Caras diferentes no final da manifestação de hoje 5l1l3q

A manifestação desta quinta-feira em Porto Alegre não bombou nas redes sociais durante o dia. Uma caminhonete velha e barulhenta com equipamento de som, destoou na manifestação na esquina do Tribunal de Justiça, na noite desta quinta. Antes, o convite incluía uma sugestão: vá de bicicleta. O Bloco de Lutas pelo Transporte Público reúne muitos coletivos, associações, sindicatos, indivíduos da academia, do magistério, de instituições públicas. Foi ouvido como a “voz das ruas” por isso mesmo, saía só da garganta de centenas de jovens nas ruas. Não tinha bandeira de partido. Eram expulsas pelo coro “Opurtunismo, não!”. Neste momento nesta esquina, nesta quinta à noite, algumas bandeiras flamejavam. Era o final de uma manifestação e o início de uma confusão. A onda de violência do Rio, de São Paulo, do Espírito Santo pode ter inspirado os incendiários de Porto Alegre. Por volta de 21 horas, faziam fogo na esquina do Tribunal de Justiça, e no contêiner de lixo mais próximo, com palavras de ordem ao microfone muito diferentes dos slogans originais do Bloco. Em abril, os manifestantes entoavam “Polícia, recua, que o povo ta na rua”, e a polícia acompanhava na retaguarda. Hoje o que se ouvia era “Polícia, recua, o poder popular está na rua”, mas àquela hora havia menos gente do que na ocupação da Câmara de Vereadores, que durou uma semana. Em abril, quando o movimento chegou às eatas, após um aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,05, o grito era “se a tarifa não baixar, Porto Alegre vai parar”. Baixou. Hoje, o grito era “acabou o amor, isso vai vira Palmares”. O povo aos poucos se retirou. (PM) 595t6p

Livro mostrará perfil do público do OP 3z6m60

As assembleias regionais do Orçamento Participativo estão sendo transmitidas ao vivo pela internet – mms://pwvideo1.procempa.com.br:8080/op . Hoje à noite é a vez da região Centro-Sul, no bairro Cavalhada. Pessoas que já participaram de outras edições do OP estão sendo convidadas por torpedos nos telefones celulares, com o calendário de assembleias.
O projeto OP em Rede permite aos moradores de Porto Alegre votar, pela internet, nas áreas para as quais eles querem que os recursos públicos do Orçamento de 2014 sejam destinados. A consulta pode ser ada no site do OP: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/op/. A população também pode interagir pelo Facebook (facebook.com/opportoalegre) e pelo Twitter (twitter.com/oppoa).
Hoje a Prefeitura anunciou que o programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em parceria com o Observatório da Cidade de Porto Alegre (ObservaPoa) e Observatório das Metrópoles, vai lançar o livro “Orçamento Participativo de Porto Alegre – Perfil, Avaliação e Percepções do Público Participante”.
O livro traz o perfil do público que participa do OP num período de 22 anos, desde a sua implantação em 1989. Antes do lançamento, será apresentado ao Conselho do OP, na segunda quinzena de agosto, depois das assembléias deste ano.

Bloco de Lutas pelo Transporte Público permanece na Câmara de Porto Alegre 5w5e5y

