Uma centena de pessoas, seis palestrantes e um mediador estiveram no MenuPOA desta terça-feira (3), no 7º andar do Palácio do Comércio, no centro de Porto Alegre, para refletir sobre “Para Onde Vai a Comunicação” no mundo dominado pela digitalidade. Duas horas depois, a pergunta restou sem respostas, mas deixou no ar uma síntese possível: o avanço da tecnologia é inevitável pois, segundo a percepção da maioria dos falantes, a comunicação se tornou indispensável à sobrevivência das empresas, que precisam vender seus produtos a pessoas mais conectadas (esta a palavra) no mundo digital do que na vida real. Antes das intervenções dos convidados, o presidente da Associação Comercial, Paulo Afonso Pereira, colocou algumas balizas para situar a platéia. Ele começou falando de Gutemberg, o alemão inventor da imprensa no século XV, até a revolução cibernética, nos anos 1980, quando os computadores . Já no século XXI, a interconexão propiciada pelo iphone permitiu reproduzir cenas e falas instantaneamente pelas redes sociais. “Facebook é veículo de comunicação?” A pergunta do mediador ficou sem resposta, pois cada um dos palestrantes convidados trouxe de casa ou do seu office falas pragmáticas, resumidas nos parágrafos abaixo: Fernando Silveira, do Sindicato das Agências de Propaganda: “Eu não sei para onde vai a comunicação, mas quero ir junto. Seja como for, é essencial que os profissionais da comunicação tenham ética ao buscar posicionamento para suas marcas”. Renata Schenkel, da Associação Riograndense de Propaganda: “O fato de todo mundo estar conectado à internet, sentindo-se mesmo fora do mundo quando não está com o celular ligado, torna nosso trabalho profissional mais difícil. Tudo é mídia, até a chaminé do Total é mídia”. Fernando Lemos, do Conselho Estadual de Relações Públicas: “Não podemos esquecer que o poder está nas mãos das pessoas.” Moisés Costa, da Associação Brasileira de Agências Digitais (Abradi): “Precisamos observar três tendências: o crescimento da apropriação de conteúdos digitais, o desenvolvimento da inteligência artificial para produção de dados, diante do que é preciso ser criativo na exploração dos dados.” Alexandre Koubronsky: “Precisamos aprender a utilizar dados para adquirir audiências, eis a chave do nosso trabalho.” Cristiane Finger, vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e professora de jornalismo: “Como em todo processo de competição entre espécies, a mídia está num momento de reciclagem e ninguém sabe o que vai sobrar da atual disputa por espaço, mas a tendência é que a tecnologia se adapte. Diz-se que ‘todo mundo está no digital’, mas a maioria das pessoas ainda se informa pela TV e pelo rádio. Sim, as redes sociais são veículos de conteúdo, mas as pessoas se cansaram de ficar ouvindo caladas, querem participar e interagir, especialmente em bairros onde os chamados usuários inquietos têm muita informação sem veiculação. Daí talvez possamos concluir que a função do jornalista mudou. Agora nós somos mediadores. amos muito tempo falando sozinhos. Há muito espaço para trabalhar. Não esqueçam que 51% dos municípios brasileiros não têm nenhum veículo de comunicação. Nenhum!”. 8346h