Gripe aviária: teste descarta contágio em trabalhador da granja onde surgiu o foco 3g5z35

Deu negativo o exame de um trabalhador da granja comercial de Montenegro, onde foi identificado foco de gripe aviária que fez o Brasil suspender as exportações de carne de frango para mais de 100 países. O funcionário havia tido contato com as aves doentes e apresentou sintomas gripais. 6y2q1k

Os exames  foram feitos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio,  que emitiu o laudo negativo nesta terça-feira.

De acordo com a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, o exame foi feito por método da análise do material genético presente na amostra coletada, conhecido pela sigla PCR.

Também foram realizadas análises para gripe (influenza) e covid-19, todos com resultados negativos.

De acordo com a secretaria, apenas esse trabalhador da granja, até o momento, apresentou sintomas gripais. Ele chegou a ser isolado em seu domicílio.

Desde a última sexta-feira (16), trabalhadores e funcionários da granja em Montenegro (RS) e do zoológico de Sapucaia do Sul (RS), locais com foco confirmado de gripe aviária entre os animais, estão sendo monitorados pelas equipes de saúde do estado.

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) do Rio Grande do Sul reforçou que o risco de infecção por influenza aviária em humanos é considerado baixo.

A transmissão ocorre predominantemente em pessoas com contato próximo e frequente com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos.

“A doença não é transmitida pelo consumo de alimentos bem cozidos ou preparados adequadamente, e a transmissão entre pessoas é extremamente limitada”, disse em nota.

O Ministério da Agricultura e Pecuária investiga sete casos de doenças respiratórias em aves, segundo o Síndrome Respiratória e Nervosa em Aves, da pasta, atualizado às 13h01 desta terça-feira (20). 

Dois dos casos analisados são em granjas comerciais, em Ipumirim (SC) e em Aguiarnópolis (TO); quatro, em criadouros de subsistência, em Triunfo (RS), Estância Velha (RS), Salitre (CE), e Eldorado dos Carajás (PA); e um, em aves silvestres, em Derrubadas (RS).

Os casos em investigação, segundo o ministério, podem vir a ser de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP ou gripe aviária), doença de Newcastle (DNC) ou outras doenças respiratórias.

No momento, segundo o , há dois “focos em andamento” de gripe aviária no país: em Montenegro (RS) – o primeiro foco registrado no Brasil em uma granja comercial – e em Sapucaia do Sul (RS), no zoológico da cidade, em aves consideradas silvestres.

A granja segue interditada e está sendo concluído o trabalho de desinfecção. Um total de 17 mil galinhas matrizes de ovos férteis morreram na granja, na última semana, a maioria em decorrência da doença e as demais foram sacrificadas. Barreiras sanitárias foram montadas em rodovias e estradas, além de visitas em propriedades de um raio de 10 quilômetros. Alguns outros casos suspeitos de focos estão sob análise no Estado e país, mas nenhum foi confirmado.

Gripe aviária: segundo foco confirmado no zoológico de Sapucaia; quatro suspeitas em análise em outros Estados 1l6l5e

Sete casos suspeitos de gripe aviária estão em investigação no Brasil, segundo informou nesta segunda-feira o Ministério da Agricultura.

Três deles – no Mato Grosso, Sergipe e Ceará –  já foram descartados. Seguem em análise laboratorial as suspeitas no Tocantins e em Santa Catarina.

No Rio Grande do Sul, confirmou-se um segundo foco em patos e gansos do zoológico de Sapucaia, na região metropolitana de Porto Alegre, a 46 quilômetros de Montenegro, onde se registrou o primeiro caso, na quinta-feira ada.

Os dados foram atualizados às 19 horas desta segunda-feira no de monitoramento do Ministério da Agricultura e Pecuária.

O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. Em 2024,  vendeu 5,2 milhões de toneladas do produto,  para 151 países, com receita de US$ 9,9 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O mercado externo absorve pouco mais de 35% de toda a carne de frango produzida no Brasil. Quase 80% das exportações saem do Paraná, Santa Catarina e RS.

Os principais destinos internacionais dos produtos da cadeia brasileira do frango são China, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Filipinas, União Europeia, México, Iraque e Coreia do Sul, com mais de 60% dos volumes embarcados.