Uma centena de pessoas do Bloco de Lutas pelo Transporte Público ou a segunda noite consecutiva no plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre, que eles agora chamam de Câmara Popular. A ocupação se repete nos legislativos de o Fundo e de Santa Maria.
Em São Leopoldo, ontem à noite, houve desentendimento entre os cerca de 150 manifestantes acampados em frente à Câmara, que foram expulsos. Duas pessoas seguiram de ambulância para o Hospital Universitário.
Em Porto Alegre, os ocupantes da Câmara farão nova assembleia no final da manhã desta segunda-feira, para decidir se vão apresentar um projeto de lei instituindo o e livre. Também querem abertura de contas das empresas de transporte, com auditoria, e há quem fale em encampação das concessionárias pelo poder público.
A última assembleia foi ontem à noite. Nas assembléias, participa quem vier, fala quem se inscrever. Volta e meia, vem o lembrete para não deixar lixo esparramado, cuidado para não pisar nas flores! Ao final, pediram que permanecesse só que tinha vindo para “ocupar”. Foram atendidos. “Aqui não vai rolar uma festa, nós estamos aprendendo a fazer, agora temos que cuidar do espaço e da segurança”.
Eles fazem sua própria segurança. Na portaria, quatro guardas acompanham o vaivém e a triagem que decide quem entra ou não. Um dos guardas pede: “Preciso que um de vocês fique aqui, senão vou ter que fechar o portão e vai dar um revertério”.
Só conhecido
Já os que vão ‘ocupar’ o plenário da casa precisam ser identificados. Não com documentos, mas conforme as indicações de confiabilidade. Só entra quem é conhecido ou conhece alguém que já entrou. “Esse é da Biologia”, avisa alguém de dentro para tutelar a entrada do que está fora.
Eles não querem a imprensa. Mas a divulgação não é bom pro movimento? “É, mas eles editam o que a gente diz, distorcem tudo.” Então também fazem a própria divulgação, pelos canais da internet www.postv.org e Mídia Ninja. Depois do e livre, vão brigar pela regulação da mídia.
O movimento, criado em Porto Alegre durante o Fórum Social Mundial de 2003, é tão informal quanto organizado. Não despreza a democracia representativa, e sim a sua inoperância no atendimento das demandas populares. Tanto é que estão no Plenário. Exigem apenas que os parlamentares os representem de fato, respaldados pelas manifestações de junho.
Aos de fora que quiserem ajudar, pedem pão e água, frutas, sucos e café, copos, talheres, muitos panos, sacos de lixo e material de limpeza. Querem deixar a casa em ordem. Ocupação é diferente de invasão.
Na entrada do plenário, sob a placa metálica que registra que o auditório foi reinaugurado em 2 de janeiro de 1995, foi colada uma folha de papel onde está escrito à mão: “reinaugurado em 10 de julho de 2013”.

