Temer no comando 5a4fx

Convém não iludir-se. Temer está mais forte do que parece e não perdeu a iniciativa. Temer remove Serraglio sob aplausos de Eunício. Tem dado provas a seus patrocinadores de que não está imobilizado e pode cumprir os objetivos pelos quais foi colocado na Presidência – a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e as privatizações (para satisfazer o capital), e o esvaziamento da Lava Jato, (para tranquilizar a bandidagem). As reformas patinam, mas Rodrigo e  Eunício, na  Câmara e no Senado, estão sob controle dele. Ele é o chefe para “estancar essa porra” na qual todos estão metidos. Ao trocar o ministro da Justiça, Temer atende a uma demanda citada  por Aécio, no grampo da JBS, quando ele diz que Osmar Serraglio era um fraco no ministério, que não tinha influência sobre a Polícia Federal. Na calada deste domingo, Temer fez um movimento de xadrez e permutou Serraglio por Torquato Jardim, que estava no Ministério da Transparência. Torquato, jurista, especializado em Direito Eleitoral, é uma estrela em ascensão. Novo Ministro da Justiça, para segurar a Federal Vejam o que disse a Globo: “Com a decisão do presidente Michel Temer de colocar Torquato Jardim no comando do Ministério da Justiça, a expectativa do Palácio do Planalto é retomar a influência sobre a Polícia Federal. Não está descartada nem mesmo a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello.” “Investigadores da Lava Jato já demonstram preocupação com as mudanças no Ministério da Justiça. Serraglio era considerado um ministro fraco, e que, por isso mesmo, não tinha influência no comando da PF e não conseguia interferir nos rumos da Lava Jato. O Planalto optou por Torquato por considera-lo com personalidade suficiente para retomar o controle da PF”. “Além disso, ele é considerado um nome com boa interlocução com tribunais superiores, inclusive no Tribunal Superior Eleitoral, que julgará na próxima semana a cassação da chapa Dilma-Temer. Torquato já foi ministro do TSE”. “Osmar Serraglio já foi convidado para permanecer no governo no lugar de Torquato, no Ministério da Transparência. Com isso, o deputado Rocha Loures, que foi flagrado recebendo uma mala de R$ 500 mil, mantém a prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal”. Quero dizer: só as ruas tiram Temer.   4c334q

Procura-se um nome 5a4c5t

ELMAR BONES
As premissas estão estabelecidas. Já foram vazadas para a Globo, todos estão seguindo ordeiramente.
Temer perdeu as condições por sua “conversa nada republicana” com Joesley Batista. Tem  que cair fora, mas o movimento não pode comprometer a “agenda de reformas”. É preciso ganhar tempo.
Para o lugar dele, tem que ser alguém que se comprometa a dar prioridade às “reformas modernizantes” (o pessoal das letras podia fazer uma análise dessa volta do “moderno” ao discurso político).
Leia-se aqui: cortes na Previdência e relaxamento das leis trabalhistas, para baixar o custo da assistência social e da “mão de obra”, ou seja, o custo do trabalho.
Meirelles assomou num primeiro delírio, mas logo esvaneceu. Foi presidente do Conselho de istração  do JBS entre 2012 e 2016. Iam dizer que além de derrubar Temer, Joesley Batista havia nomeado o sucessor.
Nelson Jobim é um nome que sempre aparece nessas horas nebulosas. Mas, por alguma razão, não consegue se firmar, como alguém que pudesse oferecer um rumo.
Agora, no final desta segunda-feira, despontou o nome da ministra Cármen Lúcia, trazido por ninguém menos do que Lauro Jardim, o repórter de O Globo a quem foi dada a primazia da gravação de Joesley Batista com Michel Temer.
Os entraves jurídicos ou constitucionais serão filigranas, se a ministra se mostrar confíável.
 
 

Tira Temer, mantém a equipe econômica, conclui as reformas 2z311o

Essa é a estratégia traçada pelo que se percebe da leitura daqueles que constroem o discurso dominante.
Esse discurso diz: Temer está rifado. Mas é preciso preservar as “conquistas”, manter a politica privativista e o programa de reformas que reduzem os custos sociais.
É o que se pode chamar de “O golpe dentro do golpe”. Muda o ator, mas o enredo segue o mesmo.
Só as ruas podem fazer a diferença.