O ministro Carlos Fávaro deu uma entrevista otimista quanto a possibilidade de manter sob controle os dois focos confirmados e retomar as vendas externas, com a volta gradativa à normalidade.

No mercado interno, a previsão é de estabilidade de preços, uma vez que dois terços da produção nacional fica no mercado interno.

Exportações afetadas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou o número de mercados que estão com exportações suspensas para o frango brasileiro oriundo de qualquer parte do território nacional.

Sete deles comunicaram a suspensão diretamente ao governo: México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina.

Outros 10 tiveram, por força dos acordos sanitários bilaterais, a interrupção automática dos embarques: China, União Europeia (27 países), África do Sul, Rússia, Republica Dominicana, Bolívia, Peru, Marrocos, Paquistão e Sri Lanka.

Já para outros mercados, a suspensão das exportações, também por força de acordos bilaterais, devem abranger apenas o estado do Rio Grande do Sul ou o município de Montenegro. São eles: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrein, Japão, Singapura, Reino Unido, Cuba, Filipinas, Jordânia, Hong Kog, Argélia, Timor Leste, Índia, Lesoto, Paraguai, Suriname, Vanatu e Vietnã.

No caso dos Estados Unidos, o maior importador de ovos do Brasil, o comércio desse produto mantido em todo o território nacional, mas as vendas de material genético foi suspensa temporariamente.

Sistema eficiente 3d1546

Carlos Fávaro explicou que o Brasil possui um dos melhores sistemas de defesa agropecuária do mundo, e lembrou que o vírus circula no mundo desde 2006, só agora, 19 anos depois apareceu em planteis comerciais do país.

Desde maio de 2023, mais de 2 mil investigações de casos de gripe aviária foram feitas de forma recorrente.

Para o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Carlos Goulart, o país está preparado para responder de forma adequada o foco.

“O Brasil é o único país do mundo que disponibilizado , em tempo real, com duas atualizações ao dia. Assim que o laboratório dá o diagnóstico, ele coloca no site. Isso é o nível de transparência que a gente teve que adotar por ser o líder global de produção e exportação de aves e ovos. Foi uma maneira de responder a essa incredulidade que algumas autoridades sanitárias tinham de a gente produzir sem influenza”, afirmou.

Segundo ele, das 538 propriedades rurais da região de Montenegro, mais da metade (310) já foi visitada, incluindo todas em um raio de três quilômetros (km) do foco, além da instalação de barreiras de controle de circulação. Cerca de 17 mil aves foram mortas pela doença ou sacrificadas nas granjas.

(Com informações da Agência Brasil)

Documentário: PT diz que Eduardo Leite faz promoção pessoal com dinheiro público 3bn3q

“Autopromoção com recursos públicos”, é a acusação que o Partido dos Trabalhadores levou ao Ministério Público do Rio Grande do Sul contra o governador Eduardo Leite (PSDB).

O alvo é o documentário “Todos Nós por Todos Nós”, lançado para marcar um ano das enchentes de maio de 2024 no estado. A bancada do PT na Assembléia Legislativa  pede a suspensão imediata do filme e a abertura de investigação por “improbidade istrativa”.

Segundo a representação, o documentário, já no circuito local,  apresenta-se como uma peça institucional, embora seja “uma estratégia de promoção pessoal do governador com vistas às eleições presidenciais de 2026, para as quais Leite já é pré-candidato declarado”.

“O que se vê nitidamente é uma peça de publicidade cujo objetivo é promover nacionalmente a imagem do senhor governador com vistas a projetá-lo enquanto futuro candidato ao cargo de Presidente da República”, afirma o documento entregue ao procurador-geral de Justiça do estado, Alexandre Saltz.

Dinheiro público
O PT alega que a obra foi financiada com recursos do governo estadual, o que configura uso indevido de verba pública. Os petistas pedem que Eduardo Leite seja responsabilizado pessoalmente e obrigado a ressarcir os cofres públicos.

