Três etapas da gravura de Arlete Santarosa, em grande estilo, no Margs r4x3o

Xilogravura da série “O Pequeno Príncipe”, de Arlete Santarosa/ Divulgação O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli apresenta a exposição “XILOS”, de Arlete Santarosa, no dia 19 de junho, às 19h, com entrada franca. A mostra, com curadoria de André Venzon, pode ser visitada de 20 de junho a 12 de agosto de 2018, na galeria Oscar Boeira do MARGS. São cerca de 50 xilogravuras que abordam três etapas distintas em sua carreira: Cenas da Cidade; Releituras de Dürer e interpretação do livro “O Pequeno Príncipe”, de Saint Exupéry. Contando 30 anos de sua trajetória artística, como uma das principais xilogravadoras gaúchas, a artista apresenta ao público, em suas obras, a cidade de Porto Alegre de uma maneira racional e ao mesmo tempo poética. Ou quando faz as “Releituras de Dürer”, amplia o desafio de uma nova tradução do maior gravador de todos os tempos. E ainda, quando interpreta o “Pequeno Príncipe” consegue revelar traços inexplorados da obra de Saint Exupéry com gravuras coloridas.  Tiragem limitada Na abertura, será lançado um livro de artista, com tiragem limitada de dez exemplares inéditos e assinados, para colecionadores e apreciadores da xilogravura, executados manualmente nesta técnica. Juntamente será lançada a sua versão impressa e a artista estará disponível para autógrafos. As duas publicações estarão à venda na abertura do evento. A exposição tem a curadoria de André Venzon que comenta sobre as gravuras de Arlete Santarosa: “Diante das suas obras observamos grandes e pequenas áreas ocupadas com uma profusão de texturas. Seu repertório de superfícies guarda uma diversidade difícil de se igualar. Tal riqueza expressiva é resultado de muitos anos de dedicação em que encontrou através do entalhe o que desejava da matriz.” A exposição pode ser visitada de terças a domingos, das 10h às 19h, com entrada gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas pelo e-mail [email protected].   Arlete Santarosa completa 30 anos de trajetória artística/ Divulgação   TEXTO DA ARTISTA- O DESAFIO DA XILOGRAVURA “Gravura é uma verdadeira construção física e mental. Exige “cozinha” para a técnica e materiais a serem utilizados e linguagem visual e poética. Gravar é fruto de demorada reflexão e conhecimento profundo da matéria. Há todo um tempo a ser respeitado para a sua construção, onde os processos de pensar e fazer são tão importantes quanto a obra final. A imagem invertida, o veio da madeira, as marcas do corte das goivas são os primeiros desafios na execução de uma matriz. Neste embate, a técnica, a resistência da madeira, a textura, o claro/ escuro exigem muita concentração e sensibilidade. Na sequência final, a impressão da imagem é acompanhada do fator surpresa e desta lenta tarefa, surge a xilogravura. Tudo forma um mosaico, um trabalho amoroso de intensa atividade mental, força e significados. Nesta exposição, abordo três fases da minha trajetória de mais de 30 anos: Cenas da Cidade; Releituras de Dürer e interpretação do livro “O Pequeno Príncipe”, de Saint Exupéry. A primeira, a série “Cenas da Cidade”, xilogravuras em preto e branco, vem sendo feita desde os anos 90. Elementos da paisagem de Porto Alegre, da memória e da relação afetiva com a cidade compõem um conjunto de xilogravuras que falam dos lugares, das árvores, das ruas, dos monumentos, da intensa circulação de carros e pessoas, dos prédios antigos, dos edifícios da nossa Capital. Em “Releituras de Dürer”, em P X B, busco o desafio de traduzir em xilogravura, dez obras do maior gravador de todos os tempos que continuam a causar reflexos, até os dias de hoje. Na interpretação do livro “O Pequeno Príncipe”, arrisco um novo olhar sobre ilustrações de um dos livros mais lidos e relidos mundialmente. São seis xilogravuras coloridas, onde cinco delas foram realizadas na técnica da matriz perdida e uma em preto e branco e Chiné-collé.” Será lançada nesta exposição, ainda, uma pequena edição de dez livros feitos em xilogravura e capa artesanal, editado e assinada, juntamente com sua edição impressa. Arlete Cousandier Santarosa Artista plástica e professora. TEXTO DO CURADOR “Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida… Lembra que o que importa é tudo que semeares colherás. Por isso, marca a tua agem, deixa algo de ti… do teu minuto, da tua hora, do teu dia, da tua vida.” (Mario Quintana)   “Entre as paredes desta sala, apoderam-se de nós as impressões de uma cidade, do Velho Mundo a criança que nos habita… A exposição XILOS reúne um significativo e representativo conjunto de trabalhos da artista Arlete Santarosa. Do encontro entre a artista e o curador, desenvolveu-se um diálogo e uma investigação colaborativa. Conhecer em escala e profundidade a obra da artista se revelou um inventivo encontro com a milenar técnica da xilogravura. Em sua produção artística é possível perceber, além da qualidade das narrativas visuais, a habilidade no uso das