De Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, via Revista Fórum “Estagiário de advogado diz que ativista afirmou que homem que acendeu rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo” Um dos piores títulos da história do jornalismo foi o ponto de partida para o massacre do deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL do Rio. Desde a tragédia com o cinegrafista Santiago Andrade, a Globo ou a apostar numa caçada que, aparentemente, só terá fim com outra tragédia. O advogado do título é Jonas Tadeu, que representa os dois envolvidos no lançamento do artefato que vitimou Santiago — Fábio Raposo e Caio Silva de Souza. Tadeu, que está se esbaldando em seus 15 minutos de fama, declarou que uma militante apelidada Sininho teria oferecido auxílio jurídico a Raposo em nome de Freixo. Freixo, para todos os efeitos, é um dos envolvidos na morte de Santiago. Jonas Tadeu pediu desculpas depois, no rádio, “por ter sido levado pela emoção e pelo desequilíbrio”. Mas a máquina do jornalismo declaratório e difamatório já estava rodando. (Tadeu também contou que seus clientes receberam, cada um, 150 reais para protestar. Evidentemente, avisou que não tem como saber de quem e nem como provar. Mas a “revelação” virou manchete e as ilações também). Publicou-se que o assessor parlamentar de Freixo, Thiago de Souza Melo, comanda uma ONG que presta assessoria jurídica para pessoas presas nos protestos. Uma delas foi Fábio Raposo. Donde conclui-se o quê? Ou essas pessoas não têm direito a advogado? Co-responsável No meio de declarações e desmentidos a esmo, na pressa de apontar o dedo, Freixo já está sendo vendido como co-responsável pelo que aconteceu a Santiago. Ele lembrou que Jonas Tadeu defendeu o ex-deputado Natalino Guimarães, investigado na I das Milícias, da qual Freixo foi presidente. Em situações normais, esse dado bastaria para que as acusações de Tadeu fossem encaradas com todo o cuidado. Mas esta não é uma situação normal. Em sua cavalgada, o Globo também publicou que a mãe de Raposo “achava” que o filho “conhecia” o deputado, mas “não tem certeza” porque “não morava com ele”. Ora, se ela não tem certeza, se não morava com ele, como é que uma suposição tão frágil vai parar no jornal? O porquê da campanha contra Freixo ainda precisa ser esclarecido. Ele mesmo pouco falou a respeito. Mas, no site Viomundo, referiu-se ao poder da Globo no Rio de Janeiro. “A Rede Globo trata dessa cidade como grandes negócios. Ela é sócia, mesmo, inclusive nos negócios efetivados. A Fundação Roberto Marinho tem uma série de negócios com a secretaria de Educação, tanto do Estado quanto do Município. Isso envolve dinheiro, contratos, projetos. A Rede Globo tem, no projeto de cidade, uma cidade que ela defende. E também com um viés muito autoritário. A possibilidade de debater a cidade, em um lugar onde existe tamanho monopólio de informação, está prejudicado. Você não tem jornais, hoje, no Rio de Janeiro. Você tem fundamentalmente dois jornais, um deles muito pequeno. Então há um monopólio muito forte da informação no Rio. Por isso que as redes sociais, os sites, enfim, se tornaram elementos decisivos para que você possa fazer um debate mais honesto e mais profundo sobre essa concepção de cidade.” Em outras palavras, o estagiário de alguém teria falado que não tem certeza, mas parece que a Globo tem interesse em transformar Marcelo Freixo no responsável pela violência nos protestos. A mãe de ninguém recebeu uma ligação nesse sentido porque mora sozinha. O tempora, o mores. 1f5um
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PSOL lança Luciana Genro para presidente 2j471c
A pré-candidatura da deputada Luciana Genro à presidência da República será lançada hoje, no auditório do Sindjustiça, no Rio de Janeiro. O ato, aos filiados do PSOL, foi convocado pelas tendências internas CST, MES, Reage Socialista, parlamentares, dirigentes sindicais e professores.
