China investirá R$ 27 bilhões no Brasil 362t64

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que a China investirá  R$ 27 bilhões no Brasil. Com foco específico em infraestrutura,  tecnologia e investimentos também no setor de educação, pois será necessária ampla capacitação de profissionais. t436z

Lula está em visita oficial a Pequim, onde participou do Fórum Empresarial Brasil-China, junto com investidores chineses e brasileiros.

O comércio entre os dois países soma aproximadamente US$ 160 bilhões, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Segundo a assessoria de imprensa da presidência, os encontros recentes contribuíram para ampliar ainda mais os investimentos chineses no Brasil.

Os novos acordos preveem um investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível de aviação renovável (SAF) a partir da cana-de-açúcar e a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para energia renovável.

Na madrugada desta segunda-feira (12), durante o discurso de encerramento do fórum, Lula ressaltou que a relação entre Brasil e China não é uma “relação comum”, mas entre “dois países comprometidos com a solução do problema do empobrecimento, que atormenta a história de ambos” há muito tempo.

“É notável que a China tenha tirado 800 milhões de pessoas da pobreza em 40 anos. Assim como é notável que o Brasil, em apenas 10 anos, tenha tirado 54 milhões de pessoas da fome no meu país”, disse Lula. Para o presidente brasileiro, tais conquistas são consequência da inclusão de uma parcela significativa da população nas economias desses países.

Brasil e China são “parceiros estratégicos e atores incontornáveis” no atual contexto geopolítico, em meio ao “ressurgimento de tendências protecionistas”, disse Lula, em alusão à recente política comercial adotada pelos Estados Unidos.

Em relação à infraestrutura, Lula destacou que o Eixo Ferroviário Leste-Oeste interligará o Brasil. “Será um empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores para garantir a segurança alimentar global”, disse ele. “Conectar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de cinco rotas de integração facilitará o comércio e trará maior desenvolvimento ao interior do continente sul-americano. As rotas bioceânicas encurtarão a distância entre o Brasil e a China em aproximadamente 10.000 quilômetros”, acrescentou.

Swap cambial

O Banco Popular da China (BPC) e o Banco Central do Brasil am nesta terça-feira (13) um memorando de entendimento sobre cooperação financeira estratégica e renovaram seu acordo bilateral de swap cambial, que estava em vigor desde 2013 e foi ampliado em 2021. O acordo renovado de swap cambial de 190 bilhões de yuans/157 bilhões de reais (US$ 27,69 bilhões) entre a China e o Brasil é válido por cinco anos e pode ser renovado mediante consentimento mútuo, de acordo com um comunicado do BPC.

Swap cambial é um tipo de operação financeira realizada principalmente pelo Banco Central de um país com o objetivo de proteger o mercado contra variações excessivas na taxa de câmbio (valorização ou desvalorização do dólar em relação à moeda local, como o real no Brasil). É um contrato de troca de fluxos financeiros.

O Banco Central oferece um contrato em que ele paga a variação do dólar e recebe a variação da taxa de juros local (geralmente a taxa CDI, no caso do Brasil). Quem compra o swap cambial recebe a variação do dólar — como se estivesse comprando dólares, mas sem precisar fazer isso fisicamente.

As forças motrizes por trás da cooperação cambial entre a China e o Brasil decorrem do desafiador ambiente financeiro internacional. O Brasil, como muitas economias emergentes, enfrenta múltiplas pressões da volatilidade do dólar americano. As políticas protecionistas dos EUA e a deterioração de sua situação fiscal lançaram uma sombra sobre o dólar americano. O tamanho da dívida nacional dos EUA ultraou US$ 36 trilhões, enquanto a política tarifária do governo americano trouxe turbulência comercial sem precedentes ao mundo. Todas essas fontes de risco e incerteza colocaram a confiabilidade do sistema financeiro global denominado em dólar sob escrutínio.

O swap cambial visa promover o comércio bilateral em moedas locais. Empresas brasileiras e chinesas podem realizar transações diretamente em yuan e real, evitando custos e riscos cambiais associados ao dólar, garantidas por um contrato.

