Trem-bala: governo reduz a marcha 2z3842

A quatro dias da data prevista para o lançamento do edital para construção do trem-bala Rio-SãoPaulo-Campinas, o governo federal decidiu adiar para o próximo ano a primeira etapa do leilão. A entrega das propostas estava prevista para a próxima sexta-feira (16), e o leilão estava marcado para o dia 19 de setembro. A decisão de adiamento não surpreendeu. Desde que começaram as denúncias de cartel e corrupção envolvendo a alemã Siemens e a o grupo francês Alstom, qualquer negócio que envolva transporte sobre trilhos ficou sob suspeita. Na semana ada, uma única empresa havia confirmado que faria uma proposta, justamente a Alstom. “Depois de muitas conversas com prováveis participantes, sentimos que o certame caminhava para apenas um participante e os outros prováveis concorrentes solicitavam o adiamento do processo para finalizar entendimentos entre todos que participariam desta fase inicial de elaboração do projeto”, disse o ministro dos Transportes, César Borges, à Agência Brasil. Segundo ele, a previsão para início da operação do trem em 2020 está mantida. Desde 2010, quando foi lançado pela primeira vez, o leilão do trem-bala já foi adiado duas vezes a pedido das empresas interessadas em participar da disputa. A primeira data da licitação foi dia 16 de dezembro de 2010. Depois o leilão ou para 29 de abril de 2011 e foi remarcado novamente para o dia 29 de julho de 2011. Nessa última data, o leilão chegou a ser aberto, mas não recebeu propostas. Depois disso, o governo decidiu dividir a licitação em duas etapas: uma para definir o operador do trem-bala e a tecnologia a ser usada, e outra para contratar a infraestrutura do projeto. 295q4t

Acidente tira grupo espanhol do Trem Bala 4f1b6w

A Renfe, operadora estatal do sistema ferroviário espanho, pode ficar fora da licitação para construir o trem de alta velocidade (Terem Bala) que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma cláusula do edital não permite a participação de empresas envolvidas em acidentes fatais nos últimos cinco anos. A Renfe opera o trem espanhol que descarrilou ontem (24) no norte da Espanha em acidente que, até o momento, já contabiliza 78 mortes.
De acordo com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), o edital de licitação do trem bala prevê que “cada participante deverá apresentar na entrega das propostas uma declaração de que não participou de sistema de TAV com acidente fatal no período de cinco anos”. O prazo para entrega das propostas está marcado para o dia 16 de agosto, na sede da BM&F Bovespa. A mesma regra já havia inviabilizado a participação da empresa China Communications Construction no certame.
Em maio, a ministra espanhola de Fomento, Ana Pastor, havia confirmado que as três empresas públicas – Adif (a de infraestruturas), Ineco (engenharia e economia de transporte) e Renfe (operadora de ferrovias) – formariam um consórcio para participar da licitação do Trem Bala. Com o acidente, o consórcio terá de procurar um novo operador de ferrovias para ter condições de participar do processo licitatório.
Em dezembro do ano ado, logo após visita da presidenta Dilma Rousseff à Espanha, a EPL, estatal brasileira responsável por planejar e promover o transporte ferroviário de alta velocidade no país, assinou um acordo de cooperação com a Ineco, outra integrante do consórcio espanhol.
Entre os objetivos do acordo, ao qual a Agência Brasil teve o, está o desenvolvimento de uma “estratégia macro de implantação de um sistema de alta velocidade no Brasil” e suas “implicações tecnológicas de desenvolvimento regional, sociais e ambientais, incluindo a definição da estrutura institucional e funcional da EPL”, além de treinamento de pessoal.
Na época, tanto o ministro dos Transportes, Pedro os, quanto o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, negaram que a parceria resultaria em qualquer tipo de favorecimento às empresas espanholas durante os processos de licitação do TAV brasileiro.
A reportagem da Agência Brasil tentou entrar em contato com a emprese Renfe, mas até o momento da publicação da matéria não conseguiu resposta. No entanto, em nota divulgada no site da empresa, a Renfe confirma que o acidente ocorreu em uma linha de alta velocidade. (Da Agência Brasil)