Documentário: PT diz que Eduardo Leite faz promoção pessoal com dinheiro público 3bn3q

Eduardo Leite em cena do documentário (reprodução)

“Autopromoção com recursos públicos”, é a acusação que o Partido dos Trabalhadores levou ao Ministério Público do Rio Grande do Sul contra o governador Eduardo Leite (PSDB). 5v17j

O alvo é o documentário “Todos Nós por Todos Nós”, lançado para marcar um ano das enchentes de maio de 2024 no estado. A bancada do PT na Assembléia Legislativa  pede a suspensão imediata do filme e a abertura de investigação por “improbidade istrativa”.

Segundo a representação, o documentário, já no circuito local,  apresenta-se como uma peça institucional, embora seja “uma estratégia de promoção pessoal do governador com vistas às eleições presidenciais de 2026, para as quais Leite já é pré-candidato declarado”.

“O que se vê nitidamente é uma peça de publicidade cujo objetivo é promover nacionalmente a imagem do senhor governador com vistas a projetá-lo enquanto futuro candidato ao cargo de Presidente da República”, afirma o documento entregue ao procurador-geral de Justiça do estado, Alexandre Saltz.

Dinheiro público
O PT alega que a obra foi financiada com recursos do governo estadual, o que configura uso indevido de verba pública. Os petistas pedem que Eduardo Leite seja responsabilizado pessoalmente e obrigado a ressarcir os cofres públicos.

Um dos principais argumentos é a expressiva presença do governador no filme. De acordo com a representação, em um total de 42 minutos e 14 segundos de duração, Eduardo Leite aparece em 9 minutos e 2 segundos — o que representa 21,83% do tempo. “É possível concluir de forma objetiva que o filme não é sobre o papel dos gaúchos perante a tragédia, mas para exaltar a participação de Eduardo Leite nos eventos”, diz o texto.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que atuou como ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul durante a catástrofe climática, afirmou que o partido tomará outras medidas contra o governador. Em tom crítico, Pimenta comparou a situação com sua própria atuação institucional:

“Imagina se eu, como ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, tivesse produzido um documentário comigo e com Lula sobre nossas ações no Rio Grande do Sul? O que Leite fez é um escândalo. Ele só fez isso porque tem certeza da impunidade”, afirmou.

Governo do RS nega irregularidades
Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo estadual defendeu a produção e negou qualquer tentativa de promoção pessoal. Segundo o órgão, o documentário foi elaborado com material captado pelo próprio Departamento de Jornalismo do governo, e tem como objetivo prestar contas à população, destacando ações de enfrentamento à crise e o andamento do Plano Rio Grande — programa voltado à reconstrução do estado.

“A obra tem valor histórico, reúne depoimentos de pessoas da comunidade atingida, além de falas de diversas autoridades, incluindo o presidente Lula”, afirmou a secretaria. O governo diz ainda que a exibição faz parte de uma ampla programação organizada para lembrar a maior tragédia climática da história gaúcha e destacar os esforços de reconstrução.

Próximos os
A representação agora está sob análise do procurador-geral Alexandre Saltz, que decidirá se há indícios suficientes para instaurar uma investigação formal contra o governador.