Os bancos centrais trocam uma quantidade pré-acordada de suas moedas (ex.: Banco Central do Brasil recebe yuan, e o Banco Popular da China recebe reais).  Exportadores brasileiros para a China podem receber em yuan e converter em reais, se necessário.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil, com trocas de valores expressivos em commodities (soja, minério de ferro, petróleo) e manufaturados. O uso direto de yuan e real pode baratear transações e aumentar a eficiência.

No entanto, o dólar ainda domina grande parte do comércio global, e a adoção plena dessas moedas depende da confiança e liquidez nos mercados financeiros de ambos os países. Por isso, o swap cambial.

Enquanto isso, a promoção da internacionalização do yuan na região latino-americana ainda enfrenta inúmeros desafios. É improvável que o domínio arraigado do dólar americano no comércio e nas finanças regionais mude no curto prazo. No entanto, é previsível que, à medida que mais e mais países buscam reduzir sua dependência de um sistema de moeda única, acordos regionais semelhantes de cooperação financeira continuem a surgir. Nesse sentido, um acordo de swap de moedas representa um o significativo em direção a uma ordem financeira global mais multipolar e resiliente.

Com Agência Brasil e Global Times

 

Justiça define indenização de R$ 3 milhões a trabalhadores resgatados de vinícolas 5s3016

O juiz Silvonei do Carmo, da 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves (RS), condenou a empresa Fênix Serviços istrativos ao pagamento de R$ 3 milhões em danos morais a 210 trabalhadores flagrados, em fevereiro de 2023, em condições análogas à escravidão na colheita de uva para as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton. A terceirizada ainda pode recorrer da decisão.

O magistrado atendeu ao pedido do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS), que acusou a empresa, seu dono, Pedro Augusto de Oliveira Santana, outras pessoas jurídicas do mesmo grupo econômico e ainda sócios e gestores de cometerem diversas irregularidades que caracterizam as condições análogas à escravidão.

Entre as práticas ilegais, os promotores apontaram: aliciamento e tráfico de pessoas, contratação e manutenção dos vínculos de emprego mediante fraude e coação, condição degradante no alojamento e pelo fornecimento de comida estragada, retenção de salários e servidão por dívida, jornada exaustiva, agressões, retenção de documentos.

As vinícolas envolvidas não foram condenadas por terem assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se comprometeram a pagar R$ 7 milhões em indenizações.

O caso veio à tona em fevereiro de 2023, quando uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em conjunto com a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 207 trabalhadores, que foram encontrados em condições degradantes em um alojamento superlotado, sujo e sem portas no banheiro.

A diligência foi montada após três trabalhadores terem escapado do alojamento em que se encontravam e pedido ajuda a policiais rodoviários das proximidades. Além das condições degradantes, eles relataram sofrer com agressões com armas de choque e spray de pimenta, sendo impedidos de deixar o local.

Após as investigações, foi constatado que os trabalhadores haviam sido aliciados na Bahia para trabalharem na colheita de uvas, em troca de R$ 2 mil líquidos por 30 dias. Uma vez no Rio Grande do Sul, contudo, as pessoas eram submetidas a um regime de servidão por dívida, típico de formas mais modernas de escravidão e tráfico de pessoas.

Os salários eram descontados dos custos da viagem e do aluguel do alojamento, que não tinha manutenção regular e apresentava instalações insalubres, com ausência de portas nos banheiros, por exemplo. Os trabalhadores relataram ainda agressões físicas.

Os trabalhadores eram também submetidos a jornadas exaustivas, superiores a 12 horas por dia, e recebiam com frequência marmitas às 5h da manhã para serem consumidas na hora do almoço em meio às parreiras, sem condições de conservação e higiene. As refeições com frequência azedavam, segundo apurou o MPT.

Com Agência Brasil

Lula na retomada do Polo Naval em Rio Grande: “É apenas o começo” 1z6243

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na manhã desta segunda-feira (24/2), no Rio Grande do Sul, os primeiros contratos do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro.

A agenda compõe mais uma ação de retomada da indústria naval e de recuperação de plataformas da Petrobras que estavam em situação de desmobilização, desta vez em Rio Grande.

O município, a 300 quilômetros de Porto Alegre, abriga o quarto terminal portuário mais movimentado do País e a Refinaria Riograndense, a primeira do Brasil, inaugurada em 1937 como Refinaria Ipiranga.