Um dos principais argumentos é a expressiva presença do governador no filme. De acordo com a representação, em um total de 42 minutos e 14 segundos de duração, Eduardo Leite aparece em 9 minutos e 2 segundos — o que representa 21,83% do tempo. “É possível concluir de forma objetiva que o filme não é sobre o papel dos gaúchos perante a tragédia, mas para exaltar a participação de Eduardo Leite nos eventos”, diz o texto.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que atuou como ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul durante a catástrofe climática, afirmou que o partido tomará outras medidas contra o governador. Em tom crítico, Pimenta comparou a situação com sua própria atuação institucional:

“Imagina se eu, como ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, tivesse produzido um documentário comigo e com Lula sobre nossas ações no Rio Grande do Sul? O que Leite fez é um escândalo. Ele só fez isso porque tem certeza da impunidade”, afirmou.

Governo do RS nega irregularidades
Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo estadual defendeu a produção e negou qualquer tentativa de promoção pessoal. Segundo o órgão, o documentário foi elaborado com material captado pelo próprio Departamento de Jornalismo do governo, e tem como objetivo prestar contas à população, destacando ações de enfrentamento à crise e o andamento do Plano Rio Grande — programa voltado à reconstrução do estado.

“A obra tem valor histórico, reúne depoimentos de pessoas da comunidade atingida, além de falas de diversas autoridades, incluindo o presidente Lula”, afirmou a secretaria. O governo diz ainda que a exibição faz parte de uma ampla programação organizada para lembrar a maior tragédia climática da história gaúcha e destacar os esforços de reconstrução.

Próximos os
A representação agora está sob análise do procurador-geral Alexandre Saltz, que decidirá se há indícios suficientes para instaurar uma investigação formal contra o governador.

 

Aumento de doenças respiratórias: Prefeitura decreta emergência em Porto Alegre v3b6t

Diante do avanço da sazonalidade de vírus respiratórios e da alta nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), a Prefeitura de Porto Alegre declarou emergência em saúde pública no município.

O decreto está publicado no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) desta sexta-feira, 16.

A medida tem como objetivo ampliar a capacidade de resposta da rede assistencial e evitar a desassistência da população mais vulnerável, especialmente crianças e idosos.

De acordo com o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde, houve um aumento progressivo de internações por Sindrome Respiratória desde os primeiros dias de abril.

A situação ocorre em paralelo à superlotação de leitos de prontos atendimentos e hospitais da Capital, agravada pela redução da oferta de atendimentos do SUS na região metropolitana.

Segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, Porto Alegre encontra-se em nível de alerta para crescimento de longo prazo dos casos de Srag, com 95% de probabilidade de alta nas próximas semanas. As faixas etárias mais afetadas são as crianças de 0 a 4 anos (42,3% das notificações) e os idosos com 60 anos ou mais (36%).

Os dados mais recentes do sistema municipal indicam superlotação nos leitos de enfermaria adulto e pediátrico, tanto em unidades de pronto atendimento quanto em hospitais de média e alta complexidade. A ocupação crítica compromete a capacidade de atendimento imediato e pode resultar em desassistência em cenários de agravamento clínico. No atual período, Porto Alegre registra 10% a mais de ocupação em comparação com mesmo período do ano ado.

“Já alertamos há mais tempo: é preciso se antecipar ao agravamento do inverno. Não podemos esperar a crise bater à porta. Os recursos estaduais, infelizmente, seguem insuficientes. Mais uma vez, quem segura a ponta são os municípios — que, com esforço próprio e apoio da União, têm garantido o atendimento à população. É hora de reconhecer quem está na linha de frente e cobrar responsabilidade compartilhada”, avalia o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.

Medidas extraordinárias – A declaração de emergência permite à istração municipal adotar medidas istrativas excepcionais e temporárias, como reforço de equipes, ampliação de leitos e flexibilização de processos de contratação e aquisição. A medida também viabiliza o o a recursos federais específicos para o enfrentamento da crise, conforme previsto na portaria GM/MS nº 6.914.

A prefeitura destaca que a situação é agravada pelo cenário epidemiológico da dengue, que já havia motivado outra declaração de emergência em abril. A combinação de surtos simultâneos pressiona ainda mais a rede pública de saúde, exigindo ações coordenadas, emergenciais e intersetoriais.

A SMS reforça que segue monitorando os indicadores em tempo real e mobilizando esforços para proteger a população de maior risco, com foco na manutenção da capacidade de resposta do sistema de saúde municipal.

