PC de Lester Tem razão o Renato Rovai: o audio de Temer não vazou, foi propositadamente vazado pelo próprio Temer, para desfazer a ambiguidade que existe em torno do que seria um governo Temer. Ele disse que foi “por descuido” quando viu a reação negativa. Temer é, mal comparando, o Auro Moura Andrade, que declarou vaga a Presidência na madrugada de 2 de abril de 1964, quando o presidente João Goulart ainda estava em Porto Alegre. Foi o ato que selou politicamente o golpe. O “descuido” de Temer pareceu, no primeiro momento, um erro, porque escancarou a conspiração, que ainda não conta com os militares e corre o risco de perder a batalha da opinião pública. Até a mídia que patrocina o golpe registrou: Jorge Bastos Moreno em seu blog no Globo disse que o “vazamento” foi um tiro no pé do impeachment. Mas a coluna em que ele disse isso não ficou mais do que algumas horas na capa da versão on line do Globo. E, como se sabe, a política é como as nuvens no céu. No céu da política brasileira, onde sopram ventos de tempestade, qualquer previsão é precipitada. É provável que, com o auxílio obsequioso da imprensa, ele consiga transformar numa limonada esse limão. Seu objetivo com o “vazamento” era ganhar expresso apoio de setores que podem galvanizar os votos dos deputados no congresso, principalmente os empresários e as oligarquias regionais, já que a mídia, para se livrar do PT, não descarta nem o Cunha. Hoje parece que deu errado. Amanhã talvez se revele um acerto para seus propósitos, dependendo do que vier pela frente. Quem sabe quantos “vazamentos” vem por aí? 1l126m
O processo de impeachment não tem bases legais, não tem amparo constitucional. Portanto, não tem o essencial para que se proceda ao julgamento político da Presidenta Dilma.
Neste sentido, é errado dizer que é um golpe político: é crime contra o povo.
O que Cunha, Temer e demais cúmplices – patrocinadores como Globo e grande mídia, entidades financeiras e empresariais (FIESP, FIRJAN, FIERGS…), Judiciário (Moro, Janot, Mendes & cia) – estão alimentando é um crime contra a Constituição, um golpe contra a política, conduzido por aqueles que foram derrotados nas eleições e não souberam assimilar a derrota, mostrando que não são democratas.
A política é o espaço do entendimento, não o fomento do ódio ou da divisão social pela instrumentalização das mídias com a conivência ativa da parcialidade de juízes e procuradores.
Desde que Dilma venceu as eleições de 2014 o que se assiste é a negação da soberania popular pela usurpação dos votos postos nas urnas.