O objetivo do governo federal é ampliar a frota de navios petroleiros e desenvolver a indústria naval, começando pela construção de quatro navios petroleiros do tipo Handy (embarcações de médio porte utilizadas para o transporte de petróleo bruto e derivados), com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação.

“Eu quero recuperar (a indústria naval) porque um país que tem uma bela indústria naval, ele se torna competitivo no comércio internacional”, afirmou o presidente, lembrando que 90% desse comércio é realizado por transporte marítimo. O presidente disse ainda que a de hoje “é apenas o começo”, lembrando que na semana ada ele havia participado do lançamento de edital para a construção de navios da Transpetro em Angra dos Reis. “Esse estaleiro vai voltar a funcionar”, acrescentou Lula.

O presidente voltou a destacar que o setor tem sido uma de suas prioridades à frente do Governo. “Eu resolvi recuperar a Petrobras e a indústria naval, porque construir a indústria naval não foi uma tarefa fácil. Vocês sabem que, desde 2002, a gente tem brigado pela indústria naval. Esse país tem oito mil quilômetros de costa marítima. Esse país jamais poderia prescindir de uma indústria de cabotagem, jamais. Porque o ideal para um país como o Brasil é o sistema de transporte no qual você usa trem, navio e caminhão”, afirmou Lula. De acordo com o presidente, 95% do transporte de exportação do país é por navio.

Foto Ricardo Stuckert/PR

Biorrefinaria

A Refinaria Riograndense, controlada pela Petrobras, Braskem e Grupo Ultra, receberá um investimento de R$ 5,5 bilhões para sua conversão total em biorrefinaria, assegurou durante o evento a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Localizada em Rio Grande, a unidade será a primeira do Brasil a operar “sem nenhuma gota de petróleo”, segundo ela. “Será uma biorrefinaria que produzirá combustíveis somente a partir de óleos vegetais.

A refinaria já ou por testes no ano ado, processando 100% de óleo de soja. Nos próximos anos, a unidade será totalmente convertida para produzir diesel renovável e combustível de aviação sustentável. A Petrobras prevê a criação de quatro mil empregos diretos com os investimentos na refinaria. No curto prazo, a estatal pretende ampliar a produção de diesel coprocessado, contendo 5% de óleo vegetal. Ainda este ano, a unidade realizará testes para a fabricação de combustível de aviação com conteúdo renovável.

A refinaria receberá três novas unidades, que terão capacidade para produzir 44 mil barris anuais de combustível de aviação e diesel a partir de matéria-prima 100% renovável. (Com informações da Agência Brasil.)

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Retomada da indústria naval beneficia economia gaúcha

Banqueiros sugerem um “Conselhão” para definir juros em reunião com Lula 2g3z52

Durante o encontro  do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministro da Fazenda,  Fernando Haddad, e dirigentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), esta semana, no Palácio do Planalto, foi dado aval para o debate sobre as causas que fazem com que os juros bancários sejam tão elevados no país. A pedido da Febraban, ainda em outubro, deve ser instalado um grupo de trabalho no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, que reúne representantes de diversos segmentos da sociedade.

Então, agora que o governo volta a ter o controle da política monetária, com o economista Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central a partir de janeiro de 2025, a Febraban quer um “Conselhão” para discutir a taxa de juros como controle da inflação. Essa é muito boa.

Na década de 1970, a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM), popularizada principalmente pela escola monetarista de Milton Friedman, defendia que a inflação era um fenômeno puramente monetário, resultante de um crescimento desproporcional da oferta de moeda. Uma década depois, com argumentos como a estagflação (inflação alta com crescimento econômico baixo ou estagnado) para abandonar a TQM, os teóricos do sistema financeiro adotaram modelos neokeynesianos para enfatizar a importância da taxa de juros como principal ferramenta de controle macroeconômico, especialmente em relação à inflação.

Durante a década de 1980, eles perceberam que era muito mais fácil concentrar a renda nas mãos de poucos por meio da manipulação das taxas de juros, como parte da política monetária praticada por bancos centrais, de preferência “independentes” e na América Latina. A maioria dos bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed), dos EUA, o Banco Central Europeu (BCE), e o Banco Central do Brasil, agora utiliza a taxa de juros como instrumento principal para controlar a inflação.