agem a R$ 2,80 a partir de quinta-feira 2c1m8

Por 34 votos favoráveis e um contrário, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, no início da madrugada desta terça-feira (2/7), o projeto de lei complementar do Executivo que isenta do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) as empresas de transporte coletivo por ônibus da Capital. Iniciada às 14 horas de ontem no plenário, a sessão se estendeu até os primeiros 40 minutos da terça-feira.
O prefeito em exercício, Sebastião Melo, deve sancionar a isenção ainda hoje, com publicação no Diário Oficial amanhã. De Brasília, o prefeito José Fortunati lembrou que o município deixará de arrecadar R$ 15 milhões sem o ISS das empresas de ônibus
Das 15 emendas propostas ao projeto original, foi aprovada apenas a nº 12, que fazia uma correção ao texto do projeto. As emendas 1 (e subemenda 1) e 7 foram retiradas de votação pelos autores, tendo ainda o plenário rejeitado as outras 12 emendas discutidas. Em acordo construído pelos vereadores, as bancadas rejeitaram a emenda 11 e se comprometeram formalmente em aprovar um futuro projeto de lei do vereador Clàudio Janta (PDT) que obrigue as empresas concessionárias a manterem banheiros para seus funcionários no início e no final de linhas de ônibus. Ao final da votação, a bancada do PT manifestou, formalmente, a sua contrariedade pela rejeição das emendas propostas.
A atual alíquota em vigor do ISSQN para o serviço de transporte coletivo por ônibus é de 2,5%. Segundo o prefeito José Fortunati, com a isenção, o valor da agem dos ônibus urbanos, fixado em R$ 2,85, baixará para R$ 2,80. “A desoneração do transporte coletivo é de fundamental importância para os cidadãos, sendo um dos desafios da mobilidade urbana e metropolitana o financiamento da tarifa”, defende. O PLCE aprovado tramitou na Câmara em regime de urgência.
Abaixo, as 15 emendas apresentadas pelos vereadores e o resultado das votações:
*(Retirada) Emenda 1, de autoria dos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, ambos do PSOL, estabelece que a base de cálculo para isenção do ISS será o valor atual das agens de ônibus, de R$ 2,85, e de R$ 4,25 da lotação. Uma subemenda (retirada) apresentada pelos dois vereadores, porém, retira dos cálculos o serviço de lotação.
(Rejeitada) Emenda 2, também de Ruas e Fernanda, prevê que futuros reajustes nas tarifas serão condicionados à apresenção à Câmara – 30 dias antes da reunião do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), que analisará o reajuste – da tabela de custos, com a descrição e valores de todos os insumos e tributos. Além disso, prevê a realização de audiências públicas e consultas populares antes de qualquer aumento.
(Rejeitada) Emenda 3, de Ruas e Fernanda, prevê que qualquer aumento futuro das tarifas só poderá ser praticado por empresas com contratos firmados com o município por meio da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações).
(Rejeitada) Emenda 4, de Alberto Kopittke (PT), institui o controle e gestão públicos do sistema de bilhetagem eletrônica, cujos recursos serão depositados em fundo público próprio, istrado pelo município, com os redimentos revertidos para a redução da tarifa.
(Rejeitada) Emenda 5, de Sofia Cavedon (PT), estabelece que somente será válido o reajuste se a Prefeitura disponibilizar na Internet a planilha de cálculo tarifário 30 dias antes da apreciação do reajuste pelo Comtu.
(Rejeitada) Emenda 6, de Engenheiro Comassetto (PT), determina a revisão de todos os componentes da planilha de cálculo do transporte coletivo por ônibus.
*(Retirada) Emenda 7, de Alberto Kopittke (PT), define a base de cálculo para redução do ISS em R$ 2,60.
(Rejeitada) Emenda 8, da bancada do PT, altera a composição do Comtu. Pela proposta, o conselho será tripartite: um terço de membros do Executivo, um terço de representantes de entidades da sociedade civil e um terço por cidadãos eleitos diretamente pelos usuários.
(Rejeitada) Emenda 9, de Ruas e Fernanda, estabelece que o aumento salarial dos rodoviários só poderá ser incluído na tabela de cálculo das tarifas depois que o dissídio for aprovado pela categoria.
(Rejeitadas) Emendas 10 e 11, de Cláudio Janta (PDT), estabelecem que só poderão se beneficiar da isenção de ISS as empresas de ônibus que atenderem os requisitos da Lei das Licitações (8.666/93), que estiverem em dia com suas obrigações tributárias e trabalhistas e que disponibilizarem banheiros no início e final de linhas para os funcionários.
(Aprovada) Emenda 12, do líder do governo, Airto Ferronato (PSB), formaliza a isenção do ISS ao “serviço público de transporte coletivo por ônibus”, acrescentando o inciso XVII ao artigo 71 da Lei Complementar 7/1973. (emenda corretiva de texto, retirando a expressão “em linhas regulares”.)
(Rejeitada) Emenda 13, de Ruas e Fernanda, prevê que a renúncia tributária com a isenção do ISS será compensada com redução no número de cargos de confiança e verbas destinadas a publicidade.
(Rejeitada) Emenda 14, de Ruas e Fernanda, prevê que o valor da tarifa de ônibus deve levar em conta as desonerações de ISS (2,5%) e PIS/Cofins (3,65%) sobre o valor da tarifa vigente, de R$ 2,85.
(Rejeitada) Emenda 15, da bancada do PT, determina que a isenção incidirá imediatamente na mesma proporção na redução do preço da agem.
*As emendas 1 (e subemenda 1) e 7 foram retiradas a pedido dos autores e não foram votadas.

