Inventário no bairro Petrópolis vai recomeçar 4y6y29

Proprietários contrários ao tombamento dos seus imóveis no bairro Petrópolis em Porto Alegre revoltam-se com o que o que chamam de “fúria inventariante da Prefeitura”. Em audiência pública no clube Grêmio Náutico União, na noite de 9 de setembro, conseguiram abrir um canal de comunicação. Ao final de quatro horas de discussão, o vice-prefeito Sebastião Melo decidiu que será mais uma vez revista a lista dos imóveis inventariados para preservação. Depois disso, os imóveis que não estejam listados sejam desbloqueados. Os atingidos pelo inventário terão 60 dias para questionar a inclusão do seu imóvel. Só então a lista será enviada à Câmara, para nova rodada de audiências públicas antes da lista ir para o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc), que a aprovará ou não. A palavra final será do prefeito. A Prefeitura já refez o processo uma vez, mas no meio do caminho a Câmara de Vereadores aprovou uma lei, do vereador Idenir Cecchim, que exige a aprovação do Legislativo antes de iniciar o inventário. O prefeito José Fortunati vetou a lei, mas a Câmara derrubou o veto e o texto, publicado no Diário Oficial, está em vigor desde o dia 6 de setembro. A lei é retroativa a 2013, o que significa a anulação de tudo o que foi feito em Petrópolis. O Instituto dos Arquitetos do Rio Grande do Sul se manifestou contra: a lei transfere para os vereadores decisões sobre questões técnicas. Vai propiciar um “balcão de negócios” envolvendo interesses culturais e urbanísticos da cidade. “Criaram uma instância a mais”, diz um a funcionário do Ephac. Bairro essencialmente residencial, de um tempo em que a classe média ascendente sonhava em viver em casas no centro de amplos terrenos ajardinados, Petrópolis é um dos maiores potenciais construtivos de Porto Alegre. E é o único bairro daquela região da cidade que está livre do limite de altura imposto pela proximidade do aeroporto Salgado Filho. Oito bairros já foram inventariados em Porto Alegre, desde 2011. Quando chegou em Petrópolis, ocorreu uma omissão que deu origem a toda a polêmica. Não foi feito o “bloqueio”, quando todos os proprietários são informados de que vai ser feito o inventário. Foi o que revoltou os proprietários dos imóveis arrolados em Petrópolis. Eles só ficaram sabendo quando o processo estava concluído. Por que não foi feito o “bloqueio”, que é procedimento regulamentar? Eis a pergunta sem resposta. Desde maio moradores se manifestam contrários ao inventário Os moradores estão divididos em relação ao assunto, embora seja notável o esforço de todos para manter as relações de vizinhança e camaradagem. Uma parte deles concorda com a preservação do patrimônio arquitetônico do bairro. Outra, lamenta a desvalorização dos seus imóveis, enquanto os terrenos em volta ficariam muito mais valorizados, com a garantia de que a vizinhança não mudará. 16l4o