A taxa básica de juros, a Selic, está em 10,75% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Nos últimos 12 meses, até setembro, a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,42%. Portanto, o ganho real dos bancos e detentores de grandes fortunas com a compra de títulos públicos é de 6,33 pontos percentuais, um dos maiores do mundo.

A próxima reunião do Copom está marcada para 5 e 6 de novembro, quando os analistas esperam um novo aumento da taxa básica. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano.

A reunião com o presidente Lula ocorreu a pedido da Febraban para que a instituição pudesse apresentar sua visão sobre a conjuntura econômica e outros temas. Além de Haddad, estavam presentes o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o presidente-executivo da Febraban, Isaac Sidney, e os presidentes dos maiores bancos privados do país – Itaú, Bradesco, Santander e BTG.

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Cai a participação do trabalho na divisão das riquezas; desigualdades aumentam no mundo todo 5t3b3i

A renda do trabalho continua em baixa globalmente e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta sobre o agravamento das desigualdades. No recém-lançado relatório Perspectiva Mundial do Emprego e Social: Atualização de Setembro de 2024, a OIT constata uma pressão crescente sobre a desigualdade, à medida que a participação da renda do trabalho está estagnada e uma grande parcela de jovens permanece sem trabalho, educação ou treinamento. O relatório indica um progresso lento em relação ao cumprimento das principais Metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS) à medida que o prazo de 2030 se aproxima.

O estudo revela que a participação da renda do trabalho no mundo, que representa a parcela da renda total obtida pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras, caiu 0,6 pontos percentuais de 2019 a 2022 e desde então permaneceu estagnada – agravando uma tendência de declínio de longo prazo. Se a participação tivesse permanecido no mesmo nível de 2004, a renda do trabalho teria aumentado em US$ 2,4 trilhões somente em 2024.

O estudo destaca que a pandemia da COVID-19 foi um fator-chave para essa queda, já que quase 40% da redução na participação da renda do trabalho ocorreu durante os anos da pandemia de 2020-2022. A crise exacerbou as desigualdades existentes, sobretudo porque a renda do capital continua a se concentrar com os mais ricos, prejudicando o progresso em relação ao ODS 10, que visa reduzir a desigualdade dentro e entre os países.

Avanços tecnológicos, incluindo a automação, desempenharam um papel nessa tendência. Embora essas inovações tenham impulsionado a produtividade e a produção, as evidências sugerem que esses ganhos não estão sendo compartilhados de forma equitativa com os trabalhadores e as trabalhadoras. O relatório adverte que, sem políticas amplas para garantir que os benefícios do progresso tecnológico sejam amplamente compartilhados, os desenvolvimentos recentes no campo da inteligência artificial podem aprofundar a desigualdade, colocando em risco o cumprimento dos ODS.

“Os países devem agir para reduzir o risco de queda da participação da renda do trabalho. Precisamos de políticas que promovam uma distribuição equitativa dos benefícios econômicos, incluindo a liberdade sindical, a negociação coletiva e uma istração do trabalho mais eficaz, para alcançar um crescimento inclusivo e construir um caminho para o desenvolvimento sustentável para todas as pessoas”, disse Celeste Drake, diretora-geral Adjunta da OIT.

Com base no recente relatório Global Employment Trends for Youth (GET Youth) publicado pela OIT, o estudo também identifica a grande parcela de jovens fora do mercado de trabalho, da educação e de programas de treinamento como uma área persistente de preocupação. Como mostrou o GET Youth, a taxa global de jovens sem trabalho, educação ou treinamento (NEET) registrou apenas uma modesta diminuição, de 21,3% em 2015 para 20,4% em 2024, e a previsão é de que permaneça estável pelos próximos dois anos. A taxa de NEET feminina – que foi de 28,2% em 2024 – é mais do que o dobro da enfrentada por jovens do sexo masculino, comprometendo o alcance do ODS.