Agência chinesa destaca queda da desigualdade no Brasil 6a3f14

Sinal do interesse crescente dos chineses pelo Brasil é o destaque dado pela agência estatal chinesa Xinhua aos indicadores divulgados pelo IBGE, mostrando a reduçao da desigualdade de renda no país: 2z6t6e

“O Brasil atingiu seu menor nível de desigualdade de renda em 2024, graças ao aumento da renda média real per capita para níveis recordes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. 144a5i

O coeficiente de Gini da renda familiar mensal real per capita, principal medida de desigualdade, caiu para 0,506, o menor valor da série.

Esse indicador varia de 0 (igualdade perfeita) a 1 (desigualdade máxima) e atingiu seu ponto mais alto em 2018, em 0,545.

Paralelamente, a relação de rendimentos entre o 1% mais rico e os 40% mais pobres também foi a mais baixa desde 2012, situando-se em 36,2 vezes, longe do pico de 48,9 vezes registado em 2019.

“O aumento da renda foi mais acentuado entre os indivíduos de menor renda, o que contribuiu para a redução da desigualdade”, explicou Gustavo Fontes, analista do IBGE, destacando o impacto da melhora do mercado de trabalho, dos reajustes do salário mínimo e da ampliação dos programas sociais.

A renda familiar mensal real per capita atingiu o recorde de 2.020 reais (cerca de 355 dólares), o que representa um aumento de 4,7% em relação a 2023 e 19,1% a mais do que em 2012, quando teve início a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

A renda per capita total também atingiu seu maior nível: 438,3 bilhões de reais (77,308 bilhões de dólares), um aumento de 5,4% em relação a 2023 e de 15% em relação a 2019, antes da pandemia de COVID-19.

A renda de todas as fontes — incluindo salários, pensões e programas sociais — cresceu 2,9% em 2024, atingindo uma média de 3.057 reais (539 dólares). Dentro desse grupo, a renda do trabalho continua sendo a mais representativa, com uma participação de 74,9%, também em crescimento.

O número de pessoas com alguma forma de renda também foi o maior da série: 143,4 milhões de brasileiros receberam renda em 2024. Destes, 101,9 milhões receberam renda regular do trabalho e 29,2 milhões receberam benefícios de aposentadoria ou pensão.

Os benefícios dos programas sociais, embora representem apenas 3,8% da renda total, também mostraram progresso, atingindo 20,1 milhões de pessoas.

Apesar de estar abaixo do pico de 27,5 milhões em 2020, durante a pandemia, a cobertura continua maior do que em 2019, quando era de 1,7%.

Segundo o IBGE, o avanço registrado em 2024 reflete tanto a recuperação econômica pós-pandemia quanto as políticas públicas focadas na redistribuição de renda. As regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do país, foram as que apresentaram as maiores variações positivas em relação a 2019″.

Multidão toma ruas de Montevidéo para se despedir de Pepe Mujica 155145

Uma multidão tomou as ruas centrais de Montevidéo na manhã desta quarta-feira para a acompanhar o cortejo fúnebre de José “Pepe” Mujica, o ex-presidente uruguaio que morreu aos 89 anos, na terça-feira.

O cortejo se deslocou da sede do Movimento de Participação Popular, na praça da Independência, até a Assembleia Legislativa, na região central da capital uruguaia. Muitos militantes vestiam camisetas com a frase de Mujica: “No me voy, estoy llegando”.

Dos alto dos prédios e das calçadas, as pessoas aplaudiam e jogavam papel picado. O presidente Yamandu Orsi decretou três dias de luto oficial.

Ex-guerrilheiro que se tornou pacifista e chegou a presidência do Uruguay, Mujica morreu como um dos mais influentes líderes da esquerda mundial.

No início, a guerrilha

Em 8 de outubro de 1969, um grupo de guerrilheiros disfarçados em um cortejo fúnebre, marchou até a pequena cidade uruguaia de Pando, na região metropolitana de Montevideo.

Tomaram a delegacia de polícia, a prefeitura e a central telefônica, depois assaltaram vários bancos, antes de serem confrontados pelas forças armadas e expulsos. Cinco pessoas foram mortas, incluindo um civil.

