Por que o súbito interesse dos EUA na Groelândia? 396y4r

Henrique Casanova 2a3454

Donald Trump escandalizou o ambiente da geopolítica internacional quando declarou sua intenção de anexar a Groelândia. O Presidente norte-americano é conhecido como um excêntrico e a afirmação foi vista com certo humor por parte dos seus seguidores.

Analistas mais bem informados, porém, rapidamente ligaram a surpreendente fala com o fato de que a Groelândia tem solo rico em minérios relevantes na produção de energias alternativas.

A Groelândia, que é um território autônomo vinculado à Dinamarca, tem grandes reservas de minérios, alguns destes raros, necessários no desenvolvimento dos  carros elétricos. Importante lembrar que famosos bilionários do setor estão literalmente na cúpula do governo Trump. É esperado um boom de mineração naquele território para os próximos anos.

 

Tensões com China e Rússia

Com o progressivo recuo das geleiras, devido ao aquecimento global, as rotas marítimas do círculo polar ártico tornam-se cada vez mais navegáveis. O país com mais território nessa região é a Rússia, adversário histórico dos Estados Unidos, mas também a China (contra quem o Império norte-americano prevê uma guerra) tem o mar ártico como importante rota da sua pujante economia.

Restringir o o da China àquela região é a preocupação estratégico-militar dos Estados Unidos quando falam que anexar a Groelândia é uma questão de “segurança nacional”. A intenção é ampliar a presença militar naquele território (os EUA já possuem uma base militar ao Norte da ilha). Donald Trump, em reunião com o Secretário Geral da OTAN, Mark Rutte, semana ada, afirmou que controlar a Groelândia é do interesse da segurança de todo o bloco Ocidental.

O que pensa disso tudo o povo Groelandês?

Uma pesquisa realizada com a população nativa em janeiro deste ano mostra que 85% da população se opõe a fazer parte dos Estados Unidos. O grupo de pesquisa Verian, endossado por jornais locais e dinamarqueses, levantou ainda que foram apenas 6% os que responderam favoráveis, com 9% de indecisos.

Considerada a maior ilha do mundo, a Groelândia tem clima hostil, já que seu território está localizado nas altas e gélidas latitudes polares. Sua população concentra-se na costa Oeste e compõe cerca de 60 mil habitantes, a maioria da etnia esquimó “Inuíte”. Seu governo é autônomo, com parlamento próprio. O país tem sistema de saúde e ensino superior gratuitos.

Os Groelandeses cultivam distanciamento até mesmo com a Dinamarca, almejando sua completa independência enquanto país. Seu primeiro ministro, Mute Egede, é de etnia nativa e afirmou, neste 13 de março, que “é necessário endurecer a rejeição a Trump. As pessoas não podem continuar nos desrespeitando”.