O fator Cunha, outra vez 25404i

Eduardo Cunha, como presidente da Câmara, foi o artífice do golpe parlamentar que derrubou Dilma Rousseff.
E agora, com a delação dos homens da JBS,  fica claro que o golpe precisa (va) do silêncio de Cunha para se sustentar. (Ou os nossos sempre abalizados colunistas e analistas políticos continuarão a dizer que não foi golpe?)
Fica claro também que Temer é um presidente ilegítimo, que a mídia corporativa vinha sustentando (e faturando alto com as verbas generosas).
“Deixem o homem trabalhar” foi o título da coluna de Ricardo Noblat, no Globo,  quando Temer completou um ano na presidência.
As cenas da colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, na entrevista com ele, chegam a ser comoventes!
Toda a mídia ensaiava um mutirão de apoio ao seu mandato e às suas “reformas”, com manchetes sobre a retomada da economia, a redução do desemprego e outros quetais.
Mas eis que o mesmo Eduardo Cunha, hoje trancado numa cela da Polícia Federal,  leva Temer à lona.
Foi por medo de que ele abrisse o bico que Temer tratou com o empresário Joesley  Batista da mesada de R$ 500 mil : “Isso tem que ser mantido, viu?”
A Globo pediu desculpas por ter apoiado o golpe militar de 1964. E agora? E os demais, que nem isso fizeram?
Continuarão a se apresentar como os certificadores da informação, a salvaguarda do leitor contra as noticias falsas que inundam a internet?
Provavelmente, estarão na primeira linha apoiando o golpe dentro do golpe, que já se desenha com uma eleição indireta. E, como sempre, dizendo que não é golpe.
 
 
 
 
 
 
 

Porto Alegre merece mais 2r4w5e

às vésperas de completar cem dias no cargo, o prefeito Nelson Marchezan Junior ainda está devendo um plano de governo aos portoalegrenses.
Ele já descobriu que o caixa da prefeitura está raspado. Já paralisou obras por falta de recursos, suspendeu contratos de prestadores de serviços e até anunciou que pode atrasar os salários dos funcionários públicos.
Tudo isso é compreensível, diante do quadro de crise que se vive no país. Nada disso, porém, justifica  que o prefeito, a estas alturas, não tenha sequer completado sua equipe de governo.
Mesmo a grande novidade apresentada pela nova gestão, a criação de um “banco de talentos”, para escapar das pressões partidárias por cargos, permanece sendo uma incógnita. Pouco se sabe dessa instituição que até agora parece apenas uma cortina de fumaça para encobrir a velha prática de troca de cargos por apoio político.
Porto Alegre merece mais e certamente foi esperando outra atitude que a população rompeu com o continuísmo e elegeu um jovem político, com perfil de .
 

Recado do Espírito Santo: “Eu sou você amanhã” 195f5i

ELMAR BONES
O Espírito Santo tem menos de 4 milhões de habitantes, 2% da população brasileira, 0,5% do território nacional.
O que ocorre lá há uma semana é, em escala piloto, o que pode ocorrer em todo o país, se a crise política e econômica continuar se aprofundando.
O atraso nos salários e as más condições de trabalho que levaram os policiais militares à greve…a onda da violência que se desencadeou na região metropolitana da capital, Vitória, com a falta de policiamento nas ruas…
São ingredientes de uma situação latente em todas as capitais brasileiras, em muitas delas, o Rio, por exemplo, com potencial explosivo ainda maior.
O saldo neste sábado à tarde era de 138 mortos, 300 casas comerciais arrombadas, 200 carros roubados, saques a lojas e supermercados na periferia de Vitória.
Uma relativa normalidade era garantida por cerca de 3.200 homens do Exército, que desde a quarta-feira patrulham as áreas mais movimentadas da capital e cidades do entorno.
Como num laboratório social, no Espírito Santo misturou-se a falência do poder público, que não consegue garantir nem o básico policiamento das ruas, o esfacelamento da cidadania, desamparada e ameaçada pelo desemprego e a pobreza, o crime organizado cada vez mais armado e poderoso…
O resultado é uma situação explosiva que leva sempre à mesma solução: intervenção das Forças Armadas.
Como naquela propaganda, o recado que o Espírito Santo parece mandar ao Brasil é esse: “Eu sou você amanhã”.
 

