Mesmo com a licença concedida há mais de 20 dias, a reforma do auditório Araújo Vianna não pode começar. Nem os tapumes podem ser instalados enquanto não forem removidos os animais que habitam o prédio, abandonado há quatro anos. São dezenas de gatos, uma família de gambás, quatro ninhos de papagaios e muitas caturritas. Na Secretaria Municipal de Cultura, a expectativa é de que o problema se resolva na semana que vem depois de uma reunião, ainda não marcada, com o vice-prefeito José Fortunati, que coordena a elaboração de uma política municipal para os animais de rua. Estão envolvidos nessa discussão várias ongs defensoras dos animais e representantes de 12 secretarias. Em março deste ano, quando apresentou à imprensa o projeto de reforma do auditório Araújo Vianna, o secretário de Cultura, Sérgius Gonzaga, informou que Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), que envolve vários órgãos do poder municipal, estava em fase final e previu para “meados de abril” a liberação para o início da obra. O EVU já foi liberado, mas como o parque é tombado subsistem pendências com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, sendo a principal delas essa dos animais que se instalaram no prédio. 383b22
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Gatos vencem batalha da Redenção 242a5h
Vice-prefeito José Fortunatti garante que ninguém vai tirar a bicharada do parque.
Dirigentes de várias ongs de proteção animal estiveram reunidos quinta pela manhã com o vice-prefeito José Fortunatti e o secretário do Meio Ambiente Professor Garcia, assim como representantes da istração do parque, para decidir o futuro dos gatos e cachorros que são abandonados no local. Pelo menos um ponto ficou claro: o poder público não pretende remover ou exterminar os animais. Palavra de Fortunatti, “bicheiro” de longa data.
Mas as reivindicações da ong Movimento Gatos da Redenção, que atua há mais de 10 anos e já tratou e encaminhou para doações responsáveis mais de 1000 animais resgatados ali, ficaram pendentes de promessas vagas. Sim, os voluntários podem continuar alimentando os animais (o que fazem de seu próprio bolso), desde que em novos locais delimitados pela istração. Podem continuar usando, provisoriamente, um pequeno espaço como recinto de quarentena para filhotes e adultos debilitados. E podem, é claaaaro, continuar higienizando, esterilizando, curando e doando os animais, com seus próprios recursos, atividade voluntária sem a qual hoje a superpopulação de gatos e cachorros no parque seria caótica.
O MGR quer porém um compromisso formal e público, estabelecendo o cumprimento de três pontos:
1.Local seguro, funcional e garantido para a casa de agem (abrigo provisório até a adoção).
2.Material de divulgação alertando contra o abandono de animais (que é crime) e pela posse responsável.
3.Treinamento dos guarda-parque para vigilância contra o abandono.
Despejo
A polêmica em torno dos gatos e cães deixados no parque e atualmente sob guarda das ongs começou no final de março, quando o MGR foi comunicado que deveria desocupar o local onde mantinha 16 filhotes em tratamento, concessão da istração anterior. Também foram ordenadas várias medidas que dificultavam o trato dos animais, como restrições aos locais de alimentação. As justificativas: higiene do parque, e possíveis contaminações da fauna silvestre por doenças dos felinos, suposição derrubada por laudo veterinário apresentado na reunião.
A comunidade de ativistas pela causa animal iniciou então uma campanha de e.mails de apoio, a partir do site do GAE – Grupo pela Abolição do Especismo – que chegou às 2.500 mensagens, enviadas ao poder público e mídia. O resultado foi o agendamento da reunião de hoje, onde a rigor, tudo ficou como está. Ficar onde estão, no entanto, já significa uma grande vitória para os animais provisoriamente abrigados no parque.
Os outros lagos da Redenção 5x3b6y
Segunda-feira, dia 2, choveu tanto em Porto Alegre que a Redenção ficou praticamente debaixo d’água. Quem tentava atravessar o Parque Farroupilha acabava por participar de uma dança conduzida por saltos e pés de bailarina enquanto tentava driblar as insistentes poças que surgiam pelo caminho.
Fora das regiões com calçamento, era praticamente impossível se aventurar, já que em muitos pontos a água chegava à altura dos tornozelos. Em outras regiões lagos artificiais se formavam com rapidez e impediam o avanço dos pedestres.
Nem o Monumento ao Expedicionário escapou do problema que o parque enfrenta nos dias de chuva. Problema antigo e que ainda não tem uma previsão concreta para ser solucionado.
A Redenção não possui um sistema de drenagem, fato inconcebível quando nos referimos ao maior parque da capital. Existe um projeto no DEP, mas que se encontra no papel, parado, talvez esquecido.