goivas ─ instrumentos empregados para escavar a base de madeira usada como matriz ─ e o diálogo com os seus traços é como aprender a falar outra língua, tão misteriosa quanto instigante. Assim a base de madeira de onde nasce a xilogravura, como a folha em branco para o desenho, a tela para a pintura, ou ainda o bloco de mármore para a escultura, remete-nos solidariamente ao início, ao ponto de partida para todo artista, quando a única coisa que havia era um nada que, de repente, se transmuta em alguma coisa, antes não existente. Nossa iração é ainda maior ao nos questionarmos como consegue a artista criar sua obra feita com um material tão disponível, qual a força e perseverança que a habilitou para isso? Enquanto até a cidade e o ser humano findam, a arte resiste a todos os tempos, é algo que se alimenta da natureza, tanto nos materiais quanto na inspiração, para se tornar eterno como o céu, a terra, o mar, o sol, a lua e os astros. A arte nasce do nada e sobrevive aos tempos. Arlete Santarosa tem esta consciência e, como artista e professora, orienta-nos através das suas impressões a olhar para uma matriz, a compartilhar da sua experiência em uma oportunidade maravilhosa de aprendizado. O livro de artista desenvolvido especialmente para a exposição no MARGS, racionaliza a técnica da xilogravura sem dispensar a poesia. Ao afirmar que “há lugar para todos se expressarem” renova seu compromisso com a educação através da arte e do potencial emancipatório que esta prática concede ao ser humano. Diante das suas obras observamos grandes e pequenas áreas ocupadas com uma profusão de texturas. Seu repertório de superfícies guarda uma diversidade difícil de se igualar. Tal riqueza expressiva é resultado de muitos anos de dedicação em que encontrou através do entalhe o que desejava da matriz. Todavia, a cada nova impressão, a artista ainda pode descobrir não ter chegado aonde queria, encontrando estas vastas e lindas oportunidades que o e lhe oferece. A larga produção, que demanda muitas e repetidas impressões, tornou-lhe uma referência indispensável no exercício da xilogravura. Planejar um obra como as da série de paisagens de Porto Alegre, por exemplo, ademais do imaginário urbano que reside na memória da artista, exigiu-lhe sempre pensar, na setorização, lembrar dos componentes e dos recursos disponíveis na matriz. Entender que isso é um relevo, que pode ser visto como uma pequena escultura, no sentido de que gravar, é um ofício de dar forma à madeira. É tirar do sólido a forma desejada, descobrir o que há dentro, explorar os recursos do desenho e da talha, onde quanto mais se busca, mais se encontra a luz branca que a matriz escura guarda. A xilogravura é isto: a escolha que se faz, do predomínio de mais preto, ou não, como essas áreas de luz e sombra interagem, onde aparecem espaços, ou texturas. A matriz escura contém guardada o desenho dentro dela. O papel da gravadora, então, é encontrar o melhor diálogo com seus anseios criativos e as ferramentas para conseguir o que ela deseja dessa matriz, que guarda todas as possibilidades de imaginação. Santarosa aprimorou ao longo de três décadas seu processo poético e de impressão ao desenhar e entalhar a cidade de Porto Alegre, que é a melhor metáfora da sua busca incessante para atingir a maestria no ofício da arte da xilogravura, generosamente aqui representada. Parte desta exposição tem o propósito também de expor dois álbuns inéditos ao público: das releituras do artista Albrecht Dürer, expoente do Renascimento Alemão; e das ilustrações a partir do livro O Pequeno Príncipe, do francês Antoine Saint-Exupéry, com apresentação de Armindo Trevisan. Enquanto no primeiro, a ilustração clássica exercita o preto e branco da matriz, no segundo, a criação contemporânea leva a artista a explorar mais os recursos da cor para criar o efeito único destes últimos trabalhos. Nestas obras mais recentes Arlete Santarosa alcança a grandeza de utilizar suas imagens junto às palavras para facilitar o entendimento e a interiorização dos temas abordados, popularizando cada vez mais a técnica da xilo. O resultado desta poesia visual cuidadosamente planejada, com símbolos e objetos das histórias, mantém uma alta fidelidade das gravuras aos conceitos e agens contidos nos textos estudados”. André Venzon Artista visual, curador e gestor cultural Mestrando em Poéticas Visuais pelo PPGAV – UFRGS. Xilogravura de Arlete Santarosa/Divulgação SERVIÇO Lançamento da exposição XILOS de Arlete Santarosa e livro de artista Artista: Arlete Santarosa Curador: André Venzon Abertura: Dia 19 de junho, terça-feira, às 19h Visitação: De 20 de junho a 12 de agosto, de terças a domingos das 10h às 19h Local: Galeria Oscar Boeira do MARGS Lançamento de livro e sessão de autógrafos Livro de artista – tiragem limitada de dez exemplares inéditos e assinados: R$ 300,00, o exemplar Versão impressa do livro: R$ 80,00 o exemplar ENTRADA FRANCA               3y6c6t

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