Edição histórica do 40° Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo com recorde de inscrições o4x6f

Duas datas deram uma conotação especial ao Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo de 2023: os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e os 40 anos do próprio prêmio, instituído pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e a Ordem dos Advogados RS em 1984. É hoje um dos mais antigos certames jornalísticos nacionais e um dos mais concorridos. Foram 414 inscritos este ano. s5t19

Na entrega dos prêmios nesta sexta-feira, 09, o presidente da OAB/RS, Leonardo Lamacchia, e o presidente do MJDH, Jair Krischke, destacaram importância do jornalismo na luta permanente na defesa dos direitos humanos. “Se a imprensa não tem liberdade, os direitos humanos e a própria democracia estão em perigo”, disse Krischke. 3w3a2f

Liberdade era o tema geral do concurso deste ano e a vencedora foi a jornalista Luiza Villaméa, com o livro A Torre – O Cotidiano de Mulheres Encarceradas pela Ditadura. 8d2t

COMISSÃO JULGADORA ESTABELECEU CINCO CRITÉRIOS BÁSICOS: 2g1m2y

Qualidade do texto ou da imagem; Investigação original dos fatos; Profundidade no tratamento da informação; Abordagem de temas socialmente relevantes; Valores éticos profissionais refletidos no trabalho. Os referidos critérios não serão ponderados através de notas, sendo que os trabalhos vencedores deverão refletir de forma equilibrada os cinco valores jornalísticos estabelecidos. h648

INSCRIÇÕES RECEBIDAS 6x5v4r

CATEGORIA ÁUDIO: 40
CATEGORIA ACADÊMICO: 60
CATEGORIA TELEVISÃO: 49
CATEGORIA DOCUMENTÁRIO: 16
CATEGORIA REPORTAGEM: 96
CATEGORIA G. REPORTAGEM (LIVRO): 10
CATEGORIA FOTOGRAFIA: 30
CATEGORIA ONLINE: 107
CATEGORIA CRÔNICA: 6

HOMENAGEADOS l5m50

RECONHECIMENTO

IVONE CASSOL 3zw3w

5q145w

PRÊMIO ESPECIAL “LIBERDADE” 1c351q

1º Lugar
A TORRE – O COTIDIANO DE MULHERES ENCARCERADAS PELA DITADURA
Editora Companhia das Letras – São Paulo – SP

LUIZA VILLAMÉA

 

Menção Honrosa
A ORIGEM DO DIA NACIONAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA
LabJ (Laboratório de Jornalismo da Famecos) – Porto Alegre – RS

FRANCISCO MASCOLO GEYER DE OLIVEIRA THEO FABRICIO GIACOBBE 636we

5q145w

CATEGORIA REPORTAGEM p4f2n

1º Lugar
MUTILADOS
Jornal O GLOBO e Jornal EXTRA – Rio de Janeiro – RJ

FELIPE GRINBERG RAFAEL GALDO 4n5r4n

2º Lugar
POLICIAIS CONFESSAM CRIMES IMPUNEMENTE EM PODCASTS E VIDEOCASTS
Ponte Jornalismo – Porto Alegre – RS

FÁBIO CANATTA 3v2p1

3º Lugar
MORRE DONA VITÓRIA, NASCE JOANA DA PAZ
Jornal EXTRA – Rio de Janeiro – RJ

FÁBIO GUSMÃO 296k70

Menção Honrosa
NARCOGARIMPO AVANÇA NA AMAZÔNIA POR DROGAS, OURO E CASSITERITA
Valor Econômico – Rio de Janeiro – RJ

MARINA LANG 6g4d6z

Menção Honrosa
DE COPÉRNICO A KAFKA. OU COMO O ESTADO PUNIU OS MÉDICOS QUE REVOLUCIONARAM A SAÚDE INDÍGENA NO BRASIL: A HISTÓRIA DA URIHI
Sumaúma – Altamira – PA

