Por que a Globo quer desgastar Marcelo Freixo 4j13a

De Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, via Revista Fórum “Estagiário de advogado diz que ativista afirmou que homem que acendeu rojão era ligado ao deputado estadual Marcelo Freixo” Um dos piores títulos da história do jornalismo foi o ponto de partida para o massacre do deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL do Rio. Desde a tragédia com o cinegrafista Santiago Andrade, a Globo ou a apostar numa caçada que, aparentemente, só terá fim com outra tragédia. O advogado do título é Jonas Tadeu, que representa os dois envolvidos no lançamento do artefato que vitimou Santiago — Fábio Raposo e Caio Silva de Souza. Tadeu, que está se esbaldando em seus 15 minutos de fama, declarou que uma militante apelidada Sininho teria oferecido auxílio jurídico a Raposo em nome de Freixo. Freixo, para todos os efeitos, é um dos envolvidos na morte de Santiago. Jonas Tadeu pediu desculpas depois, no rádio, “por ter sido levado pela emoção e pelo desequilíbrio”. Mas a máquina do jornalismo declaratório e difamatório já estava rodando. (Tadeu também contou que seus clientes receberam, cada um, 150 reais para protestar. Evidentemente, avisou que não tem como saber de quem e nem como provar. Mas a “revelação” virou manchete e as ilações também). Publicou-se que o assessor parlamentar de Freixo, Thiago de Souza Melo, comanda uma ONG que presta assessoria jurídica para pessoas presas nos protestos. Uma delas foi Fábio Raposo. Donde conclui-se o quê? Ou essas pessoas não têm direito a advogado? Co-responsável No meio de declarações e desmentidos a esmo, na pressa de apontar o dedo, Freixo já está sendo vendido como co-responsável pelo que aconteceu a Santiago. Ele lembrou que Jonas Tadeu defendeu o ex-deputado Natalino Guimarães, investigado na I das Milícias, da qual Freixo foi presidente. Em situações normais, esse dado bastaria para que as acusações de Tadeu fossem encaradas com todo o cuidado. Mas esta não é uma situação normal. Em sua cavalgada, o Globo também publicou que a mãe de Raposo “achava” que o filho “conhecia” o deputado, mas “não tem certeza” porque “não morava com ele”. Ora, se ela não tem certeza, se não morava com ele, como é que uma suposição tão frágil vai parar no jornal? O porquê da campanha contra Freixo ainda precisa ser esclarecido. Ele mesmo pouco falou a respeito. Mas, no site Viomundo, referiu-se ao poder da Globo no Rio de Janeiro. “A Rede Globo trata dessa cidade como grandes negócios. Ela é sócia, mesmo, inclusive nos negócios efetivados. A Fundação Roberto Marinho tem uma série de negócios com a secretaria de Educação, tanto do Estado quanto do Município. Isso envolve dinheiro, contratos, projetos. A Rede Globo tem, no projeto de cidade, uma cidade que ela defende. E também com um viés muito autoritário. A possibilidade de debater a cidade, em um lugar onde existe tamanho monopólio de informação, está prejudicado. Você não tem jornais, hoje, no Rio de Janeiro. Você tem fundamentalmente dois jornais, um deles muito pequeno. Então há um monopólio muito forte da informação no Rio. Por isso que as redes sociais, os sites, enfim, se tornaram elementos decisivos para que você possa fazer um debate mais honesto e mais profundo sobre essa concepção de cidade.” Em outras palavras, o estagiário de alguém teria falado que não tem certeza, mas parece que a Globo tem interesse em transformar Marcelo Freixo no responsável pela violência nos protestos. A mãe de ninguém recebeu uma ligação nesse sentido porque mora sozinha. O tempora, o mores. 1f5um

A caça (aos pagantes) dos black blocs y4l1q

Dirceu Cardoso Gonçalves* |

Os acusados da morte do cinegrafista Santiago Andrade falaram à polícia que os participantes das manifestações são pagos para vandalizar e, como vimos, até matar. Veio a público uma lista de partidos e supostos contribuintes, incluindo vereadores, delegado de polícia e até juiz de direito, que negam ter dado recursos para sustentar manifestações violentas.
Apesar das negativas, a sociedade não pode abrir mão de apurar e buscar a identificação daqueles que efetivamente mantêm os tais black blocs e saber, inclusive, quais os seus interesses e finalidades. Mesmo que os citados inicialmente não sejam os financiadores, é preciso saber quem os custeia e promover a identificação e o devido processo legal contra criadores e criaturas.
Não se pode, ainda, descuidar na proteção aos dois acusados presos pois, com a denúncia formulada, podem ter se transformado em inconvenientes “arquivos” sujeitos à queima antes que possam fazer novas revelações.
A polícia e o Ministério Público certamente dispõem de meios para aprofundar a investigação e chegar aos financiadores dos atos de selvageria e vandalismo que tanto têm incomodado as cidades brasileiras e, inclusive, desvirtuam os movimentos que buscam pacificamente seus objetivos. Da mesma forma que uma sociedade democrática tem de ser permeável às reivindicações do povo, desde que feitas pacifica e ordeiramente, tem de ser diligente e eficiente para isolar e punir rigorosamente os aqueles que se infiltram e promovem o caos.
No momento em que a autoridade constituída não é suficiente para manter a ordem pública, fica comprometida até a sua representatividade. O povo, através do “contrato social” e do voto, dá procuração aos governantes e às autoridades de carreira para zelarem da ordem pública e promover o bem-estar geral. Sucumbir aos black blocs ou a seus financiadores é extrema prova de fraqueza e falta de comprometimento.
Espera-se que, da jornada empreendida pelo ministro da Justiça junto aos secretários estaduais daSegurança Pública, saiam medidas concretas e eficazes para fazer cessar a desordem, e que o Congresso Nacional seja rápido o suficiente para aprová-las. O país e a população precisam de paz para vencer seus grandes desafios.
Todos os que atuam em direção contrária, têm de enfrentar as consequências. É inaceitável a morte de Santiago Andrade. Mas, como já ocorreu e é irreversível, que sirva, pelo menos, para a retomada da ordem pública e da busca da paz social…
*Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo)