Troca de acusações na I do ProJovem 6c24m

A I do ProJovem, em andamento na Câmara de Porto Alegre, ouviu Rafael Fleck, ex-coordenador do programa na gestão do vereador Mauro Zacher (PDT), entre 2005 e 2007, e hoje chefe de gabinete do vereador. Ele disse o que se esperava: que o foco do inquérito está equivocado. Para Fleck, o alvo da investigação não deve ser a gestão de Zacher, indiciado pela Polícia Federal, mas as gestões de Juliana Brizola, de três meses, e do seu marido, Alexandre Rambo, de dois anos e oito meses. Juliana Brizola (PDT) possivelmente dará um novo depoimento, devido às suas contradições. Já Rambo não atendeu aos chamados da I. – O Alexandre Rambo já foi chamado, agora se ele não se apresentar vamos pedir o apoio da Brigada, alerta o vereador Mauro Pinheiro (PT). O braço direito de Zacher relatou que a Secretaria Municipal da Juventude (SMJ) fez algumas contratações de pessoal sem qualificação, mas que eram cabos eleitorais de Juliana. E que a deputada contratou a Fundação Ulbra (que recebeu 40% do pagamento antes de começar as aulas, embora o contrato previsse 20%) para executar o programa, em substituição à Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), sem licitação. E confirmou a denúncia feita por Adriane Rodrigues, de que servidores foram coagidos a devolver parte do salário, para manejo da campanha de Juliana Brizola. Rafael Fleck foi à comissão com habeas corpus preventivo, segundo ele, para evitar um processo criminal, já que tem conhecimento de informações sigilosas. Ele também se defendeu da acusação feita pelo empresário Douglas Bouckardt, que prestou serviços de sonorização para Secretaria e disse que foi ameaçado de morte por Fleck. Um dado importante revelado pelo chefe de gabinete de Zacher é que Jonatas Ouriques, assessor jurídico da Secretaria da Juventude nas gestões de Juliana Brizola e de Alexandre Rambo, comprou uma casa no valor de 500 mil reais com dinheiro de desvios. A I pediu quebra do sigilo bancário. SECRETÁRIO DA JUVENTUDE É CRITICADO Fleck criticou o atual secretário da Juventude, Luizinho Martins (PDT), que depôs antes dele, por não ter divulgado auditoria que mostra adiantamentos para prestadores de serviço na SMJ. Segundo o vereador Pinheiro, foram comprovados 40 pagamentos para a DAM Vídeo, oriundos da SMJ e da própria Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O secretário da Juventude evitou entrar no foco das investigações, disse que não tem muitos detalhes sobre as ações anteriores e que pode responder apenas pelo tempo que ocupa o cargo. No momento, quem executa as ações do ProJovem em Porto Alegre é a Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Extensão da Unisul (Faepesul), ligada à Universidade do Sul de Santa Catarina, que venceu a concorrência pública. 1o105w