MALU DELGADO 52535

5q145w

CATEGORIA TELEVISÃO e5y3v

1º Lugar
O COIOTE
Record TV – São Paulo – SP

ROBERTO CABRINI ANGÉLICA BALBIN MICHEL CURY KEILA GASPARINI ELIAN MATTE RAPHAEL MENDONÇA JAYR DUTRA LÍVIA MAJOR JULIANA CAMARGO ANA MACHADO LETÍCIA FAGUNDES DANIEL VICENTE REINALDO DANTAS CLOVIS RABELO ANTONIO GUERREIRO 585k16

2º Lugar
BARRICADAS DO CRIME
TV Globo / Fantástico – Rio de Janeiro – RJ

LUCIANA OSÓRIO SABRINA OLIVEIRA PRISCILLA MONTEIRO MICHEL FARIAS ALEXANDRE RODRIGUES ANITA PRADO LESLIE LEITÃO PAULO ADOLPHSSON RICARDO GUIMARÃES DOUGLAS LIMA ALAN CAVALCANTI SOLANGE MELGES RODRIGO CARVALHO MARCOS AURÉLIO SILVA PEDRO MENEZES RICARDO MORAES 95ic

3º Lugar
O RESGATE – SÉRIE ESPECIAL
Jornal da Record – Record TV – São Paulo – SP

ARI PEIXOTO LEOPOLDO DE MORAES PEDRO VELOSO CAMILA MORAES ROSANA TEIXEIRA YOSHIO TANAKA CLAUDIO MONOZ GUILHERME GIMENES PATRÍCIA RODRIGUES THIAGO CONTREIRA ANTONIO GUERREIRO q6k4i

Menção Honrosa
NOVA CHANCE PARA PRESOS: APAC NA CAPITAL OPORTUNIZA RESSOCIALIZAÇÃO
Record TV – Porto Alegre – RS

GABRIELA MILANEZI HENRIQUE BARCELLOS NILTON PRATES VIVIAN LEAL JULIANO SOARES NEI EPIFÂNIO PEREIRA RICARDO AZEREDO JOSÉ FERRARO ROGÉRIO CENTRONE 3f6rf

Menção Honrosa
TRANSGARIMPEIRA – A ROTA DO OURO ILEGAL DA AMAZÔNIA
Record TV – São Paulo – SP

MARIANE SALERNO LARISSA WERREN GIL SILVA AGUIAR JUNIOR CAIO LARONGA GUSTAVO COSTA 2f1t4e

5q145w

CATEGORIA ÁUDIO 1k3h1y

1º Lugar
A INVENÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA
O Joio e O Trigo – São Paulo – SP

TATIANA MERLINO JOÃO PERES MARCOS HERMANSON LUÍSA COELHO NATHÁLIA IWASAWA CLARA BORGES DENISE MATSUMOTO JOÃO AMBROSIO AMANDA FLORA 40394n

2º Lugar
CASO VINI JÚNIOR – UM MERGULHO NAS RAÍZES DO RACISMO
Rádio Gaúcha – Porto Alegre – RS

RODRIGO MARTINS DE OLIVEIRA 4q142d

2º Lugar
ZILDA, HEROÍNA DAS CRIANÇAS, DOS IDOSOS, DO BRASIL
Rádio Senado – Brasília – DF

RODRIGO RESENDE i2y2d

3º Lugar
BRIGADA MILITAR: ASSÉDIO E SUICÍDIO ENTRE POLICIAIS MILITARES NO RS
Grupo Radioweb – Porto Alegre – RS

LENO FALK u47x

Menção Honrosa
FORÇA NEGRA
Jornal NH – Novo Hamburgo – RS

EDUARDO AMARAL GABRIEL RENNER 4m3r2v

5q145w

CATEGORIA ONLINE 2w6t1i

1º Lugar
EMPRESAS CÚMPLICES DA DITADURA
Agência Pública de Jornalismo Investigativo – São Paulo  

THIAGO DOMENICI BRUNO FONSECA MARIAMA CORREIA DYEPESON MARTINS ANDRÉ BORGES VASCONCELO QUADROS MARCELO OLIVEIRA AMANDA MIRANDA 416j5m