Agapan defende casarões da Luciana de Abreu 5r4g6p

A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) manifestou-se contra a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de autorizar a derrubada de um conjunto de seis casas, construídas na década de 1930, na rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
“Há razões de sobra para preservá-las: são patrimônio arquitetônico incontestável, estão em harmonia com o túnel verde da rua e em nome da manutenção dessas características houve uma enorme mobilização de cidadãos”, avalia o presidente da Agapan, Alfredo Gui Ferreira.
As casas da Luciana de Abreu foram construídas no século ado para abrigar as famílias dos mestres cervejeiros da Continental, que depois virou a Brahma, e cujo edifício hoje é ocupado pelo Shopping Total.
Segundo o pesquisador e professor Günter Weimer, o projeto dessas residências contou com a colaboração do arquiteto alemão Theodor Wiederspahn, o mesmo que assinou o projeto dos prédios da cervejaria (hoje shopping) e que em Porto Alegre foi ainda o responsável pelos belos contornos de edifícios marcantes como os que abrigam a Casa de Cultura Mario Quintana, o Memorial do Rio Grande do Sul, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Santander Cultural, a Faculdade de Medicina da UFRGS e o Edifício Ely, hoje loja da Tumelero em frente à rodoviária.
“Independente do valor arquitetônico, o fato é que essas construções fazem parte da memória do bairro e contribuem para que o Moinhos de Vento seja um dos locais mais queridos de Porto Alegre, como se viu na enorme mobilização de moradores e frequentadores do bairro.
Colocar essas casas abaixo será destruir a característica local, que é, aliás, o que as incorporadoras vendem aos seus compradores”, sublinha Cesar Cardia, militante da Agapan e um dos integrantes do movimento cidadão pelos túneis verde.
A construtora Goldztein projeta erguer um edifício de 16 andares onde está o casario da Luciana de Abreu. Embora a incorporadora seja obrigada a preservar o túnel verde formado pelas árvores da Luciana de Abreu, protegido pela legislação desde 2008 por um decreto do então prefeito José Fogaça, a Agapan alerta que o ambiente ficaria prejudicado pela construção, devido à densificação e verticalização da cidade, características que trazem consequências como a impermeabilização do solo e a saturação do trânsito na região.
Luta dos moradores dura uma década
Outro importante motivo para que o conjunto de casas da Luciana de Abreu seja preservado é a importante mobilização que a associação Moinhos Vive promoveu ao longo de dez anos pela manutenção das características históricas do bairro, com casarões e ruas arborizadas.
Por meio de um abaixo assinado, que chegou a contabilizar o apoio de seis mil pessoas, os moradores conquistaram o apoio do Ministério Público, que atesta o valor histórico, cultural e paisagístico do conjunto residencial e de seu entorno.
As casas chegaram a ser incluídas no inventário de imóveis listados para a preservação, determinadas por um estudo da Equipe do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do município, mas foram retiradas, contrariando a vontade popular.
A Agapan defende que a Prefeitura ouça os moradores e inclua os imóveis no inventário de Porto Alegre, solução que poderia tornar nula a decisão do Tribunal de Justiça. “É uma grande irresponsabilidade da gestão municipal não escutar o clamor da sociedade”, condena Cardia.
Da assessoria de imprensa da Agapan

Símbolos da riqueza antiga 295c3w

O otimismo dos primeiros folhetos distribuídos à imprensa previa quatro anos para  a conclusão do Projeto Monumenta em Porto Alegre.
Oito anos depois, em novembro de 2010, a coordenadora dos trabalhos, arquiteta Briane Bicca, evita fazer previsões.
“Restauração é uma caixinha de surpresa”, diz ela. “Você começa, mas não sabe o que vai encontrar pela frente”.
O Monumenta, em todo caso, é uma  realidade em Porto Alegre e, mesmo antes de concluído,  pode ser considerado o maior projeto de restauração do patrimônio histórico já feito na cidade.
Dos oito prédios públicos arrolados no projeto, seis estão prontos, além de 12 edifícios privados.
No total, serão R$ 22 milhões aplicados na restauração de edifícios e espaços públicos no centro histórico da cidade. Vai a mais de mil o número de pessoas envolvidas no conjunto de projetos.
Obra retomada
Os dois prédios que faltam são a Igreja das Dores, na rua da Praia, e a Pinacoteca Municipal Rubem Berta, na Riachuelo.  A obra da igreja esteve interditada por cinco meses, agora foi retomada.
A restauração da Pinacoteca Municipal é a mais atrasada e um bom exemplo das surpresas que podem surgir. Nos oito meses previstos para a conclusão, a empresa contratada em licitação não conseguiu ir além de 20 por cento da obra.
O contrato foi rompido, uma nova licitação está aberta. Deve levar mais uns oito meses até escolher a nova empresa, depois mais três meses para dos papéis e, aí, começar a fazer os 80% da obra que faltam. Ou seja: mais uns dois anos.
Nos dois espaços públicos que integram o projeto – Praça da Alfândega e Praça da Matriz – a situação é diferente. A obra na Praça da Matriz, que envolve também a rua da Ladeira (General Câmara) não tem previsão. Teve problemas com a licitação, provavelmente vai ficar para outra etapa.
A obra na Praça da Alfândega é a mais complexa. Além de reconstituir o aspecto da praça dos anos 1940, quando ela se consolidou como um espaço de convivência, como “o eio da cidade”, a restauração inclui o quarteirão da avenida Sepúlveda, que liga a praça ao porto.
Outro exemplo das surpresas: quando foi retirada a capa de asfalto da avenida Sepúlveda, verificou-se que os canos que drenam á água da chuva para o rio não existiam mais. Cabe ao Departamento de Esgotos Pluviais decidir sobre a nova canalização.
O DEP abriu uma licitação para contratar a empresa para fazer a drenagem. Espera-se que no inicio de dezembro seja  escolhida a empresa. Aí, se tudo der certo, tem mais quatro meses da obra.
Fora os imprevistos, a obra na praça tem particularidades que tornam lento o seu andamento. Por exemplo: o meio fio dos canteiros é de granito róseo. No Rio Grande do Sul, só tem uma jazida de onde o Ibama permite a retirada desse granito. “Tem que entrar na fila para conseguir”, diz a coordenadora.
A rede elétrica tem que ser toda refeita porque vai duplicar o número de pontos de luz na praça. A restauração das luminárias antigas foi demorada. São mais de 50 luminárias de cinco ou seis modelos diferentes, que já não são mais fabricados.
A parte mais demorada ainda nem começou. É o calçamento de pedras portuguesas ao redor da praça, a chamada “calçada Copacabana”. As pedras brancas são de mármore, as escuras, granito. Já está contratada uma empresa de Curitiba para o serviço.
O que mais retardou a obra, no entanto, foi a polêmica em torno das figueiras, que deveriam ser retiradas segundo os autores do projeto.
Foram mais de quatro anos de discussões e reuniões com todos os órgãos envolvidos – Iphan, Iphae, Secretarias de Planejamento, Meio Ambiente, Obras, EPTC – até convencer a todos da necessidade de retirar as figueiras (ficcus).
Só para a  Secretaria de Meio Ambiente foram cinco apresentações. “Foi tudo decisão coletiva, temos laudo com dez pessoas assinando”, diz a coordenadora.

