Cais Mauá é sintese das contradições que ameaçam o futuro da cidade 1y2e14

Em debate na Fundação de Economia e Estatística (FEE) dois geógrafos e um economista concluíram que o ime em torno do Cais Mauá sintetiza todas as contradições que ameaçam o desenvolvimento urbano de Porto Alegre. O economista Augusto Pinho de Bem (da FEE) fez uma análise pessimista sobre o predomínio dos interesses financeiros sobre as demandas sociais da população. Os geógrafos Mario Leal Lahorgue  e Paulo Roberto Soares (ambos da UFRGS) concluíram que os brasileiros e os gaúchos estão sem horizontes diante da “crise do modelo de desenvolvimento” colocado em prática pelo PT a partir de 2003. Mesa foi composta pelo economista Augusto Pinho de Bem (FEE) e pelos geógrafos da UFRGS Mário Leal Lahorgue e Paulo Roberto Soares / Comunicação FEE No plano federal, os técnicos apontaram a falta de conexão entre os projetos macroeconômicos dos governos petistas e as carências das cidades. Um exemplo: beneficiada por uma gigantesca massa de crédito imobiliário colocada à disposição do programa Minha Casa Minha Vida, a indústria da construção civil entregou à população carente de moradia um pacote de duvidosa qualidade que já existia antes. Da mesma forma, a indústria automobilística, apoiada pelo sistema de crédito, despejou milhões de veículos individuais nas ruas, contribuindo para piorar a eficiência do transporte coletivo. “A inclusão social levou muita gente a comprar carro, mas a mobilidade social não melhorou”, afirmou Lahorgue, ele próprio, professor universitário, motorizado há três anos. Nos últimos anos, o governo de Porto Alegre abriu-se amplamente para a iniciativa privada que, a partir de 2008, ficou sem cacife para executar seus projetos. Nesse aspecto, o projeto mais emblemático é justamente o do Cais Mauá, um ativo público ocioso que serviu como pano de fundo para um ousado projeto de intervenção na paisagem urbana mediante grandes investimentos em edifícios. O projeto não saiu do papel. Além da falta de investidores, surgiram protestos de segmentos da população, que lutam pela preservação da fisionomia do centro da cidade. Todas as manifestações surgidas durante o debate na tarde de quarta-feira (27) revelaram-se pessimistas. Em Porto Alegre a construção civil vem erguendo grandes prédios residenciais e de escritórios, mas a prefeitura não conseguiu concluir obras para a Copa 2014 e deixou para trás projetos fundamentais para a mobilidade urbana, como os terminais de ônibus conhecidos por BRTs e o Metrô. Esse e outros temas fazem parte dos estudos do Observatório das Metrópoles, um programa do  Ministério das Cidade que corre o risco de ser parcialmente cortado por falta de verbas. 6y6c59

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