Um dos líderes do grupo guerrilheiro Movimiento de Liberación Nacional–Tupamaros naquele dia era José Mujica, de 34 anos.

Quarenta anos depois, 12 deles ados na prisão,  ele chegou à presidência da República pelo voto popular e se tornou o mais famoso líder político da história do Uruguai.

Distinguiu-se da maioria dos políticos por doar 90% de seu salário presidencial para instituições de caridade e por continuar morando em sua pequena propriedade nos arredores da capital, dirigindo até o palácio presidencial em um velho Fusca.

Chamado de El Pepe pela maioria dos uruguaios, ele era amplamente conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”.

Por sua simplicidade e sua sabedoria, conquistou grande apoio entre os jovens latino-americanos que iravam seus princípios progressistas e sua vida simples.

Lula lamenta a morte do amigo

Ainda em viagem à China, com fuso horário 11 horas à frente do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota oficial, na noite desta terça-feira (13), manhã de quarta-feira (14) em Pequim.

Lula exaltou a trajetória do velho amigo.

“Em seus quase 90 anos de vida, Mujica combateu fervorosamente a ditadura que um dia existiu em seu país. Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pela justiça social e o fim de todas as desigualdades”, prosseguiu o presidente.

“Sua grandeza humana ultraou as fronteiras do Uruguai e de seu mandato presidencial. A sabedoria de suas palavras formou um verdadeiro canto de unidade e fraternidade para a América Latina. E sua forma de compreender e explicar os desafios do mundo atual continuará guiando os movimentos sociais e políticos que buscam construir uma sociedade mais igualitária”, completou o presidente.

O último encontro entre os dois ocorreu na chácara de Mujica, nos arredores da capital uruguaia, no fim do ano ado. Na ocasião, Lula condecorou Mujica com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honraria concedida pelo Estado brasileiro a cidadãos estrangeiros.

Lula deve iniciar o retorno ao Brasil nas próximas horas, em uma viagem que levará mais de 24 horas.

O Palácio do Planalto ainda não informou se o presidente comparecerá ao velório de Mujica em Montevidéu, que deve ter início na manhã desta quarta-feira, segundo informam jornais uruguaios.

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O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, decretou luto oficial de três dias pela morte de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai.

Discurso no Rio de Janeiro

Durante a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – realizada Rio de Janeiro em 2012, o então presidente do Uruguai José Pepe Mujica fez um de seus discursos mais memoráveis:

“A política me encanta, mas a vida me encanta mais”, disse Pepe Mujica, na ocasião.
“Estamos governando a globalização ou é a globalização que nos governa? É possível falar de solidariedade e dizer que “estamos todos juntos” em uma economia baseada na competição selvagem? Até onde vai a nossa fraternidade?”, indagou.

Leia a íntegra:

Autoridades presentes de todas as partes do mundo e organismos, muito obrigado. Muito obrigado ao povo do Brasil e à sua senhora presidenta, Dilma Rousseff. Muito obrigado à boa fé que, com certeza, foi manifestada por todos os oradores que me antecederam.

Expressamos a vontade sincera, como governantes, de apoiar todos os acordos que esta, nossa pobre humanidade, possa firmar.

No entanto, permitam-me fazer algumas perguntas em voz alta.

Durante toda a tarde falou-se de desenvolvimento sustentável. De tirar as imensas massas da pobreza.

O que está realmente ando em nossas cabeças? O modelo de desenvolvimento e consumo das sociedades ricas é o que temos em mente? Faço esta pergunta: o que aconteceria com este planeta se os indianos tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães? Quanto oxigênio nos restaria para respirar? Mais claro ainda: o mundo tem hoje os elementos materiais necessários para permitir que 7 ou 8 bilhões de pessoas possam ter o mesmo nível de consumo e desperdício que as sociedades ocidentais mais opulentas? Isso seria possível? Ou será que um dia teremos que começar outro tipo de discussão?

Porque nós criamos esta civilização em que vivemos: filha do mercado, filha da competição, que nos trouxe um progresso material portentoso e explosivo. Mas a economia de mercado criou sociedades de mercado. E nos trouxe esta globalização, que significa olhar para todo o planeta.