2º Lugar
CAUBÓIS DO CARBONO LOTEIAM A AMAZÔNIA
Sumaúma – Altamira – PA

CLÁUDIA ANTUNES 5o5e4e

3º Lugar
O CONTO DO BIOMA INVISÍVEL
Vós – Porto Alegre – RS

GEÓRGIA PELISSARO DOS SANTOS 1t3e2g

Menção Honrosa
ATAQUES NEONAZISTAS SE DISSEMINAM EM ESCOLAS E UNIVERSIDADES. O QUE FAZER?
O Estado de S.Paulo – São Paulo – SP

LEON FERRARI r6t1g


Menção Honrosa
SP: REGIÃO METROPOLITANA REGISTROU MAIS DE 820 CHACINAS EM 40 ANOS
EBC (Empresa Brasil de Comunicação) – São Paulo – SP

ELAINE PATRICIA CRUZ GUILHERME JERONYMO GRAÇA ADJUTO 1j416v

Menção Honrosa
MEDICINA E ABUSADORES: A QUE PONTO CHEGAMOS NA SAÚDE?
Instituto Mulheres Jornalistas – São Leopoldo RS

LETÍCIA FAGUNDES JULIANA MONACO JULIANA TAHAMTANI ANALLI VENANCIO VINÍCIUS RODRIGUES 5d65r

5q145w

CATEGORIA DOCUMENTÁRIO 2l3m4a

1º Lugar
RELATOS DE UM CORRESPONDENTE DA GUERRA NA AMAZÔNIA
Repórter Brasil – São Paulo – SP

ANA ARANHA DANIEL CAMARGOS CARLOS JULIANO BARROS FERNANDO MARTINHO CAIO CASTOR PEDRO WATANABE RAFAEL VERÍSSIMO GUSTAVO CARVALHO FERNANDO IANNI RAFAEL JYO VINÍCIUS SILVESTRE CYNTHIA GANCEV BEATRIZ VITÓRIA JOYCE CARDOSO DELPHINE LACROIX DANIEL TANCREDI CADU SILVA JÚLIA DOLCE ANA MAGALHÃES MARIANA DELLA BARBA TAMYRES MATOS 1b2t5o


2º Lugar
DESAFIOS DA IGREJA – MÁRTIRES DA CAMINHADA
TV Aparecida – São Paulo – SP

CAMILA MORAIS DIEGO ROSA l5i4y


3º Lugar
BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA: HERÓIS E HEROÍNAS DA LIBERDADE
TV Bahia – TV Globo – Salvador – BA

HENRIQUE MENDES RICARDO ISHMAEL ROGÉRIO ARAÚJO CLERISTON SANTANA JEFTÉ RODRIGUES FELIPE TELES LEONEL ALVES EDUARDO BARBOSA ANTÔNIO RAMOS CARLOS ALBERTO ELIAS BISPO TIAGO DO CARMO RAFAEL SOEIRO LUAN FAGUNDES PAULINO SILVA ANDERSON JESUS CAMILA PIMENTEL DAVID CARDOSO RAFAEL FREITAS GEORGE LOPES AMANDA TORRES BRUNO BASTOS DANIELE CORREIA JOÃO VICTOR PEREIRA JOSEANE ARÃO MARIA ALACOQUE 5o3k8


Menção Honrosa
UNIVERSO DOS PORQUÊS
Insígnia Filmes – Porto Alegre – RS

DOUGLAS ROEHRS JANAÍNA KALSING ROSSANA SILVA 3i6816

 

5q145w

CATEGORIA GRANDE REPORTAGEM (LIVRO) 57qy


1º Lugar
MILICIANOS: COMO AGENTES FORMADOS PARA COMBATER O CRIME ARAM A MATAR A SERVIÇO DELE
Editora Objetiva – Rio de Janeiro – RJ

RAFAEL SOARES 735m6z

2º Lugar
PEDOFILIA NA IGREJA – UM DOSSIÊ INÉDITO SOBRE CASOS DE ABUSOS ENVOLVENDO PADRES CATÓLICOS NO BRASIL
Editora Máquina de Livros – Rio de Janeiro – RJ

