual marcante. O contrabaixista Júlio “Caldo Velho” sintetiza: “Trouxemos um som dos anos 60 com uma roupagem de 2000!”. Em letras como “Por querer amar demais” fica evidente o toque dançante de Elvis Presley, que com certeza não é de deixar ninguém sentado.
O rock eletrizante dos anos 90 também se faz presente, como em “Certo ou Errado” e “Lady Rosa”. Com Knak liderando as guitarras, Júlio no contrabaixo elétrico, Carlo na bateria e os vocais de Tiago “Caleb” a banda que já tem três anos de estrada esbanja atitude e energia.
Contrastando com a banda anterior, a Clan McCloud, com cinco anos de carreira, tem um perfil mais próximo da Legião Urbana, inclusive pelo timbre de voz de Alessandro Torres. As músicas da banda têm um fundo social e influencias das mais diversas. Como afirma o vocalista: “A gente coloca tudo no liquidificador e mistura”. O contraste da tranqüilidade da voz de Alessandro com a virtuosidade do baixista é nítido na formação da banda.
A banda que fechou o Grito Rock não tinha nada de underground. O grupo Redoma chega a convencer com boas letras, guitarras bem inseridas, linhas de baixo melódicas e voz suave e bem afinada da vocalista, Cassia Segal, que lembra a cantora Pitty. Porém, a banda peca em sua performance caoticamente frenética no palco. Pulos e rebolados desnecessários não casaram a bela voz que acompanhava as canções. O contrabaixista forçou a barra sustentando uma postura de pop star. Redoma tocou no aniversário da rádio Pop Rock, amplamente voltada à transmissão de bandas comerciais. Não fosse por essa última banda, o festival teria acudido o grito desesperado das bandas independentes que buscam seu lugar ao sol.

Entre flores e pássaros es3k

Por Shana Torres
A fila para assistir ao show de Alanis Morissette parecia interminável. Até quem era vip não escapou, chegou a ficar um quilômetro distante do portão de entrada. Lá dentro, a multidão se aglomerava em busca do melhor local para assistir ao espetáculo, inclusive na área da imprensa pessoas esticavam o pescoço para enxergar uma pontinha de Alanis Morissette. A cantora veio a Porto Alegre divulgar a turnê do álbum Flavors of Entanglement, seu último disco. Os fãs, de todas as gerações, aguardavam há mais de dez anos pela vinda da canadense ao Brasil.
Ela entrou no palco às 22h14min, entre flores e pássaros que compunham o desenho do cenário. A primeira música cantada por ela foi The Couch, do disco Junkie, que relata a inconstância da cantora com a vida, principalmente depois do desmanche de seu último relacionamento, com o ator Ryan Reynolds. Alanis Morissette, uma hippie com influências no folk music dos anos 60 e no rock eloqüente dos anos 80, surpreendeu ao enrolar-se na bandeira brasileira cantando uma das músicas mais aclamadas pelos fãs: You Learn, que trata das dificuldades enfrentadas na vida e lições que tiramos das situações cotidianas.
Not as we, faixa do último disco da cantora, de 2008, foi acompanhada por efeitos visuais que fizeram as três flores desenhadas no cenário oscilarem entre a mistura sombria do laranja e do cinza contrastando com o rosa reluzente, marcando os diversos momentos dessa música, entre a reabilitação emocional da cantora e a vontade de começar de novo e a volta ao ado triste e problemático. Em direção às flores do cenário, pássaros pretos foram desenhados numa simbologia de liberdade ao ado sofrível. Alanis já teve anorexia e bulimia. Na adolescência, ela foi vítima de estupro, tema que será abordado no livro que está escrevendo, com previsão de lançamento para 2010.
Entre tantas fases pelas quais a canadense ou, desde produções mais frenéticas, como “Head over feet” até composições influenciadas pelo Drum n’bass como a nova “Moratorium”, ela ainda conserva o que tem de melhor: a humildade. Thank you foi não só a música que encerrou o show, às 23h58min, mas foi o agradecimento repetido por mais de dez vezes pela cantora aos fás que cantaram em coro suas letras e imploraram pelo bis.

A volta do Los Hermanos 11f2j

Por Thiago Piccoli
Para muitos poderia ser apenas uma frase onírica, mas aos poucos o que se tratava de boato vem tomando consistência e deixando os fãs com uma pulga atrás da orelha após as notícias de que a banda abriria o show do Radiohead em São Paulo e no Rio de Janeiro em Março deste ano. Será mesmo que Los Hermanos voltará?

Foto: Thiago Piccoli

A banda anunciou uma parada “estratégica” em junho de 2007, e os integrantes deram sumiço até o início de 2008, quando re-apareceram na mídia separados, cada um com um trabalho diferente. Marcelo Camelo lançou o elogiadíssimo “Sou”, Rodrigo Barba assumiu as baquetas da big band Canastra, Bruno Medina assina um blog e, mais recentemente, Rodrigo Amarante lançou “Little Joy” ao lado do baterista dos Strokes. Os fãs se deliciaram com estes trabalhos, porém o vácuo existia.
Segundo o blog URBe, confirmando-se o boato, resta aos fãs correrem atrás dos últimos ingressos. Os shows ocorreriam nos dias 20 e 22 de Março, no Rio de Janeiro e São Paulo, dentro da programação do festival Just a Fest. Uma fonte segura garantiu que a divulgação começará em breve, e os shows podem se esticar para outros lugares do país.