Estamos governando a globalização ou é a globalização que nos governa? É possível falar de solidariedade e dizer que “estamos todos juntos” em uma economia baseada na competição selvagem? Até onde vai a nossa fraternidade?

Não digo isso para negar a importância deste evento. Pelo contrário: o desafio que temos pela frente é de proporções colossais. E a grande crise não é ecológica, é política.

O ser humano não governa hoje as forças que desencadeou, mas sim as forças que desencadeou governam o ser humano. E a vida. Porque não viemos ao planeta apenas para nos desenvolvermos, assim, de forma geral. Viemos ao planeta para ser felizes. Porque a vida é curta e a. E nenhum bem vale tanto quanto a vida — isso é o essencial.

Mas se a vida vai escapar por entre os dedos, trabalhando e trabalhando para consumir um “extra”… e a sociedade de consumo é o motor — porque, no fim das contas, se o consumo para, a economia para, e se a economia para, aparece o fantasma da estagnação para cada um de nós —, esse hiperconsumo é o que está agredindo o planeta.

E é preciso gerar esse hiperconsumo, fazendo com que as coisas durem pouco, porque é preciso vender muito. E uma lâmpada, então, não pode durar mais que mil horas acesa. Mas há lâmpadas que podem durar cem mil horas! Mas essas não podem ser fabricadas, porque o problema é o mercado, porque temos que trabalhar e sustentar uma civilização do “use e jogue fora”, e assim seguimos em um círculo vicioso.

Esses são problemas de natureza política que nos indicam que é hora de começar a lutar por outra cultura.

Não se trata de voltar à época das cavernas, nem de fazer um “monumento ao atraso”. Mas não podemos seguir indefinidamente sendo governados pelo mercado — temos que governar o mercado.

Por isso digo, na minha humilde maneira de pensar, que o problema que temos é de caráter político. Os antigos pensadores — Epicuro, Sêneca ou mesmo os aimarás — definiam: “pobre não é quem tem pouco, mas sim quem precisa infinitamente de muito e deseja cada vez mais.”

Essa é uma chave de caráter cultural.

Assim, quero saudar o esforço e os acordos que estão sendo feitos. E vou apoiá-los, como governante. Sei que algumas das coisas que estou dizendo “soam mal”. Mas temos que entender que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não são a causa. A causa é o modelo de civilização que construímos. E o que temos que revisar é a nossa forma de viver.

Eu pertenço a um pequeno país muito bem-dotado de recursos naturais para viver. No meu país, há pouco mais de 3 milhões de habitantes. Mas há cerca de 13 milhões de vacas, das melhores do mundo. E uns 8 ou 10 milhões de excelentes ovelhas. Meu país é exportador de alimentos, de laticínios, de carne. É uma planície suavemente ondulada e quase 90% do seu território é aproveitável.

Meus companheiros trabalhadores lutaram muito pela jornada de 8 horas. E agora estão conseguindo jornadas de 6 horas. Mas quem trabalha 6 horas, consegue dois empregos. E, portanto, trabalha mais que antes. Por quê? Porque tem que pagar uma porção de parcelas: da moto, do carro, e paga parcelas e parcelas, e quando se dá conta, é um velho reumático — como eu — a quem a vida escapou.

E a gente se pergunta: esse é o destino da vida humana?

Essas coisas que digo são muito simples: o desenvolvimento não pode ser contra a felicidade. Tem que ser a favor da felicidade humana: do amor pela vida, das relações humanas, do cuidado com os filhos, de ter amigos, de ter o essencial.

Justamente porque esse é o maior tesouro que temos: a felicidade. Quando lutamos pelo meio ambiente, temos que lembrar que o primeiro elemento do meio ambiente se chama felicidade humana”.

 

Fraudes no INSS: quatro mil ações na Justiça por descontos da “Universidade da Felicidade” 4c534m

Márcia Turcato
A Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (ABRAPPS), que se diz “voltada ao atendimento de aposentados” e, em seu portal,  tem o nome fantasia de
“Universidade da Felicidade” (www.abrapps.org.br), exibe uma lista de atividades que oferece a esse público.

