A tumultuada sessão plenária que discutiu o aporte vacinal e culminou com a troca de socos e empurrões entre vereadores e manifestantes contrários a obrigatoriedade, ainda repercute na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. 2s3ra
No inicio da tarde de segunda-feira, 25/10, parlamentares da oposição, ex-vereadores e pessoas representando movimentos antirracistas, entidades e sindicatos estiveram em frente ao Legislativo protestando contra atos racistas, que teriam ocorrido na Câmara durante a última sessão.
Depois eles estiveram reunidos com presidente Márcio Bins Ely (PDT), quando foi cobrado uma posição da Casa em relação aos fatos ocorridos. Entre as denúncias de racismo foi pedido a criação de uma Comissão de Ética permanente e mais controle em relação à entrada de pessoas.

“Se fosse o contrário não há duvida que a Guarda Municipal estaria presente. Desde o começo do mandato existem ameaças para nós da bancada negra. Eu não sinto medo quando entro em alguma vila de Porto Alegre, mas sinto na Câmara de Vereadores”, revelou a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB).
Segundo ela, que já foi impedida de entrar no plenário três vezes, há um tratamento diferente à bancada negra. Bruna e a vereadora Daiana Santos fizeram denúncia à Delegacia de Policia de combate à intolerância. Elas relatam que na última quarta-feira, uma manifestante proferiu as seguintes frases: “vocês são lixo” e “Vocês são minhas empregadas”.
“Eu tenho certeza que se ela estivesse com porte de arma uma tragédia teria acontecido” declarou Bruna à reportagem. Segundo ela, muitas das pessoas que entraram no plenário, ingressaram na casa com a autorização de gabinetes de vereadoras da base de governo.
Internamente se comenta que os baderneiros possivelmente tinham ligações com as vereadoras Comandante Nádia (DEM), Fernanda Barth (PRTB) e Psicóloga Tanise Sabino (PTB).
Em seu espaço de fala na Tribuna, o vereador Pedro Ruas, líder da oposição, falou sobre fatos ocorridos na última quarta-feira. : “Não podemos conviver com fatos dessa natureza, sermos ameaçados e assistirmos pessoas virem aqui praticar crime.” O vereador também cobrou que os protagonistas do episódio não tenham mais livre o às galerias da Casa. “Na Assembleia Legislativa esse elemento e muitos outros não entram mais, pois lá também já desrespeitaram o Parlamento. Por que podem entrar livremente na Câmara?” concluiu Ruas.
Entrevistado pelo Jornal Já o presidente Márcio Bins Ely lamentou o ingresso de pessoas com cartazes contendo a suástica e prometeu providências em consequência aos fatos ocorridos: “Precisamos repudiar os atos de violência que aconteceram na última sessão. Eu, na quarta-feira, já vou sugerir a criação de uma Comissão de Ética.”
Bins Ely também prometeu que o regramento de ingresso na Casa irá mudar, a exemplo da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Deputados: “Nós vamos também endurecer para que isso não ocorra mais”.
Houve um tempo em que falar que vereadores, deputados, prefeitos, etc eram EMPREGADOS daqueles que neles votaram, era normal. Mas isso foi numa era em que não havia a militância “mimimi”.