Da Redação O ex-governador Germano Rigotto reuniu ontem a imprensa e “ditou” o que está nos jornais de hoje: que sua decisão é pessoal, que com isso quer “ajudar o PMDB e Simon” (ao acabar com a dicotomia entre seu nome e o do prefeito José Fogaça, o que retardaria a definição de alianças), que “seria muito ruim afastar qualquer possibilidade de coligação”, e que uma das razões é que ele já foi governador, e Fogaça, não. Por três vezes, quase chorou. Não está nos jornais: perguntado pelo JÁ se pesou na decisão o fato de estar na internet que sua família está processando um jornal, respondeu o mesmo que já “ditou” [sic] ao blogueiro Políbio Braga esta semana: não tem nada com isso. Acrescentou, sem que fosse questionado: “Nunca indiquei ninguém pra governo”. Referia-se, sem citá-lo, ao irmão Lindomar Rigotto, principal implicado na fraude da CEEE, que gerou um processo judicial que corre em segredo de justiça há 14 anos. Já dissera, em agosto, quando foi divulgada a ação do Ministério Público Federal intitulada “José Otávio Germano e outros” (secretário de Segurança no seu governo, quando começou o Caso Detran), que seus secretários “tinham autonomia para contratos”. Mais uma vez, portanto, afirmou que não é consultado no seu governo, no seu partido e nem no seu círculo familiar, apesar da gravidade das acusações. 2m3w6c
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PERFIL – João Pancinha: mandato voltado ao Plano Diretor 5h3l
Por Marcelo Gigante Ortiz
Foto: Bruno Todeschini
Porto-alegrense, 47 anos, casado, pai de 2 filhos, tem formação em Engenharia Civil e pós-graduação em edificações. Tais informações são suficientes para fazer uma apresentação formal do novo vereador da capital João Pancinha (PMDB). Porém, é pouco para descrever o homem João Antônio Pancinha Costa, que tem em sua trajetória de vida ligada ao Rotary Club de Porto Alegre e ao Sport Club Internacional. Eleito com 3.242 votos, o peemedebista direcionará seu mandato a propor melhoras no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre.
Para isso, o vereador fez questão de participar da Comissão da Câmara que revisa o PDDUA, na qual ele integra a 5ª Temática, Proteção e Preservação do Patrimônio Cultural e Natural da Cidade. Entre as alterações necessárias, Pancinha destaca a necessidade de um plano específico para a Orla do Guaíba e um que trate da maré viária. “Eu, que sou ligado à área da engenharia, estou muito preocupado com o assunto”, conta o vereador, que também demonstra inquietação por causa das famílias que moram em áreas irregulares.
É na própria família que o engenheiro, que gosta de usar roupa social e ler a Revista Isto É, busca o exemplo para a sua atuação como profissional e político. “Eu procuro seguir muito a linha da minha família, a minha família é uma referência, meu pai é uma referência”, conta o vereador, que seguiu a mesma profissão do seu progenitor.
Casado com Rose Costa há 23 anos e pai de Thiago, 19, e Lucas, 14, Pancinha escolheu para os filhos o mesmo colégio em que estudou durante boa parte de seu período escolar. A escolha: La Salle Dores. O motivo: “é uma escola voltada mais à família, à responsabilidade, ao cuidado com o próximo”, justifica.
A preocupação com o próximo e o desejo de praticar o bem levou o agora vereador a ingressar no Rotary Club de Porto Alegre, uma organização de líderes empresariais e profissionais que prestam serviços humanitários. Sócio há cerca de 15 anos, Pancinha já foi duas vezes presidente, além de secretário e governador-assistente.
O que o peemedebista também praticou bastante nos últimos quatro anos foi o diálogo com as comunidades de Porto Alegre. Isso porque, de 2005 a 2008, Pancinha trabalhou como Coordenador da Assessoria Comunitária do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). Neste período, o DEP realizou uma das obras mais famosas da gestão do prefeito Fogaça, o Conduto Forçado Álvaro Chaves, que tem o objetivo de terminar com as enchentes na capital gaúcha. “Eu ia lá, explicava como era a obra, quanto tempo ia ficar parado, aberto. Aquela situação me jogou dentro das comunidades”, explica o vereador.
Outro vínculo que o pai do Thiago e do Lucas criou com parte da população porto-alegrense ocorreu através do seu trabalho no Sport Club Internacional. No colorado, ele teve um grande desafio como : ser diretor das categorias de base na transição da Lei do e para a Lei Pelé. Após a aprovação da Lei Pelé, os clubes perderam o vínculo com os seus jogadores, que ficam livres após o término de seus contratos. “Naquele período nós fizemos 94 contratos de atletas das categorias de base. Foi o que possibilitou ao Inter se garantir”, conta.
Ainda nas categorias de base, Pancinha trabalhou com o atual técnico do Corinthians, Mano Menezes. Segundo o vereador, os dois são responsáveis pela descoberta de Nilmar, hoje ídolo do Inter. “Eu sou o culpado”, diz orgulhoso, se referindo ao sucesso do craque no Beira-Rio. Sobre Mano, ele diz que será um dia o técnico da Seleção Brasileira, entre outros elogios.
Quem também recebe elogios do peemedebista são figuras históricas da política nacional e “sinônimos de retidão”, como Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e Pedro Simon. Por sinal, os três do PMDB. Sobre a escolha da sigla para a sua trajetória na política, Pancinha justifica lembrando a luta contra o regime militar na época em que só existiam o MDB e a Arena.
É também dentro do partido que o engenheiro tem suas referências políticas mais próximas: o deputado federal Mendes Ribeiro Filho e o deputado estadual Luiz Fernando Záchia. Sobre os dois, o vereador diz querer seguir a forma honesta e transparente que eles fazem política. Aliás, Pancinha foi o coordenador da campanha que levou Mendes à Câmara dos Deputados em 2006.
As boas relações no PMDB, o trabalho comunitário no DEP, as atividades do Rotary Clube e a ligação com o Internacional são fatores que com certeza ajudaram o vereador a alcançar os seus mais de 3 mil votos nas eleições de 2008. Agora eleito, além de trabalhar no Plano Diretor, o rotariano pretende formar parcerias entre o terceiro setor e o poder público. “Gente querendo ajudar está cheio. Nós temos que fazer com que quem queira trabalhar chegue perto de quem precisa”, explica. “Se eu conseguir fazer isso, acho que realizo um bom mandato”, completa confiante.