FÁBIO GUSMÃO GIAMPAOLO MORGADO BRAGA e8r

3º Lugar
CEM ANOS DA REVOLUÇÃO DE 1923: HISTÓRIA, MÍDIA E CULTURA
Editora Sulina – Porto Alegre – RS

JUREMIR MACHADO DA SILVA ÁLVARO NUNES LARANGEIRA LARISSA FRAGA PÂMELA BECKER TAÍLA QUADROS BEATRIZ DORNELLES 376b6b

Menção Honrosa
AS MÚLTIPLAS DIMENSÕES DA POBREZA NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) – São Paulo – SP

ANDRÉIA PERES MARCELO BAUER CARMEN NASCIMENTO HELOISA BRENHA RIBEIRO LILIAN SABACK MAURI KÖNIG ÉRICO MELO LUCIANE GOMIDE VITOR MOREIRA CIRQUEIRA ROBERTA FABRUZZI GABRIELA PORTILHO SÉRGIO MORAES GABRIEL MARZINOTTO JOÃO MENEZES PIETRA BASTOS s2j5r

Menção Honrosa
NÓS NÃO CAMINHAMOS SÓS – HISTÓRIAS DE ISOLAMENTO NO ANTIGO LEPROSÁRIO ITAPUÃ
Editora Sulina – Porto Alegre – RS

ANA CAROLINA OLIVEIRA PINHEIRO 1kt2t

Menção Honrosa
PAREM DE NOS MATAR
Editora RD Comunicações – Goiânia – GO

RENATO DIAS u2d2l

5q145w

CATEGORIA CRÔNICA 6z5v69

1º Lugar
DE ONDE VEM SEU PRIVILÉGIO?
Matinal Jornalismo – Porto Alegre – RS

MARCELA DONINI 3n3w4l

2º Lugar
SAI DAÍ, TÁ CHOVENDO: MEMÓRIAS DE UM REPÓRTER MORADOR DE ÁREA DE RISCO
Agência Eco Nordeste – Recife – PE

VICTOR MOURA 36676s

3º Lugar
MEU RELATO DE ABORTO
Matinal Jornalismo – Porto Alegre – RS

TATIANA RECKZIEGEL RODRIGUES 1262c

5q145w

CATEGORIA ACADÊMICO 6s4g3f

1º Lugar
BUSCARITA: A CIÊNCIA ALIADA AOS DIREITOS HUMANOS
Universidade de São Paulo – USP / Folha de S.Paulo – São Paulo – SP

BEATRIZ GATTI DE CASTRO 3f1n34

2º Lugar
TRÁFICO DE PESSOAS, EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRABALHO ESCRAVO: UMA CONEXÃO ALARMANTE NO BRASIL
Universidade de Brasília – UnB / Agência Senado – Brasília

JEOVANA DA SILVA CARVALHO (autora)
PAOLA LIMA
MOISÉS NAZÁRIO
PILLAR PEDREIRA
3º Lugar
RESQUÍCIOS DOS MANICÔMIOS NAS MÃOS DO ESTADO
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria – RS
PAULA COLPO APPOLINARIO THAIS EDUARDA IMMIG 303i1x

Menção Honrosa
O VAZIO DA SEPULTURA
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/ Revista-laboratório Sextante – Porto Alegre – RS

LUCAS DOS SANTOS VIEIRA 6v4v3o

5q145w

CATEGORIA FOTOGRAFIA – TROFÉU PAULO DIAS 38b3w

1º Lugar
MUTILADOS
Jornal O Globo – Rio de Janeiro – RJ

MÁRCIA FOLETTO 5w1p72

2º Lugar
EM NOME DE ALÁ: GRUPO ISLÂMICO DOUTRINA E LEVA INDÍGENAS DO AMAZONAS PARA A TURQUIA
Metrópoles – Brasília – DF

VINÍCIUS SCHMIDT SANTOS h154

3º Lugar
EMERGÊNCIA YANOMAMI
Agência Brasil – Rio de Janeiro – RJ

FERNANDO FRAZÃO 11v1f

Menção Honrosa
CHACINA NÃO GARANTE SEGURANÇA
Plataforma 9 – Rio de Janeiro – RJ

FABIO TEIXEIRA 4f4p4o

Ex-bolsonaristas apoiam Moro em campanha para quebrar “polarização entre pelegos e milicianos” 7616j

“Começo hoje a rodar o Brasil. Nesta semana, estarei na Paraíba. Conto com vocês nessa jornada que está só começando. Temos um país para salvar de uma triste polarização entre pelegos e milicianos. Vamos construir a nação moderna e inclusiva que queremos”.