A nota de convocação lembra que em 2013 completam-se 10 anos da expulsão dos quatro parlamentares “radicais do PT”, dentre os quais Luciana Genro e Babá, hoje professor da UFRJ.
“As expulsões ocorreram porque se negaram a votar a reforma da Previdência que retirou direitos dos trabalhadores, votação esta comprada com o dinheiro do Mensalão. Os dirigentes do PT responsáveis pela expulsão dos radicais estão hoje condenados no processo do Mensalão, como Dirceu, Delubio e Genoíno”, diz a nota.
2012, primeiro prefeito
Nas eleições de 2012, o PSOL elegeu seu primeiro prefeito, Gelsimar Gonzaga, na cidade fluminense de Itaocara de 23 mil habitantes. Marcelo Freixo levou 914 mil votos na disputa com Sérgio Cabral pela Prefeitura do Rio, e em 2010 foi segundo deputado mais votado do Estado do Rio, com 177 mil votos, atrás apenas do apresentador Wagner Montes (PSD), com votação expressiva inclusive em áreas dominadas por milícias, um dos alvos do trabalho de Freixo na Assembleia.
A convocação para o lançamento da pré-candidatura de Luciana Genro à Presidência é assinada por Babá (professor da UFRJ, fundador e dirigente do PSOL), Gelsimar Gonzaga, os vereadores Paulo Eduardo Gomes e Renatinho (Niterói), Fernanda Melchionna e Pedro Ruas (Porto Alegre), Fernando Arcênio (Itaocara), Sandro Pimentel (Natal), o deputado estadual Carlos Giannazi (SP),
Professor Josemar (presidente do partido em São Gonçalo), Vladimir Safatle (professor de Filosofia da USP), e diversos dirigentes sindicais do Rio de Janeiro.
Protógenes acredita no apoio da PF 6h4iv
Por Ana Lúcia Behenck Mohr
Protógenes Queiroz, delegado da Polícia Federal com 4 processos nas costas, esteve hoje na sede do Psol, onde concedeu uma entrevista coletiva. Mas ninguém quer saber o que Protógenes Queiroz tem a dizer. Em sua coletiva, só estavam presentes repórteres de dois veículos: Rádio Bandeirantes e nós, do Já.
Ontem à noite ele esteve palestrando em Lajeado e conclamou os “homens de bem” (que, para ele, são maioria) a “saírem de casa e assumirem o que lhes compete, assumindo um partido político, se candidatando”. Também tem denunciado a corrupção e o descumprimento da Constituição.
O delegado alegou novamente inocência nos 4 processos que estão em andamento contra a sua pessoa – um inquérito penal, dois processos istrativos por manifestações públicas e o mais recente de espionagem de autoridades . Disse que as acusações são “factoides que servem apenas para confundir”. Apontou uma inversão de papéis: “o investigador a a investigado”.
Tudo isso, para ele, tem um “intuito de desqualificar um trabalho positivo” e proteger Daniel Dantas (o qual, conforme Protógenes, é “o PC que deu certo”). “Em toda a história da PF nunca se fez uma denúncia contra uma autoridade policial durante uma investigação”, afirmou. O delegado diz ter o apoio massivo de sua categoria: “99% da PF apoiou o trabalho de Protógenes”, assim mesmo, na terceira pessoa.
O delegado se juntou ao PSol em sua cruzada contra a corrupção, o descumprimento da Constituição Federal e o neoliberalismo. Foram nessa linha as falas de Roberto Robaina (presidente do PSol-RS), da deputada federal Luciana Genro e do vereador Pedro Ruas (Psol), que acompanharam a coletiva.
Robaina apontou uma confluência nas lutas contra a corrupção e em defesa do serviço público entre o Psol e Protógenes e reivindicou que o delegado seja aproveitado como policial federal. Mas, caso isso não ocorra, o sinal verde para que ele vá para o PSol já está dado.