Enquanto isso nos resta esperar… Ou aproveitar a paisagem.
Bruxos à solta na Redenção 3m1s2z
Domingo, dia 15, a Redenção foi invadida por um grupo de fãs de Harry Potter. Eles montaram acampamento no gramado do parque, participaram de jogos e piquenique.
No final de fevereiro de 2008, os estudantes universitários Lucas de Freitas Chagas e Vicky Sharon Martini, ambos de 25 anos, fundaram aquele que viria a se tornar um dos mais conceituados fãs-clubes inspirados em filmes de fantasia do país: nascia então, em Porto Alegre, a Armada Hogwarts, influenciada pelo sucesso mundial da série Harry Potter.
Os fundadores da Armada Hogwarts Lucas de Freitas Chagas e Vicky Sharon Martini.
“Eu fui morar em Londres durante oito meses. Lá eu trabalhava em um cinema e pude conhecer a escritora e os atores dos filmes, fiquei empolgada e quando voltei para o Brasil resolvi fundar a Armada”, explica Vicky.
Desde sua fundação a Armada é responsável por agregar diversos membros, das mais variadas faixas etárias, promovendo vários eventos, que eles chamam de EP’s, ou “Encontros Potterianos”. Nestes encontros os membros trocam informações sobre os filmes, participam de gincanas, jogos e conhecem outras obras de Literatura de Fantasia.
“Nós somos fãs de Harry Potter, mas gostamos de mostrar que existem outros filmes, livros e universos fantásticos a serem descobertos e apreciados. A Armada incentiva essa descoberta e o interesse pela leitura. Enfim, nosso objetivo é a integração dos fãs”, ressalta Lucas.
O grupo atualmente conta com mais de mil inscritos, em todo o Brasil, e alguns membros de países como Portugal e Alemanha.
“Todo mundo pode participar, basta se inscrever no nosso site e receber um informativo com as atividades propostas. Porém, nossos eventos acontecem somente no Rio Grande do Sul, o que impossibilita que mais membros participem de forma presencial”, constata Lucas.
Além dos encontros promovidos, o fã clube produz filmes amadores e possui um jornal interno chamado “Pó de Flu”, trazendo informações sobre as atividades, jogos e contos ambientados no universo de Harry Potter.
“No final de 2008 a Armada lançou seu primeiro curta-metragem: “O Conto dos Três Irmãos”, com roteiro baseado no livro “Contos de Beedle, o Bardo” de J. K. Rowling. Este ano estamos preparando um segundo fanfilm”, revelam Lucas e Vicky.
Neste domingo, estiveram presentes aproximadamente 100 pessoas, de 10 a 50 anos, entre o piquenique e outras atividades esportivas, como uma adaptação do jogo Quadribol para ser jogado no solo. Mais informações sobre o grupo: www.armadahogwarts.com
Feira de adoção de cães e gatos 2n1u6c
Por Daiane Menezes
Domingo sim, domingo não, às 10h, instala-se na Redenção o Cantinho da Adoção. Ali porto-alegrenses podem levar cachorros e gatos que estão sob sua responsabilidade para tentar a sorte e talvez conseguir um novo lar. Boa parte dos animais trazidos para o Cantinho é recolhida das ruas. Outra parte vem do descuido dos donos que levaram à geração de ninhadas indesejadas.
Na última feira havia onze gatos e seis cachorros esperando ser adotados. A maioria com idade entre dois e quatro meses. No verão, costuma ter mais gatos para doação porque é a época em que procriam mais. No inverno, é a vez dos cachorros.
Há também no verão um aumento de animais adultos abandonados. “Os donos vão para a praia, não querem levar ou pagar hotel para deixar o bicho, aí largam por aí”, conta Débora. Os locais preferidos para o descarte são aqueles em que sabem que alguém acaba cuidando, como na Redenção, o que sobre carrega o trabalho já puxado dos voluntários.
Terrenos em que há bastante mata também são procurados nesta hora, como se os animais domésticos fossem instantaneamente voltar a ser selvagens. “Isto parece que aplaca a consciência desses donos irresponsáveis”, explica Liège Copstein, da associação Sítio dos Bichos.
A primeira a chegar na feira de adoção foi Ana Lúcia. Uma gatinha toda preta, de olhos castanhos e três meses e meio de vida. Os responsáveis por ela estavam preocupados em deixá-la com a colerinha colorida para que ficasse mais bonitinha e aumentasse sua chance de adoção. Assim que foi colocada na grande gaiola em que ficam todos os gatinhos, começou a tremer e ficou embaixo de um pano por horas.
