A avalanche instanteneísta tirou da pauta os movimentos que o vice-presidente, general Hamilton Mourão, fez no tabuleiro do poder nacional nos últimos dias. 2a3e1l
O significado e o alcance deles, no entanto, não se esgotou.
As declarações de Mourão na sexta-feira, 13, em várias entrevistas indicam que o general tem um objetivo político e uma estratégia para alcançá-lo, embora diga sempre que não é candidato a nada.
Especula-se nos meios políticos que ele almeja o Senado.
No Rio Grande do Sul, há um movimento para lançá-lo governador.
Os movimentos do general, um PQD em treinamento intensivo no terreno da política, indicam algo maior.
As reações de Bolsonaro aos movimentos do vice dão sinal de que o presidente teme uma conspiração que leve a um impeachment e coloque Mourão no seu lugar.
O impeachment é plausível, se a popularidade do presidente continuar em queda, e deve estar considerado na estratégia de Mourão, mas como evento pouco provável e não desejável.
Mourão deve estar preparado para ele, mas não se empenhar para que ocorra.
O empenho principal tem que ser no sentido de ser a alternativa como candidato governista em 2020.
“Um mau soldado, é sempre um mau soldado”, diz o jargão militar.
Os generais que chegaram ao poder com Bolsonaro, um notório mau soldado, tem pela frente o desafio de descartá-lo sem perder o terreno conquistado.
Mourão trabalha para ser essa alternativa em qualquer circunstância.