Luciana destacou a ajuda de Protógenes nas recentes denúncias de corrupção no governo estadual (“Protógenes foi um amigo que nos ajudou, nos deu caminhos”). Pedro Ruas afirmou que ele colocou em pauta uma reflexão nacional sobre direito penal, sobre os chamados “crimes de colarinho branco”, que enseja a necessidade de um “aperfeiçoamento da superestrutura jurídica”.
No fim, o delegado assinou uma petição contra o afastamento da diretora de Qualidade da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul, Denise Zaions (o que ocorreu devido a um depoimento nas Is dos Pedágios, em 2007). Na ocasião, Zaions. economista concursada, afirmara que as concessionárias de pedágios no Rio Grande do Sul descumpriam contratos.
Depois o delegado teve que sair às pressas para pegar um voo – embora ainda tenha dado tempo de tomar um chimarrão e posar para fotografias com os parlamentares e militantes presentes.
PERFIL – Fernanda Melchionna: a vereadora sem papas na língua 2c394e
Por Marcelo Gigante Ortiz
Na porta de entrada do gabinete, um cartaz não perdoa a governadora do Estado: “fora Yeda”, diz. Em uma parede, um retrato de George W. Bush acompanhado da afirmação: “procurado por crimes contra a humanidade”.
No centro de todos esses órios, a personalidade política combativa da mais jovem vereadora de Porto Alegre, Fernanda Melchionna (Psol). Vinda do movimento estudantil, a bibliotecária de 25 anos é iradora de Che Guevara e Hugo Chávez, mas não se entusiasma com o líder norte-americano Barack Obama.
Por todos esses ingredientes, seria fácil taxar Fernanda de radical. Porém, quem a observar além das adjetivações poderá perceber uma jovem com boa capacidade oratória, acompanhada de um vocabulário rico e conhecimento sobre política. Certa ou errada defende suas ideias com paixão.
Essa paixão pela política teve início em 1997, quando a menina de Alegrete se mudou com a mãe para Porto Alegre. Na época, o governador do Rio Grande do Sul era Antonio Britto (ex-PMDB), que teve seu governo marcado pelas polêmicas privatizações da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) e da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
“Aquela época me despertou. A luta do movimento estudantil, do grêmio da minha escola despertou em mim a necessidade de lutar contra a precarização e a venda do patrimônio público do Estado”, conta a vereadora. Na ocasião, ela tinha 13 anos e estudava no Sévigné, único colégio particular em seu histórico escolar.
Então a socialista se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) e iniciou a sua militância política, que não foi interrompida pela necessidade de retornar à cidade natal. Em Alegrete, onde o pai de Fernanda participou da fundação do PT local, ela ajudou na organização do partido e participou de campanhas eleitorais.
De volta a Porto Alegre, em 2001, Fernanda ingressou na Faculdade de Biblioteconomia da UFRGS e consolidou sua adesão ao movimento estudantil, chegando a coordenar o DCE da universidade posteriormente.“Foi um ano muito peculiar do ponto de vista da universidade federal(…).
Em diversas, o corte de investimento levou ao sucateamento brutal e a privatização branca”, critica a socialista, se referindo também ao aumento de linhas de crédito concedidas pelo governo a faculdades privadas, muitas vezes de qualidade duvidosa. Aliás, esse tipo de reclamação era comum entre os filiados do Partido dos Trabalhadores.
Porém, em 2003, a opção pelo PT se transformou em decepção. Ela abandonou a sigla e se juntou a Luciana Genro, Heloísa Helena e tantos outros que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade (Psol), do qual Fernanda nunca mais saiu. Ao justificar a mudança, a vereadora cita a frustração provocada pelas reformas da Previdência e Universitária, propostas pelo governo Lula na época.
Mas o atual Presidente da República não é o único alvo do arsenal de críticas da jovem. Mesmo sem ser provocada, ela lista diversas situações e personagens da política nacional que a incomodam.