Biblioteca Pública / Elevador
Biblioteca Pública / Elevador

Segundo ela, as figueiras ficaram enormes, fechavam um lado da praça, que ficava sempre frio, úmido. Estavam prejudicando os jacarandás que são o símbolo da praça, já tortos, as raízes destruíam os meios-fios. “Quem plantou aquelas árvores ali não levou em conta que elas crescem sem parar”, diz a arquiteta.
Ela prevê, sempre com alguma reserva, que na próxima Feira do Livro a praça já estará pronta.
A arquitetura de um Estado rico
Os prédios selecionados para o Monumenta em Porto Alegre foram todos construídos nas primeiras décadas do século 20, quando era forte a influência positivista, bastante visível na arquitetura dos edifícios públicos.
Era o governo  Borges de Medeiros ( 1903/1928), num período de alta prosperidade para o Rio Grande do Sul, que ainda rivalizava com São Paulo em poderio econômico.
Essa prosperidade se refletiu em grandes mudanças na fisionomia da capital, com o surgimento de um conjunto de prédios monumentais que se completou até os anos de 1940 e que ainda hoje dominam a paisagem do centro histórico.
Pistas para os historiadores
As primeiras escavações junto à praça, feitas em 2007, encontraram sinais do primeiro ancoradouro, prova de que antes do aterro, a margem do Guaíba vinha até a rua da Praia.
Havia um trapiche, entre duas escadarias, na posição onde está a avenida Sepúlveda. As escadarias ainda existiam em 1870, quando D. Pedro II veio a Porto Alegre o armistício da Guerra do Paraguai.
Os arqueólogos encontraram também as fundações da antiga Alfândega. Era um prédio comprido, com um pátio interno e uma fonte. Nas escavações foram também encontrados objetos – moedas, louças, utensílios – que são pistas para reconstituições históricas.
Café, sorveteria e posto policial
O projeto da Praça da Alfândega contempla também uma melhoria na parte de serviços ao público.
Na lateral, junto ao muro da Caixa Econômica Federal será construída uma estrutura para comércio e serviços – café, sorveteria, engraxates, floristas, posto policial e duas bancas de revista, uma em cada extremidade.
“Vai animar aquele espaço ali, tapando o muro”, diz a coordenadora.
No fundo, sem aparecer, dois sanitários. Os artesãos também saem da calçada da Sete de Setembro.
A intenção segundo a arquiteta Briane Bicca, é fazer com que a Praça da Alfândega volte a ser “o eio da cidade”.
Um fundo permanente para conservação do patrimônio
Além dos prédios e espaços públicos, o Monumenta já restaurou 12 prédios privados que constavam do inventário do patrimônio histórico de Porto Alegre.
De um total de 140 imóveis arrolados pelo patrimônio histórico, 40 foram selecionados e seus proprietários receberam proposta para entrar no projeto Monumenta, com financiamento do governo federal para o restauro.
Desses, 12 aderiram e os prédios já foram restaurados. A coordenadora do Monumenta em Porto Alegre, acredita que outros dez prédios poderão ser incluídos no projeto.
Diante dos resultados dos primeiros, muitos proprietários estão aceitando entrar. Dos edifícios privados já restaurados, os mais conhecidos são o Clube do Comércio e a Catedral Anglicana, ambos na rua da Praia.
Além dos dois foram restaurados dois sobrados na rua da Praia, a “casa cor de rosa” na Riachuelo, uma casa na Demétrio Ribeiro.
Os proprietários recebem financiamento da Caixa Federal e a coordenadora acalenta o plano de formar com esses recursos um fundo permanente para restauração de imóveis de valor histórico na cidade.
Financiamento internacional
O Monumenta é um programa do Ministério da Cultura, para recuperação do patrimônio histórico em 26 cidades brasileiras.
Reconhecido pela Unesco, conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para os projetos e as obras.
Esses recursos cobrem 70% dos custos, sendo os 30% restantes contrapartida do Estado ou Município, conforme o caso.
Restaurações já concluídas
*Pórtico Cais Mauá
*Biblioteca Pública
*Museu de Arte do RS (Margs)
*Memorial do RS
*Museu da Comunicação Hipólito da Costa
*Palácio Piratini
*Mais 12 imóveis privados
Em  Obras:
*Igreja das Dores
*Pinacoteca Municipal
*Praça da Alfândega
 