(Com informações das assessorias de imprensa da Câmara de Vereadores e da Prefeitura Municipal)

Acabou a consulta pública para definir novos bairros 26645g

Na noite desta terça-feira (27/03) ocorreu o encontro final da audiência pública sobre o anteprojeto para definição dos limites dos bairros de Porto Alegre.
Ao todo, durante o mês de março foram realizadas, contando com esta última, dez reuniões na câmara municipal para apresentação do projeto proposto pela secretaria de Planejamento.
Neste período, a população protocolou 156 sugestões para alteração do projeto.
No encontro desta terça, os participantes, quase todos ligados a movimentos comunitários e representantes das regiões de planejamento da Capital, questionaram o tempo curto para que as pessoas tomassem conhecimento da nova lei e propusessem mudanças. “Não houve tempo suficiente pra discussão do projeto junto às comunidades”, era o que se ouviu na maioria das manifestações.
Agora, o Grupo de Trabalho Bairro, da prefeitura, analisará as contribuições e fará os ajustes necessários. A seguir, o anteprojeto irá ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental – CMDUA. Caberá ao Conselho levar as sugestões aos oito fóruns regionais de planejamento.
O secretário de planejamento, Márcio Bins Ely, promete tempo para as regiões se manifestaram. “O objetivo do executivo é que a ideia chegue à Câmara dos Vereadores com uma formatação coesa, para que não haja discussões e deliberações infinitas,” disse. Ele ainda garantiu que o ano eleitoral não irá interferir no processo.
A proposta final, com as 156 considerações analisadas e eventuais modificações sugeridas pelo CMDUA, será enviada ao prefeito José Fortunati, que então encaminhará o projeto de lei à Câmara Municipal.
O anteprojeto da Secretaria de Planejamento vem sendo formulado desde 2005, mas a unificação das leis dos bairros já era uma determinação do Plano Diretor desde 2000. Porto Alegre possui 81 bairros, pelo proposto o número aumentaria para 87.
Acompanhe aqui como fica o mapa de seu bairro.

Porto Alegre ano a ano 4t2y27

Historiador Sérgio da Costa Franco.

O historiador e escritor Sérgio da Costa Franco lança – nesta quarta-feira (28/03), no Centro Cultural Erico Verissimo – o livro Porto Alegre ano a ano 1732-1950 pela editora Suliane Letra e Vida.
A obra – cerca de 320 páginas, com muitas ilustrações, fotos e folhas de rosto de jornais antigos – é o sexto trabalho individual do escritor sobre a capital gaúcha, com uma abordagem mais jornalística do que histórica, destinada, principalmente, a servir como guia de consultas sobre importantes efemérides e fatos pitorescos dos séculos XVIII, XIX, e XX.
O livro, certamente, também aguçara a velha polêmica sobre a data de fundação de Porto Alegre: 1732, quando se estabelecem alguns estancieiros – como Jerônimo de Ornelas? Ou 1752, quando chegam os primeiros casais de açorianos? Ou 1772, data oficial, quando foi desmembrada de Viamão?
Natural de Jaguarão e apaixonado por Porto Alegre, onde construiu vida e carreira profissional, Costa Franco ajudou a derrubar certas lendas, como a da “muralha” que cercava a cidade e que, segundo ele, “não ava de uma fossa cheia de maricás e seus espinhos”.
Em Porto Alegre ano a ano 1732-1950, que consumiu dois anos de pesquisa, Costa Franco prendeu-se a história factual, consultando velhas atas da Câmara Municipal e da Assembleia, relatórios oficiais, jornais e revistas: “é jornal
ismo puro, nada de interpretações e explicações como fazem os acadêmicos historiadores. Trata-se, grosso modo, de um almanaque, um guia para diferentes tipos de pesquisadores ou curiosos”, explica o escritor.
Os açorianos enfentaram doenças e falta de comida no longa viagem até o sul do continente.