Edmar Moreira (DEM), ex-corregedor da Câmara de Deputados e dono de um castelo, Daniel Dantas, banqueiro bem relacionado no meio político e investigado por crimes como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal e o petista Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-candidato à presidência da Câmara, não são perdoados. Sobre o último, ela alfineta: “era advogado do movimento social e agora é advogado do Daniel Dantas, olha que degeneração política e moral”.
Em relação ao governo do Estado, Fernanda pega mais pesado. Além de questionar a eficácia do projeto da secretaria de Educação que vincula os benefícios dos professores a índices de desempenho e criticar o fechamento de escolas, a vereadora chama o grupo governante de “a quadrilha instituída lá no Palácio Piratini”. Continuando assim, não será difícil criar muitos adversários no mundo político.
Preferências
Porém, quem quiser enfrentar a jovem em um debate terá que estar bem preparado. Além de conhecer política, ela mostra ter bastante cultura. Por sua retina, já aram a literatura de Jorge Amado, Gabriel García Márquez e Dostoiévski.
Ainda sobre livros que leu, Fernanda cita “O Abusado”, de Caco Barcellos e “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, de cunho social. E como não poderia deixar de ser, Marx, “O Manifesto Comunista” e “O Capital” (livro que ela ainda está lendo), e Eduardo Galeano, “As Veias Abertas da América Latina”, leituras obrigatórias para qualquer ativista de esquerda.
Sobre cinema, também preponderam filmes que exploram problemas sociais, embora estes não sejam todos. Na lista, encontram-se “Pão e Rosas”, que narra a situação de trabalhadoras imigrantes mexicanas nos EUA, “Coisas Belas e Sujas”, que fala sobre imigração e tráfico de órgãos, “Princesas”, que conta a estória de duas prostitutas que vivem na Espanha. Além destes, “Ensaio sobre a Cegueira”, do diretor brasileiro Fernando Meirelles e “Diários de Motocicleta”, que narra uma viagem que o estudante de medicina argentino Ernesto Guevara de la Serna fez pela América Latina, antes de se tornar um revolucionário.
Aliás, esse tal estudante, hoje conhecido como o revolucionário comunista Che Guevara, é um dos ídolos da moça. O motivo, “sonhar e acreditar que os sonhos se concretizem”, que era o que ele fazia segundo ela. Ainda na América Latina, a vereadora diz irar o governo do venezuelano Hugo Chávez e enfatiza o sucesso dos números sociais de sua istração.
No Brasil, a vereadora se guia pelas correligionárias Luciana Genro e Heloísa Helena, por achar que elas não se venderam ao jogo sujo do poder. “Por serem mulheres também. A gente sabe da diferença de gênero que ainda existe na nossa sociedade”, completa, demonstrando um viés feminista.
Mas a iração emprestada à Chávez e às colegas de partido não se estende ao novo presidente dos EUA, Barack Obama. Segundo a vereadora, a eleição do democrata foi uma negação dos norte-americanos à Guerra do Iraque orquestrada por George W. Bush, e só. Pela equipe econômica e pelas primeiras ações de Obama, a socialista acredita que ele se transformará em uma “frustração eleitoral”.
Fernanda, porém, não pretende frustrar seus 2.984 eleitores. Para isso, a aquariana de olhos verdes, que foi empossada vereadora com uma bandeira da Palestina nas costas, promete lutar contra o projeto do Pontal do Estaleiro, que permite a construção de residências em parte da orla do Guaíba.
Sobre o projeto ela afirma: “estão rasgando o Plano Diretor de Porto Alegre”. Outra preocupação da jovem é a regularização fundiária de 800 comunidades da cidade, que, segundo ela, não recebem a mesma atenção dos políticos que os projetos que mudam a fotografia da cidade.
Fora isso, restam algumas preocupações privadas, como uma eventual desorganização do gabinete, uma conta atrasada para pagar no banco e a dificuldade em diminuir, ou talvez um dia, acabar com o hábito de fumar. “Eu vou ver se consigo estabelecer uma meta diária e tentar controlar os cigarros por dia”, conta esperançosa.