272t4k
A coleção de 20 volumes com obras de William Shakespeare apresentada pelo psicanalista, escritor e intelectual Luiz-Olyntho Telles da Silva. Hoje, o 14º volume.
JÚLIO CÉSAR
p/William Shakespeare
Tradução interlinear, introdução e notas de Elvio Funk
Porto Alegre, Editora Movimento, 2017, 192p.
Em coedição com a UDINISC, Santa Cruz do Sul, RS.
Júlio César, peça que Shakespeare escreveu há 417 anos, pode ser lida à luz da realidade política contemporânea.
Na verdade, é uma peça tão atual, que alguns diretores, desde 1930, a tem representado com as características de personagens de nossa época, como Hitler, Mussolini, De Gaulle, Fidel Castro, e mesmo Margareth Thatcher.
Toca, também, na sensível e sempre abordada questão da educação: Júlio César se queixa que Cássio é um homem perigoso, pois lê muito, pensa demais e vê com muita clareza as verdadeiras intenções por trás das ações dos homens.
Para César, o que o povo precisa para ser boa massa de manobra é estar bem gordo, ter circo e ler pouco ou nada.
Ato I, cena 2 – César:
[…] Se eu estivesse sujeito a ter medo,
não sei se o primeiro homem que eu evitaria
não seria aquele magrela, Cassio. Ele lê muito,
é um grande observador, e vê com muita clareza
as verdadeiras intenções por trás das ações dos homens.