 

Prédio da Melnick na rua Duque de Caxias em debate na Câmara 3a1457

O polêmico projeto de 41 andares no terreno ao lado do Museu Júlio de Castilhos, no Centro Histórico de Porto Alegre, entrou na pauta da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece), na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.  O projeto é da Construtora e Incorporadora Melnick,

A construção, que terá 102 metros de altura, enfrenta muitas críticas porque vai desfigurar um espaço histórico, com  vários prédios tombados, contrariando a legislação que protege também o entorno dos bens arrolados pelo Patrimônio Histórico. O Ministério Público analisa inclusive um pedido de embargo da obra, que está em fase de licenciamento.

Na semana ada (22/11), o projeto foi o assunto da Comissão de Educação e Cultura, por indicação do vereador Jonas Reis (PT), que questiona o aspecto legal da construção nos arredores do museu, já que a lei não permite prédios com mais de 100 metros no local.

De acordo Jonas, no entorno do Museu Júlio de Castilhos, os prédios deveriam ser construídos com no máximo 45 metros. “A construção deste empreendimento burla a legislação que proíbe a construção de prédios altos”, disse.

O vereador mencionou também a falta de diálogo com os moradores da rua Duque de Caxias, que serão diretamente afetado pelo enorme impacto da  construção.

Para o representante do Museu Júlio de Castilhos, o tesoureiro Antônio Medeiros, a notícia da construção do prédio levantou diversos problemas e questionamentos. “A partir daí, tivemos a ideia de abrir uma ação civil pública, para barrar o projeto”, afirmou Medeiros.

Porém, segundo o tesoureiro, “a prefeitura afirmou que já existia um projeto aprovado e licenciado que permitia a construção do prédio”.

“Tivemos que abrir uma nova ação civil pública, que está na entidade federal”, complementou Medeiros.

Ele ressaltou que o Ministério Público foi favorável aos dois processos. E destacou que não é contra a construção de prédios e o avanço da cidade, mas que tudo deve ser feito dentro da legalidade.

A presidente da Associação de Moradores do Centro Histórico, Ana Maria, disse que é necessário um encontro com o secretário Germano Bremm, para que ele esclareça pontos importantes do projeto. Segundo ela, esse tipo de construção descaracteriza a cidade. “Nós precisamos continuar lutando,” concluiu.

Em resposta às entidades, a representante da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (EPAHC), Debora da Costa, disse que somente são aprovados projetos que tenham vínculo com a preservação. “As áreas especiais, os bens tombados e o inventário do patrimônio cultural do municipio”. Ela também disse que houve mudanças na legislação que devem ser debatidas e entendidas, para o esclarecimento da questão.

Além do pedido de uma versão atualizada de todo o projeto e de uma audiência com o Secretário Germano Bremenn, do Meio Ambiente e Urbanismo, foi proposta a instalação de uma Comissão Especial para debater amplamente o caso, assim como legislações referentes à construção de prédios na cidade de Porto Alegre.

Atualmente, a Melnick tem 20 canteiros de obras em andamento, totalizando 45 torres e mais de 3.600 unidades em construção, segundo a nota distribuída pela assessoria de imprensa.

(Leia mais na coluna Economics)

Lula recebe apoio da social-democracia europeia contra avanço da extrema direita 3r5j1i

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta sexta-feira (19), com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, chefe do governo espanhol, no Palácio da Moncloa, na cidade de Madri. Sánchez é do Partido Socialista Operário Espanhol.

Lula definiu como importante o diálogo com Sanchez. “Falamos sobre a integração europeia e da América Latina, além da importância das relações Brasil Espanha e da solidariedade entre as democracias no enfrentamento ao avanço da extrema direita.”

Sánchez publicou fotos do encontro em uma rede social e escreveu: “Hoje, encontrei-me com seu ex-presidente Lula para tratar de vários assuntos de interesse comum, como a situação da pandemia, as mudanças climáticas ou a recuperação econômica.”, E acrescentou:  “Espanha e Brasil compartilham fortes laços estruturais e permanentes em diferentes áreas.”

A Espanha é o último dos quatro países visitados pelo ex-presidente, que cumpriu este mês agenda na Alemanha, Bélgica e França. Nesta viagem Lula já se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o vice-chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que deve substituir Angela Merkel como primeiro-ministro, entre outros.

O ex-presidente terá ainda um encontro com a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Rebeca Grynspan. A economista, ex-vice-presidente da Costa Rica, é uma reconhecida defensora da redução da pobreza, da igualdade de gênero e da cooperação Sul-Sul como ferramenta para o desenvolvimento sustentável. Grynspan é a primeira mulher centro-americana a liderar a UNCTAD, braço da ONU para o apoio e integração dos países em desenvolvimento.

Lula também terá encontros com os trabalhadores espanhóis, representados pelas confederações sindicais CCOO (Confederación Sindical de Comisiones Obreras) e UGT (Unión General de Trabajadores).

Fernando Haddad comentou em seu Twitter: “Lula conversou com mais líderes mundiais em três dias do que Bolsonaro em três anos. Lula já começou a recuperar a imagem do Brasil, arrasada por Bolsonaro. o necessário para a reconstrução do país.”

O sociólogo e cientista político, Emir Sader, afirmou em artigo “que Lula volta ao Brasil pronto para assumir a reconstrução do país, mesmo se ainda temos pela frente mais do que um doloroso e longo ano. A própria mídia nacional terá que se vergar diante do tamanho do Lula no mundo.”

E isso já está acontecendo. Até a conservadora Folha de São Paulo reconheceu que o presidente da França Emmanuel Macron transformou uma viagem protocolar de Lula à Europa em triunfo diplomático. E ainda complementou: “Brasil tem um candidato que dialoga com o mundo e um presidente que delira no deserto”.

Foto: Ricardo Stuckert/PT

No cenário pós-pandemia não poderá imperar a miséria, diz Lula na Espanha 1i373h

“Para qual tipo de normalidade as sociedades modernas pretendem voltar em um eventual cenário pós-pandemia”?

A pergunta foi feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na abertura do seminário Cooperação a Multilateral e Recuperação Regional pós-Covid-19, nesta quinta-feira, 18, em Madri, na Espanha.

“Não poderá ser a volta para um mundo onde impera a miséria”, defendeu o petista.

“Antes do primeiro caso de Covid-19, o mundo já estava doente, vítima de um vírus, igualmente mortal, chamado desigualdade”, disse.

Lula condenou o que considera uma inaceitável concentração de renda no planeta, enquanto milhões de famílias convivem com “a mais cruel das chagas mundiais, a fome”.

“É urgente uma reconstrução profunda do mundo, sobre os alicerces da igualdade, da fraternidade, do humanismo, dos valores democráticos e da justiça social”, argumentou Lula.

“Porque mesmo que sobrevivam à Covid, 800 milhões de pessoas hoje não conseguem escapar de outro terrível flagelo: a fome”, afirmou o ex-presidente, reiterando que ele mesmo já sofreu os efeitos do temor “dos que não sabem se poderão comer amanhã”.

“Sei a dor que a fome provoca no ser humano, porque vivi na pele”, disse. “Nasci numa das regiões mais pobres do Brasil, filho de uma mãe pobre, analfabeta e lutadora, que criou seus oito filhos sozinha. Enfrentei a fome, o trabalho infantil, o desemprego, as injustiças”, relatou.

O evento contou com a presença do ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. Ele afirmou, em discurso no seminário, que Lula voltará a ser presidente do Brasil.

Nesta sexta-feira, 19, o ex-presidente Lula reúne-se com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio da Moncloa, em Madri. Lula também terá encontros com os trabalhadores espanhóis, representados pelas confederações sindicais CCOO (Confederación Sindical de Comisiones Obreras) e UGT (Unión General de Trabajadores).

A Espanha é o último dos quatro países visitados pelo ex-presidente, que cumpriu este mês agenda na Alemanha, Bélgica e França.

Foto: Ricardo Stuckert/PT

 

Macron recebe Lula como chefe de Estado 3n3d30

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido nesta quarta-feira, 17, pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com recepção de chefe de Estado, no Palácio dos Elísios, residência oficial do governo francês, em Paris.

Na pauta, a urgência climática e questões globais como a fome e a pobreza. Também conversaram sobre o futuro da União Europeia e a integração da América Latina.  O encontro acontece no momento em que a relação do governo de Jair Bolsonaro e França está abalada.