Reportagem publicada no JÀ Bomfim/Moinhos, ed. dezembro.

Obra de restauração está cortando árvores da praça 71l1w

O Projeto Monumenta em Porto Alegre, desenvolvido pelo Ministério da Cultura, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Unesco, visa supostamente a restituir o visual da Praça da Alfândega ao seu original, do início do século XX, quando não se sabia ainda da importância das árvores no projeto urbano das cidades.
árvores tombam em nome da 'autenticidade'
Para garantir esta discutível e dispensável “autenticidade”, o projeto cercou a praça (QUE SEMPRE FOI ABANDONADA PELA PREFEITURA) com um muro metálico de dois metros de altura e, assim escondido, dedicou-se a cortar sistematicamente mais de duas dezenas de árvores da praça, algumas centenárias.
O barulho execrável e ininterrupto das moto-serras, por dias, e a saída regular de caminhões do espaço cercado e trancado, carregando troncos e mais troncos de largo diâmetro, assim como a vista de cima, dão uma idéia da insensata e escondida destruição que lá dentro acontece.
Praça da Alfândega perde árvores com Monumenta
Moro ao lado da praça e bem acima. Vejo com angústia crescente as clareiras se somarem em GRANDE VELOCIDADE, converso com os antigos frequentadores e transeuntes, artesãos e pequenos comerciantes ao redor, todos chocados e consternados com a velocidade e a extensão da destruição.
TODAS as árvores (algumas com mais de 30 anos) de AMBOS OS LADOS da avenida Sepúlveda, entre o MARGS e o Memorial, foram serradas e destruídas (sequer removidas a outro lugar). Dentro da praça, igualmente, os tocos dos troncos e os buracos atestam a destruição SEM PRECEDENTES das árvores lá plantadas, na CONTRAMÃO DA HISTÓRIA DO URBANISMO, em incompatibilidade com a qualidade de vida e o paisagismo esclarecido do século XXI, numa atitude burra, irrresponsável e INJUSTIFICÁVEL!!!
O Projeto Monumenta dá verbas para a “melhoria de praças e ruas” e eu gostaria de saber, o público desta cidade, os frequentadores desta praça TÊM O DIREITO de saber, em que este massacre insensato de árvores cuja copa garante ar puro e sombra versus a sujeira, a poluição e o calor massacrante do centro, aonde a palavra “MELHORIA” está prevista? Que melhoria é esta que destrói em grande escala a própria coisa que torna a praça um bem aos seus frequentadores. Ou eles acham que as pessoas lá vão pelos postes de luz? Pelo calçamento?
Todas as cidades em locais mais instruídos dedicam-se a criar espaços verdes ou aumentar os existents. Nossa prefeitura as destrói agora sob a desculpa de que vai criar um ambiente mais autêntico. Mas, se formos exigir autenticidade mesmo, que inundem aquela área, que antes pertencia ao rio. Ou que refaçam o espaço como era na chegada dos açorianos. Por que achar que o arbitrário autêntico é aquele em que não havia uma gestão
esclarecida do espaço da praça.
Em alguns locais a praça lembra uma serraria
Por que a prefeitura não torna o centro mais humano e seguro fazendo coisas óbvias e sensatas, como exigir que a pavimentação das calçadas permita que idosos e crianças possam andar sem tombar diariamente nos milhões de buracos das calçadas (só para citar um MELHORIA necessária e ignorada pela prefeitura que decide investir o dinheiro destinado à melhoria da praça nesta sanha destruidora imperdoável)???
Conclamo as pessoas de bem, a mídia, aqueles com espírito responsável, aqueles com ética, bom-senso e espírito público, a protestarem e a interditarem este projeto insano que destrói um bem público necessário na suposta desculpa de recriar a estética arcaica e desnecessária às custas do bem-comum.