Para ele – apesar da ocupação da região por estancieiros, em 1732, ou 20 anos depois, por casais de açorianos que, originalmente, dirigiam-se as Missões – a data de 1772, como fundação oficial da cidade, é mais significativa por razões, não de início de povoamento, mas de autonomia em relação a Viamão, primeira capital da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul: “é a partir de 1772 que as coisas realmente se organizam, que a aldeia de pescadores a a ganhar contornos de burgo cuja denominação evoluirá de Porto do Dorneles para São Francisco do Porto dos Casais e, em 1773, para Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre”.
Assim, sem fazer concessões ao ficcional e ao lendário, como consta na apresentação do livro, trata-se, Porto Alegre ano a ano 1732-1950, de uma cronologia histórica, na qual estão registrados episódios da vida política, istrativa, econômica, cultural e esportiva da cidade. Vejamos alguns tópicos.
1732, os primeiros estancieiros
Mapa das três sesmarias que formariam a cidade de Porto Alegre. O núcleo do vilarejo estava nas terras de Jerônimo de Ornellas, que tinhas limites no rio Gravataí até o arroio Jacarai (Dilúvio).

“Alguns anos depois da expedição de João Magalhães e seus 30 lagunistas, que em novembro de 1725 vieram ao Rio Grande num reconhecimento de caráter militar e afirmação de posse, começaram a estabelecer-se invernadas e estâncias nos campos de Viamão, inclusive no que é hoje o município de Porto Alegre. Pela mesma época, estabeleceram-se com invernadas e fazendas de criação, Jerônimo de Ornelas Menezes Vasconcelos, natural da ilha da Madeira, que estagiara por algum tempo em Minas Gerais e em Guaratinguetá-SP, mais Sebastião Francisco Chaves e Dionísio Rodrigues Mendes, ambos procedentes de Laguna SC”.
1752, chegada de paulistas e açorianos

Esperando a viagem que nunca seria feita, os colonos cosntruíram moradias de barro e capim onde hoje é a Praça da Alfândega.

“A 19 de novembro desse ano, chegaram ao local então chamado de “Porto de Viamão”, às margens do Lago Guaíba e em terras de Jerônimo de Ornelas, 60 paulistas enviados pelo Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, devidamente armados e municiados, e com as indispensáveis ferramentas de trabalho, para preparar a migração de casais açorianos, que deveriam estabelecer-se no território dos 7 Povos das Missões”.
1772, criação da freguesia

A primeira igreja da Matriz, com a capela do Espírito Santo a frente. Marco da elevação do povoado a freguesia.

“26 de março – O bispo do Rio de Janeiro, Dom Antônio do Desterro, desmembrou o Porto dos Casais da jurisdição da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão, denominando-a como “freguesia de São Francisco do Porto dos Casais”. Esta data, duzentos anos depois, foi oficializada pelo município com o da fundação de Porto Alegre. Também cabe destacar que, em 25 de julho de 1773, o então governador José Marcelino de Figueiredo, comunicou aos “juízes ordinários e mais oficiais da Câmara deste Continente do Rio Grande, a mudança da capital, que se achava sediada em Viamão, para Porto Alegre.
1854, outro réu supliciado na forca

“A 9-novembro, às 11h da manhã, no Largo da Forca, sofreu a pena capital o baiano Manoel (escrevo de Fermiano Pereira Soares), que, para ser vendido, se achava hospedado na casa do comerciante Domingos José Lopes, à esquina da Rua da Praia com a Vasco Alves. Tinha resistido a uma ordem de Domingos e reagira contra o castigo que este lhe quisera aplicar. Na luta que se seguiu, contra os escravos que secundavam o patrão, matou Gaspar a golpes de faca e lesionou gravemente outros dois cativos da casa […] Da execução deste escravo nasceu a lenda das “torres malditas”, porque ele teria, no patíbulo, augurado que a igreja das Dores, então ainda em obras, jamais seria concluída”.
1855, abriu-se um dos primeiros cafés
“Na rua Nova, hoje Andrade Neves, o imigrante italiano João Batista Blengini abriu um dos primeiros cafés da cidade, que foi o “Café da Fama”. Esse estabelecimento deve ter durado muitos anos, pois a ele se referiu Aquiles Porto Alegre em uma de sua crônicas”. Segundo o comentário de Aquiles: “Neste tempo, havia uma séria prevenção contra as casas de negócio deste gênero. Pareciam casas malditas. De dia só aparecia lá um ou outro forasteiro vindo de terras mais cultas ou algum embarcadiço de cachimbo ao canto da boca. Pessoa conhecida esperava que caísse a noite para ir até lá”.
Mais antiga foto dA Rua da Praia, 1860.