O governo de Macron não dá qualquer validação à política ambiental de Bolsonaro. Ele chegou a vetar o acordo comercial com o Mercosul, falando em ‘crime de ecocídio’ por parte do Brasil.

Além disso, existe o contencioso pessoal entre os dois presidentes, principalmente pelas grosserias de Bolsonaro à estética da esposa do presidente Macron, professora e primeira-dama da França, Brigitte Marie-Claude Macron.

Na terça-feira, 16, primeiro dia na França, Lula almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. À noite, ele discursou no renomado Instituto de Estudos Políticos de Paris. Lá, ele falou sobre sua visão sobre o papel do Brasil “no mundo de amanhã”.

Lula recebeu o prêmio Coragem Política, da revista Politique Internationale, em Paris. Mais do que um reconhecimento pessoal, essa é uma homenagem a coragem do povo brasileiro, que ao longo séculos enfrentou com grande determinação a opressão e as injustiças.

A viagem do ex-presidente pela Europa prevê ainda uma agem pela Espanha, onde participará de uma conferência e se reunirá com lideranças políticas.

Fotos de Ricardo Stuckert

Lula recebe em Paris o prêmio Coragem Política 2021  3d4y24

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Paris nesta terça-feira, 16, para participar como palestrante durante a conferência sobre o Brasil no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A conferência “Qual o lugar do Brasil no mundo de amanhã?” marca os dez anos do título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu da Sciences Po. O ex-presidente foi o primeiro líder latino-americano a receber esse título de uma das instituições mais respeitadas do mundo na área de ciência política e social.

Na quarta-feira, 17, pela manhã, Lula receberá o prêmio Coragem Política 2021, concedido pela revista Politique Internationale, por sua gestão na Presidência da República, “marcada pelo desejo de promover a igualdade”. A premiação é concedida apenas em ocasiões extraordinárias e entregue quando o conselho da publicação, uma das principais do mundo na área das relações internacionais, reconhece que alguma personalidade se destaca globalmente por sua coragem de pensamento e ação na política.

Além de premiar sua atuação contra a desigualdade social e racial como presidente do Brasil, a revista aponta a tenacidade do ex-presidente ao enfrentar a perseguição política e judicial, “esforços recompensados com a decisão do Supremo Tribunal Federal de anular as suas condenações”.

Parlamento Europeu

Na segunda-feira, 15, Lula da Silva falou em Bruxelas, na Bélgica, que Jair Bolsonaro “representa uma peça importante da extrema direita mundial”. Acrescentou que as forças progressistas e sociais-democratas do mundo precisam se unir para derrotar a extrema direita. “O mundo precisa de democracia, de paz e não de guerra, precisa de livros e não de armas.”

Líder nas pesquisas para as eleições de 2022, Lula participou no Parlamento Europeu de um evento organizado pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), grupo que reúne eurodeputados sociais-democratas e que controla a segunda maior bancada da Casa.

Segundo ele, Bolsonaro é uma cópia malfeita de Trump, representa hoje uma peça importante na extrema direita fascista e nazista mundial. “O Brasil não merecia ar pelo que está ando”, disse Lula durante a coletiva, ao lado da eurodeputada espanhola Iratxe García Pérez, que lidera o grupo S&D no Parlamento Europeu.

“Hoje estou inocente e livre”, continuou Lula. Ele também direcionou críticas ao ex-juiz Sergio Moro, que recentemente também sinalizou que pretende concorrer à Presidência em 2022. Lula afirmou que o ex-magistrado e ex-aliado de Bolsonaro conduziu um “julgamento político” e que Moro já tinha ambições políticas à época dos procedimentos judiciais.

O ex-presidente Lula chegou dia 11 à Europa, com uma série de eventos e manteve diálogos sobre o cenário atual no mundo e na América Latina. Ele começou sua viagem pela Alemanha e em seguida teve agendas na Bélgica. Hoje está na França e depois vai para Espanha.

Além dos eventos, o ex-presidente está tendo uma série de reuniões e encontros. Em Berlim, Lula se reuniu com Martin Schulz, ex-líder do Partido Social Democrata (SPD) da Alemanha e ex-presidente do Parlamento Europeu. Já em Paris, Lula se reunirá com a prefeita Anne Hidalgo.

Crédito foto: Ricardo Stuckert/PT