Câmara do Livro vai a Fortunati garantir praça para a Feira 2010 6i44q

A Câmara Riograndense do Livro está aguardando uma audiência com o prefeito José Fortunati para se manifestar publicamente sobre a questão da Praça da Alfândega.
Segundo os coordenadores do projeto Monumenta, a praça não estará liberada em outubro quando acontecerá mais uma Feira do Livro de Porto Alegre, o principal evento cultural da cidade.
“Vamos ver o que o prefeito nos diz, para depois tomar uma posição”, disse ao JÁ o presidente da CRL, João Carneiro.
A Praça da Alfândega está incluída no projeto Monumenta, do Ministério da Cultura, para restauração do patrimônio histórico, e está em obras desde o ano ado.
A Feira do Livro de 2009 já foi realizada com algumas áreas interditadas pelas obras que haviam começado e foram suspensas para a realização do evento.
Agora, numa reunião na Secretaria da Cultura, na quinta-feira, 14/04, representantes do Monumenta informaram que não haverá condições de liberar a praça até outubro deste ano, quando deverá iniciar a 56a. ediçao da Feira do Livro.

Casa do Torreão ficou de herança para Igreja 1n2x4h

Filha de ateus deixa imóvel para a paróquia de Santa Teresinha
Por Daniela De Bem
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Para quem acha que as pessoas não deixam mais seus bens para Igreja Católica, e que isso já é algo ultraado, a história da linda casa situada na Av. Venâncio Aires com a Santa Teresinha, pode surpreender.
O casarão amarelo de três pavimentos, com dependências e um terreno que mede 13m85 de frente e mais 27m30 pelo lado da rua Santa Teresinha, foi deixado por Hebe Trindade, após a morte em 2003, para a Paróquia do Santíssimo Sacramento e Paróquia Santa Teresinha.
A mansão, que chama a atenção dos que por ali am, foi alvo de batalha judicial. Hélgio, Maria Inês, Maria Zélia e Otto Trindade, junto aos filhos do irmão já falecido, não aceitaram a doação da mãe. Juntaram-se e entraram com um processo, acusando a entidade religiosa de “captação de vontade”.
A benfeitora, Hebe Casses Trindade, nascida em 1917 na cidade de Quaraí, era filha do promotor, jornalista e poeta Atila Gutierrez Casses com a professora Hermelina Aquino Casses, ambos ateus.
Seguindo a vida profissional da mãe, formou-se na antiga Escola Normal, em 1937. Um ano depois, casou-se com o juiz e tabelião Otto Bélgio Trindade e foi morar em Encruzilhada do Sul, onde nasceram os dois primeiros filhos. Foi por influência do casamento que Hebe se batizou e iniciou uma tardia, porém, intensa vida religiosa.
Após períodos em outras cidades, como Flores da Cunha e Nova Trento, o casal se mudou para Porto Alegre. Por dois anos, de 1946 a 48, Hebe foi professora do Instituto de Educação. Porém, abandonou o magistério – quando seu quinto e último filho nasceu – com o intuito de se dedicar ao lar.
Desde que chegou à capital ou a frequentar a Paróquia do Santíssimo Sacramento e Igreja Santa Teresinha, na rua José Bonifácio. Perto dali, a família adquiriu o casarão amarelo, a uma quadra de distância. O que antes, no terceiro piso, abrigava uma pensão e, nos outros, uma empresa de mudanças foi transformado. Após dois anos de reforma, os primeiros andares aram a ser a moradia da família e o terceiro foi dividido em dois apartamentos.
Hebe é conhecida pelos que a cercaram como alguém que fazia o bem. A Creche beneficente Santa Terezinha contou com a sua ajuda por longo período de tempo. Dos anos de 1980 até 1987, foi presidente da instituição ao lado da amiga e vice-presidente Vanda Becker, hoje com 91 anos. Depois de ter deixado a chefia, continuou trabalhando na instituição até 1996, quando ficou doente. Vanda, já com dificuldades da caminhar pela idade avançada, discorre sobre a personalidade da companheira. Diz que ela sempre foi preocupada com as questões sociais e participante de atividades filantrópicas, além de ser comunicativa e muito católica. Foram as duas que conseguiram, com uma ajuda da Alemanha, comprar a atual sede da creche, na Av. Venâncio Aires 1030, que antes funcionava nas dependências de um asilo, na Ramiro Barcelos.
Marilene Motta Lopes, ativa na mesma igreja e coordenadora da Caritas Paroquial – organização humanitária católica destinada a atender pessoas carentes – da qual Hebe também fazia parte, conta que “ela era uma líder espiritual, dava palestras, ensinava a bíblia, era uma pessoa que não só falava, mas vivia o evangelho.”
Vanda conta que em 1988 a amiga perdeu o filho, o tabelião Fernando Trindade,e um ano após, morreu o marido, que estava doente há doze anos depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral. Nessa época, através de pesquisas ao processo gerado pela doação da casa da família, é possível verificar que Hebe já havia feito pelo menos dois testamentos com o marido, em 1978 e em 1983. O patrimônio do casal era grande, compreendendo a casa da residência, imóveis de renda – vários deles comerciais localizados na rua Andradas -, outros não alugados, como uma casa de veraneio e um sítio.
Foi em janeiro de 1994, com 77 anos, que Hebe Trindade decidiu doar o imóvel, que era de sua família há cinco décadas , para a paróquia da qual fazia parte. Acompanhada de cinco testemunhas, freiras palotinas, ela assinou o documento na presença do tabelião e registrou em cartório. Esse ato foi feito em sigilo, sem que os quatro filhos ainda vivos pudessem saber. O testamento foi fechado e só poderia ser aberto por um juiz após a morte de Hebe.
Além disso, com medo de rasgar ou perder o papel, ela deixou sob a guarda do tabelião. Em 1996, teve um tumor no crânio e ficou hospitalizada por, aproximadamente, oito meses. No últimos anos de vida, já estava muito doente e, segundo Marilene Motta, já não mais podia ir às missas diárias. Em fevereiro de 2003, Hebe morreu e na certidão de óbito, os motivos: parada cárdio-respiratória, cardiopatia isquêmica, linfoma.
Após o falecimento da testadora, o documento foi aberto e, tanto os filhos e os netos, quanto a Paróquia, ficaram sabendo da doação do imóvel da Venâncio Aires. Os herdeiros naturais, logo em seguida, entraram com um processo de anulação de testamento, afirmando que a mãe não estava lúcida e que havia sofrido captação de vontade.
Na primeira instância, a família ganhou. Frei Marcos afirma que a igreja tinha pensado em desistir de lutar pelo imóvel, entretanto, um dos filhos teria afirmado que “os padres eram leões vestidos com peles de cordeiro”. Por esse motivo, diz ele, decidiram ir até o fim e venceram na segunda e na terceira instância. O processo durou cerca de seis anos e, conforme o frei, a sentença só saiu por volta de dois meses atrás.
Na lei brasileira, explica o advogado Ricardo Luís Maya, só até 25% dos bens podem ser doados a terceiros , mediante testamento. O resto fica sob o domínio dos herdeiros necessários – filhos e, na ausência desses, netos. Isso significa que o casarão deixado para a igreja é apenas ¼ de tudo o que o casal Trindade possuía . Apesar de terem alegado que a mãe estava esquecida e sem lucidez, o juiz julgou o testamento perfeito, sem nenhum tipo de erro. Ainda, salientou que foi feito quase dez anos antes da morte e, por isso, se ela tivesse se arrependido do ato, teria tido tempo para mudar.
Hoje, após intensas brigas judiciais, o imóvel pertence aos freis carmelitas descalços, ordem – explica Frei Marcos – que tem os bens separados da cúria metropolitana e da qual a Igreja Santa Terezinha é a sede provincial. Além dela, existem mais sete casas, incluindo paróquias, casas de formação e casa espiritual – quatro no Rio Grande do Sul, uma em Santa Catarina e duas no Paraná . Há, ainda, mais duas missões em Mato Grosso. Os representantes da igreja consideram que a doação foi coerente, já que a vida de Hebe sempre foi marcada pela solidariedade e pela religiosidade.
Conforme Frei Marcos ainda em outubro a casa será entregue definitivamente para a entidade religiosa. O prédio é parte do patrimônio histórico da cidade. A igreja não pretende usá-lo para nenhum movimento ou projeto social, mas sim para alugar a terceiros.
“Um homem veio nos procurar para alugar e fazer uma casa noturna. A casa é muito grande, tem vários ambientes e seria muito bom para fazer uma boate, mas isso não combina com a doutrina da igreja”. Marcos conta, ainda, que um grupo de cineastas o procurou para pedir emprestado o casarão por tempo indeterminado. “ Eles queriam que a gente deixasse eles filmarem, a fim de ajudar na produção cultural da cidade”. O filme, entretanto, era de terror e, após uma risada, o frei arrematou: “ Filmes desse tipo não podem colaborar para o patrimônio cultural gaúcho, por isso também não concordamos.” O fato é que muitas pessoas já estão de olho no imóvel e , nos próximos meses, a casa terá outro destino. Sem saber o que funcionará lá, a única certeza é a de que ela não será mais o ponto de encontro da família Trindade.