1855, declarou-se em novembro a epidemia de cólera

“Uma terrível epidemia de cólera-morbo, a mais trágica epidemia na história sanitária de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, manifestou-se em Porto Alegre a partir de 20-novembro, depois de já se haver declarado em Rio Grande, Pelotas e Jaguarão. Segundo o relato oficial do presidente provincial, Barão de Muritiba, a doença, que já grassava em portos o norte e do sudeste, chegou com ageiros do vapor “Imperatriz”, vindos do Rio de janeiro. Desde logo foi alta a letalidade, sobretudo entre escravos”.
1917, a eata da rolha
“Em 26 de outubro, o presidente Venceslau Braz declarou o estado de guerra entre o Brasil e a Alemanha, o que gerou sérias preocupações ao governo de Borges de Medeiros, em face dos graves acontecimentos ocorridos em abril. O chefe de polícia de então, Firmino Paim filho, publicou um edital proibindo reuniões públicas de mais de duas pessoas. Porém a época era de disputa eleitoral, avizinhava-se o pleito em que Borges de Medeiros pleiteava nova reeleição, o que, de algum modo explica o inédito protesto da oposição. Aparício Torelli (o barão de Itararé), então estudante de Medicina, de notórias tendências humorísticas, organizou, em 29 de outubro, uma segunda-feira, um desfile mudo, a dois de fundo, com os participantes de rolhas na boca. Segundo o cronista Augusto Meyer, seria uma coluna por dois, porque o edital proibia ajuntamento de mais de duas pessoas. Todos os participantes do desfile levavam rolhas na boca, silenciosos, o a o, caminhando ao longo da Rua Duque de Caxias, em direção a sede do governo. A eata foi atalhada e dissolvida antes da esquina da Rua Espírito Santo pela cavalaria do piquete presidencial”.
1918, briga de faca num grenal


Estádio da baixada, primeira casa do Grêmio.

“No que parece ter sido o primeiro incidente grave em partidas entre o Grêmio e o Internacional, em quatro de agosto, no campo da Baixada, da Rua Mostardeiro, um torcedor do Grêmio, Manoel de Almeida Costa, agrediu a faca o atleta Álvaro Ribas, do Inter, assim como a Octavio Telles de Freitas, funcionário da Delegacia Fiscal do Tesouro. O agressor foi preso em flagrante e conduzido ao posto policial no automóvel do próprio chefe de polícia, Ariosto Pinto. A partida foi interrompida quando o Grêmio vencia por uma zero, em gol de pênalti; nunca foi concluída. A rivalidade entre as duas torcidas se tornara forte desde 1913, quando o internacional venceu seu primeiro grenal”.
Por Francisco Ribeiro
Praça da Alfândega, 1925.

Praia de Ipanema, anos 70.

A grande enchente de 1941, deixou 40mil desabrigados.

Revitalização do entorno da arena do Grêmio ainda depende de verbas 4f3l6g

A Prefeitura entregou, neste dia 28/02, à Caixa Econômica Federal, o projeto da primeira fase do sistema viário que compreende o entorno da Arena do Grêmio, localizado no bairro Humaitá.
A Emenda Parlamentar, da bancada gaúcha, foi de R$ 20 milhões, porém a União empenhou apenas R$ 8,7 milhões, sendo mais R$ 1 milhão o valor da contrapartida do município. O projeto para ter funcionalidade custa R$ 15.349.274,54, exigindo a busca de mais recursos pelo executivo municipal.
Serão contempladas neste Projeto, parte da Avenida Voluntários da Pátria, Rua Padre Leopoldo Brentano e a construção da Rua 1 (obra viária que fará o contorno da Arena).
Conforme o secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt, o Projeto que está sendo entregue á Caixa, depois de analisado, em seguida será licitado. “A meta da Prefeitura é o contrato com a empresa vencedora da licitação, antes de junho de 2012, em razão do prazo estabelecido pela legislação eleitoral para as obras públicas”, enfatizou o secretário.
Urbano salientou que a duração da obra é de cerca de um ano, mas a parte básica para viabilizar a mobilidade urbana de entorno da Arena estará em condições de inaugurar o novo estádio do Grêmio no final deste ano.
O secretário de Gestão estará, nesta quarta-feira, 29, em Brasília participando de reunião com a bancada gaúcha e o DNIT, com objetivo de conseguir mais recursos para revitalização do bairro Humaitá.

Desemprego na Capital é o menor em 19 anos 4c4w3z

O crescimento na ocupação de vagas no emprego formal foi um dos fatores determinantes para a redução da taxa de desemprego em Porto Alegre em 2011. Na comparação com o desempenho do mercado de trabalho em 2010, o nível de desemprego da Capital caiu 13,8%. As informações foram levantadas na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada na tarde desta segunda-feira, 27, em ato no Paço Municipal, com a presença do prefeito José Fortunati.
Desde o início da série histórica da pesquisa, em 1993, o índice de desemprego chegou ao menor nível, correspondendo a 6,5% da população economicamente ativa. De acordo com os dados apurados no estudo coordenado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a prefeitura, 12 mil porto-alegrenses foram incorporados ao mercado de trabalho no último ano, somando 712 mil pessoas ocupadas na Capital.
Para o prefeito, o retrato oferecido pelo estudo é fundamental na construção das políticas públicas de combate ao desemprego, que tende a diminuir ao longo de 2012. “Temos tudo para reduzir esse índice. Além da economia manter um ritmo de expansão, a prefeitura tem trabalhado na qualificação dos moradores para o ao emprego, e os investimentos públicos nas obras de infraestrutura criam oportunidades de trabalho e renda para os profissionais de Porto Alegre”, avaliou Fortunati.
O desempenho positivo do mercado trabalho para os moradores da Capital está baseado principalmente na expansão do emprego assalariado no setor privado, com carteira assinada, enquanto houve redução do ingresso nos trabalhos autônomo, doméstico e o assalariado sem carteira assinada. Esse movimento confirma a tendência de formalização das relações de trabalho.
A economista do Dieese Lúcia Garcia afirmou que a situação em Porto Alegre é positiva, inclusive na comparação com as demais capitais pesquisadas. “A taxa de 6,5% em Porto Alegre a deixa quase no mesmo patamar de Belo Horizonte e muito abaixo do nível de desemprego verificado em cidades como Recife, São Paulo e Fortaleza”, destacou a pesquisadora.
O tempo médio de procura por vaga acompanhou a tendência do mercado e reduziu de 28 para 26 semanas em 2011. O setor de serviços e a indústria foram os maiores responsáveis pelo crescimento no nível de empregos.
Entre os projetos do município para ampliar o atendimento aos trabalhadores, estão a implantação do Observatório do Trabalho, do Sine Móvel e do Sine Virtual, além da ampliação da parceria com empresas da Capital e da Região Metropolitana para facilitar o o a oportunidades de emprego aos porto-alegrenses.

