Saúde: Porto Alegre reduz mortes por Aids com trabalho pioneiro 28236s

Os índices de óbitos por Aids no Sistema de Informação de Mortalidade de Porto Alegre (registrados pela Equipe de Eventos Vitais da Vigilância em Saúde) apontam tendência contínua de queda. Os dados parciais de 2013 indicam o menor patamar dos últimos dez anos. Em 2004, foi registrado o pico: 37,94 por 100 mil habitantes. Em 2013, o índice foi para 28,09, demonstrando a tendência de queda das taxas de mortalidade na capital gaúcha. “Além do trabalho incansável das unidades de saúde do município, foi fundamental a criação em Porto Alegre do Comitê de Mortalidade por AIDS. Ele trouxe uma dinâmica mais intensa na aproximação dos pacientes com os serviços de saúde”, salienta o secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Casartelli. O Comitê, pioneiro no Brasil, foi criado em 2011 e transformado em lei municipal (Lei 11.425 de 22.04.2013) e tem como objetivo principal analisar todos os casos de óbitos por AIDS na capital, discutindo as circunstâncias de cada situação. Com base nestas investigações, propõe medidas para redução das mortes e planos mais efetivos de prevenção.  O Comitê reúne mensalmente representantes das áreas técnicas e unidades de saúde da SMS, hospitais, ambulatórios de assistência HIV/AIDS, Vigilância em Saúde, o Departamento de Saúde Prisional da Susepe e as ONGs ligadas a luta contra à AIDS. Além das causas clínicas, as discussões consideram todas as determinantes sociais, econômicas e culturais que pesam em cada morte por Aids na capital gaúcha. Tolerância Zero no combate AO VÍRUS Porto Alegre foi também a primeira capital do país a oferecer regularmente nas unidades de saúde testes rápidos para detectar a presença do vírus. “O resultado fica pronto em 15 minutos. Se é constatado que uma gestante tem o HIV, é possível proteger o bebê e garantir uma qualidade de vida melhor para a mãe”, diz o coordenador da Área Técnica DST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Gerson Winkler. Ele ressalta que o Comitê estabeleceu um principio de Tolerância Zero para mortalidade por AIDS em Porto Alegre. “É inconcebível que tenhamos altas taxas de mortalidade em nossa cidade quando dispomos de medicamentos e tratamento de ponta à disposição da população na rede de saúde”, salienta Winkler. O coordenador lobserva ainda que é preciso continuar trabalhando forte na prevenção e detecção dos casos. Estudos mostram que 40% da mortalidade por AIDS é resultado da demora em descobrir a doença. Portadores do vírus que custam a iniciar o tratamento tem risco de morte 49 vezes maior. Rede de saúde em alerta constante O monitoramento dos soropositivos em Porto Alegre começa com as informações do laboratório de análises clínicas do município, que informa às unidades de saúde e ao Comitê a lista de portadores com índice CD 4 (capacidade imunológica da pessoa) menor que 200, o que aponta alto risco de exposição a doenças. Estas pessoas são imediatamente procuradas pelos agentes comunitários e levadas para tratamento preventivo. “Estas ações são determinantes para proteger os soropositivos contra doenças oportunistas que podem levar à morte”, ressalta Winkler. Além destas ações, a Secretaria Municipal de Saúde tem investido em campanhas de conscientização que buscam permanentemente esclarecer a população sobre medidas preventivas, discutindo os comportamentos de risco e estimulando o uso de preservativos masculinos e femininos. São oferecidos gratuitamente nas unidades de saúde e disponibilizados também sem custo para instituições e empresas que solicitam estoques à SMS. Além disso, dois grandes “dispensers” (equipamentos onde a pessoa retira de graça os preservativos) circulam pela cidade, com milhares de camisinhas em cada um. Atualmente, estão posicionados na “Esquina Democrática”, no centro de Porto Alegre. “Estamos trabalhando intensamente para tirar Porto Alegre do ranking das capitais com maior incidência de AIDS. Os números apontam que estamos no caminho certo”, comemora o secretário Casartelli. 32651

Idosa morre e corpo fica oito horas no Posto de Saúde em Porto Alegre 2u73e

Alô, é do jornal?. Eu queria relatar um fato. Faleceu uma pessoa aqui no Posto de Saúde da Família do Morro da Cruz. Ela tinha 86 anos, a dona Natália, era muito conhecida aqui no morro, ela teve um colapso.  Foi levada pro posto, que não tinha condições de dar atendimento. O SAMU levou 40 minutos, ela morreu.
O que indignou é que ela ficou das onze da manhã às sete da noite morta no posto, ali, enquanto as pessoas iam sendo atendidas. A gente achou que isso era um absurdo. Isso aconteceu na segunda feira (22/09). O meu nome é CB, mas não quero ser identificada.
Nota do Editor: Não conseguimos contato com o Posto do Morro da Cruz, os telefones 33523111/ 33181566 não atendem..