A cachorrinha Malu é bege com preto, tem três meses e meio de idade, e chora muito. Mas quando a um poodle, faz questão de mostrar seus dotes. Late compulsivamente. Ela ainda não é esterilizada. Na próxima vez, já terá que ser. A partir de quatro meses, todos os animais precisam ser castrados para participarem da feira de adoção. Antes disso, seus novos donos assinam um termo de compromisso e ganham da prefeitura a cirurgia para o seu bichano novo.
Quase todos que levam animais para serem doados têm uma história triste para contar. Depois de uma convivência de meses, é difícil se desapegar. Mas não podendo ficar com todos os bichos encontrados, não há outra saída que não tentar doá-los a alguém. Dona Maria, contando os três gatinhos que tentou dar na feira, tem 16 bichos: seis cachorros e dez gatos. Está atualmente desempregada. Não tem como sustentá-los. “Eles até dormem comigo”, conta ela.
Para evitar que os animais sejam doados e novamente abandonados, os futuros donos primeiro respondem um questionário e depois assinam um termo de compromisso. Os voluntários ficam sabendo se os interessados têm noção da responsabilidade financeira que implica um bicho (média de R$50,00 por mês de ração), o que o interessado em adotar faria se tivesse que se mudar ou quando for viajar, quantas horas o animal ficaria sozinho em casa, e que providência tomaria caso o cão ou o gato atacasse alguém ou destruísse alguma coisa da casa.
As pessoas am, acham eles uma gracinha, mas dessa vez ninguém os levou para casa.
O último domingo de janeiro não foi um dia bom para os cães e gatos que esperavam uma nova casa. Além de muito quente, nenhum dos bichanos à disposição foi adotado.
Ana Lúcia, a gata pretinha, só se estressou, tremeu e bateu em todos os companheiros de gaiola. Malu, a cachorrinha, no final da feira lambia a pata com um olhar cabisbaixo, já cansada de balançar o rabinho para todos os que se aproximavam. A justificativa para o baixo desempenho da feira: “O parque está vazio”, diz Débora. Assim fica Porto Alegre nos finais de semana do verão, com poucas pessoas e muitos bichos abandonados.
Vitória parcial dos movimentos de proteção aos animais
Em dezembro do ano ado, os movimentos de proteção aos animais conseguiram que o Centro de Controle de Zoonoses parasse de recolher animais e sacrificá-los. Junto com essa lei, foi aprovada a castração gratuita, financiada pela prefeitura. No entanto, a esterilização de graça só acontece quando as ONGs se articulam e vão atrás, ou quando o CCZ faz mutirões nas comunidades carentes.
“Mas esses mutirões ainda são muito modestos”, diz Débora. As pessoas mais pobres continuam sem saber onde encontrar o serviço, e os bichos continuam procriando. Como o CCZ não mais recolhe os bichos e o programa de castração não funciona a todo vapor. Criou-se “uma situação de calamidade”, lamenta.
Associação quer fundo para sustentar a Redenção 5jr1o
Por Daiane Menezes
Falta de segurança, danos causados por eventos (sem contrapartida) e falta de funcionários. Estes são os principais problemas do parque da Redenção, constatados na reunião da Associação dos Usuários da Redenção com a atual gestora Sônia Medeiros Roland, na quinta-feira 5.
A utilização do parque para eventos culturais só pode ser feita mediante contrato que estabelece uma contrapartida para auxiliar na sustentabilidade do local e a responsabilização pelos possíveis danos causados. Há, porém, dois problemas. O primeiro: quando há pagamento, o dinheiro acaba indo para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que geralmente dá outra destinação à verba. Segundo: os produtores dos eventos geralmente se recusam a pagar pelos estragos.
“É muito difícil conseguir fazer com que paguem depois que a vistoria é realizada”, revela Sônia Roland.
A solução proposta pela Associação dos Usuários do Parque é a criação de um Fundo para a Redenção, para que todo o dinheiro que entre em função da realização de eventos seja investido no próprio parque. Também foi sugerido o estabelecimento de algum tipo de caução para a recuperação dos gramados e do que mais possa ser danificado, como bancos e monumentos, durante as programações não usuais.
“Os grandes eventos são os que mais maltratam o parque. Precisamos dar prioridade a eventos típicos e pensar melhor nos atípicos”, diz Roberto Jakubaszko, representante da associação.
Cogita-se, ainda, a possibilidade de destinar parte das arrecadações para a construção do Museu da Redenção.