Esta foi a mensagem do ex-juiz Sérgio Moro, nesta quinta-feira, 6/1,  ao iniciar seu roteiro pelas principais cidades do Nordeeste  como pré-candidato à presidência da República, pelo Podemos.

Começou mal. Desembarcou no aeroporto Castro Pinto, em João Pessoa, na Paraíba, sob gritos de “juiz ladrão”. Segundo registrou o Congresso em Foco, “os gritos foram feitos, em sua maioria, por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro”.

No Nordeste, além da Paraíba, Moro também cumprirá agenda para Ceará, Piauí e Sergipe em fevereiro.

A tour do ex-juiz no estado começou na capital paraibana, a convite do deputado federal Julian Lemos (PSL). Moro também está acompanhado da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu (SP) e de um assessor de comunicação pessoal.

Lemos coordenou a campanha de Bolsonaro no Nordeste, em 2018, e rompeu com o presidente para apoiar o ex-juiz. Nas redes sociais ele afirmou que estará ao lado de Moro em sua agenda de compromissos.

Sergio Moro busca apoio na região, que ainda é predominante de esquerda. As últimas pesquisas mostram que o ex-presidente Lula (PT) reúne 61% de apoio no Nordeste, enquanto Moro possui 3%.

No estado, o ex-juiz falará com a imprensa local e terá encontro com empresários da capital e cidades vizinhas. Ele busca ser opção diante do atual cenário de polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula, ocupando o espaço da terceira via na corrida presidencial.

Não é a primeira vez que Moro eia acompanhado de ex-bolsonaristas.

Nas últimas semanas de 2021, o ex-ministro esteve em tour pelos estados do Sul e Sudeste. Em São Paulo, ele contou com ajuda do deputado Júnior Bozzella (PSL-SP).

O parlamentar, também ex-aliado de Bolsonaro, e Moro mantêm conversas desde antes do anúncio de filiação ao Podemos. Bozzella defende o ex-juiz como “o único candidato” capaz de consolidar “uma saída” para as eleições de 2022.

Também do PSL, a deputada Dayane Pimentel (BA), outra ex-aliada de Jair Bolsonaro, irá compor a chama do ex-juiz, como coordenadora na Bahia

(Com informações do Congresso em Foco)

 

 

Com ação de milícias, Rio tem mil invasões de imóveis em 5 anos lv6a

Mais de mil imóveis no Rio de Janeiro foram invadidos entre janeiro de 2014 e março de 2019, mostram dados da Polícia Civil obtidos pelo G1 via Lei de o à Informação.
Dos dez bairros com mais casos, oito têm milícias em atividade:
Guaratiba
Campo Grande
Recreio dos Bandeirantes
Santa Cruz
Taquara
Vargem Grande
Sepetiba
Bangu
Esses oito bairros da Zona Oeste têm, somados, 422 casos de esbulho possessório – termo específico para invasão de propriedade em que o ocupante perde a posse.
O Código Penal define o crime de esbulho como “invasão de terreno ou edifício alheio fazendo uso de violência ou grave ameaça”.
O promotor do Ministério Público fluminense Luiz Antônio Ayres – que há 20 anos atua no combate às milícias – afirma que esses bairros são total ou parcialmente dominados por paramilitares. Ele também ressalta que o esbulho é uma das principais atividades criminosas dos bandidos.
“É um crime historicamente associado à milícia. Desde 2009, 2008, eles já faziam isso. Começaram a expulsar moradores de casa, e as pessoas reagiram. Nos anos de 2010, 2011, vários [milicianos] foram denunciados [por esse crime] e presos por formação de quadrilha”, explica Ayres.
Até supermercado é invadido
Dois bairros na lista dos 10 onde há mais invasões não ficam na Zona Oeste.
No caso do Centro – um dos locais que registraram mais casos de esbulho nos últimos 5 anos –, especialistas ouvidos associam o resultado do levantamento a conflitos de vizinhança ou invasões de imóveis por pessoas em situação de rua.
Em “tipo de local” – classificação que consta dos registros de ocorrência da Polícia Civil –, constam crimes de esbulho em lugares onde funcionam estabelecimentos públicos municipais e estaduais, além de escolas, hospitais, igrejas, shoppings e até supermercados.
O outro bairro é Guadalupe, na Zona Norte.

