O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, desistiu da candidatura ao governo do Estado em 2026, projeto longamente acalentado e que ganhou força com a reeleição por ampla margem, no ano ado. 4n4l16
Dificuldades nas duas frentes – no MDB e no PL – que precisava articular para viabilizar uma candidatura pela direita, pesaram na decisão de Melo.
No PL, partido da vice-prefeita Betina Worm, não conseguiu demover o deputado Luciano Zucco da intenção de concorrer e ainda viu surgir um novo pretendente, o ex-ministro de Bolsonaro, Onix Lorenzoni.
No MDB, não reuniu as forças suficientes para deslocar o vice-governador Gabriel Souza que construiu uma aliança consistente com o governador Eduardo Leite (PSDB) e é, desde o início, o candidato da continuidade.
Um recado do ex-senador Pedro Simon, líder maior do MDB, parece ter sido decisivo para a desistência.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, há três semanas, Simon falou sobre a disputa dentro do partido pela indicação para 2026 e deixou claro sua preferência pela candidatura de Gabriel de Souza.
No velho estilo dos caciques políticos, elogiou Sebastião Melo, dizendo que ele tem potencial para ser até “candidato à Presidência da República”, mas deu a entender que a vez é de Gabriel Souza. “O Melo pode esperar”, disse Simon, que ainda lembrou o fracasso dos ex-prefeitos José Fogaça (MDB) e Tarso Genro (PT), que renunciaram no meio do mandato para concorrer ao governo do Estado e foram derrotados por larga margem.
Nesta terça-feira, 25/03, Melo se pronunciou em entrevista à Rádio Gaúcha: “Não há hipótese de renunciar ao mandato conquistado em 2024 para ser candidato a governador em 2026”.
Disse que “aprendeu com José Fogaça e Tarso Genro que o eleitor não perdoa prefeito que renuncia com um ano e três meses de mandato”
Alegou o compromisso com os eleitores e os desafios que tem pela frente com a reconstrução da cidade atingida pela maior enchente de sua história. Sinalizando as dificuldades em que esbarrou, disse que “a direita no Rio Grande do Sul não se entende”.