Reforma do hospital Independência ficará pronta somente em 2012 2s453d

Os porto-alegrenses ainda terão de esperar entre quatro e seis meses até a reabertura do Hospital Independência, no Jardim Carvalho, zona norte da Capital, segundo a previsão do secretário-adjunto Municipal de Saúde, Marcelo Bósio.
Anteriormente gerido pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o hospital foi fechado em abril de 2009 em meio a uma crise financeira enfrentada pelo grupo. Para sanar parte da dívida da Ulbra com o Governo Federal, a instituição foi penhorada e levada à leilão, juntamente com o Hospital Luterano – atualmente sob a gestão do Hospital de Clínicas. Em janeiro deste ano, a Prefeitura de Porto Alegre recebeu a guarda provisória do Independência.
A partir de então, foi realizado um chamamento a instituições públicas ou filantrópicas com interesse no gerenciamento do Independência, que obteve duas inscrições. Na ocasião do anúncio da Sociedade Sulina Divina Providência como vencedora, em 19 de julho deste ano, o prefeito José Fortunati e o secretário municipal da Saúde, Carlos Casartelli, estabeleceram uma previsão de que o contrato e o planejamento estariam prontos em 30 dias, e a população teria o aos atendimentos em três meses.
ados 90 dias das declarações, o Hospital Independência segue fechado. Bósio argumenta que, desde o anúncio da entidade vencedora, houve impedimentos ao processo de revitalização e reabertura, desde recursos judiciais até demora na liberação de verba.
Segundo o secretário adjunto, os imes já foram superados, e a Prefeitura já recebeu o aval do Ministério da Saúde, que fará o ree financeiro. Somadas aos recursos do Estado, serão R$ 2,8 milhões mensais para investir no hospital, que serão istrados pelo Governo Municipal.
A remodelação e recuperação das dependências da instituição devem acontecer entre quatro e seis meses. Mesmo assim, a abertura deve acontecer de forma gradual, até que se chegue ao total dos 100 leitos previstos, dez deles são Unidades de Tratamento Intensivo – UTIs. A estimativa é de que o Independência realize 245 cirurgias por mês quando estiver em plena atividade. O atendimento será exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde – SUS.

Hospitais se unem para atrair pacientes estrangeiros 3u3v50

Uma nova associação nasce hoje: Porto Alegre Health Care Cluster. Tradução: uma reunião de empresas com objetivos comuns para incrementar o turismo médico.
O grupo é composto  pelos hospitais Moinhos de Vento, Santa Casa, São Lucas da PUCRS e Mãe de Deus, com parceria da Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR) e da Federasul.
O lançamento do cluster ocorreu em junho, com a presença do prefeito José Fortunati, dirigentes dos quatro hospitais e lideranças do trade turístico local.
O cluster é o arranjo produtivo de cooperação entre a Secretaria e os hospitais para promover a cidade como um destino internacional de turismo médico.
O segmento já é uma indústria globalizada, que busca aliar excelência técnica a custos compensatórios. Pesquisa realizada em mais de 35 países, finalizada em julho pela consultoria ExHealth, envolvendo 159 entrevistas com players deste novo negócio, apontou que 94% dos entrevistados concordam que o segmento tem muito a crescer.
Nos Estados Unidos 2,1 milhões de pessoas viajam por ano para tratamentos de saúde fora do país, segundo estudo da Deloitte Development, que sinaliza para o turismo médico mundial uma taxa de crescimento de 30% este ano.
O evento de criação da entidade será às 11h, no Palácio do Comércio. Estarão o coordenador da Divisão de Serviços da Federasul, Carlos Biedermann, o secretário Municipal de Turismo, Luiz Fernando Moraes, o superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, Nilton Brandão da Silva, o diretor geral da Santa Casa, Carlos Alberto Fuhrmeister, o superintendente do Hospital Mãe de Deus, Cláudio Seferin, o diretor-geral do Hospital da PUC, Leomar Bammann.