Os problemas recentes e recorrentes como o roubo do Orquidário e atos de vandalismo no Minizôo am pela ampliação do policiamento do parque e pela sua ocupação em horários alternativos. “O dia que o parque precisa de menos segurança, porque o próprio volume de pessoas circulando por ele a garante, é o dia que temos mais policiamento”, diz o ex- da Redenção Clóvis Breda.
Representantes da Guarda Municipal participaram da reunião e se colocaram à disposição para ajudar a fazer um plano de policiamento para o local, levando em consideração o movimento dos turnos e dias no parque. Atualmente, existem duas duplas de guardas municipais a pé, uma viatura e seis guardas-parque se responsabilizando pela segurança, mas somente das 7h às 19h.
A Associação de Usuários propôs uma banca ao lado do Expedicionário, nos finais de semana, onde possam ser encontrados: um brigadiano, um guarda municipal, um guarda-parque, um funcionário da SMIC e um funcionário da SMAM. Assim, quando os problemas forem encontrados, como a presença de bancas clandestinas ou a venda de animais proibidos, a questão poderá ser rapidamente resolvida ali mesmo.
A questão do número de funcionários do parque responsáveis pela sua limpeza e conservação se complica com o ar dos anos. Atualmente são 22 funcionários. A Redenção já chegou a contar com 72. Há duas gestões atrás, ou seja, oito anos, eram mais de quarenta funcionários.
Além disso, a entrega das obras na fonte do parque continua indefinida e o projeto para a drenagem do parque continua sendo apenas um projeto no DEP. Com 15 minutos de chuva, o parque já fica empoçado e demora um dia para secar. Os cidadãos que querem aproveitar o local ficam prejudicados e os canteiros acabam estragados por conta dos desvios que as pessoas têm que fazer. “Acredito que o projeto está parado porque estão esperando para fazer as obras junto com a reforma do Araújo Viana”, diz Sônia. A previsão é que as reparações no auditório iniciem dia 15.
A disputa do asfalto da José Bonifácio 323a45
Por Daiane Menezes
O convívio na Redenção entre índios e brancos não tem sido tranqüilo. Os feirantes reclamam que os indígenas ocupam espaço além do permitido e comercializam produtos não-artesanais, o que é proibido pelo regulamento do Brique. Eles chegam a acusar os índios, que justificam a situação, de terem virado camelôs.
O vice-cacique caingangue, Cláudio, diz que “eles estavam reclamando que o material não estava sendo muito natural”. Mas explica: “Muitos não têm mais o material que tinham nas aldeias. Se não tem casca tem que fazer com linha, se não tem linha, faz com arame”. Ao observar as bancas dos índios, percebe-se que algumas têm todos os seus artigos feitos à mão, ainda que alguns comprem sementes por não conseguirem colhê-las. Vendem-se brincos com penas, correntes e pulseiras, tapetes e bolas de cipós, balaios e cestas, e para as e casas de arinhos, cobras, corujas e felinos pintados.
Existem, no entanto, bancas que vendem também produtos industrializados, como prendedores de cabelo de plástico e correntes de metal. Cláudio ite que isto acontece, mas “mais com os índios que trabalham também na Praça da Alfândega durante a semana”. Ao parar ao lado de uma dessas, vê-se que os possíveis compradores perguntam mais freqüentemente por uma pulseira industrializada de dadinhos ou uma corrente de metal do que pelos artigos feitos de sementes. Tudo o que os índios parecem fazer é adaptar-se a lei da oferta e da procura.
Cerca do Instituto de Educação vai tirar mais 1.600 metros do parque 5i585e
Até o fim de janeiro estará concluída a cerca em torno do Instituto de Educação, aprovada como medida de segurança contra os freqüentes arrombamentos do prédio.. A obra executada pela CSM Construtora avança vagarosamente, com poucos operários trabalhando.
Serão 411 metros de pilastras e grades de ferro a quatro metros das paredes do prédio. Os quatro metros entre o muro e a parede serão observados mesmo na parte dos fundos onde já há uma cerca, que será derrubada.
Com esse novo espaço será possível criar um estacionamento para os carros dos professores, que hoje ficam no pátio interno, obrigando aos alunos no recreio brincarem no meio dos veículos.
No total serão mais 1.644 metros quadrados suprimidos ao parque, equivalentes a um terreno de 40 x 40metros. Nos últimos 100 anos, o parque já perdeu mais da metade do seu tamanho original, que está reduzido a menos de 37 hectares.
Enquanto isso, a população que o freqüenta é cada vez maior, principalmente nos fins da semana quando fica evidente que o parque não dá mais conta das necessidades de espaço verde na região.