No entanto, não informa quem são os gestores da instituição, com endereço físico na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre. E responde a mais de 4 mil processos na Justiça.
Procurada para responder perguntas relacionadas a um possível desconto não autorizado na pensão de aposentados, Amanda Moraes, que se apresentou como gerente operacional da associação, informou por nota que “todas as adesões a ABRAPPS são realizadas de forma 100% presencial, mediante apresentação da documentação exigida, registro fotográfico, coleta de
biometria e do termo de adesão”.

Ainda de acordo com a gerente a operacional, a ABRAPPS “tem 16 anos de história e seis mil associados ativos com desconto via INSS”.
Essa afirmação não se sustenta. O aposentado Alberto Reinaldo Reppold, 91 anos de idade, óptico, nunca esteve na sede da ABRAPPS, desconhece seu endereço, não
aderiu à associação e mesmo assim foi descontado durante 20 meses. Sem conferir o extrato do INSS, só descobriu que sofreu o abuso financeiro porque seu filho, alertado pelo noticiário, buscou informações no site do INSS. Ao longo desse período, Reppold acumulou
um prejuízo de R$ 1.300,00. Ele recebe cerca de R$ 3.000,00 de aposentadoria.
Uma rápida consulta ao portal do Judiciário, confirma que a ABRAPPS realiza descontos não autorizados por aposentados igualzinho como aconteceu com o Reppold. Em São Paulo há uma ação que condena a entidade a restituir o valor que foi descontado e a indenizar a aposentada lesada. Em Pernambuco também a associação responde na justiça por realizar desconto indevido. A aposentada pede ressarcimento e indenização. Também há ações coletivas contra a ABRAPPS. Na comarca de Porto Alegre há uma ação singular. O acórdão do TJ-RS esclarece sobre
“demanda que versa sobre danos causados por suposta fraude praticada contra o consumidor”. Neste caso, a aposentada, sem ter autorizado sua adesão, foi descontada a partir de 2018 e ajuizou a ação no dia dois de março de 2022. No entanto, a ABRAPPS apresentou documentos comprovando a adesão da mulher à entidade. O que levanta suspeitas sobre todo o sistema de comunicação entre esse tipo de entidade, o INSS e o
sistema bancário.
Há ações contra a ABRAPPS, por descontos não autorizados, em todo o Brasil. O site JusBrasil (www.jusbrasil.com.br) tem 50 páginas virtuais que relatam ações envolvendo a ABRAPPS, com 4.369 casos relatados. Na maioria delas, os aposentados reclamam de
descontos não autorizados.

Uma outra ação, no TRF-3, trata sobre o imposto de renda devido sobre as aplicações financeiras da ABRAPPS. A associação havia obtido uma liminar que a livrava do
pagamento de imposto sobre as aplicações, mas o TRF-3 entendeu que “não há nos autos prova suficiente para ter havido fundamento legítimo para a apelante -a ABRAPPS- ter deixado de fazer as retenções que geraram a cobrança” (do imposto de renda não
declarado).

Saiba mais: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=recurso+da+abrapps&p=3

 

Quando a notícia pode salvar vidas: o papel do jornalismo no combate às ditaduras f252u

Márcia Turcato*

O livro “Quando a Notícia Pode Salvar Vidas – Quatro décadas do Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo” é um importante documento sobre a ditadura civil-militar e o avanço civilizatório alcançado com a redemocratização do país.

A publicação, de 206 páginas, coloca numa perspectiva histórica as reportagens laureadas de 1984 até 2024. Foi lançada na noite da última segunda-feira (5) no auditório da Ordem dos Advogados (OAB-RS), em Porto Alegre (RS).

Organizado pelo jornalista Elmar Bones, da Editora JÁ, com supervisão dos coordenadores do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) Jair Krischke (presidente), Afonso Licks (secretário) e Lidiane Blanco (conselheira) e apoio cultural OAB-RS, o livro destaca a que em 1973 as ditaduras também alcançaram o Uruguai, o Chile e, em 1976, a Argentina.
Nesse cenário de risco, Porto Alegre surgia como uma cidade estratégica por ser próxima da fronteira. Nos primeiros anos da ditadura sul-americana, o desafio era um só: salvar a vida de pessoas perseguidas pelos regimes de exceção. Também seus familiares precisavam de auxílio e pessoas próximas corriam perigo. E foi assim que uma cooperação solidária se estabeleceu entre aqueles que defendiam a democracia, culminando com a criação do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), que precisou recorrer à justiça para ter seu registro cartorial, o que ocorreu em 11 de agosto de 1980. Nesse período, vários jornalistas ajudaram o movimento a salvar vidas com informações que obtinham nas redações.

