Cleber Dioni Peritos criminais querem resposta do governo O Sindicato dos Peritos Oficiais da Área Criminal do Estado pediu audiência com o secretário de Segurança do Estado, Edson Goularte, para retomar esta semana as negociações salariais com o Governo, paralisadas desde a saída do delegado da Polícia Federal José Francisco Malmann. O dia ainda não foi confirmado. A presidente da entidade, Cristiane Marzotto, afirma que as conversações iniciaram em julho, no dia 11, com a entrega ao então secretário Mallmann e à governadora Yeda Crusius uma “Carta de Alerta” relatando as conseqüências da baixa remuneração e do atraso nas promoções da categoria. Segundo ela, os baixos salários estão fazendo com que os servidores busquem outras atividades ou se transfiram para outros estados, que estão pagando salários mais atraentes, como Santa Catarina, Distrito Federal e Acre. Em alguns estados, os salários chegam a ser cinco vezes maiores. “O perito responde civil e criminalmente pelo laudo pericial que emite, sem remuneração adequada os profissionais procuram outras atividades. A estrutura da segurança púbica não pode aceitar a diminuição de seu quadro funcional por baixos salários, isso vai acabar inviabilizando a eficiência do trabalho pericial, policial e judiciário”, ressalta. Hoje, o Estado possui 134 peritos criminais, sendo que 100 atuam em Porto Alegre e 16 nos quatro postos do Interior, quatro em cada um – Pelotas, Santa Maria e o Fundo e Caxias do Sul. Dos que atuam na Capital, alguns estão em atividades istrativas. O governo do Estado tenha abriu concurso público para contratar 55 peritos criminais, incluindo a abertura de novos postos regionais, mas a representante sindical teme que mais peritos acabem se desiludindo com a profissão devido à remuneração. O salário inicial de um perito criminal está por volta de R$ 2.700,00. No âmbito nacional, o Rio Grande do Sul é o penúltimo ou antepenúltimo em salários, segundo Cristiane. Excetuando a área de abrangência dos postos, hoje os peritos de Porto Alegre atendem a todo o Estado e em algumas ocasiões, têm de se deslocar a Uruguaiana ou a Marcelino Ramos, por exemplo. “A degradação de material biológico é obvia quando demoramos para realizar a coleta mas, o que realmente faz a diferença é a preservação do local do crime, que é incumbência da Brigada Militar e da Polícia Civil até a chegada do perito. Quanto mais demorado o atendimento mais profissionais ficam sem atender outras ocorrências e mais difícil evitar o o da população, muitas vezes emocionada. A demora no atendimento priva, também, os agentes da Policia Civil das informações que são adas pelo perito na cena do crime e que via de regra podem auxiliar na investigação de autoria do crime.” Os profissionais reclamam também do atraso nas promoções e reivindicam a inclusão dos quadros do IGP na Lei Britto. Segundo a presidente da Acrigs, com exceção dos primeiros grupos que solicitaram o aumento e não obtiveram êxito, a maioria dos funcionários que acionaram a Justiça já estão recebendo os adicionais. “Estamos falando de profissional muito qualificado. O perito tem na hierarquia da segurança pública posição similar à do delegado de Polícia e dos oficiais da Brigada Militar. O trabalho da perícia oficial é o que dá e, dentro do inquérito presidido pelo delegado, ao promotor de Justiça para a formação de seu posicionamento e para a efetivação da prova”, completa Cristiane. i5k4x