Vítima cobra devolução de imóvel na Colônia Juliano Moreira — Foto: Nicolás Satriano/G1

Medo e subnotificação
Especialistas consultados pelo G1 acreditam que os registros de esbulho são, de forma geral, subdimensionados. Para o delegado aposentado Claudio Ferraz, ex-titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais, a Draco, há a possibilidade de ocorrências não registradas em delegacias porque, individualmente, ninguém insiste na denúncia.
“Ninguém como pessoa física vai enfrentar um esbulho provocado por esses elementos”, argumenta.
O promotor Luiz Antônio Ayres vai além. Para ele, a possível subnotificação em casos de esbulho tem ligação direta com uma mudança na forma de atuação de milicianos, principalmente na Zona Oeste do Rio.
Antes de 2015, explica Ayres, os assassinatos cometidos por esses grupos criminosos ocorriam em público, na porta das casas das pessoas, funcionando como uma espécie de dominação pelo exemplo. Atualmente, as vítimas simplesmente desaparecem.
“Até 2015, as pessoas ainda se dispunham a se insurgir quanto a isso [ao esbulho] e procuravam o Ministério Público, procuravam a polícia. Mas, mais ou menos nessa mesma época, 2014, 2015, o índice de homicídios começou a cair, e o número de desaparecimento de pessoas começou a aumentar. Ou seja, em vez de eles estarem matando de forma ostensiva, começaram a ocultar os cadáveres.”
Recentemente, a polícia encontrou encontrou cemitérios clandestinos em Queimados e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e nos municípios de São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana.
Exemplificando o que diz o promotor, o Instituto de Segurança Pública registra 1.860 pessoas desaparecidas em 2015 na Zona Oeste – o maior número desde 2003. Nos anos seguintes, o total foi reduzindo. Em 2019, foram registrados 296 desaparecimentos até junho.
Problema crônico e investigação
É no vácuo deixado pelo poder público – principalmente na regularização de terras – que os grupos criminosos aproveitam para se estabelecer, segundo avaliação do atual delegado titular da Draco, Gabriel Ferrando.
“O problema de ocupação do solo é um problema crônico e histórico do Rio de Janeiro. Não vem de agora. Reflete exatamente a falta de políticas públicas que envolvam o controle do crescimento populacional em todas as áreas do Rio”, opina.
Ao analisar os dados obtidos pelo G1 sobre os casos de esbulho possessório, Ferrando afirma haver indicativos de que algo “anormal” ocorre na Zona Oeste, principalmente em Guaratiba, onde há uma grande extensão de terra, e grande parte dela desocupada.
“É um indicativo de que existe uma atuação mais acentuada da milícia nesse segmento [invasão a imóveis e terrenos]. Porque a milícia também atua de acordo com a sua realidade local”, diz o delegado.
E no caso específico de Guaratiba, o delegado afirma que investigações da Draco indicam a atuação de uma espécie de “franquia” da milícia Liga da Justiça, hoje chefiada por Wellington da Silva Braga, o Ecko.
No ano ado, o G1 publicou a série especial de reportagens “Franquia do Crime”, mostrando como os grupos de milicianos aram a exercer o domínio em grande parte do território do estado, onde vivem aproximadamente dois milhões de pessoas.
‘É meu por direito’, diz vítima
“Este Manual do Proprietário foi feito para que você conheça seu novo lar”. A frase abre o guia impresso entregue a moradores do condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida Colônia Juliano Moreira, no Tanque, na Zona Oeste da cidade.
Planta de imóveis no Residencial Colônia Juliano Moreira — Foto: Nicolás Satriano/G1