Num país perplexo com a corrupção, Cunha vai em frente 5e211l

P.C. DE LESTER
Os fatos dos últimos dias em Brasilia demonstram que o politico mais poderoso do pais, no torvelinho desta crise, é o deputado Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara de Deputados.
Até o fato negativo – o pedido de sua prisão pelo procurador Janot – revelou-se positivo na medida em que seu nome figurou numa lista entre os maiores caciques da República – Romero Jucá, ex-ministro, líder do governo no Senado; Renan Calheiros, presidente do Senado e José Sarney, senador ex-presidente.
Ou seja, seu julgamento, agora, confunde-se com o julgamento de toda uma classe política. Ou seja, seu caso de ostensiva corrupção, ganha as tintas de um caso político, como ele sempre sustentou.
Depois, teve a sessão na Comissão de Ética. Ao contrário das ruas, onde as pesquisas colhem que 92% querem sua cassação por corrupto, a comissão está dividida. Sua tropa de choque, sem qualquer escrúpulos, manobras as sessões e está a ponto de absolvê-lo.
A batata quente está na mão da deputada Tia Eron, uma aliada sua, que faz um jogo de cena para fazer crer que vota com independência.
Se ele for absolvido (ou punido brandamente) na Comissão de Ética,  mediante manobras e ameaças… quem acredita que o ministro Teori Zavaski, vai mandar prender Cunha? Lembre-se que há poucos dias, um filho do ministro denunciou nas redes sociais que sua familia se sentia ameaçada, sem dizer por quem.
 
 
 
 

Dilma cai atirando 6c2843

Nesta quarta feira o Senado vota e na quinta sai o PT e entra o PMDB, levando de volta para a Esplanada dos Ministérios o mesmo séquito de partidos que compunham e ainda compõem a chamada “base aliada”.
Excluindo PT, PCdoB e PSOL, todos os antigos apoiadores sentam de novo nas suas cadeiras.
Os partidos da esquerda voltam às ruas, trabalhando os dois desafios eleitorais que têm pela`frente, as municipais de outubro e as nacionais de 2018. Este é o cenário geralmente aceito pelos analistas.
Aí está o golpe, que, embora as forças majoritárias neguem o vocábulo, deu-se dentro do Palácio do Planalto, como nos saudosos filmes de capa e espada tirados dos romances de Alexandre Dumas.
Portanto, muito simples: o PT perdeu o comando político e seu aliado PMDB ou-lhe uma rasteira. É assim que acontece.
Já a presidente Dilma Rousseff não aceitara a manobra quando rejeitou o banqueiro Henrique Meirelles como tutor, como era o desejo do líder de suas forças de sustentação, o ex- presidente Lula.
Ali ela assinou sua carta de alforria, mas selou seu destino como presidente, pelo menos por enquanto (ainda vai correr muita água por debaixo da ponte antes de tirarem definitivamente seu mando, se conseguirem).
Meirelles que naquela vez chegara triunfante ao Planalto Central, levando consigo uma queda na cotação do dólar e uma disparada ascendente nas cotações das bolsas, mas deu com a cara na porta, agora volta triunfante.
Nada como um dia depois do outro, repetiria o Conselheiro Acácio.
Os antigos aliados da presidente am para os escaleres de salvamento, deixando aos fiéis precárias tábuas de salvação que, uma a uma, vão afundando.
Entretanto, Dilma não se entrega. Neste final ela não titubeou e foi para a rua clamar ao povo, mostrando o que acontecia.
Todos os dias ela apareceu no Jornal Nacional denunciando o golpe, mostrando um inimigo visível, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Poupou os desertores.
Entretanto, cada dia fica mais claro que os verdadeiros algozes estavam dentro de sua própria trincheira.
Agora não adianta mais esbravejar contra Michel Temer. A raposa paulista, mesmo desqualificada pelas ruas (sua popularidade é menor que a de Dilma, que amarga o fundo do poço), soube recompor as forças majoritárias que, no início do ano compunham a base parlamentar do governo.
A peça chega ao fim do primeiro ato. A surpresa que não estava no script é que Dilma não se conforma com o papel de velhinha roubada pelo trombadinha que a nova oposição pretendia colar à sua imagem.
Ela deveria recolher-se ao Palácio da Alvorada e ficar regando as plantas, abrindo a porta aos turistas e aparecer de vítima indefesa nos telejornais, beijando criancinhas. Dilma vai à luta.
Ela surpreende: esperava-se que se comportasse como uma mineira ensaboada, deixando que o governo Temer se afundasse em suas próprias contradições, e assim ganhando espaço para derrubar o impeachment no plenário, daqui a seis meses. Não será assim.
Dilma decidiu pegar o touro à unha. Fora de suas características de tecnocrata, como fez no primeiro mandato, vai para a rua. Deixa para traz a economista de falas confusas e sai como uma oradora feroz botando o dedo na cara dos golpistas.
No lugar da mineira maneirosa ela ressuscita a gaúcha de faca na bota e sai a campo para, sem medo, dar murros em facas de ponta.