Ato na Usina do Gasômetro encerra Semana do Centro Histórico 35381w

Gabriel Sobé
Um ato pela paz encerra neste sábado, 23, a Semana do Centro Histórico de Porto Alegre, no terraço da Usina do Gasômetro. A série de eventos que teve início na segunda-feira ada, 16, proporcionou a quem estava na cidade, momentos de confraternização, com espetáculos de música e dança, além das “happy hours” no Mercado Público da capital.
O último dia de eventos começa ás 9h com a Feira de Trocas na Praça Brigadeiro Sampaio – até ás 13h – e seguirá com visitações orientadas a museus, recital na Igreja Nossa Senhora das Dores, Roda de Choro no Santander, entre outras atrações.
Conforme determinou a Lei Municipal 10364/08, o bairro do Centro, o mais antigo de Porto Alegre – e que concentra a maioria dos marcos culturais – ará a se chamar Centro Histórico, visando valorizar seu patrimônio cultural e ambiental e valorizar o lado turístico da cidade.

Confira a programação do sábado:

9 às 13 h – Feira de Trocas na praça Brigadeiro Sampaio
10 às 12h – Visita guiada à catedral anglicana – IAB/RS
10h30min– Comemoração do aniversário do Caminho dos Antiquários
11h30min – Desfile no Caminho dos Livros
14:30min – Caminhada Orientada – Roteiro dos Museus
16:00 – Visita ao Museu do Exército e Brigada com apresentação de banda
17:00 – Recital na Igreja das Dores – Expresso 25
17:00 – Roda de Choro no Café da Moeda – Santander Cultural
18:00 – Ato pela Paz e confraternização no Terraço da Usina do Gasômetro

Centro Histórico de Porto Alegre tem semana de eventos 4w3q34

Uma extensa programação de eventos vai movimentar o Centro Histórico de Porto Alegre, partir deste sábado, 16, até o fim da próxima semana.
A promoção é do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural. “É um projeto de celebração e exaltação que aspira além da valorização do centro, a integração e a participação de todos os que amam esta cidade”, segundo os organizadores.
Desfile de chapéus, aulas de dança, Tai Chi Chuan, clube de nadismo (pare e aprecie as belezas do Centro Histórico!), bandas, shows na Usina, música indiana, canções de antigamente, happy hour no Mercado Público são algumas das atrações.
A intenção, além de propiciar entretenimento para quem mora e trabalha no centro, é “trazer pessoas de outros bairros, e até de outras cidades, possibilitando uma incrementação no Turismo”.
Veja a programação:

Caminhada com a Câmera Viajante, dia 16/08, a partir das 10h, no Caminho dos Antiquários (Rua Mal. Floriano, esquina Rua Fernando Machado)