A materialização de um sonho acabou virando pesadelo para X. – que não terá o nome revelado por questão de segurança. Durante alguns meses que precisou deixar o imóvel, a pessoa teve o apartamento invadido e, hoje, não consegue voltar para casa.
“Ele é meu por direito. Eu tenho certeza, muita fé que terei ele de volta. Eu tenho muita fé na justiça divina, e eu quero também a justiça dos homens. É muito importante pra mim porque eu já corri em tudo, e eu quero essa ajuda. Eu só peço isso”, lamenta X.
Com documento e chaves do imóvel em mãos, a luta para voltar ao apartamento que recebeu como compensação por ter deixado outra área de risco parece interminável. Desde junho do ano ado, foram ao menos três visitas a delegacias e outras idas à prefeitura.
“A gente tem tudo. Tem a chave, tem o documento… Documento que a gente assina no banco. A gente ficou bastante tempo nesse processo… Até conseguir o imóvel, demora bastante”, explica a vítima, que diz ter esperado seis anos até conseguir o apartamento.
Em junho do ano ado, ao tentar voltar para casa, X. não conseguiu nem chegar à porta do apartamento. Já na portaria, foi impedida de subir por um homem que dizia ter adquirido o imóvel do proprietário. No entanto, nenhum documento foi apresentado pelo suposto comprador.
X. foi atrás da papelada e retornou ao condomínio, mas também não teve sucesso em reaver o imóvel. Agora, a vítima tenta registrar a ocorrência na delegacia da região para conseguir ir à Justiça. Como é a prefeitura quem faz a distribuição das unidades, a vítima também tenta uma solução junto ao município.
Página do manual do proprietário entregue a moradores de condomínio — Foto: Nicolás Satriano/G1

Embora não saiba dizer se foi diretamente ameaçada por grupos criminosos, X. afirma que tem conhecimento da ação de milicianos na Colônia Juliano Moreira. Segundo a vítima, corretores clandestinos de imóveis agem no condomínio com a anuência de paramilitares.
No último dia 19, a Draco prendeu um homem suspeito de integrar a milícia que atua justamente na Colônia Juliano Moreira. Antes disso, o RJ2 já havia denunciado que o condomínio ara a ser dominado por milicianos.
100 imóveis retomados em 2019
Só neste ano, de janeiro a junho, a Prefeitura do Rio diz ter retomado 100 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida invadidas. Para isso, o município conta com a Guarda Municipal e a ajuda de batalhões da Polícia Militar e delegacias policiais locais.
Só na Colônia Juliano Moreira, foram 53 apartamentos recuperados para os reais proprietários. E mais 47 unidades no Minha Casa, Minha Vida no Morar Carioca, que fica na Avenida Cesáreo de Melo, em Santa Cruz, também na Zona Oeste.
Operação da PM e da prefeitura na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

“Os imóveis do Minha Casa, Minha Vida não devem ser utilizados para outras finalidades que não sejam para moradia de quem foi sorteado e sua família. Não há pagamento antecipado nem intermediários”, alerta Sebastião Bruno, secretário municipal de Infraestrutura e Habitação.
Pelas regras do programa, “as unidades não podem ser alugadas e nem vendidas até terminar o contrato com a instituição financeira responsável pelo financiamento, ou seja, antes do prazo de dez anos de alienação do imóvel pelo banco”, frisa a prefeitura.
O que dizem as secretarias
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a “corporação atua no patrulhamento ostensivo e ordinário das ruas do Estado, assim como por acionamento e pede que as denúncias sejam formalizadas através dos canais oficiais: Central 190 e Disque Denúncia: (21) 2253-1177”.
Até a última atualização desta reportagem, a Secretaria de Polícia Civil não havia respondido. (Com informações do G1)