Para homenagear os profissionais que defendem os direitos humanos em seu ofício, numa tarde de 1984, com a ajuda da jornalista Ivone Cassol, Jair Krisch e Afonso Licks redigiram o primeiro regulamento do prêmio. Desde a sua criação, o prêmio não oferece dinheiro, apenas o troféu e o certificado. O que importa, é o propósito, é participar de uma causa justa e, como diz o título do livro, ter a possibilidade de salvar vidas.

Serviço:
Livro disponível no formato digital no site do MJDH

Livro físico a R$ 50,00 está disponível para compra na Editora JÁ e no portal Amazon

Editado por: Vivian Virissimo
* Reproduzido do Brasil de Fato

Quando a notícia pode salvar vidas: onde encontrar o livro 652533

Lançado na segunda-feira, 5, o livro Quando a notícia pode salvar vidas – Quatro décadas do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, é uma iniciativa do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), produzido por Jornal JÁ Editora com apoio da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS)e da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-RS).

A cerimônia ocorreu no Espaço OAB-Cubo, seguida de um com jornalistas e teve transmissão ao vivo pelo canal da OAB no YouTube, onde pode ser assistida.

O livro traz um breve relato da evolução dos Direitos Humanos no mundo nos últimos 25 séculos, da formação do MJDH e da trajetória do Prêmio, um dos mais longevos do Brasil. Também registra, ano a ano, os jornalistas laureados e os títulos dos trabalhos premiados de 1984 a 2023.

Loraine Chaves recebe troféu de Jair Krishke| Foto Ramiro Sanchez/JÁ

Na abertura do evento, o MJDH prestou uma homenagem ao premiado fotojornalista Ricardo Chaves, que faleceu recentemente, com a entrega de um troféu de autoria de Mário Cladera à viúva, Loraine Chaves.

O livro impresso, de 206 páginas, pode ser adquirido por 50 reais, neste site, clicando aqui, na Amazon, clicando aqui, e nas boas livrarias. A versão digital está disponível em PDF e em EPUB para gratuito na página do MJDH.

Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo ganha livro e de debates 2u3w6t

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) lança hoje, às 19 horas, o livro Quando a notícia pode salvar vidas – Quatro décadas do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, com um com os jornalistas Elmar Bones (editor do livro), Itamar Aguiar (repórter fotográfico), Fábio Canatta (professor de Jornalismo), Nilson Mariano (mestre em História e escritor) e Tatiana Sager (pós-graduada em Economia Social e diretora da Panda Filmes e Falange Produções).

O livro relata um caso exemplar de simbiose entre Direitos Humanos e Jornalismo: a história de um certame jornalístico que, sem oferecer qualquer prêmio em dinheiro, tornou-se um dos mais concorridos do país, com inscrições inclusive do exterior.

Criado para estimular nas redações a abordagem de temas de Direitos Humanos, fortaleceu as atividades dos seus defensores e enriqueceu a pauta dos jornalistas. O material recolhido nas inscrições ao Prêmio é um acervo impressionante sobre a evolução da luta pelos Direitos Humanos.

O Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo foi criado em 1984 pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos em parceria com a seccional do Rio Grande do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil, que também custeou a pesquisa e a produção deste livro, juntamente com a Caixa de Assistência dos Advogados do RS.

O leitor encontrará um breve histórico da evolução dos Direitos Humanos, da trajetória do MJDH e do Prêmio. Estão registrados os nomes dos jornalistas premiados de 1984 a 2023 e os títulos desses trabalhos. Um memorial com as reportagens, fotos, o aos áudios e vídeos está sendo construído.

SERVIÇO

Lançamento do livro Quando a notícia pode salvar vidas – Quatro décadas do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. Jornal JÁ Editora/MJDH, 2025

Dia 5 de maio, a partir das 19 horas

No espaço OAB/Cubo: Rua Manoelito de Ornellas, nº 55 – Térreo, bairro Praia de Belas, em Porto Alegre/RS.