Quadrilha da Procempa ameaça testemunha 206r5e

Arthur Danton Ao apresentar-se à I da Procempa, uma testemunha revelou que recebeu ameaças se “falasse demais”. Um homem armado entrou no seu carro e falou de sua filha, um bebê. Por isso, não daria novas informações. Ela apenas confirmou informações que a I já tinha. Disse ter orientação de seus advogados para falar somente em juízo. Outra testemunha aguardada na sessão da manhã de hoje não compareceu. O presidente da I, vereador Mauro Pinheiro, considerou o fato grave, mas não se surpreendeu. “É uma quadrilha”, disse. “É o primeiro caso de uma testemunha revelar ameaças publicamente, mas duas outras já tinham informado que não falariam tudo o que sabem em razão de terem sido ameaçadas.” A revelação de uma testemunha de que havia sofrido ameaças de morte marcou a sessão da I da Procempa, realizada nesta quarta-feira (4) no plenário da Câmara Municipal. A sessão foi breve, já que Adriana Nunes Boniatti, ex-funcionária da estatal de tecnologia da informação de Porto Alegre, invocou o direito constitucional de permanecer calada. A outra depoente esperada não compareceu. Boniatti disse aos vereadores que recebeu ameaças por telefone, mas que o episódio que a deixou mais assustada ocorreu em outubro, quando voltava para casa à noite. Um homem armado entrou no seu carro e lhe disse para ter muito cuidado, pois sofreria as conseqüências se falasse demais, mencionando inclusive sua filha de nove meses. Só em juízo O incidente ocorreu após ela ter comparecido ao Ministério Público para depor sobre o caso. Após procurar orientação legal, Boniatti decidiu que só falaria em juízo. O vereador Mauro Pinheiro (PT), presidente da I, considerou o fato gravíssimo, mas diz não se surpreender diante do esquema de quadrilha que se está constatando nas investigações, o qual teria desviado em torno de R$ 50 milhões segundo avaliação do Ministério Público. O vereador disse que este é o primeiro caso de uma testemunha revelar ameaças publicamente, mas duas outras já lhe tinham informado que não falariam tudo o que sabem em razão de terem sido ameaçadas. Ainda assim, Boniatti dispôs-se a responder algumas perguntas dos vereadores. Ela confirmou o que havia sido revelado por outra depoente quanto ao modo como frequentemente eram realizados pagamentos de fornecedores na Procempa. Em novembro, a supervisora de Licitações e Compras da Procempa, Clarisse Lemos da Costa, tinha revelado à I que licitações eram forjadas, por meio da elaboração e tramitação dos documentos após a realização dos serviços e seu pagamento. Boniatti ressalvou que não era ordenadora de despesas. Afirmou que, na sua condição de funcionária com cargo em comissão, a pressão era muito grande no sentido de fazer o que lhe era ordenado sem questionar. Quanto à depoente que faltou à sessão, Lucia Solassi Manfrói, também ex-funcionária da Procempa, Pinheiro disse que seu depoimento será remarcado. E no caso de não comparecer pela segunda vez, a Câmara solicitará auxílio à Justiça para que seja cumprida a convocação da I. 1k5v6a

I da Procempa começa a trabalhar bk64

Os vereadores que formam a I da Procempa, instalada ontem (11) na Câmara Municipal de Porto Alegre, irão à empresa de processamento de dados amanhã, às 15 horas. O primeiro depoimento na I, sugerido pela vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), será no dia 18 de setembro, com o atual presidente da companhia, Maurício Gomes da Cunha.
A I será presidida pelo vereador Mauro Pinheiro (PT), vice-presidente o vereador Bernardino Vendruscolo (PSD) e, como relator, o vereador Nereu D´Ávila (PDT). O requerimento que solicitou a abertura de I apresenta 25 pontos de investigação, entre eles “dispensas indevidas de licitação, contratação irregular de cargos em comissão (CCs), gastos excessivos em assistência médica e indícios de lesão ao erário e/ou enriquecimento ilícito”.
A vereadora Lourdes Sprenger (PMDB) entregou ao presidente da I um pendrive com, segundo ela, 29 arquivos de vídeo com eventos patrocinados pela Procempa que não teriam relação com a atividade da empresa. Cláudio Janta (PDT) apresentou requerimento de quebra do sigilo eletrônico de todos os envolvidos nas investigações. O plano de trabalho e os requerimentos apresentados pelos vereadores serão votados na próxima reunião da I (18).
“Vamos procurar fazer um trabalho sério e justo, para cumprir a tarefa de fiscalização da Casa. Nada será contra partidos e instituições e sim pela busca da verdade”, garantiu o presidente da I. Além de Pinheiro, Vendruscolo, Nereu, Pujol, Lourdes, Janta e Fernanda, integram a comissão os vereadores Mônica Leal (PP), Any Ortiz (PPS), Mario Manfro (PSDB), Elizandro Sabino (PTB) e Airto Ferronato (PSB).
A comissão tem prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, para concluir os trabalhos e apresentar relatório sobre a investigação. Por acordo dos integrantes, ficou definido que as reuniões da I ocorrerão às quartas-feiras pela manhã, podendo, eventualmente, ocorrerem reuniões extraordinárias à noite.
Com informações de Marco Aurélio Marocco, da assesoria de imprensa da Câmara