HPS: Audiência Pública só em março 102a41

Patricia Marini*
Ficou para março a audiência pública para discutir a ampliação do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre.
O projeto prevê desapropriar seis sobrados na rua José Bonifácio e deu origem até a uma associação, SOS Rua do Brique, de moradores e comerciantes contrários à idéia.
A associação teve o mérito de trazer a público o projeto que até então era desconhecido da própria Comissão de Saúde, da Câmara de Vereadores.
Numa audiência promovida pela associação, o projeto foi exposto pelo diretor do hospital, Júlio Ferreira, em novembro.
“Não haverá mais incêndios se ampliarmos o corpo de bombeiros, não aumentará o número de traumas se ampliarmos o HPS”, comparou Ferreira, tentando acalmar os que temem por uma descaracterização daquele quarteirão na ponta mais freqüentada do Parque da Redenção, com mais trânsito e outros impactos urbanísticos.
Segundo ele, sem a ampliação da área, a alternativa seria reduzir o número de leitos e atendimentos para adequar as instalações, que estão fora das normas, e criar espaço para novos equipamentos.
Enquanto isso, a Prefeitura tenta encaixar o projeto de ampliação nos investimentos para a Copa, mas ainda não tem garantias que vai conseguir os R$ 73 milhões necessários para a obra.
Reforma interna já começou
Com ou sem ampliação do terreno, a reforma do HPS já começou. A primeira etapa foi a troca da caixa de força, que custou R$ 1,5 milhão. A velha era do tempo da construção do prédio, há 66 anos, quando a tecnologia mais avançada era um simples aparelho de raio-X.
Agora falta a reforma do térreo e parte do segundo piso, orçada em R$ 8,9 milhões. A concorrência pública para escolher a empresa que fará a obra já está aberta. Nenhum interessado apresentou propostas na primeira rodada, no início de dezembro. O prazo foi ampliado para  10 de janeiro.
No térreo, a reforma reorganiza o fluxo de pacientes, melhora a área de diagnósticos e a triagem, como exige o Ministério da Saúde.
Remodela parte do segundo pavimento, para ampliação da UTI pediátrica, e faz pequenas intervenções nos demais andares. “É como trocar os pneus de um carro andando”, diz o engenheiro Álvaro Kniestedt.
Os recursos vieram do Qualisus1, programa federal para qualificação de hospitais. O projeto acabou ficando mais caro que o orçado inicialmente. A Prefeitura, que deveria entrar com uma contrapartida de 20%, precisou se comprometer com quase a metade, segundo o secretário adjunto da Saúde, Marcelo Bósio.
O hospital espera a liberação de mais R$ 2 milhões do Qualisus2 para completar a reforma do segundo pavimento: criar mais uma UTI de trauma, aumentar o bloco cirúrgico e a sala de recuperação. A licitação será em 2011.
“Tem que discutir a política de saúde”
É consenso que não se pode discutir a questão do hospital, isolada de toda a política de saúde pública da capital.
Hoje, por exemplo, o HPS faz 900 atendimentos por dia. Esse número diminuiria se a população contasse com atendimento de urgência descentralizado na cidade e um novo hospital de urgências na Zona Sul?
Ferreira duvida. Ele argumenta que 76% dos pacientes residentes em Porto Alegre (88% do total) vêm da região central da cidade, e 15% da Zona Sul. Na Zona Norte, há o hospital Cristo Redentor.
É preciso também levar em consideração a diretriz do governo federal, que é pela criação de mais UPAs – Unidades de Pronto-Atendimento.
Além das quatro que já têm endereço em Porto Alegre, mais quatro UPAs devem ser instaladas em locais a ser definidos.
Conforme portaria do Ministério da Saúde, elas devem cobrir grupos de 200 a 300 mil habitantes, ter área mínima de 1,3 mil metros quadrados, capacidade para receber até 450 pacientes por dia, uma equipe de seis médicos e 13 a 20 leitos cada.
Enquanto isso, com uma rede de atendimento básico insatisfatória na cidade, o HPS funciona como um grande posto de saúde.
Funcionários pedem nomeações
O secretário adjunto da Saúde, Marcelo Bósio, chegou a dizer que “nem adianta contratar mais funcionários com as instalações físicas atuais do HPS”.
Não é o que pensam os funcionários. Eles reclamam a nomeação imediata de servidores já aprovados em concurso, para mais de uma centena de cargos vagos.
Pedem um plano de carreira e a volta dos índices de insalubridade alterados em abril do ano ado.

*Reportagem publicada no JÁ Bomfim/Moinhos, ed. dezembro.