Recantos da cidade: Lami, uma praia para os porto-alegrenses d2b5t

A viagem até o bairro Lami é longa, cerca de uma hora e trinta minutos, se feita de ônibus, linha 267, a partir da Borges de Medeiros, no Centro de Porto Alegre. Mas o trajeto é bastante ilustrativo sobre a desordenada ocupação de uma parte sul da cidade, especialmente o trecho que vai da Cavalhada a Restinga que, nos últimos 40 anos, deixou de ser uma zona semi-rural para transformar-se num aglomerado de prédios comerciais e condomínios habitacionais, destinados, principalmente, as classes populares e médias.
Contudo, a partir da Restinga, a região preserva as características rurais, pré-especulação imobiliária, com muitas chácaras e fazendolas, até chegar ao Lami, com seu aspecto de vila e suas ruas transversais de terra, casinhas simples e pátios arborizados, e que abriga uma população de cerca de três mil pessoas.
A praia do Lami possui cerca de 1500 metros e pode ser divida em duas partes: do calçadão, que vai da Rua Nova Olinda até a ponte; depois, numa extensão de cerca de 600 metros, uma faixa de areia, onde fica a praia propriamente dita.
O primeiro trecho, bem a beira d’água, guarda o seu aspecto primitivo de banhado e juncais. Essa linha de vegetação natural é precedida por uma longa faixa de grama e chorões, transformada em área de lazer, equipada com sanitários, e muitas churrasqueiras utilizadas, principalmente, pela população de baixa renda oriunda de bairros próximos, como a Restinga.
Além da praia – cuja análise da água, regularmente efetuada no laboratório do DMAE, indica ser própria para banhos –, outra atração do Lami é a sua reserva biológica de 169 hectares. Ela garante a preservação da flora e de uma fauna constituída por espécies como: jacarés do papo amarelo, capivaras, bugios e, submersas, algumas lontras.
A faixa destinada aos banhistas, entretanto, deixa a desejar pelo lixo que se acumula na areia. Ele é constituído por dejetos de banhistas relaxados que largam suas garrafas pets e restos de farofa e, também, por restos de oferendas aos deuses afros que religiosos colocam junto à água. “Já desenterrei muita galinha de despacho. Fora isto, impedimos que algumas pessoas  lavem cavalos ou entrem com seus cachorros na água”, diz o soldado Roberto Costa, há dois anos lotado como salva-vidas na praia do Lami e que, nesta temporada, realizou apenas dois salvamentos: “é muito tranquilo, nada comparado ao mar”, salientou.
Também o aposentado Alcides Martins – residente em Canoas e que junto com a mulher, Júlia, costuma freqüentar a praia – reclama da sujeira: “a prefeitura deveria cuidar melhor da limpeza da faixa de areia, isso tornaria o lugar mais atraente”. E acrescenta que, embora não deixe de tomar banho, não chega a sentir confiança na qualidade da água: “o chão parece pegajoso”.
Quanto à última observação de Martins, vale ressaltar que a maioria das pessoas, hoje, desconhece ou desaprendeu as características do Guaíba, e o primeiro contato pode causar estranhamento. O leito é lodoso e isso deixa desconfiado quem não está acostumado com esse tipo de terreno, mas é apenas barro. No mais, o fluxo constante em direção a lagoa dos Patos deixa a água fresca, convidando a mergulhos e braçadas, sob os olhares, numa cerca próxima, de bois e vacas.
A praia do Lami, nos finais de semana do verão, costuma receber, às vezes, cerca de três mil pessoas. Embora a maioria prefira trazer o lanche de casa, há algumas biroscas no local oferecendo comidas e bebidas a valores não tão salgados, pois a clientela é humilde.
Por outro lado, quituteiras do bairro e adjacências ajudam a manter especialidades culinárias antigas, encarregando seus filhos de venderem, a preços módicos, fatias de bolos, pastéis, picolés caseiros, rapadurinhas, refrescos.
Guloseimas que podem ser saboreadas em redes armadas a sombra dos chorões, com vista para o espelho d’água e a ponta de Itapuã, numa atmosfera de piquenique que já foi comum a todas as praias do Guaíba até os anos 1960, e que no Lami permanece. Afinal, como gostam de brincar alguns frequentadores: “trata-se de um pequeno paraíso frequentado por pobres’. Ou seja, o Lami, enquanto espaço, ao contrário de certas áreas degradadas da cidade, não precisa ser reinventado, apenas preservado, o que já não é pouca coisa.
Texto e Fotos: Francisco Ribeiro