A safra brasileira de soja deverá superar a norte-americana em pouco mais de 2 milhões de toneladas na temporada 2013/14, mostraram dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgados pela agência Reuters. A estimativa de colheita dos EUA foi reduzida para 85,71 milhões de toneladas, ante 88,6 milhões do relatório de agosto, devido a “menores perspectivas de produtividade, especialmente no oeste do cinturão de grãos”. “O USDA deu o primeiro o para reconhecer os problemas da soja. Nós esperamos uma nova revisão no relatório do próximo mês”, disse o estrategista-chefe da Allendale Inc, Rich Nelson. As plantações de soja dos EUA têm sofrido com falta de chuvas nas últimas semanas. O desenvolvimento das lavouras está em fase avançada, com a colheita nos EUA prevista para iniciar nas próximas semanas. Já para o Brasil, onde o plantio deve começar em poucos dias, o USDA elevou a estimativa de safra para 88 milhões de toneladas, ante 85 milhões na projeção de agosto. O órgão do governo norte-americano cita um aumento da área destinada à oleaginosa no Brasil nesta temporada. “A recente força dos preços e um real desvalorizado deverão dar incentivos para os produtores de soja elevarem a área em 4 por cento ante o ano ado”, disse o USDA. O Brasil se aproximou dos EUA em produção de soja nos últimos anos, um mercado tradicionalmente liderado pelos norte-americanos. Na safra ada, os EUA produziram 82,06 milhões de toneladas, contra 82 milhões de toneladas do Brasil. 4d30x
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Biodiesel, vender para quem? v1p4q
Os produtores de biodiesel estão em campanha para que esse aditivo feito à base de soja suba gradualmente dos atuais 5% até chegar a 20% do volume de óleo diesel mineral em 2020.
Criado em 2003 pelo presidente Lula, o programa de produção de biodiesel é um sucesso social – em 2012, mais de l05 mil agricultores faturaram R$ 2 bilhões com a entrega de soja nas usinas – mas no aspecto econômico está decepcionando. O motivo é a supervalorização da matéria-prima principal.
A soja entrou nos primeiros meses deste ano custando quase R$ 2 por quilo no atacado, enquanto o litro do biodiesel não chegou a alcançar R$ 2 nos dois leilões realizados em janeiro e março de 2013 pela Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis.
É um ime semelhante ao dos produtores de etanol, que não conseguem produzir a um custo competitivo com a gasolina. Por isso os produtores de biodiesel pressionam o governo pelo aumento da adição ao diesel, já que não falta capacidade de produção.
No momento, a capacidade instalada é de 7,1 bilhões de litros de biodiesel.
A maior parte das 93 usinas existentes no país é controlada por grupos tradicionais como e Bunge. Em algumas, como a BsBios, de o Fundo, a própria Petrobras é acionista. E a estatal promete aprofundar sua participação: dos US$ 236,7 bilhões que investirá até 2018, US$ 2,9 bi estão reservados para biocombustíveis (biodiesel e etanol).
ESTADO É O MAIOR PRODUTOR
O Rio Grande do Sul com oito usinas ativas detém 30% da capacidade nacional de produção de biodiesel. Como o Estado não representa mais do que 8% do consumo, criou-se uma situação logisticamente desfavorável, já que é preciso transportar a maior parte da produção gaúcha para os principais polos de consumo, no Sudeste e outras regiões.
“Nós vamos pagar o preço da distância”, diz Arlindo Bianchini, 72 anos, sócio-diretor da cinquentenária Bianchini, de Canoas, que acaba de entrar no “clube do biodiesel”, com uma capacidade de produzir 324 milhões de litros por ano.
Enquanto novos investidores estão entrando no biodiesel, outros estão ando suas usinas adiante. O caso mais notório é o da Ecodiesel, uma das pioneiras do ramo. Depois de abrir sete usinas do Ceará ao Rio Grande do Sul, em 2011 ela vendeu duas delas (em Iraquara, BA; e Porto Nacional, TO) para a Oleoplan, de Veranópolis, RS. Uma terceira, implantada em Rosário do Sul, RS, foi vendida à Camera Agroalimentos, de Santa Rosa, que está transferindo essa planta para Estrela. Em Rosário do Sul, faltou matéria-prima para a operação da usina. Os investidores da Ecodiesel desdenharam o fato de que ali predomina a pecuária.
“O biodiesel se ajustou bem à agricultura gaúcha, que produz bastante soja, mas surpreendentemente não despertou a atenção das cooperativas, que estiveram na arrancada da industrialização da soja, décadas atrás”. O comentário é do agrônomo Alencar Rugeri, da Emater, que vê uma dicotomia entre o discurso e a prática em torno dos biocombustíveis.
A energia de biomassa vive de espasmos, diz ele. Já se falou em etanol de arroz, de capim elefante, de resíduos da celulose, mas as conversas se apagam diante de episódios globais como a crise financeira mundial ou o vencimento do Protocolo de Kyoto. Além tanto o etanol quanto o biodiesel e outras alternativas energéticas estão submetidas à lógica do modelo econômico ajustado ao petróleo.
TABELA
Usinas de biodiesel do RS
USINA LOCAL Cap (milhões de litros/ano)
Bianchini Canoas 324
Biofuga Camargo 49
BsBios P. Fundo 387
Camera Ijui 240
Camera Estrela 118
Granol Cachoeira 365
Olfar Erechim 200
Oleoplan Veranópolis 387
Revista JÁ Especial Energia