Carlos Matsubara, Ambiente JÁ O vice-presidente da Stora Enso na América Latina, Otávio Pontes, disse que são infundadas as informações de que a empresa poderia desistir do projeto no Rio Grande do Sul. “Estamos no Brasil para ficar por muitas décadas e, por isso, temos que pensar em fontes de fibra sustentável, nas mudanças climáticas, no desempenho social em novas áreas de atuação e no relacionamento pró-ativo com a sociedade”, destacou durante o 10º Congresso Florestal Estadual e 1º Seminário Mercosul da Cadeira Madeira, que se encerra hoje (22/08) em Nova Prata, na Serra Gaúcha. A Stora Enso tem base na Europa e é líder mundial na produção de papel e celulose, gerando o dobro de tudo o que é produzido no Brasil. Apesar do atraso no cronograma inicial, a empresa já tem 12.800 hectares de florestas plantas no Rio Grande do Sul, com previsão de chegar a 20 mil hectares até o final deste ano. A Constituição Federal diz que empresas estrangeiras devem obter assentimento do Conselho de Defesa Nacional para adquirir terras em faixa de fronteira. Na tentativa de regularizar a situação a Stora Enso abriu duas empresas nacionais para adquirir terras no Estado. A polêmica se a solução encontrada é legal ou não está na Justiça. A empresa ainda reclama de uma suposta má-fé do Incra, responsável por encaminhar as análises das compras de terras ao Conselho de Defesa Nacional. Por sua vez, a superintendência do Incra no Estado alega que a Stora Enso se comprometeu em 2005, a solicitar o assentimento antes da compra de terras, mas que até abril do ano ado havia apresentado 36 processos referentes a 17 mil hectares, enquanto na imprensa divulgava-se 96 imóveis em 46 mil hectares. Madeira Certificada Segundo Pontes, 61% da madeira global utilizada pela Stora Enso possui certificação e o aumento do percentual é um esforço contínuo da empresa. “Só não é cem por cento certificada, pois na Europa boa parte da aquisição da madeira é de pequenas propriedades que não investem na certificação”, disse o consultor ambiental. Conforme o executivo, todo projeto analisado pela empresa prevê aspectos econômicos sim, mas também aspectos sociais e ambientais. “O licenciamento nos exige um exemplar desempenho ambiental, conduta ética dos negócios, bem-estar dos funcionários. E também saber enfrentar os conflitos de uma atividade ligada à terra”, completou Pontes. 2z146q