Um homem bomba 552ur

P.C. de Lester
A decisão do Supremo Tribunal a respeito de Eduardo Cunha ainda está sendo decifrada. Não dá para perceber até o momento toda motivações e todo o alcance de seu afastamento do centro da cena´.
Uma vez mais, com essa decisão, fica evidente que há um script  por trás de todos esses movimentos que culminam com o impeachment da presidente Dilma.
Cunha se colocou como uma peça essencial num determinado momento, depois se tornou um incômodo, um constrangimento para os golpistas, uma bandeira para os que contestam a legalidade do impeachment.
Agora é removido num lance cheio de controvérsias. Sai dos holofotes, ninguém pode  pode falar em impunidade, fica talvez mais confortável para manobrar.
É dificil acreditar que ele vai se simplesmente descartado e entregue às feras. Ele tem muita gente na mão, a começar pelo presidente Michel Temer.
Nesse ponto é forçoso concordar com Mino Carta: Eduardo Cunha tornou-se um homem bomba no meio da crise política brasileira.
 
 
 

Meirelles para presidente 6x5o6b

PINHEIRO DO VALE
Na entrevista que deu na tarde de sexta-feira em frente à casa do vice-presidente Michel Temer, em São Paulo, o ex-presidente do Banco Central do governo Lula falou como se já fosse o novo ministro da Fazenda.
Ato falho de Henrique Meirelles, certamente uma das pessoas mais versáteis politicamente no país, ou melhor, um pula-muro que poderia bater o recordista mundial do salto com vara das Olimpíadas.
Há poucos meses Meirelles chegou a Brasília como virtual ministro da Fazenda da presidente Dilma Rousseff, prestigiado pelo ex-presidente Lula e festejado pelo mercado, tanto que só menção de seu nome fez a Bolsa de Valores subir e o dólar despencar.
Nesta sexta-feira ele aparece no meio dos jornalistas de plantão em frente à mansão dos Temer dando receita de política econômica.
Para bom entendedor, de aliado de Lula a golpista foi uma chispa. Mais ligeiro que um raio.
Agora vai começar o seu calvário, caia ou não Dilma, pois com isto ele sinaliza que entra na corrida presencial com o apoio de Michel Temer,  vice-presidente e dono do PMDB, partido que já anunciou que vai ao pleito de 2018 com nome próprio.
Este nome seria o de Henrique Meirelles. Uma repetição de Fernando Henrique com Itamar Franco. Pega uma crise, resolve o problema e sai do ministério nos braços do povo para o Palácio do Planalto. Só falta combinar com os russos.
A ambição presidencial de Meirelles é notória. Ele não esconde de ninguém, nos meios da plutocracia internacional, que já é um homem realizado.
Nada lhe faltaria, pois tem dinheiro aos borbotões, prestígio mundial como banqueiro, nome na política como mago das finanças do presidente Lula e uma vida tranquila nos Estados Unidos, onde vivia nos últimos tempos.
Só uma coisa faria Meirelles se mexer: a presidência da República. Este seria seu prêmio. Não a cadeira de Dilma, mas a vaga para concorrer, o que, diga-se, não será fácil, pois teria pela frente vários pesos pesados e seu mestre Lula bombando como líder da oposição ao governo Temer.
Por outro lado, não seria difícil repetir a trajetória de Fernando Henrique. Seria até mais fácil, pois o tucano pegou uma economia em frangalhos. Já Meirelles herdaria uma economia plantada em fundamentos macroeconômicos sustentáveis, com inflação cadente e um potreiro de oportunidades para atrair investimentos.
Espertamente, ele vê esse páreo como uma barbada.
Entretanto, ele é um neófito em política. Nem sabe o que é colar no peito um alvo de presidenciável. Vem muita bala.
Veja o caso de Lula: saiu do governo consagrado, continuou no paraíso como ex-presidente, fazendo conferências pelo mundo e recebendo homenagens.
Bastou dizer que pensava voltar em 2018 para desabar o mundo sobre ele e sua família.
Meirelles que ponha as barbas de molho.
O paulista Antônio Mariz caiu antes de entrar por uma declaração bem menos detalhada que a de Meirelles na saída do encontro com Temer.